Capítulo 77

Eu estava parada em frente ao pequeno sobrado amarelo, admirando-o do outro lado da rua. Era estranho como o tempo parecia não ter passado para aquele lugar. As paredes descascadas, a varanda simples e o telhado com algumas telhas quebradas permaneciam exatamente como estavam na última vez que estive ali, seis anos atrás. Eu não podia negar que tinha algumas memórias boas daquele lugar, como as noites em que minha irmã e eu nos escondíamos na varanda, rindo e inventando histórias enquanto as luzes da casa se apagavam. Ou os momentos em que minha mãe, Isabel, nos ensinava a fazer pães e bolos na cozinha. Mas essas lembranças boas se tornavam fugazes à medida que outras, mais intensas, tomavam conta.

A igreja. O sufocante cheiro de velas e o calor opressivo de dezenas de corpos enfileirados nos bancos. As horas intermináveis de orações e cânticos. Meus pais nos obrigav

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