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7 - A DESCOBERTA DA GRAVIDEZ

Celina se virou e viu uma mulher lindíssima entrar sem hesitação. Sentiu o estômago despencar.

A mulher foi diretamente até Thor e, por trás da cadeira, passou os braços ao redor do pescoço dele.

— Que saudade, amor — disse ela, inclinando-se para um selinho rápido.

Celina ficou paralisada.

Seus olhos instintivamente desceram para as mãos de ambos.

Ali estavam.

As alianças douradas.

Thor limpou a garganta e, com visível irritação, afastou a mulher com delicadeza.

— Isabela — disse ele, em tom de advertência. — Já te falei que não aceito interrupções quando estou em uma reunião de trabalho.

Isabela revirou os olhos e sorriu de lado.

— Deixa de ser chato, amor.

Ela olhou rapidamente para Celina, seu olhar carregado de desprezo.

Celina sentiu como se tivesse levado outro tapa no rosto.

Como ela pôde ser tão idiota?

Isabela, aparentemente satisfeita, deslizou os dedos pelo ombro de Thor e saiu da sala.

Thor ajeitou o paletó e voltou sua atenção para Celina, como se nada tivesse acontecido.

O sangue de Celina ferveu.

Ela nunca se sentiu tão ridícula em toda a sua vida. Seu corpo travou, o sangue subiu para o rosto, e suas bochechas arderam.

Por um momento, flashes da noite no hotel invadiram sua mente. Ela se viu novamente saindo do quarto às pressas, fugindo como uma criminosa ao amanhecer.

Seus olhos brilharam de constrangimento.

— Algum problema, senhora Bernardes? — Thor perguntou, fingindo inocência.

Celina desviou o olhar, tentando recuperar a compostura.

— Não… está tudo bem.

— Continuando… — ele disse, sem emoção. — Você está apta para a vaga?

Celina queria gritar não. Queria levantar, dizer que não aceitaria trabalhar para um homem como ele e ir embora.

Mas, a realidade bateu com força, precisava daquele emprego.

Seus olhos brilharam de raiva, porém sua voz saiu firme e decidida:

— Sim.

Thor a observou por um instante, parecendo medir sua resposta.

Então, levantou-se da cadeira e estendeu a mão.

— Bem-vinda à empresa.

Celina apertou a mão dele, sentindo a frieza do contato.

— Procure o RH para formalizar a contratação.

Ela assentiu e saiu da sala, sentindo-se um caco, porém, prometendo para si mesma, que nunca mais um homem faria isso com ela.

Depois de resolver sua contratação no RH, Celina saiu da empresa decidida esquecer aquela noite no hotel e assim fez.

Sua adaptação ao novo emprego foi difícil, Thor era um chefe exigente, mas ela não desistiria, mostraria seu valor.

Quinze dias após seu início, Celina observava Thor sentado à frente do último candidato do dia. A equipe finalmente estaria completa. Foram quinze dias intensos desde que ela começou a trabalhar ali, e ele exigia dela o máximo de profissionalismo. O homem que estava à sua frente naquela sala de entrevistas, não era o mesmo que ela conheceu no Skye Bar.

Ali, Thor Miller era frio, analítico e implacável. Fingiu tão bem que a noite deles nunca aconteceu que, às vezes, Celina se perguntava se tinha imaginado tudo.

A entrevista terminou, e Thor dispensou o candidato com um aceno de cabeça. Assim que a porta se fechou, ele virou-se para ela.

— O que achou?

Celina analisou suas anotações.

— Ele tem experiência e um bom histórico profissional. Parece comprometido. Acho que podemos fechar a contratação.

Thor assentiu.

— Envie a proposta ainda hoje.

Ela confirmou com a cabeça, e Thor voltou a atenção para seu notebook, encerrando a conversa. Celina apertou os lábios. Era sempre assim. Curto e direto, sequer a olhava por mais de alguns segundos.

E isso a consumia de ódio.

Não porque queria que ele a tratasse de forma especial, mas para ela, era inadmissível ter sido a outra, mesmo sem saber. E agora estava ali, convivendo com ele todos os dias, sendo tratada como se fosse invisível.

Mas precisava daquele emprego.

Sua nova rotina era exaustiva, e seu corpo sentia o impacto da mudança. Foram cinco anos vivendo no luxo, sem precisar se preocupar com nada além das aparências. Agora, trabalhava duro, se desdobrando para reconstruir sua vida.

E ultimamente, algo estava errado.

O cansaço era esmagador. O sono, incontrolável. E, por algum motivo, os cheiros estavam mais intensos do que o normal.

O telefone tocou sobre sua mesa.

— Senhora Bernardes, traga um café para mim.

A voz dele era firme, autoritária.

Celina fechou os olhos, respirando fundo antes de responder:

— Sim, senhor. Já estou indo.

Era a primeira vez que ele pedia algo assim. Talvez um teste. Talvez uma provocação.

Levantando-se foi até a copa, preparou o café como sempre gostava: forte, com três gotas de adoçante. Assim que o cheiro intenso subiu, seu estômago revirou.

Segurou o enjoo levando a xícara até a sala dele.

— Com licença.

Thor nem levantou os olhos. Apenas pegou a xícara e tomou um gole.

— Está horrível. Faça outro. — Ele colocou a xícara de volta na mesa e continuou olhando para a tela do computador.

Celina fechou os punhos com força. Pegou a xícara com raiva e virou-se para sair, quando ouviu a voz dele novamente:

— Não vai perguntar como eu gosto do café?

Ela cerrou os dentes e virou-se devagar.

— Me desculpe. Como prefere?

Ele ergueu o olhar, finalmente fitando-a.

— Forte. Sem açúcar.

Celina assentiu saindo da sala. Passando pela porta, murmurou baixinho:

— Cada dia te odeio mais.

Preparou o café novamente, ignorando o embrulho crescente no estômago. Quando voltou, Thor tomou um gole e disse:

— Pode melhorar.

Ela respirou fundo, segurando a raiva.

— Vai querer algo mais?

— Não.

Ele sequer a olhou. Celina saiu dali com o sangue fervendo.

Na hora do almoço, foi ao restaurante de sempre. Pediu sua comida, mas, assim que terminou de comer, sentiu um mal-estar insuportável. Levantou-se apressada e correu para o banheiro, vomitando tudo.

Ficou alguns minutos ali, tentando entender o que estava acontecendo. Então a lembrança veio como um raio.

Sua menstruação estava atrasada.

O coração disparou.

"Não. Não pode ser."

Saiu do restaurante quase correndo indo até a farmácia mais próxima. Pegou um teste de gravidez e voltou para a empresa.

Chegando,dirigir-se para o banheiro.

Com as mãos trêmulas, abriu a embalagem. Fez o teste e o colocou sobre a pia.

— Que dê negativo… Que dê negativo…

Após cinco minutos de angústia, olhando para o resultado, sentiu o chão sumir sob seus pés.

Positivo.

Celina ficou imóvel, encarando o teste, incapaz de processar a informação.

O ar parecia faltar.

Sua visão ficou turva.

E uma única pergunta ecoava em sua mente:

O que faço agora?

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