Adam — Isso é um absurdo! — Esbravejo pelo telefone.— Adam, eu não tenho o que fazer. Você precisa trazer a menina, precisa fazê-la assinar os papéis e só então você terá acesso a tudo. Sem a assinatura da Kelly, nada feito. — O advogadinho de merda disse.— Velho idiota! — rosnei. — Maldita hora que encontrei essa menina! Só contei para o meu pai sobre a sua neta porque achei que isso o faria mudar de ideia. Entretanto, o filho da puta acabou armando pra mim!— Você sabia que ele não confiava em você. — Ele diz impaciente e eu bufei audivelmente. — O fato de viver esbanjando dinheiro, noites e noites de farras…— Eu não preciso que me diga o que eu fazia ou o deixava de fazer, Salazar! — O cortei com impaciência. — Estou lhe pagando muito bem para fazer a anulação desse maldito testamento e nem isso você conseguiu fazer direito! — bradei.— Já disse, Adam, não posso fazer mais nada. Seu pai pensou em cada detalhe e a quinta cláusula é bem clara. Ela precisa abdicar de tudo para voc
AdamQuase meia-noite chego em casa, após beber com alguns amigos. Afinal, preciso mostrar que tenho uma vida normal e tranquila, além de construir o meu álibi perfeito. Tiro o meu terno, largo em cima do sofá e vou até o bar de canto me servir uma dose de uísque. Tomo um gole pequeno, enquanto observo a cidade silenciosa aqui do vigésimo andar do meu apartamento. Sinto falta da minha antiga cobertura onde as farras eram bem animadas, porém, não pretendo tomá-lo de volta, pois quero algo melhor e novo para receber a minha família. Tomo mais um gole da bebida e escuto o telefone chamar no bolso do meu terno. Largo o copo no tampo de vidro do bar e pego a roupa, tirando o aparelho de dentro do bolso.— Fala, Cavill — disse assim que atendo. Cavil é tipo o meu cão de caça, ele rastreia quem quero e quando quero e nesse exato momento ele está de olho na minha querida e estimada filhinha.— Não sabe quem estou vendo neste exato momento.— Desembucha, porra, não gosto desses joguinhos de me
Adonis Diante das circunstâncias de tudo que esse imbecil já aprontou, tenho agora a certeza de que o seu alvo não era apenas a Kell. Ele quer a mim também, ele quer me destruir. Isso chega a ser doentio. Observo atento os peritos fotografando o galão de gasolina e do pé de cabra caído no chão bem próximo ao portão lateral do meu bistrô. Eles pegam o material usando luvas azuis, os envolvem em sacos plásticos e depois entram nos seus carros. O delegado responsável pelo caso se aproxima para falar algo.— A placa do carro não pertence diretamente ao senhor Adam e sim ao banco. Pegamos as imagens da câmera do poste e vamos ver no que vai dá. Quem o viu foi o seu amigo Petrus, certo?— Sim. — E você não viu nada?— Vi quando o carro saiu do beco, mas até então não sabia o que estava acontecendo. — Enquanto falo, ele anota.— E o senhor confia no seu amigo? Afinal ele esteve envolvido com o Adam, não é? — Semicerro os olhos e o encaro duramente. Aonde ele queria chegar com essa co
AdonisAlgumas horas depois…— O filho da puta está brincando de gato e rato com a gente! — brado esmurrando o tampo de madeira do bar de canto do escritório da minha casa. Algumas garrafas balançam e caem, assim como alguns copos e em seguida os cacos de vidros se espalharam pelo chão, derramando os líquidos. Carolina fica assustada com a minha reação e abraça a mãe. Imediatamente eu me arrependo por me exceder na frente de todos. Mas é impossível não explodir diante dessa situação. O filho da puta do Adam é escorregadio demais. Ninguém nunca consegue chegar perto desse desgraçado! Esfreguei o meu rosto exasperado quando vi a minha esposa levar as crianças para a sala de TV e respirei profundamente.— Você precisa se acalmar, Adonis. — Oliver pede baixinho. Eu assinto.— Eu sei, eu sei, mas está difícil, Olive! Como ele descobriu que íamos para a sua cobertura? O desgraçado limpou todo aquele lugar. Não havia nada lá além das coisas da Tina. — rosno completamente cansado de tudo isso
Kell Não sei dizer se isso é normal, mas ir à casa dos pais do meu namorado pela primeira vez, está me deixando de cabelos em pé. Em cima da minha cama há uma infinidade de roupas jogadas e bagunçadas, e confesso que nenhuma delas está me agradando. Eu sei, é bobagem. A Maah e a Cris já me disseram isso infinitas vezes. “Você é linda de todo jeito e suas roupas são maravilhosas! O Lipe te ama do jeito que você é.” Elas repetiram isso por várias e várias vezes, mas não é só isso. É o fato de hoje ser o aniversário do Felipe e eu tenho toda uma programação especial preparada só para essa noite. Sorrio e não sei dizer se é de felicidade ou de nervoso. O fato é que estou decidida a dar um passo delicado e não menos importante em nossa recente relação e que sei, que mudará muitas coisas na minha visão do mundo. Com um suspiro, ergo o vestido vermelho, estilo tubinho, todo trabalhado no guipir brilhoso, de alcinhas finas e delicadas e tem o comprimento até a altura dos meus joelhos. Bufei
Kell— Nossa, Kelly, você está… Linda! — Ele disse se aproximando para um beijo rápido que me deixou envergonhada. Abro um meio sorriso.— Obrigada! E esse carro? — pergunto olhando o Audi vermelho e lustroso atrás dele. Meu namorado olha para o veículo, passa a mão em sua lataria e quando volta a me olhar, exibe um grande sorriso.— Acabei de ganhar de presente dos meus pais. — Havia uma alegria palpável estampada em seu rosto. Meus olhos se engrandeceram de surpresa e confesso que não tenho palavras. — Vamos, senhorita? — pede com a educação de um lorde, abrindo a porta do carona para mim e antes de entrar, o beijo levemente.— Feliz aniversário, Lipe! — sussurro assim que me afasto e entro no carro.****A casa do Felipe não é muito diferente do que eu imaginava. É um apartamento enorme que fica em cobertura de um dos prédios mais luxuosos aqui da cidade. Passamos pouco tempo ali, só alguns minutos em uma comemoração particular — digo entre nós dois e os seus pais — até o momento d
Kelly Horas antes do acidente…— Não vamos ter pressa — disse baixinho, bem perto do meu ouvido, me fazendo fechar os olhos e curtir a leve sensação de arrepios que se espalhava por toda a minha pele. Lipe beijou o meu pescoço suavemente uma, duas, três vezes antes de se afastar e encontrar os meus olhos. Ele pegou o celular em seu bolso e foi até o som que está em um móvel encostado na parede, mexeu no aparelho por alguns instantes e logo o som da voz de Lewis Capaldi se espalhou pelo ambiente cantando Someone You Loved. Quando ele girou em seus próprios calcanhares, sorriu de lado e o seu sorriso me fez relaxar um pouco. — Primeiro quero dançar com você, Kelly — falou segurando uma de minhas mãos e a outra mão sua se apossou da minha cintura. Os nossos corpos começam a se mexer gostoso e lento. Fecho os meus olhos e deixo minha cabeça se acomodar confortavelmente no seu peito. Daqui é possível ouvir as batidas desenfreadas do seu coração. Está ritmado, como se fosse uma escola de s
Kell— Foi impressão minha, ou você fez planos para nós dois esse tempo todo? — Ele brinca depois de um tempo em silêncio, enquanto esperamos os nossos corpos se acalmarem. Rio do seu comentário.— Você não? — Ergo a cabeça para olhá-lo e ele dá de ombros.— Vou mentir se disser que não. Kell, ano que vem estarei indo para a faculdade de direito e assim que me formar, quero me casar com você. Não quero ter filhos logo, porque sei que quer fazer a sua carreira como chef, mas assim que estiver pronta, quero ter um monte deles. — Confessa entre beijos cálidos. Rio escandalosamente.— Um monte deles?! — O questiono embasbacada. Ele faz um sim, com a cabeça e rir também.— Tipo um time de futebol inteiro — diz com um sorriso divertido.— Minha nossa, Lipe! — ralhei impressionada e ele gargalhou. — Que horas são? — pergunto me ajeitando ao seu lado.— Deixe-me ver. — Ele pega o relógio de pulso largado ao lado do cobertor. — Pouco mais de meia-noite.— Santo Deus! — sibilo exasperada, salta