Petrus Está na hora de mudar as minhas expectativas. Ser um garçom nunca foi o meu sonho. Sou um administrador, um líder, a pessoa que manda e não a porra de um pau-mandado. Trabalhar para o Adonis não é uma coisa ruim. O cara paga muito bem e além dos extras, ele não é um mau patrão. Todos os seus funcionários gostam dele e pode ter certeza de uma coisa, não sou um ingrato e não vou morder a mão que me foi estendida. Mas, estou cansado de ser o único aqui a perder nessa situação toda. Sem falar que a Simone merece algo melhor de mim, não um cara cansado de uma noite de trabalho, que chega pela madrugada e que tem pena de acordá-la porque ela teve um dia tão cheio quanto a minha noite. Isso não é justo. Não está certo, não após eu decidir dar uma oportunidade para nós dois. Agora que provei para todos que não fui o mentor do roubo do banco e que também fui uma vítima do Adam, vou procurar os meus direitos e vou atrás do que é meu e é exatamente por isso que eu estou aqui, na frente d
PetrusAlguns dias depois...101... 102... 103... 104... 105... 10... Droga! Resmunguei mentalmente me deixando cair suado no chão do meu quarto, quando escutei o som do meu celular tocar alto, atrapalhando as sessões de abdominais. Me levantei pegando uma toalha de rosto que estava largada do meu lado e sequei o meu rosto antes de atender o meu advogado. Meu coração chegou a dá um salto de antecipação.— Stefan? — Atendi ainda ofegante por conta do exercício.— Está feito meu amigo. — O homem disse com uma animação contida e ao mesmo tempo confiante. Imediatamente o meu coração bateu ainda mais forte e ritmado.— Está feito? O que está feito? — perguntei nervoso, mesmo sabendo a resposta, porque preciso ouvir com os meus ouvidos que a minha vida está voltando para as minhas mãos outra vez.— O promotor Ulisses Camargo abriu uma liminar e os seus bens voltarão a ser seus. — Eu ri e ao mesmo tempo chorei.— Como conseguiu isso, Stefan? Quer dizer, eu sei que você é foda cara, mas tão r
Petrus Momentos antes do pedido de casamento...Ao longo da minha vida, eu sempre fui um cara durão, do tipo que um pedido de perdão dificilmente sairia da minha boca. Então eu procurava ser um cara correto, aquele que mesmo sendo rústico, sério demais ou de cara dura, era sempre querido por todos. Dos primos e irmãos, eu era o mais velho, portanto aprendi desde cedo o significado da palavra responsabilidade e depois que me afastei dos meus pais, Renan Kappas, mesmo que de longe reforçou o meu caráter. Então você pode se perguntar… Porque traiu uma das pessoas que mais prezava nessa vida? A resposta? O desejo de vencer a qualquer custo, a maldita ganância que corroía os meus ossos e a minha alma. E isso tornou a minha vida um inferno. Eu nunca quis magoá-lo de fato. A ideia era pegar o dinheiro sem ele perceber, fazer o investimento, ter o retorno em dobro e devolver a parte do Adonis. Era simples. Era fácil e pragmático. Mas a minha cegueira não me deixou ver quem realmente era Adam
PetrusA luz do dia invadiu o meu quarto me fazendo gemer em protesto. A minha última noite no bistrô foi terrível. Nunca vi aquele lugar tão lotado como na noite passada. Já passava de uma e meia da madrugada, quando cheguei no apartamento de Simone e pensei em tomar um banho rápido, e ir para a cama quentinha da minha namorada, mas, qual não foi a minha surpresa ao vê-la despojada em minha cama, usando apenas uma calcinha de renda branca, e uma camisa minha. Ela estava agarrada ao meu travesseiro. Instintivamente fui até ela e a beijei calidamente algumas vezes, a fazendo se mexer em cima do colchão. A camisa subiu um pouco, revelando parte da sua barriga sequinha, da pele branquinha e da calcinha rendada. Suspirei. Não era justo acordá-la. Não, a essa hora da madrugada, seria um crime fazer isso com ela. Relutante, eu me afastei e entrei no banheiro, tomei um banho rápido louco de vontade de ficar perto dela. Minutos depois me deitei sentindo a maciez do colchão debaixo do meu corp
Petrus— Quem é você? — Ele quis saber e eu só conseguia pensar, é agora que vem o massacre. Dei dois passos intimidantes em sua direção e ele engoliu em seco.— Petrus Borbolini, o noivo — falei com firmeza na voz.— Noivo? — Ele perguntou surpreso. Simone pareceu confusa e, ao mesmo tempo, ainda mais surpresa com a minha resposta. Que se dane! Eu a pedirei em casamento alguns minutos mesmo. Então sim, somos noivos.— É, noivo. — Confirmei de uma maneira até petulante e cara ficou sem jeito.— Desculpa, é que eu pensei que nós… — Simone respirou fundo e o que ela falou em seguida afagou o meu coração desesperado.— Desculpe, Nicolas! Mas eu nunca disse que nós dois…— Tudo bem, acho que eu demorei demais para agir, não é? — Ele a interrompeu e se virou para me encarar outra vez. O tal Nick parecia finalmente vencido, ele seguiu para a porta, mas antes de realmente sair da sala, me lançou uma advertência do caralho.— Cuida dela direitinho cara, e não se atreva a fazê-la sofrer, porqu
Petrus Me afastei do grande livro para que a minha esposa o assinasse e ao dar dois passos para trás, encontrei o Adonis em pé bem na minha frente. Seus olhos não me dizem muita coisa. Eles pareciam neutros, estavam mais sérios e eu arrisco dizer até imponente enquanto me olhava. Sem saber o que fazer, eu passei as mãos nas laterais da minha calça, esfreguei o tecido nas palmas suadas e inesperadamente ele me estendeu sua mão e isso fez algo dentro de mim, acelerar e tremer. Olhei a mão estendida por uma questão de segundos, me sentindo confuso e quando voltei a olhá-lo nos olhos, encontrei emoção neles. Um brilho que há muito tempo não via. Emocionado segurei com firmeza a sua mão e o meu amigo me puxou para um inesperado abraço apertado.— Eu te perdoo meu irmão! — Ele disse com a voz embargada em meio ao abraço. Meu coração acelerou demasiado no peito e logo as lágrimas despontaram, queimando os meus olhos. O apertei em meus braços, pois não queria mais soltá-lo. O meu amigo e irm
Petrus— Meu Deus, Petrus, que legal! — Ri da sua empolgação. — É, um desses bens foi o meu imóvel no Plaza.— Seu escritório de contabilidade?— Esse mesmo.— Então você vai poder voltar a administrar algumas contas ou algo do tipo. — Ela vibrou e me abraçou. Me desfiz do seu abraço e a olhei nos olhos, segurando cada lado do seu rosto.— Eu vendi o imóvel, Simone. — disse com um tom sério e o seu sorriso feliz morreu imediatamente. — E também pedi demissão do bistrô. — Minha mulher franziu o cenho e me lançou um olhar confuso. — E é aqui que entra a minha proposta. Eu pensei que você poderia continuar com a sua função, sabe? Mas não nas ruas e nem trabalhando para a polícia federal.— Eu não estou entendendo, Petrus. — Droga! Eu imaginava estar em cima dela agora e não tendo uma conversa desse tipo em pleno início de lua de mel.— Eu quero abrir uma empresa de segurança, Simone. Eu seria o administrador, sei mexer com a contabilidade e toda aquela burocracia. E você, poderia ser a c
Simone Ok, casar com farda de polícia não é o sonho de nenhuma garota, também não era o meu sonho. Mas, vamos admitir, Petrus foi romântico de um jeito diferente, rústico e até dominador, como só ele sabe ser e foi esse seu jeitinho que me fez dizer um sim cheio de alegria. Esperei tanto tempo por esse momento. Confesso que cheguei a sonhar em me casar com ele e esse casamento em nada se aprecia com os inúmeros sonhos que tive ao longo dos anos e ainda assim, foi surpreendente, especial e com uma pitadinha de conto de fadas. Quem na vida foi sequestrada em pleno horário de trabalho para um pedido de casamento maluco e se casou segundos após dizer um sim? Eu, né? E eu amei isso. E agora estou aqui, dentro de um barco emprestada, para termos a mais curta, porém maravilhosa lua de mel. Soltei uma respiração pesada quando vi o meu marido na cabine do barco, o guiando para o alto mar. Sua camisa era sacudida com violência pelo vento, fazendo o tecido grudar na sua pele e desenhar nitidam