Celina desbloqueou a tela e leu a mensagem:"Bom dia, Celina.Durante o dia, as reuniões serão exclusivas para os acionistas homens, então você terá a manhã e tarde livres.Às 19h, um carro estará esperando na porta do hotel para levá-la ao jantar de negócios. Estarei te esperando lá.Ah, deixei café esperando por você na mesa da sala.PS.: Dormir ao seu lado pode se tornar um vício perigoso."Celina não conteve o sorriso. Era um sorriso radiante, bobo, daquele tipo que foge do controle antes mesmo da razão se manifestar. Ela sentiu o friozinho na barriga, o coração acelerar.— O que é isso, Celina? — sussurrou, fechando os olhos. — Você precisa se acalmar. Thor é inconstante. Um dia quente, no outro, um iceberg.Tentou se levantar, afastar as lembranças da noite anterior, a forma como ele a tocou, como a abraçou… como sussurrou palavras sem dizer nenhuma em voz alta.Mas era inútil.A lembrança dele, o cheiro dele no travesseiro, a mensagem… tudo nela gritava o nome dele.Ela sabia q
Depois do café da manhã que Thor havia mandado preparar, Celina voltou para o quarto sentindo-se leve, mas também tomada por um turbilhão de pensamentos. Abriu o closet e ficou parada ali, encarando os dois vestidos que tinha separado para o jantar daquela noite: o preto clássico de tecido leve, justo na medida certa, ou o verde esmeralda que destacava ainda mais seus olhos.Ela passou os dedos pelo cabide do vestido verde, mas logo seus olhos voltaram ao preto.— Hoje vai ser o preto — murmurou para si mesma, decidida. Era elegante, sóbrio, intenso… como a noite que ela pressentia que teria.O som do celular interrompeu seus devaneios. Ela olhou a tela e sorriu ao ver o nome de Gabriel piscando ali.— Gabriel? — atendeu com a voz suave.— Oi, moça bonita — disse ele com aquele tom sempre encantador. — Só queria saber como você está… acabei de chegar em casa agora, saí pra cantar num bar aqui perto. Foi incrível, mas confesso que fiquei pensando em você a noite toda.— Ah, Gabriel… Ho
O salão reservado no St. Regis Dubai exalava elegância, exalava luxo e sofisticação. O espaço estava iluminado por uma luz suave que refletia nos lustres de cristal, os arranjos florais discretos, as mesas impecavelmente postas. O som ambiente era preenchido por uma música instrumental elegante. Um evento exclusivo, com cerca de cem convidados, todos figuras importantes do mundo dos negócios. Thor já estava presente, usando um terno escuro de alfaiataria impecável, gravata preta. Seu porte firme e olhar atento faziam dele uma figura imponente entre os acionistas com quem conversava.Celina saiu do hotel onde estava hospedada com passos firmes. Usava um vestido preto clássico, justo na medida certa, que realçava sua silhueta, feito de um tecido leve que acompanhava seus movimentos com elegância. Seus cabelos estavam soltos em ondas sutis, que emolduravam seu rosto com suavidade. A maquiagem impecável realçava seus olhos verdes, e os brincos de ouro branco com uma pedra preta ao centro
Celina, educada, tentou manter a cordialidade.— Claro que não, Louis.Ele sorriu, mas seus olhos analisavam cuidadosamente a dinâmica entre ela e Thor.— Você realmente chamou atenção no salão, Celina. Confesso que fiquei curioso para saber mais sobre sua trajetória. Está nesse meio há muito tempo?Celina sorriu com elegância, mesmo percebendo a tensão de Thor ao seu lado.— Na verdade, minha carreira sempre foi voltada ao corporativo, mas me adapto bem às situações. Gosto de ambientes desafiadores.Louis assentiu, impressionado.— É perceptível. Inteligência e presença são qualidades raras juntas, ainda mais no nosso meio.Thor não se moveu, mas apertou levemente a cintura de Celina, sinalizando desconforto. Ela sentiu e, sutilmente, se afastou apenas o suficiente para que ele percebesse que não estava ali para ser manipulada.— Obrigada, Louis. Aprecio suas palavras.Thor então interveio, com um sorriso enviesado.— A Celina tem um talento especial para se destacar em qualquer sala
Thor reaparecera como se nada tivesse acontecido. Impecável, com a postura de quem domina qualquer ambiente, uma taça em uma mão, e o olhar direcionado exclusivamente para ela. Mas, ao se aproximar, encontrou uma Celina diferente.Ela permanecia em silêncio, o semblante sério, os olhos distantes. Não era mais a mulher radiante que entrara no salão instantes antes, despertando olhares por onde passava. Algo nela havia mudado e Thor percebeu.Ele inclinou o corpo levemente, baixando a voz ao se aproximar.— Você está estranhamente calada... aconteceu alguma coisa?Celina ergueu os olhos lentamente, pousando-os nos dele com uma expressão que misturava ironia e indiferença. O tom da resposta foi seco, com um toque sarcástico, que cortou como lâmina.— Por que se preocupa? Achei que você fosse bom em desaparecer.Thor franziu o cenho, surpreso com a resposta. A mandíbula se contraiu, o semblante endureceu. Seu olhar, antes cheio de magnetismo, agora era o de alguém tentando manter o contro
O silêncio da manhã foi a primeira coisa que atingiu Celina ao despertar. O lençol de cetim frio sob sua pele revelava que César não estava ali. Ela abriu os olhos lentamente, piscando contra a claridade difusa que entrava pelas cortinas entreabertas. Virou-se para o lado, confirmando o que já sabia: a cama ao seu lado estava intacta, como se ele sequer tivesse deitado ali naquela noite. Nos últimos meses, isso havia se tornado rotina: ele saía cedo e voltava tarde da noite, sempre alegando estar sobrecarregado no trabalho. Um suspiro escapou de seus lábios. Levantou-se devagar, os pés descalços encontrando o carpete macio enquanto caminhava até as grandes janelas do quarto. Puxou as cortinas, revelando a paisagem cinzenta lá fora. O céu carregado de nuvens, cinzento, trazia uma sensação estranha, uma melancolia que parecia invadir seu peito. Aquele céu refletia exatamente como ela se sentia por dentro. Suspirou fundo e murmurou para si mesma, quase sem perceber: — Agora ele
Celina abriu a porta do escritório, e seu mundo desmoronou. O ar sumiu dos seus pulmões. Seu coração deu um salto doloroso dentro do peito antes de despencar em um abismo de desespero. Ali, diante de seus olhos, estava César, seu marido, o homem que prometeu amá-la e respeitá-la, entrelaçado no corpo de outra mulher. Nicole estava jogada sobre a mesa, os cabelos loiros desarrumados, os lábios entreabertos em puro prazer. As pernas estavam enroscadas na cintura de César, as mãos cravadas em suas costas. A cena era crua, explícita, e Celina sentiu náuseas instantaneamente. Seu corpo congelou. O sangue gelou em suas veias. Ela queria gritar, mas a voz morreu em sua garganta. Queria correr dali, mas suas pernas não obedeciam. Nicole foi a primeira a notar sua presença. Em vez de pânico ou constrangimento, um sorriso surgiu em seu rosto. Um sorriso de satisfação. De triunfo. Celina sentiu o chão ceder sob seus pés. Os olhos de Nicole brilhavam com malícia, como se já esperas
Celina arqueou uma sobrancelha, avaliando-o por um instante. Ele não era como os homens que geralmente tentavam abordá-la. Não parecia apressado. Não usava uma cantada barata. Apenas oferecia algo simples, com uma confiança desconcertante. E, talvez pelo álcool, ou talvez porque precisava desesperadamente se sentir desejada depois de ser descartada como lixo, ela sorriu de canto. — Aceito. O homem inclinou levemente a cabeça, o sorriso de canto quase desafiador. — Você não parece do tipo que aceita bebidas de estranhos. Celina soltou um riso baixo, sem humor. — Talvez hoje eu seja. Ele a observou atentamente, os olhos escuros estudando cada detalhe de seu rosto. — Então hoje é um dia atípico. — Pode apostar que sim. O homem ergueu uma mão, chamando o garçom, e sem nem precisar olhar o cardápio, pediu: — O melhor drink do bar para esta senhorita. Celina observou enquanto o garçom assentia e se afastava. O homem então puxou um banco e se sentou ao lado dela, casua