CarolinaDurante o almoço, servido na área da piscina, noto os olhares da minha irmã e do Lipe constantemente na mesa. Eles são tão lindos! Penso animada com a ideia de ter um cunhadinho delícia. Mas também sinto os olhares do tio Oliver e do papai sobre ambos o tempo todo vigilantes.— É impressão minha ou esses dois estão cercando o Lipe e a Kell o tempo todo? — Naty pergunta levando a mão ao queixo.— Ah sim, com certeza eles estão cercando — digo olhando do meu pai para o meu tio que estão sentados nas pontas da mesa. Os coitados mal conseguem segurar na mão um do outro. Minha mãe e a tia Flávia estão empolgadas demais em uma conversa animada com os pais do Lipe do outro lado da piscina e não percebem o cerco. Preciso tirar os olhos desses dois do meu casal preferido no mundo. Penso. Olho para Naty que parece pensar o mesmo que eu. A danada sorri e eu já sei que ela tem alguma ideia do que fazer. Então do nada ela começa a gemer alto e dolorido.— Ai! Ai! Ai! — Naty leva a mão à
Adonis — O cara é só um franguinho. — Oliver diz baixinho parando ao meu lado. Eu respiro fundo olhando o jovem rapaz de aparentemente uns dezessete anos, sentado no meu sofá da sala.— Ele é bem legal! — Flávia diz colocando algumas azeitonas na boca.— É um marmanjo querendo deflorar a minha fadinha. — Meu amigo rebate e sua esposa revira os olhos. Eu só consigo pensar que a minha pequena fadinha, não é mais tão pequena assim. Ela cresceu e está escapando pelos meus dedos como se fosse água. Do outro lado da sala, a minha esposa faz companhia aos pais do tal Felipe. É duro de aceitar, mas o rapaz me conquistou apenas com essa atitude de querer vir até aqui me enfrentar. — O que faremos para botar esse franguinho pra correr daqui? — Oliver pergunta cruzando os braços e erguendo o olhar de modo desafiador. Solto mais uma respiração audível e olho nos seus olhos.— Nada — digo simplesmente e os olhos do Oliver me encaram perplexos. Dou de ombros. — Vamos apenas ficar de olho, Oliver.
Adonis…Entro na cozinha e pego uma frigideira em cima do balcão de mármore e a reservo em cima do fogão. Pego alguns ovos, bacon e inicio o processo para um delicioso café da manhã. Minha mente me leva para alguns dias atrás.— Adonis? — A voz da Tina soou baixinho bem atrás de mim.— Fala, Tina — disse sem olhá-la e continuei mexendo nas garrafas.— Eu estive pensando, você e eu não conversamos mais sobre nada. Eu fiz alguma coisa errada? — perguntou. Eu parei o que estava fazendo e encarei a garota em pé ao meu lado, segurando uma bandeja de prata vazia. Que papo era esse? Me perguntei imediatamente e me virei de frente para a garota.— Do que você está falando, Tina? Eu falo com você todos os dias — falei em minha defesa. Ela soltou um suspiro baixo e continuou.— Eu sei. Quer dizer, estou falando como nos velhos tempos, de sairmos, bater um papo descontraído, essas coisas. — Lancei lhe um olhar especulativo, unindo as sobrancelhas.— Tina, eu sou um homem casado agora e tenho du
Flávia A melhor parte da minha profissão são as fofocas e o poder de transformá-las em algo muito, muito grande, ou em algo bem insignificante, do tipo que qualquer bom jornalista perde o interesse. É o meu papel mais sério da vida. Fazer a Agnes Ferraço sair limpa das loucuras daquele embuste do Adam, me deu um pouco de trabalho e a parte mais instigante foi manter o foco dos seus seguidores no casamento mais simples e mais bonito que já vivi e assisti na vida, o nosso casamento no sítio. Esse sim, foi manchete por meses a fio e o Adam ficou completamente no esquecimento. Agora eu tenho dois clientes fodões. Continuo cuidando da minha empresária favorita e agora também da vida social do Adonis e do seu bistrô. Eu sei que não devia, mas encher aquele lugar de gente cheia de dinheiro pra gastar não foi só mérito do nosso chef - que diga-se de passagem, cozinha divinamente bem — mas tem o meu dedo mágico metido naquele sucesso todo também e a Kelly como sua assistente mirim foi um gran
Flávia— Qual é meninas, eu vivo no mundo da moda. Viagens e mais viagens, lembram? Agora me contem que eu quero saber. — Ela segura as nossas mãos e nós voltamos a nos sentar no sofá. Faço um pequeno resumo da saga Petrus/ Simone, que deixa a minha amiga embasbacada e quando termino de contar a minha versão da história, eu e a Agnes encaramos a Simone e sem saída, ela se ajeita no sofá.— Você comeu o Petrus, ou não comeu? — pergunto de novo, mas agora com um sorriso libidinoso e cheio de insinuações. A loira fica vermelha imediatamente.— Fala logo Simone! — Agnes pede exacerbada e munida de curiosidade. Simone solta uma respiração profunda e sorri toda sonhadora.— Eu saí com um amigo do meu trabalho na noite passada e quando cheguei em casa. — Ela faz um suspense.— O quê? — pergunto. — O quê? — Agnes pergunta.— Então, a princípio ele estava furioso. Discutimos mais uma vez e eu pensei que seria mais uma noite de negação, mas ai ele…— O quê?— O quê? — Ela suspira e sorri.— Nó
KellEnfim a hora mais esperada por mim; o final da aula. Esse toque que antes era irritante, hoje parece música para os meus ouvidos e tudo isso porquê? Ah vai! É lógico que é por causa dele. O Lipe bem que podia estudar na minha sala. Uma pena ele está um ano na minha frente. Penso enquanto arrumo rapidamente a minha mochila, contando os segundos para estar com ele e acredite, eu não sou a única ansiosa por aqui. Sorrio quando vejo a minha amiga Cris com a mesma pressa para encontrar o Call. Não temos visto mais o Fabinho desde aquela loucura que fizemos ao sair do apartamento dos pais da Marina e caímos na noite. Aquela noite foi de enlouquecer.— Vamos embora! — Marina disse animada. Então, Maah tem sido nossa companhia e simultaneamente, a nossa empata beijos, como o Lipe costuma dizer. Acho engraçado o apelido, mas não afasto a Maah de nós por nada desse mundo, ainda mais agora que entendi o porquê desse seu lado revolts. Abro um sorriso largo quando vejo o meu namorado me espe
KellNo táxi, o meu celular começou a dar vários sinais de mensagens de uma só vez. O peguei dentro da minha bolsa e abri a tela com curiosidade, vendo serem mensagens da Marina. Droga, eu havia me esquecido dela!...MENSAGEM DA MARINA PARA KELL:Porra Kell, onde você está?Me diz que o pedófilo não te pegou.Eu devia ter jogado uma pedra em sua cabeça,só pra ver se tem mais consideração por suas amigas.Onde você está cacete?!!...MENSAGEM DA KELL PARA MAAH:Desculpa! O celular estava na bolsa.Não ouvi as mensagens....MENSAGEM DA MARINA PARA KELL:Puta que pariu! Estava quase tendo um troço aqui.A Cris está toda se tremendo, mas o Call está cuidando dela na minha sala.O que aconteceu?... MENSAGEM DA KELL PARA MAAH:Estou bem, diz pra ela.O Lipe me levou para casa dele....MENSAGEM DA MARINA PARA KELL: Há sua vaca! Tava se aproveitando do seu herói, né? Na casa dele? E o que os safadinhos estão fazendo agora?...MENSAGEM DA KELL PARA MAAH:Kkkkkkk acredite, não estam
AdamAperto o botão e o vidro escuro do carro começa a descer lentamente. Aos poucos a visão da escola começa ficar clara diante dos meus olhos. Alguns alunos começam a sair e não demora muito para que eu a veja. Kelly Ferraço, uma garota de sorriso fácil, tão linda quanto a sua mãe. Minha filha. Saio de dentro do carro, ajustando o meu terno em meu corpo e olho as horas no meu relógio de pulso, esperando com expectativa a oportunidade de me apresentar da minha filha, mas a mesma é barrada na metade do caminho por um garoto que ao se aproximar, a beija carinhosamente na boca. Sério, namoradinho nessa idade? Isso está ficando cada vez melhor. Penso satisfeito.Desde que saí da prisão pus os meus novos planos em prática. Primeiro, retomei o poder do meu banco. Segundo, certifiquei-me de que a minha conta estivesse gorda o suficiente, afinal o dinheiro é a engrenagem principal que fará tudo acontecer a meu favor, é claro. Agora eu só precisava me aproximar de uma certa adolescente e conv