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6 - ENCONTRO COM A NOIVA

Celina ainda sentia o impacto da surpresa enquanto se sentava na cadeira de couro à frente da enorme mesa de mogno. O choque de o encontrar naquele escritório luxuoso, o homem misterioso da noite no hotel a deixou sem palavras por alguns instantes. Ele estava ali, à sua frente, como seu possível chefe.

Thor Miller a olhava fixamente, os olhos intensos examinando cada detalhe de sua expressão. Como se estivesse se divertindo com a situação. Ele não parecia surpreso em vê-la, e isso só a deixava ainda mais nervosa.

— Senhorita Bernardes — ele começou, a voz grave e carregada de uma calma irritante. — Por favor, fique à vontade.

Celina engoliu em seco e tentou recuperar o controle de si mesma. Endireitou a postura e tentou parecer profissional.

— Obrigada — sua voz saiu quase um sussurro

Thor se recostou na cadeira, sem desviar o olhar.

— Antes de começarmos, vou me apresentar. Sou Thor Miller, CEO da Miller Holdings. Meu avô, Thor Miller, e meu pai, Roberto Miller, construíram esse império, e agora eu estou no comando. Sou presidente da T&R Enterprises e estou pessoalmente conduzindo essa entrevista porque a vaga é para ser minha secretária-executiva.

Celina assentiu, sentindo o peso do nome Miller. Aquele sobrenome era gigantesco no mundo dos negócios. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Trabalhar diretamente para ele? Seu coração acelerou.

— A vaga é para ser minha secretária-executiva, e faço questão de selecionar pessoalmente quem ocupará esse cargo — ele continuou.

Celina engoliu em seco, tentando se concentrar.

— Para prosseguirmos, me fale um pouco sobre sua experiência profissional.

Celina inspirou fundo e se concentrou.

— Trabalhei em três empresas antes de me afastar do mercado. Iniciei minha carreira como recepcionista em uma empresa de logística e, após um ano, fui promovida a assistente administrativa. Depois, consegui uma oportunidade como secretária-executiva em uma multinacional do ramo farmacêutico, onde fiquei por três anos.

Thor escutava atentamente, os olhos semicerrados, analisando cada palavra.

— E por que deixou esse último emprego?

Celina hesitou. Ela engoliu em seco, mas respondeu com firmeza:

— Optei por me dedicar à família.

Thor ergueu uma sobrancelha, parecendo interessado.

— Entendo… — ele disse, inclinando-se ligeiramente para frente. — Você tem disponibilidade para viagens?

— Sim, tenho.

— E quanto a idiomas?

— Sou fluente em inglês e espanhol.

Thor assentiu, analisando o currículo dela no notebook à sua frente.

— O RH entrará em contato para falar sobre os benefícios e o salário — disse ele, fechando o arquivo.

Celina sustentava a postura profissional, mas sentia um peso esmagador no peito. Ela pensava se ele realmente não ia mencionar nada sobre a noite que tiveram. Mesmo assim se manteve firme, sabendo que ele estava testando-a.

Thor, por outro lado, parecia fazer questão de agir como se nunca a tivesse visto antes.

Em um determinado momento, ele desviou os olhos para o vidro panorâmico atrás dela e, por um segundo, sua mente o traiu.

Ele se lembrou da noite no hotel.

Do corpo dela sob o seu, dos gemidos abafados pelo travesseiro, do cheiro doce que impregnava sua pele…

Uma onda de excitação percorreu seu corpo, mas ele tinha controle demais sobre si mesmo para deixar transparecer. Endureceu a expressão e disfarçou com naturalidade, retomando a conversa sem qualquer alteração em sua postura.

Celina notou quando os dedos dele deslizaram sutilmente sobre a borda do notebook. Foi rápido, quase imperceptível. Mas ela sabia o que aquilo significava.

Ele estava lembrando.

Tentando se manter firme, Celina cruzou as pernas e ajeitou as mãos no colo.

— Agora, me diga… — Thor voltou a falar com a voz carregada de uma nota sutil de ironia. — Depois de cinco anos fora do mercado, o que a fez buscar essa oportunidade?

Celina hesitou.

— Estou me divorciando — ela respondeu, baixinho.

Thor ergueu uma sobrancelha e voltou a olhar para o currículo no notebook.

Um sorriso quase imperceptível surgiu em seus lábios.

Ele deslizou os olhos pelas informações e seu tom ganhou um traço irônico.

— Interessante — murmurou, com um tom carregado de sarcasmo. — Aqui não menciona que você é casada. Então, não é senhorita… é senhora Bernardes.

Os olhos dele se fixaram nos dela

Celina sentiu seu corpo travar. O sangue subiu para o rosto, e suas bochechas arderam.

— Achei irrelevante colocar.

Thor sorriu de lado, como se soubesse que aquilo a incomodava.

Ele fechou o notebook e cruzou os braços.

— Se está se divorciando, não seria mais fácil simplesmente viver da pensão do seu marido? — perguntou, com um tom levemente provocativo. — Digo, pelos seus trajes e postura, é notório que você é uma dama da alta sociedade.

Celina sentiu o sangue ferver. Com a voz firme, respondeu sem hesitar:

— Eu preferia morrer a depender de um homem.

Thor arqueou as sobrancelhas, surpreso pela resposta.

— Orgulho ferido? — ele rebateu, desafiador.

Celina sustentou o olhar dele.

— Não. Apenas quero recomeçar minha vida.

Thor ficou em silêncio por alguns segundos, avaliando-a.

— Entendi — disse ele, finalmente.

Mas algo ainda o incomodava.

— Seu divórcio já foi finalizado?

Celina franziu a testa, começando a se incomodar com o rumo da conversa.

— Ainda não.

Thor inclinou-se um pouco para frente.

— Preciso de alguém que tenha disponibilidade para viagens e, inevitavelmente, você terá que viajar sozinha comigo, seu chefe. Isso não vai ser um problema?

Celina engoliu em seco ao ouvir aquilo. A ideia de estar sozinha com Thor em viagens a fez sentir-se desconfortável, mas sua situação não lhe permitia hesitação.

— Ex-marido — corrigiu, séria. — E não, isso não será um problema.

Thor observou-a mais uma vez, como se quisesse ter certeza de que a decisão dela era definitiva.

— Certo — disse ele, finalmente. — Preciso de alguém disponível para viagens, organizada, pró-ativa, paciente e que saiba lidar com imprevistos. A vaga exige boa comunicação e discrição, já que será minha secretária direta — ele disse, entrelaçando os dedos sobre a mesa.

Celina endireitou a postura e respirou fundo.

— Entendo.

— Você se sente apta para essa vaga?

Antes que ela pudesse responder, a porta se abriu abruptamente.

— Amor! — uma voz manhosa preencheu a sala.

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