Simone— Ok, estou roendo as minhas unhas internamente e o meu coração parece que vai sair pela boca a qualquer momento e o meu estômago está revirado. Será que você pode me dizer do que se trata? — pedi minutos após entrarmos no trânsito.— Estamos perto, não seja curiosa. — Ele retruca impaciente.— Tá bom! Mas perto quanto? — insisti.— Perto, Simone. — rebateu.— Isso eu já entendi, mas quanto é perto para você? — Voltei a insistir.— Puta merda, Simone! Você é mesmo ansiosa, hein? — rosnou irritado e eu suspirei.— Sou e muito e você não faz ideia. Então… Só me fala um pouquinho sobre essa surpresa. — Uni as mãos em uma prece e pisquei algumas vezes pra ele.— Não.— Chato! Se eu roer as minhas unhas de verdade, a culpa é toda sua! — resmunguei aborrecida e me ajeitei no banco, para encarar a estrada. Minutos depois Petrus parou o carro em um estacionamento privado e quando desligou o motor, me olhou com uma cara de um pai que está prestes a repreender o seu filho.— Me lembre de
SimoneQuando passei pela porta e entrei no salão de tamanho mediano, encontrei o meu noivo me olhando com extrema admiração e para a minha surpresa, Petrus não estava mais usando o seu habitual jeans azul amarrotado, nem a sua camisa de botões suada ou algo assim. Meus olhos percorrem ávidos o lindo conjunto de terno negro, com uma camisa branca por dentro e os seus cabelos agora estão arrumados para trás com gel. Deus, ele está tão lindo! Parei de respirar quando ele começou a caminhar em minha direção e quando se aproximou, me abriu um sorriso tímido e suspirou.— Você está tão linda, minha galega! — sussurrou e eu sorri. Pois é, para um casamento de última hora, estamos radiantes até demais. Pensei.— Você também não ficou por menos. — sussurrei de volta e o seu sorriso se alargou.— Vem. — É a única coisa que ele diz, depois de segurar a minha mão e me guia para a tal porta. Ao passarmos por ela, encontramos um corredor estreito e cheio de portas com alguns quadros que inspiram o
Petrus Está na hora de mudar as minhas expectativas. Ser um garçom nunca foi o meu sonho. Sou um administrador, um líder, a pessoa que manda e não a porra de um pau-mandado. Trabalhar para o Adonis não é uma coisa ruim. O cara paga muito bem e além dos extras, ele não é um mau patrão. Todos os seus funcionários gostam dele e pode ter certeza de uma coisa, não sou um ingrato e não vou morder a mão que me foi estendida. Mas, estou cansado de ser o único aqui a perder nessa situação toda. Sem falar que a Simone merece algo melhor de mim, não um cara cansado de uma noite de trabalho, que chega pela madrugada e que tem pena de acordá-la porque ela teve um dia tão cheio quanto a minha noite. Isso não é justo. Não está certo, não após eu decidir dar uma oportunidade para nós dois. Agora que provei para todos que não fui o mentor do roubo do banco e que também fui uma vítima do Adam, vou procurar os meus direitos e vou atrás do que é meu e é exatamente por isso que eu estou aqui, na frente d
PetrusAlguns dias depois...101... 102... 103... 104... 105... 10... Droga! Resmunguei mentalmente me deixando cair suado no chão do meu quarto, quando escutei o som do meu celular tocar alto, atrapalhando as sessões de abdominais. Me levantei pegando uma toalha de rosto que estava largada do meu lado e sequei o meu rosto antes de atender o meu advogado. Meu coração chegou a dá um salto de antecipação.— Stefan? — Atendi ainda ofegante por conta do exercício.— Está feito meu amigo. — O homem disse com uma animação contida e ao mesmo tempo confiante. Imediatamente o meu coração bateu ainda mais forte e ritmado.— Está feito? O que está feito? — perguntei nervoso, mesmo sabendo a resposta, porque preciso ouvir com os meus ouvidos que a minha vida está voltando para as minhas mãos outra vez.— O promotor Ulisses Camargo abriu uma liminar e os seus bens voltarão a ser seus. — Eu ri e ao mesmo tempo chorei.— Como conseguiu isso, Stefan? Quer dizer, eu sei que você é foda cara, mas tão r
Petrus Momentos antes do pedido de casamento...Ao longo da minha vida, eu sempre fui um cara durão, do tipo que um pedido de perdão dificilmente sairia da minha boca. Então eu procurava ser um cara correto, aquele que mesmo sendo rústico, sério demais ou de cara dura, era sempre querido por todos. Dos primos e irmãos, eu era o mais velho, portanto aprendi desde cedo o significado da palavra responsabilidade e depois que me afastei dos meus pais, Renan Kappas, mesmo que de longe reforçou o meu caráter. Então você pode se perguntar… Porque traiu uma das pessoas que mais prezava nessa vida? A resposta? O desejo de vencer a qualquer custo, a maldita ganância que corroía os meus ossos e a minha alma. E isso tornou a minha vida um inferno. Eu nunca quis magoá-lo de fato. A ideia era pegar o dinheiro sem ele perceber, fazer o investimento, ter o retorno em dobro e devolver a parte do Adonis. Era simples. Era fácil e pragmático. Mas a minha cegueira não me deixou ver quem realmente era Adam
PetrusA luz do dia invadiu o meu quarto me fazendo gemer em protesto. A minha última noite no bistrô foi terrível. Nunca vi aquele lugar tão lotado como na noite passada. Já passava de uma e meia da madrugada, quando cheguei no apartamento de Simone e pensei em tomar um banho rápido, e ir para a cama quentinha da minha namorada, mas, qual não foi a minha surpresa ao vê-la despojada em minha cama, usando apenas uma calcinha de renda branca, e uma camisa minha. Ela estava agarrada ao meu travesseiro. Instintivamente fui até ela e a beijei calidamente algumas vezes, a fazendo se mexer em cima do colchão. A camisa subiu um pouco, revelando parte da sua barriga sequinha, da pele branquinha e da calcinha rendada. Suspirei. Não era justo acordá-la. Não, a essa hora da madrugada, seria um crime fazer isso com ela. Relutante, eu me afastei e entrei no banheiro, tomei um banho rápido louco de vontade de ficar perto dela. Minutos depois me deitei sentindo a maciez do colchão debaixo do meu corp
Petrus— Quem é você? — Ele quis saber e eu só conseguia pensar, é agora que vem o massacre. Dei dois passos intimidantes em sua direção e ele engoliu em seco.— Petrus Borbolini, o noivo — falei com firmeza na voz.— Noivo? — Ele perguntou surpreso. Simone pareceu confusa e, ao mesmo tempo, ainda mais surpresa com a minha resposta. Que se dane! Eu a pedirei em casamento alguns minutos mesmo. Então sim, somos noivos.— É, noivo. — Confirmei de uma maneira até petulante e cara ficou sem jeito.— Desculpa, é que eu pensei que nós… — Simone respirou fundo e o que ela falou em seguida afagou o meu coração desesperado.— Desculpe, Nicolas! Mas eu nunca disse que nós dois…— Tudo bem, acho que eu demorei demais para agir, não é? — Ele a interrompeu e se virou para me encarar outra vez. O tal Nick parecia finalmente vencido, ele seguiu para a porta, mas antes de realmente sair da sala, me lançou uma advertência do caralho.— Cuida dela direitinho cara, e não se atreva a fazê-la sofrer, porqu
Petrus Me afastei do grande livro para que a minha esposa o assinasse e ao dar dois passos para trás, encontrei o Adonis em pé bem na minha frente. Seus olhos não me dizem muita coisa. Eles pareciam neutros, estavam mais sérios e eu arrisco dizer até imponente enquanto me olhava. Sem saber o que fazer, eu passei as mãos nas laterais da minha calça, esfreguei o tecido nas palmas suadas e inesperadamente ele me estendeu sua mão e isso fez algo dentro de mim, acelerar e tremer. Olhei a mão estendida por uma questão de segundos, me sentindo confuso e quando voltei a olhá-lo nos olhos, encontrei emoção neles. Um brilho que há muito tempo não via. Emocionado segurei com firmeza a sua mão e o meu amigo me puxou para um inesperado abraço apertado.— Eu te perdoo meu irmão! — Ele disse com a voz embargada em meio ao abraço. Meu coração acelerou demasiado no peito e logo as lágrimas despontaram, queimando os meus olhos. O apertei em meus braços, pois não queria mais soltá-lo. O meu amigo e irm