Agnes— Você vai me tirar daqui, não vai? — Não pude deixar de notar leve tom intimidador em sua voz. Arqueei as sobrancelhas desafiadoras para ele.— Me diga, Adam, porque pensa que eu faria isso para você? — pergunto com desdém.— Agnes — diz dando um passo em minha direção, mas ergo a mão imediatamente.— Não chegue perto de mim! — peço entre dentes e com um sorriso debochado, ele ergue as mãos em redenção.— Tudo bem, só me escuta, amor — pede, dessa vez carinhosamente. Reviro os olhos. Será que não percebeu que as suas máscaras não me afetam mais? — Eu não tive nada a ver com isso, querida. Eu não sei porque estão fazendo isso comigo. Você tem que me ajudar! — É palpável o seu desespero. Dou um passo em sua direção e depois outro e mais outro, encarando duramente os seus olhos.— No que depender de mim, Adam Clive Parker, você apodrecerá na cadeia. Faço questão de pagar os melhores advogados do país, para que pegue um longo tempo na prisão. — Sorrio amplamente. — Como é gratific
Na noite da separação de Oliver e Flávia…Flávia Volto. Não volto! Volto. Não, não volto. Aff!!! Fiquei nesse maldito dilema por vinte minutos na frente do prédio da Agnes depois que sai da sua sala abandonando um Oliver tão destruído quanto eu. Por que ele tinha que fazer aquilo? Tá! Eu confesso que sou destrambelhada de vez enquanto, que não demostro muito as minhas emoções, que brinco com a realidade das coisas, mas me fazer ciúmes? Eu não sinto ciúmes de ninguém, tão pouco daquele… daquele… delicioso Deus do Olimpo, daquele corpo sarado, do sorriso safado. Ai que ódio! Para casa Flávia, agora! Ordeno a mim mesma (…)— Como você pôde Oliver? — pergunto possessa.— Amor, era só uma brincadeira.— Brincadeira uma ova! Eu vi os beijinhos, vi os abraços e você… você… ainda guardou a reta guarda dela! — resmungo apontando na direção da cozinha. Ele me lançou um olhar confuso, eu apontei-lhe o meu dedo em riste. — Não me olhe assim! — rosno estressada. — Sabe o que você é, um idiot
FláviaOk, deve ter algo errado comigo, porque eu devia estar atenta a esse interrogatório, mas eu não estou. Ou talvez tendo alguns pensamentos assassinos em relação ao Adam, mas também não estou. Ao invés disso, estou arrancando os esmaltes das unhas e olhando o Oliver que está do lado de fora da sala, por trás das persianas da janela de vidro. Ele está sorrindo e conversando animado com sabe deus quem. Parece que nem sentiu a minha falta. Eu devia ir falar com ele, mas falar o quê? Deixa de ser burra Flávia! Abre logo o verbo mulher. É isso. Penso determinada a sair da sala do delegado.— Fica com a Kelly, Flávia? — Agnes pediu assim que me levantei do banco acolchoado.— Onde você vai? — inqueri quase exasperada.— Esquartejar um verme — disse entre dentes. Arregalo os olhos, perplexa.— Ei, sou eu quem diz esse tipo de coisa aqui! — protestei seguindo com a Kelly para fora da sala. Então perdi todo o meu foco, porque o Oliver estava bem na minha frente, com suas as mãos nos bol
SimoneA medida que adentro o lugar tenebroso, sinto um arrepio se alastrar em minha coluna. É triste ter que vê-lo assim. Para quem conheceu ou conhece o Petrus Borbolini, sabe que ele pisou feio na bola. Um cara digno, reto, correto e de bom senso. Não sei como ele pôde cair em uma dessas. Pensar em Pertus, me faz lembrar de uma brincadeira boa dos tempos da adolescência. Eu correndo por um amplo gramado de uma casa de campo, perto de um lago e Pertus correndo atrás de mim, tentando me molhar por conta de uma travessura minha. Em algum momento escorreguei e caí na grama molhada e o meu primo caiu em cima de mim. Aquele momento foi memorável… pelo menos para mim. Horas mais tarde, em uma festa de final de ano, eu aproveitei o instante em que ele se virou para dizer algo ao pé do meu ouvido e roubei-lhe um beijo e depois disso, descobri que estava loucamente, completamente apaixonada pelo meu primo mais velho. Eu não tinha a menor chance! O cara além de ser mais velho do que eu cinco
Simone— E Adonis, como ele está? — Seu tom de voz agora é baixo, quase um fio.— Refazendo a sua vida.— Ele deve estar puto comigo.— É, ele está. No entanto, você não precisa se preocupar com isso agora — peço. Ele assente cabisbaixo. Seguro firme a pasta e levanto da cadeira, me inclinando sobre a mesa e me aproximando um pouco mais dele. Olho em seus olhos e meu coração acelera com violência apenas com essa aproximação, por mínima que seja. Não, não agirei como se fosse uma menininha dessa vez. Nada de beijos roubados. Meus olhos baixam um pouco e encontram os lábios finos e vermelhos. A minha respiração começa a pesar, então fecho os olhos e encosto minha boca na sua. Sim, um beijo… um beijo lento e calmo, comportado e silencioso que acaba tão rápido quanto começou. — Eu voltarei — sussurro quando me afasto. Então aperto firme a alça grossa de couro da pasta em minha mão e saio daquele lugar sem olhar para trás.***Horas depois…— Então, as meninas vão preparar o jantar e os me
Dias depois da prisão do Adam…Adonis Bom, aqui estamos nós. Eu, Agnes e Kell dentro de um carro e pegando a estrada rumo ao meu cantinho preferido no mundo. Sim, estamos indo para o sítio dos meus avós. Foi lá que o nosso amor criou asas e ficou forte o bastante para lutarmos e ficarmos juntos. E eu realmente espero que esse lugar se torne ainda mais especial para nós. Sorrio. Não pensem que foi fácil convencê-la a se afastar da Model por alguns dias. Tive que contar com o poder de persuasão de uma certa fadinha e aqui estamos nós com uma cesta cheia de comida, uma caixa térmica com algumas garrafinhas d’água e de sucos, o som ligado com um volume alto e os três cantando a música Meu Pintinho Amarelinho... afinal temos uma criança a bordo. É claro que convidei os nossos amigos, mas estes estarão bem ocupados por hoje e só chegarão ao sítio amanhã bem cedo.— Falta muito? — Kelly pergunta impaciente, ela parece cansada, pois é a primeira viagem de carro mais longa que está fazend
Adonis— Adonis, que bom que veio! Duas vezes no mesmo ano, isso é maravilhoso! — Pedro diz me dando um forte abraço.— Seja bem-vindo, querido! — Amália fala me dando um abraço carinhoso.— Olha só, você está maravilhoso e se não é impressão minha, está ainda mais bonito também — Tina comenta vindo para um abraço, que retribuo meio sem jeito. Olho para as minhas meninas atrás de mim assim que a garota se afasta.— Se lembram da Agnes, não é? — falo para todos, levando a minha mão, a sua cintura e a puxando para mais perto de mim.— Claro, é a sua amiga da cidade.— Na verdade, a Agnes acabou de se tornar a minha noiva, Amália — A corrijo cheio de mim e claro que todos me lançam olhares completamente surpresos. Amália abre um sorriso iluminado do tipo mãe orgulhosa.— Oh, meu Deus! Adonis, que notícia maravilhosa! — diz puxando a Agnes para um abraço, e o Pedro me estende uma mão, todo orgulhoso.— Parabéns, filho! — Sorrio satisfeito.— E quem é essa fadinha linda? — Amália pergunta
Agnes Espreguiço-me em cima do colchão macio, abrindo os meus olhos em seguida. O sol já está alto lá fora e eu juro que não vi o dia se aproximar. Olho as horas no antigo relógio digital na parede de frente para a cama e sorrio. São oito e meia da manhã. Lá fora ainda é possível ouvir os pássaros cantando, os gritinhos da minha filha e de Adonis, que não está mais na cama. Forço-me a levantar e pego um roupão largado em um pequeno sofá, o visto e vou direto para uma janela. Daqui consigo ver a minha pequenina correndo atrás de alguns animais pequenos. Sorrio ainda mais. Ela realmente gostou disso aqui. Penso. Afasto-me da janela e vou para o banheiro tomar uma ducha rápida. Depois faço a minha higiene pessoal e quando volto para o quarto, solto um grito agudo, levando a mão ao peito imediatamente.— Você quer me matar, mulher de Deus? — resmungo exasperada. Flávia me abre um sorriso largo.— Já está falando igual uma camponesa. Isso aqui está ficando a sua cara — diz rodopiando