Agnes — Ana, o senhor Clive Parker está vindo aqui. Por favor, faça-o entrar assim que chegar e… Não avise a Flávia, por favor! — peço com meu habitual tom profissional e a minha secretária me lança um olhar especulativo.— A senhora vai recebê-lo sozinha? — percebo o receio em sua pergunta e respiro fundo.— Ok, você está certa. Então, só, chama a Flávia se for necessário. Se for necessário, Ana — advirto-a. Ela assente e eu volto a minha sala, fechando a porta atrás de mim. Não consigo imaginar o que esse imbecil ainda quer de mim. Eu realmente achei que o fato de não ter perdido nada, o deixaria mais calmo e longe de todos nós. Principalmente de mim e da Kelly. Aliás, ainda não entendi como de falido e jogado na sarjeta, o Adam voltou a ser dono do banco e ainda com uma conta bancária bem recheada. Ana dá duas batidas leves na porta me despertando e Adam passa por ela logo em seguida com o seu habitual porte arrogante. Observo as roupas caras, o relógio de ouro branco em seu puls
Agnes— Tudo bem com você? — Adonis pergunta assim que me ver adentrar o hall do bistrô movimentado. Sorrio, porque não quero deixá-lo preocupado, mas a verdade é que depois da minha conversa com o Adam, eu não estou nada bem. Não mesmo.— Estou. — Minto lhe dando um beijo casto.Do outro lado do grande salão vejo a minha filha. Ela está tão linda e empolgada, usando um avental branco que tem a logo da loja, que é um chapéu de Chef desenhado, formando o nome do bistrô nele. No topo da sua cabeça tem um chapéu de Chef branco, assim como o avental. Ela está conversando com um casal de clientes, provavelmente recebendo os parabéns por algum prato que fez. Ah sim, a Kelly se aventura de vez em quando na cozinha do bistrô para praticar as suas receitas. Puxo a respiração de uma maneira sutil, quando penso que terei que contar para ela que o pai deseja vê-la a todo custo. Kelly sempre deixou bem claro que o Adam não é ninguém para ela, além do homem do mal que a magoou, que prendeu o seu p
Petrus Estou olhando para o teto do meu quarto já tem algum tempo. Porra o que eu ia fazer? Foi por pouco, muito pouco. Esfrego o meu rosto e decido ir para a sacada do prédio e sou recebido pelo vento gelado da noite, que acalma o meu corpo e a porra do calor escaldante que mexeu com a minha libido. Intocável… Será que é tão difícil entender isso? Saio da sacada horas depois, quando já me sinto mais calmo e volto a me jogar na cama. O sono não demora a me dominar.…— Petrus, onde está a sua prima? — Meu tio Otávio perguntou assim que entrou na oficina. Ele parecia pálido e cansado. Rapidamente me levantei do banco e corri para segurá-lo. Otávio Borbolini era um homem robusto, dono de uma energia invejável, até descobrir um câncer em estado terminal nos pulmões. Desde que perdeu Débora, sua esposa no parto da sua única filha, dedicou a sua vida apenas a ela. Simone Borbolini hoje é uma garota linda e sorridente, ela tem apenas oito anos e todos aqui gostam muito dela.— Sente-se aq
Petrus— Ficou maluca, sua vadia? — Escuto uma voz alterada por trás de uma cortina grossa.— Isso é loucura, eu não sou casada! — A voz feminina soa desesperada em seguida.— Bom, o cara que está lá fora disse que é. E ele tem até uma foto dos dois juntos. — O grandão argumenta. Escuto o bate-boca dos três e quando afasto a cortina que separa um cômodo do outro, eu finalmente a vejo. Sandy está usando algum tipo de lingerie de couro sintético preto e botas de cano longo da mesma cor, que vão até à metade das suas coxas, além de uma maquiagem pesada para o horário e um tipo de coleira preta com pontas prateadas no pescoço.— Então você está aqui, não é sua vadia? — rosno chamando a atenção de todos para mim.— Petrus? — Ela praticamente grita o meu nome.— Você conhece esse homem? — Um cara alto demais, com uma barba muito cheia, estilo lenhador brada. Ela tenta falar, mas eu me sobreponho entre eles.— Sua puta, desgraçada! Deixou a nossa filha sozinha, trancada em um apartamento, pa
PetrusUma hora da madrugada e eu ainda estou acordado e largado em cima da minha cama. Por quê? Estou me perguntando a mesma coisa. Às oito em ponto vi a minha prima sair do apartamento usando um lindo vestido curto, preto e colado ao seu corpo de uma maneira quase indecente. Seus cabelos loiros e compridos estavam soltos e caiam como uma linda cascatas dourada pela extensão das suas costas semi nuas e havia a porra de um salto agulha vermelho em seus pés que a deixava sexy pra caralho! Meu sangue ferveu quando a campainha tocou e um cara apareceu na porta. O filho da puta levou uma mão à base da sua coluna sem nenhum receio e a guiou para fora do apartamento. Eu tive que engolir tudo calado. E, porque estou puto da vida? Isso eu também não sei. Porra, ela precisa de alguém na vida dela, certo? E eu só preciso que garantir que "esse alguém” a faça feliz, só isso. A parte pior é que na minha burrice, eu preparei um jantar para nós dois, como um pedido de desculpas pelo que houve na no
Simone Eu não vou chorar. Não vou chorar outra vez por ele. Que absurdo! Como ele faz uma promessa dessas para o meu pai? Eu não sou a pobre menina em perigo e tão pouco preciso de uma babá. Eu não preciso que cuidem de mim, sei me cuidar muito bem sozinha. Entro no meu quarto, batendo a porta com mais força do que o necessário e me encosto na madeira logo em seguida, puxando a respiração com força e engolindo o meu choro. Minutos depois escuto alguns murros fortes contra a parede lateral do meu quarto e a encaro assustada. Eu me afasto da porta e me aproximo lentamente da parede, levando uma mão e tocando o local onde senti a vibração do punho de Petrus com mais intensidade. Depois disso veio o silêncio, um longo silêncio. Puxei a respiração e me afastei da parede. Depois comecei a me desfazer do vestido, quando a porta do meu quarto se abriu com muita violência e um Petrus ofegante e aterrorizado passou por ela. Os seus olhos estavam extremamente assustados. Ele tenta falar algo, p
SimoneA princípio os movimentos não são calmos, tão pouco cuidadosos. Petrus parece gostar de um sexo forte e punitivo. A pior parte é que eu estou amando a sua força e a sua indelicadeza dentro de mim. Logo me vejo pronta para mais um orgasmo e esse parece ser ainda mais forte do que o primeiro. Ele segura os meus cabelos com força e me olhando como um homem primitivo, morde seu lábio inferior e mete com ainda mais força. — Vem comigo, galega — ruge entre dentes. O suor da sua testa pinga em meu rosto. Ele aperta as minhas carnes e aperta ainda mais os dedos em meus cabelos e solta um rosnado alto que vibra por todo o quarto. Sou arrebatada mais uma vez. Arremessada com violência para o abismo e um grito gutural sai de minha boca em seguida e depois disso só se ouve os sons das nossas respirações ofegantes pelo quarto. Esse silêncio todo me incomoda. Já faz quase meia hora que tudo aconteceu e nós estamos completamente calados. Petrus está deitado de lado e olhando para mim, mas os
Carolina — Olha esse beijo! — Naty fala praticamente babando na tela de quarenta e duas polegadas.— Eca, ele está enfiando a língua na boca dela! — digo fazendo uma cara de nojo e ela revira os olhos, balançando os dedos com desdém.— Carol, nós somos uma geração jovem, radicais, entendeu? Temos que aprender essas coisas, ou quando formos adolescentes de verdade, vão achar que somos duas retardadas. É isso que você quer? — Ela fala autoritária, levando as mãos à cintura. Eu me jogo no sofá macio da sala de TV da minha casa e encaro o teto branco, bufando para o seu comentário. Ou, acho que vocês não tiveram o prazer de me conhecer… Ainda. Eu me chamo Carolina Ferraço Kappas e essa maluquinha ao meu lado é a Nathalia Borbolini Simões. Nós somos super, hiper, megas amigas e isso desde quando? Desde sempre. Nascemos no mesmo hospital, no mesmo dia e praticamente na mesma hora. Estudamos na mesma escola desde piquititinhas e frequentamos os mesmos lugares também. O interessante é que e