Petrus— Quem é você? — Ele quis saber e eu só conseguia pensar, é agora que vem o massacre. Dei dois passos intimidantes em sua direção e ele engoliu em seco.— Petrus Borbolini, o noivo — falei com firmeza na voz.— Noivo? — Ele perguntou surpreso. Simone pareceu confusa e, ao mesmo tempo, ainda mais surpresa com a minha resposta. Que se dane! Eu a pedirei em casamento alguns minutos mesmo. Então sim, somos noivos.— É, noivo. — Confirmei de uma maneira até petulante e cara ficou sem jeito.— Desculpa, é que eu pensei que nós… — Simone respirou fundo e o que ela falou em seguida afagou o meu coração desesperado.— Desculpe, Nicolas! Mas eu nunca disse que nós dois…— Tudo bem, acho que eu demorei demais para agir, não é? — Ele a interrompeu e se virou para me encarar outra vez. O tal Nick parecia finalmente vencido, ele seguiu para a porta, mas antes de realmente sair da sala, me lançou uma advertência do caralho.— Cuida dela direitinho cara, e não se atreva a fazê-la sofrer, porqu
Petrus Me afastei do grande livro para que a minha esposa o assinasse e ao dar dois passos para trás, encontrei o Adonis em pé bem na minha frente. Seus olhos não me dizem muita coisa. Eles pareciam neutros, estavam mais sérios e eu arrisco dizer até imponente enquanto me olhava. Sem saber o que fazer, eu passei as mãos nas laterais da minha calça, esfreguei o tecido nas palmas suadas e inesperadamente ele me estendeu sua mão e isso fez algo dentro de mim, acelerar e tremer. Olhei a mão estendida por uma questão de segundos, me sentindo confuso e quando voltei a olhá-lo nos olhos, encontrei emoção neles. Um brilho que há muito tempo não via. Emocionado segurei com firmeza a sua mão e o meu amigo me puxou para um inesperado abraço apertado.— Eu te perdoo meu irmão! — Ele disse com a voz embargada em meio ao abraço. Meu coração acelerou demasiado no peito e logo as lágrimas despontaram, queimando os meus olhos. O apertei em meus braços, pois não queria mais soltá-lo. O meu amigo e irm
Petrus— Meu Deus, Petrus, que legal! — Ri da sua empolgação. — É, um desses bens foi o meu imóvel no Plaza.— Seu escritório de contabilidade?— Esse mesmo.— Então você vai poder voltar a administrar algumas contas ou algo do tipo. — Ela vibrou e me abraçou. Me desfiz do seu abraço e a olhei nos olhos, segurando cada lado do seu rosto.— Eu vendi o imóvel, Simone. — disse com um tom sério e o seu sorriso feliz morreu imediatamente. — E também pedi demissão do bistrô. — Minha mulher franziu o cenho e me lançou um olhar confuso. — E é aqui que entra a minha proposta. Eu pensei que você poderia continuar com a sua função, sabe? Mas não nas ruas e nem trabalhando para a polícia federal.— Eu não estou entendendo, Petrus. — Droga! Eu imaginava estar em cima dela agora e não tendo uma conversa desse tipo em pleno início de lua de mel.— Eu quero abrir uma empresa de segurança, Simone. Eu seria o administrador, sei mexer com a contabilidade e toda aquela burocracia. E você, poderia ser a c
Simone Ok, casar com farda de polícia não é o sonho de nenhuma garota, também não era o meu sonho. Mas, vamos admitir, Petrus foi romântico de um jeito diferente, rústico e até dominador, como só ele sabe ser e foi esse seu jeitinho que me fez dizer um sim cheio de alegria. Esperei tanto tempo por esse momento. Confesso que cheguei a sonhar em me casar com ele e esse casamento em nada se aprecia com os inúmeros sonhos que tive ao longo dos anos e ainda assim, foi surpreendente, especial e com uma pitadinha de conto de fadas. Quem na vida foi sequestrada em pleno horário de trabalho para um pedido de casamento maluco e se casou segundos após dizer um sim? Eu, né? E eu amei isso. E agora estou aqui, dentro de um barco emprestada, para termos a mais curta, porém maravilhosa lua de mel. Soltei uma respiração pesada quando vi o meu marido na cabine do barco, o guiando para o alto mar. Sua camisa era sacudida com violência pelo vento, fazendo o tecido grudar na sua pele e desenhar nitidam
Simone— Não sou nenhum Adonis Kappas na cozinha, mas eu me viro muito bem — resmunga fazendo graça. E como se vira bem! Pensei, lembrando da sua dança de segundos atrás.— Quer ajuda aí? — indaguei saindo do seu abraço e fui até o fogão.— Sua? Sempre minha galega gostosa. — disse audacioso e me abraçou por trás para beijar demoradamente a minha nuca. E mais uma vez senti o meu rosto queimar, porque sei que se refere ao que fizemos na água mais cedo. Soltei um suspiro baixo e sorri da lembrança.— Termino de cortar os legumes. — Propus após bisbilhotar as panelas.— Ótimo! E eu cuido do peixe.— A propósito, onde conseguiu um peixe? — perguntei e começo a fazer os cortes.— Aproveitei o seu sono e pesquei um. — Parei o meu trabalho e o olhei embasbacada.— Você pescou um peixe? — indaguei impressionada e ele deu de ombros.— Pesquei. Tem algumas varas e iscas artificiais no depósito. Aproveitei o fim da tarde e a calmaria para pescar. — Sorri.É quase impossível me concentrar na cozi
Simone— Simone, está tudo bem aí? — Flávia me chamou pela terceira vez, mas eu simplesmente não conseguia responder, porque estava completamente sem voz, sem ação e sem entender o porquê que essa linha azul surgiu bem no meio do meu exame. Só pode ser um erro, certo? Errado! Eu repeti o exame exatamente três vezes, porque eram os três únicos que tinha na farmácia do banheiro e garanto que se tivesse mais, eu faria mais vezes. — Simone abre essa porta, estou preocupada com você. — Flávia insistiu. É nítida a sua preocupação, mas a minha vontade agora é de ficar sozinha e de me situar. Como isso aconteceu? Pus o último teste em cima do balcão da pia com os outros e encarei as três listras azuis se destacando nos objetos brancos.— Simone? — Petrus chamou alto atrás da porta e isso me fez estremecer. Como dizer pra ele que os nossos planos mudaram radicalmente? — Simone abre essa porta ou vou derrubá-la. — Ele bradou irritado. Me afastei do balcão em silêncio e segui para porta, girand
Adam — Isso é um absurdo! — Esbravejo pelo telefone.— Adam, eu não tenho o que fazer. Você precisa trazer a menina, precisa fazê-la assinar os papéis e só então você terá acesso a tudo. Sem a assinatura da Kelly, nada feito. — O advogadinho de merda disse.— Velho idiota! — rosnei. — Maldita hora que encontrei essa menina! Só contei para o meu pai sobre a sua neta porque achei que isso o faria mudar de ideia. Entretanto, o filho da puta acabou armando pra mim!— Você sabia que ele não confiava em você. — Ele diz impaciente e eu bufei audivelmente. — O fato de viver esbanjando dinheiro, noites e noites de farras…— Eu não preciso que me diga o que eu fazia ou o deixava de fazer, Salazar! — O cortei com impaciência. — Estou lhe pagando muito bem para fazer a anulação desse maldito testamento e nem isso você conseguiu fazer direito! — bradei.— Já disse, Adam, não posso fazer mais nada. Seu pai pensou em cada detalhe e a quinta cláusula é bem clara. Ela precisa abdicar de tudo para voc
AdamQuase meia-noite chego em casa, após beber com alguns amigos. Afinal, preciso mostrar que tenho uma vida normal e tranquila, além de construir o meu álibi perfeito. Tiro o meu terno, largo em cima do sofá e vou até o bar de canto me servir uma dose de uísque. Tomo um gole pequeno, enquanto observo a cidade silenciosa aqui do vigésimo andar do meu apartamento. Sinto falta da minha antiga cobertura onde as farras eram bem animadas, porém, não pretendo tomá-lo de volta, pois quero algo melhor e novo para receber a minha família. Tomo mais um gole da bebida e escuto o telefone chamar no bolso do meu terno. Largo o copo no tampo de vidro do bar e pego a roupa, tirando o aparelho de dentro do bolso.— Fala, Cavill — disse assim que atendo. Cavil é tipo o meu cão de caça, ele rastreia quem quero e quando quero e nesse exato momento ele está de olho na minha querida e estimada filhinha.— Não sabe quem estou vendo neste exato momento.— Desembucha, porra, não gosto desses joguinhos de me