Agnes Ai Deus, se isso for um sonho, não quero acordar nunca mais. Nunca fui tão paparicada assim na vida. Os beijos que ele insiste em dar a todo momento, as carícias que acompanham os beijos, acordar e dormir assim. Adonis é um homem maravilhoso, é encantador e apaixonante. Apaixonante não pode. Não posso me apaixonar outra vez, já me deixei levar duas vezes pelo amor e só deu em merda. Bufo internamente. Estou trancada no banheiro a quase vinte minutos. O chuveiro está derramando água e eu se quer entrei debaixo dele. Estou remoendo essa situação a algum tempo. O que era para ser um caso de uma noite só, e agora, já estamos no terceiro dia e pior parte? Estou amando tudo isso. Melhor tomar banho logo, ou pensará que aconteceu algo. Não dá para fechar os olhos. Quando os fechos, sinto logo o seu toque na minha pele. Isso é normal? Não era assim com o Adam. Não era assim com o Jonas, o garoto do colegial. Estou ficando maluca? Será que foi pelo tempo que fiquei sem transar? Não
Agnes — Quer uma bebida? — pergunta quando nos afastamos um pouco e ficamos no cantinho perto da cerca.— Quero — digo admirando a lua amarela no céu escuro e sem estrelas.— Eu volto logo — avisa me dando um beijo rápido na boca. Suspiro. Acredito que poderia me acostumar com a vida do campo. Ela é simples, tranquila e sem toda aquela agitação da cidade. Penso sonhadora.— Ele é uma pessoa especial. — Uma voz feminina soa atrás de mim, me fazendo virar para encontrar Tina, a garota de conheci a poucas horas. Ela caminha e para bem ao meu lado, se encostando na certa, contudo de frente para as pessoas animadas da festa. Eu me viro, ficando na mesma posição e noto que ela está olhando o Adonis perto do barril, conversando com alguns amigos.— Sim, ele é — digo olhando na mesma direção. Ela tira os olhos de cima dele e me encara com um semblante sério.— Escuta só, eu só pedirei uma vez. Não machuca ele. — O tom sério e ameaçador me faz olhar nos olhos da garota atrevida.— Escuta aqui
Adonis Uma fornada de pão fresco, uma salada de frutas, queijo caseiro, bolo de cenoura e um delicioso, e fumegante café preto. Está tudo pronto. Estou ansioso demais. Hoje é o nosso último dia aqui no sítio, logo mais no final da tarde, voltaremos a nossa realidade. Eu investi muito nesses dias e espero realmente que a Agnes tenha percebido isso. Ontem ela estava especialmente calada, se entregou em todos os nossos momentos e no final de tudo, o silêncio se apossou do quarto e se instalou entre nós. Senti-me incomodado, mas também permaneci calado, porque precisava apenas senti-la junto a mim. O cheiro do pão se espalha pela cozinha, me despertando dos meus devaneios. Eu pego a pá de madeira e o enfio no forno a lenha, puxando a bandeja com cinco pães dentro dela. Verifico a massa e sorrio, os levando para o balcão.— Você não dorme nunca? — Ela diz atrás de mim. O som da sua voz faz uma bagunça enorme dentro de mim. Eu me viro para olhá-la e mais uma vez sou assaltado. Agnes es
Adonis — Nada — digo e volto a beijá-la. Minhas mãos ávidas passeiam por debaixo do vestido, sentindo a pele macia, apalpando. Estou fervendo por dentro, louco para tê-la em mim mais uma vez. Então volto a me afastar e começo a tirar as minhas roupas e ela tira as dela. Levo a minha mão ao seu tronco, fazendo-a deitar-se no piso de madeira outra vez e pego o pacotinho no bolso traseiro da calça, elevando as suas pernas aos meus ombros em seguida, ponho a camisinha e olhando em seus olhos, a penetro bem devagar. Agnes fecha os olhos, apreciando a minha entrada lenta e vigorosa, e começo a me mexer dentro dela, mas não há nenhum cuidado aqui, nenhuma delicadeza. Estou metendo forte e rápido, como se a punisse por não me querer outra vez. Uma vontade louca de chorar, de derramar todos os meus sentimentos em cima ela, de cuspir tudo o que está trancafiado dentro de mim, mas engulo cada palavra, cada sentimento. Escuto os seus gemidos altos e sôfregos. Ela está em seu melhor momento e não
Agnes Alguns dias… Observo atentamente o rebuliço a minha volta, um vai e vem de modelos, costureiras, assistentes de palco e tudo mais. O Fashion Week é o mega evento que todos os anos, exige cada dia mais de mim, mas é gratificante e rende milhões de dólares para a minha empresa. Com um suspiro baixo olho o meu relógio de pulso. Pela primeira vez a Flávia está atrasada e isso não é bom. Isso não é nada bom. Hoje é sexta e ela foi resolver algo muito importante para mim, algo que eu mesma deveria ter ido resolver, mas fiquei presa no trabalho. Meu celular volta a vibrar insistentemente, me fazendo revirar os olhos com impaciência. Adam está impossível desde ontem e a sua insistência chega a me incomodar. Resolvo desligar o aparelho e o deixo guardado na bolsa. — Está tudo pronto, senhora Agnes. Quando quiser, já podemos começar — Luana, uma das assistentes de palco me avisa. Aceno um sim para ela e olho na direção da porta de entrada, sorrindo ao ver Adonis passar por ela. El
Agnes — Sério? — Noto a empolgação na sua interrogação e sorrio. — Prometo pensar com carinho, tudo bem? Te ligo para dizer alguma coisa — falo e entro no banheiro.— Quer uma ajudinha com o banho? — sugere antes que eu consiga fechar porta.— Não senhor, Kappas — grito de volta, fechando a porta em seguida. De verdade, se o deixo entrar aqui, jamais conseguirei sair a tempo. *** Ôh, relógio ingrato! Bufo internamente saindo do carro e ando com passos largos para dentro do prédio da Flávia. Ela já deve estar subindo pelas paredes. Entro no elevador e impaciente bato com a ponta do meu pé no chão emborrachado, cruzando os braços e fitando os números piscar na tela do painel. As portas duplas de aço finalmente se abrem e eu sigo apressada para o último apartamento no fim do corredor. Toco a campainha e logo escuto os gritinhos animados de Kell atrás da porta. Ok, vocês não fazem ideia de quem seja a Kell, certo? Kelly Ferraço é a minha filha. Eu queria poder dizer que ela é só min
Agnes Ele conseguiu mais uma vez. Outra vez estou desarmada e de mãos atadas sem saber o que fazer. Faz mais de meia hora que o Adam saiu da minha casa, me deixando arrasada e sem alternativas. Tudo depende dele agora e somente dele. Respiro fundo segurando o choro. O meu corpo parece que levou a pior surra da vida. Ainda estou atônita no meio da minha sala, pensando em uma saída que parece não existir. — Mamãe? — uma voz infantil e receosa me chama no topo da escadaria. As lágrimas chegam a pinicar os meus olhos, mas eu as empurro para trás, para bem longe, porque não quero que ela me veja assim. Então construo o meu melhor sorriso. Aquele escancaradamente feliz e me viro para a minha pequenina, ainda vestida de fadinha. Ela desce os três últimos degraus se segurando firme no corrimão e corre para mim, assim que alcança o chão de mármore da sala e eu a pego nos meus braços, sentindo o coração bater mais forte. As emoções afloraram em seguida e as lágrimas escapam em meio aos braç
Agnes — Isso agora está bem mais próximo, querida — falo com tom meigo. Seus dentes miúdos surgem em um sorriso grande e feliz. Ela se vira de frente para mim e me abraça apertado e eu beijo o seu rostinho. *** — Gente, estou no céu, meu Deus! Nunca pensei que aquele homem, aquele gostoso no meio da multidão ia me prender pela minha… — Flávia diz entrando em minha sala, em plena segunda-feira toda festiva. Ela para bruscamente bem no meio da sala quando olha para o meu estado. Definitivamente estou arrasada, igual uma criança estupidamente carente. Saio exasperada da minha cadeira e corro para os seus braços.— Ele viu, me prensou contra parede, e saiu sem entender. Ela ia usar a varinha, eu engoli, engoli tudinho. O que eu farei? — Um choro compulsivo começa e as palavras saem desordenadas.— Não entendi nadica de nada do que acabou de falar, querida — Flávia diz quase que como um lamento, mas continua afagando as minhas costas e espera o meu tempo, e esse demorou… muito. — Ok, sen