Desde que Marie havia aparecido, Ethan sabia que ela não estava ali apenas por negócios. Ele a conhecia tempo o suficiente para entender seus jogos e intenções. Durante os anos que passaram afastados, Marie nunca deixou de ser insistente sempre que se encontravam. Agora, ela estava deixando claro que queria reacender o que um dia tiveram. Durante a reunião entre suas empresas, ela fez questão de manter contato visual prolongado, tocá-lo sutilmente sempre que possível e lançar sorrisos sugestivos, como se soubesse que tinha algum tipo de vantagem. Ethan ignorou todas as investidas da melhor forma que podia, mas não era cego. Ele percebeu os olhares atentos de Isabella. Ela via tudo. E, ainda assim, ele não conseguiu afastar Marie de imediato, pois não queria criar uma tensão desnecessária no ambiente profissional. Mas, conforme o dia avançava, ficou claro que Marie não desistiria tão facilmente. Quando a reunião terminou e ele se preparava para i
O silêncio no carro foi quebrado pela tensão crescente entre eles, como se o ar estivesse carregado de eletricidade prestes a explodir. Quando Ethan parou o carro em frente ao prédio de Isabella, ela não se moveu imediatamente, encarando-o com olhos fulminantes. A atmosfera estava pesada, e um confronto inevitável pairava no ar.— Eu não consigo acreditar no que estou ouvindo — Isabella finalmente rompeu o silêncio, a voz tensa e cheia de indignação. — Como você pôde simplesmente permitir que ela ficasse te tocando daquele jeito? Como se você fosse... como se fosse... qualquer um! Ethan virou a cabeça para encará-la, seus olhos dourados e penetrantes refletindo a frustração e a raiva que ele sentia. — Você realmente vai começar com isso? — Ele rosnou, as palavras saindo ríspidas, mas a irritação no fundo de sua voz ainda era palpável. — Você tem algum direito de falar alguma coisa sobre quem eu deixo tocar em mim, Isabella? Depois de tudo que você f
Os dias após a briga no carro pareceram se arrastar interminavelmente. Isabella tentava seguir com sua rotina, mas o peso daquela conversa ainda pairava em sua mente, como um fantasma que se recusava a deixar de assombrá-la. Ela queria ser firme, continuar com a decisão de se afastar de Ethan, mas, de alguma forma, ele estava sempre em seus pensamentos. As palavras dele, o olhar carregado de frustração e desejo, tudo parecia se misturar em uma confusão que ela não conseguia dissipar.Na manhã seguinte à discussão, ela foi ao escritório com o coração pesado, mas determinada a manter a distância que ambos pareciam precisar. Quando chegou, percebeu que algo estava diferente. Ethan não estava lá. E nos dias que se seguiram, ele não apareceu. O escritório estava inquieto, os funcionários murmurando sobre sua ausência, mas ninguém parecia saber ao certo o que havia acontecido. O que era ainda mais incomum era o silêncio de Claire, que normalmente estava sempre atenta aos det
Isabella mal teve tempo de processar as palavras de Ethan quando, sem aviso, ele deu um passo vacilante para frente. Seus olhos, que antes estavam focados nela, se perderam em um momento de confusão. Ela percebeu o que estava acontecendo antes que ele caísse. No instante seguinte, ele desabou em seus braços, sua cabeça caindo contra seu ombro enquanto ele gemia fraco de dor.O susto foi instantâneo. Isabella não sabia o que fazer, mas a reação foi automática. Ela o segurou com força, seu coração disparando de preocupação.— Ethan! — Ela chamou, mas sua voz parecia distante diante da situação. — Ethan, olhe para mim!A temperatura do corpo dele estava alarmantemente alta. Ela sentiu seu corpo suar e tremendo contra o dela, e rapidamente percebeu que a febre dele tinha se agravado consideravelmente. Ele estava tão fraco que mal conseguia manter os olhos abertos, sua respiração irregular e ofegante. O medo começou a tomar conta dela, mas ela lutou contra
Ethan acordou com uma sensação estranha, um peso abafado em sua mente. Seus olhos estavam pesados, e a luz suave que entrava pela janela parecia dolorosa. Ele tentou se mexer, mas seu corpo estava exausto, como se tivesse sido drenado de toda energia. A febre ainda o consumia, mas agora ela parecia estar cedendo, permitindo-lhe finalmente tomar consciência do ambiente ao seu redor.O que o fez se sentir ainda mais confuso, no entanto, não foi a dor ou a febre. Foi o som suave da respiração dela. Ele não podia ver, mas podia sentir. Isabella estava ali, perto dele. Ele reconheceu o cheiro dela, algo reconfortante e ao mesmo tempo profundamente íntimo. O suave toque das mãos dela, que, até então, ele não tinha percebido, fez com que ele ficasse tenso. A preocupação de Isabella estava em cada gesto, em cada cuidado, e isso o atingiu com força.Seu olhar ainda turvo finalmente conseguiu focar em seu rosto, e ele a viu sentada ao lado dele, com a cabeça baixa, pare
Isabella observou a geladeira vazia com uma expressão de incredulidade. Tudo o que encontrou foram algumas garrafas de água, uma caixa de leite provavelmente vencida e um frasco de molho esquecido no canto. Suspirando, ela cruzou os braços e balançou a cabeça. — Típico. Esse homem vive à base de café e puro orgulho — murmurou para si mesma. Decidiu, então, sair para comprar algumas coisas. Ethan ainda não estava totalmente recuperado, e era evidente que, se dependesse dele, ficaria sem comer. Pegou sua bolsa e saiu do apartamento, sem fazer barulho para não incomodá-lo. No mercado, Isabella caminhava pelos corredores pegando itens básicos: frutas, pão, ovos, suco e até algumas refeições prontas para facilitar a vida de Ethan nos próximos dias. Apesar de tudo, não conseguia evitar o sorriso discreto nos lábios. Era estranho estar ali, cuidando dele desse jeito. Mas, ao mesmo tempo, sentia-se confortável, como se aquilo fosse natur
O vento frio da noite cortava o rosto de Isabella enquanto ela caminhava apressada pela calçada. Seu peito subia e descia de forma irregular, a raiva e a decepção misturadas em um turbilhão dentro dela. Ela não sabia ao certo para onde estava indo, só queria se afastar daquele apartamento. Daquele homem. Seu celular vibrou dentro da bolsa. Ela já sabia quem era antes mesmo de olhar. **Ethan.** Ignorou. Mais uma vez, vibrou. E de novo. Ele estava insistindo. Com os dentes cerrados, Isabella pegou o telefone e atendeu, sem dar chance para que ele falasse primeiro. — Não me ligue. — Isabella, por favor, me escuta. A voz dele soava carregada de frustração, mas também havia uma urgência ali. — Não há nada para escutar, Ethan — sua voz saiu firme, mas seu coração batia acelerado. — Eu te vi. Eu vi Marie praticamente jogada em cima de você! — Eu não a chamei, Isabel
A dor de cabeça de Ethan latejava, e seu corpo ainda estava fraco, mas ele não se importava. Ele não conseguiu dormir direito depois que Isabella saiu furiosa do seu apartamento na noite anterior. A imagem dela com os olhos cheios de mágoa o atormentou, e ele sabia que não poderia deixar as coisas daquele jeito. Então, mesmo doente, ele pegou seu carro e dirigiu até o apartamento de Isabella. Cada quilômetro parecia uma eternidade, e o peso da febre ainda pesava sobre seus ombros, mas ele ignorava tudo. Precisava vê-la. Precisava explicar. Ao chegar, subiu as escadas lentamente, sentindo o coração bater mais forte a cada passo. Ele bateu na porta com força, a ansiedade corroendo seu peito. Do outro lado, Isabella abriu a porta e congelou ao vê-lo ali. Seu olhar se endureceu no mesmo instante. — O que você está fazendo aqui, Ethan? — A voz dela era fria, mas ele percebeu o brilho de preocupação nos olhos dela. Ele