LUIZA1 meses depois... Eu e o Felipe saímos do trabalho um pouco mais cedo, eu passei em casa, tomei um banho, comi alguma coisa, me despedi dele e da Claudinha e fui em direção a faculdade.Eu tinha um trabalho para apresentar, e quis ir mais cedo para ter tempo de me preparar.Logo que eu saí do prédio, pude notar que um carro que estava parado na frente do prédio deu partida, e foi andando atrás de mim. No começo achei que poderia ser uma coincidência, e que em algum momento esse carro desviaria para direita ou para esquerda. Até que chegou a minha vez de desviar inicialmente para a direita, e posteriormente para a esquerda, e esse carro continuou atrás de mim. Comecei a ficar com um pouco de medo, mas achei que poderia estar ficando neurótica. Acabei pegando uma avenida em uma grande linha reta, e a medida que eu fui acelerando, o carro que me seguia foi acelerando atrás de mim.Não tive dúvidas, disquei para o Felipe, e quando ele atendeu, eu falei:LIGAÇÃO ON— Oi amor.— Amor
LUIZA— Tu? — perguntei ainda perplexa.— Como vai Barbie? Quanto tempo — falou em tom de ironia.— Por que tu tá fazendo isso comigo?— Você ainda pergunta sua v****? Por sua causa e do seu plauboyzinho eu passei um ano em coma, e quase morri — falou apertando o botão ao lado da sua cadeira, e se aproximando ainda mais de mim.— Tu traficava mulheres seu verme — falei com raiva.— Cala sua boca — falou me dando uma bofetada.— Tu deveria ter morrido, ou estar preso — falei o encarando.Quando ele ia me responder, a porta da lateral do galpão se abriu novamente.De repente entrou uma mulher, e essa eu reconheci na mesma hora.Ela foi se aproximando, e então eu falei:— Renata? O que tu tá fazendo da tua vida guria? Tu agora é cúmplice de sequestro? — falei indignada.O Chefe então olhou para ela e falou:— Po##@, que demora.— Estava conseguindo o número do Playboy para você — disse ela. — Digamos que tem um velho amigo da boate, que também conhece o playboy, e não está muito satisfeit
LUIZAEu nunca entendi a raiva que Renata tinha de mim. Desde o primeiro momento que eu entrei naquela boate, ela já fez questão de deixar bem claro seu incômodo com a minha presença. Até então, eu sempre achei que fosse algo comum, de quando você simplesmente não vai com a cara de alguém.Com o passar dos dias, enquanto eu ainda estava na boate, eu comecei a perceber que ela fazia pequenas coisas para me prejudicar, até chegar naquele episódio onde ela fez com que o Chefe tentasse me obrigar a ficar com outros clientes da boate por pura maldade. Mas, achei que quando eu saísse da boate, ela não seria mais um problema, infelizmente eu estava bem enganada.A verdade é que a Renata é uma pessoa muito pior do que eu imaginei, e sua ligação com o Chefe também é mais forte do que eu achei que fosse.Apesar de estar aqui presa, sendo mantida como refém por essas pessoas, eu só consigo pensar que, pelo que a Renata falou, quem realmente está em perigo é o Felipe, e isso está me angustiando.
FELIPEO Lobo chegou em São Paulo e ficou escondido até descobrir onde era o local onde a Luiza estava sendo mantida de refém.Ele tinha meios de descobrir onde era o endereço do Chefe, já que eles conheciam pessoas em comum. O plano era descobrir onde o Chefe morava, o seguir, e chegar até onde a Luiza estava.Eu não via a hora desse pesadelo acabar, e trazer a Luiza sã e salva para casa.Nesse momento eu tinha três meios de conseguir descobrir onde era o lugar que o Chefe estava mantendo a minha mulher. O primeiro era através do Chefe, já que o plano dele era pegar eu e o Lobo, e eu não pensaria duas vezes em ir até lá, se eu descobrisse o paradeiro da Luiza. O segundo era através do delegado amigo do Davi, eles tem os recursos, e atraves deles podem de alguma forma conseguir rastrear o Chefe. E a outra forma é através do plano do Lobo.Não me interessa os meios, e nem quanto isso vai me custar, eu só preciso trazer a minha mulher de volta para casa.LUIZAA Renata e o chefe haviam
FELIPEA Luiza estava na mesa de cirurgia a mais de 2 horas. Se passou o que parecia ser uma eternidade, mas a impressão que dava era que o ponteiro do relógio que estava no alto próximo de uma porta não se mexia.Depois de muita espera, o médico, que ainda estava com aquelas roupas de centro cirúrgico falou:— Terminamos a cirurgia — disse o médico. — Médicos costumam acreditar na ciência, e não em milagres, mas a paciente está viva, e podem considerar um milagre. Ela teve duas paradas cardíacas, e a segunda com um tempo maior para que conseguissimos reanima-la. O tiro fraturou a costela, e atingiu uma parte do fígado. As proximas 24 horas serão determinantes. Ela está na Uti e sedada, e estamos mantendo ela em coma induzido, e não acordará até amanhã. Eu sugiro que todos vocês vão para suas casas, e qualquer mudança no quadro da paciente, nós entraremos em contato.— Eu posso ficar com ela? — perguntei.— Sim! Mas, só é aconselhável um único acompanhante.— Obrigada doutor! — a Manu
LUiZAQuando eu vi o Felipe entrando naquele galpão, a sensação foi de alívio. Eu achei que o Chefe e a Renata haviam fugido, e jamais imaginei que eles pudessem estar escondidos. Na hora que eu vi que o chefe iria atirar no Felipe, eu não pensei duas vezes, foi instintivo. Eu sabia do plano dele, e durante o tempo que eu estava sendo feita de refém, eu fiquei sabendo que o alvo de tudo aquilo era atingir o Felipe de todas as formas.Assim que eu levei o tiro eu não senti nada. Não sei se pela adrenalina, ou se o corpo demora a processar o trauma, só sei que eu demorei a perceber aquele tiro, e só depois que eu vi o sangue eu pude perceber que eu havia sido atingida, e aí depois de alguns minutos sim, eu comecei a sentir muita dor, a ponto de sentir tudo escurecer, parecendo que eu ia desmaiar.Eu vi o Felipe gritando desesperado e chorando, ele começou a pressionar o ferimento, depois eu vi a Mari chegando e também chorando. Tinham também alguns socorristas que conversavam comigo para
FELIPEDepois que a Luiza já estava bem, em casa e fora de perigo, eu comecei a ficar muito pensativo em relação ao fato do Lobo ter sido preso.Ele é um cara foragido da justiça, isso é um fato, mas ele foi preso salvando a minha vida e a vida da minha mulher, e isso estava martelando na minha cabeça.Apesar de ainda não ter tido julgamento, o Lobo já estava em um presídio de São Paulo. E apesar de ser procurado por crimes no Rio de Janeiro, o flagrante pela morte do Chefe foi em São Paulo.Eu conversei com a Luiza, e a princípio ela não queria que eu fosse ver ele, por ser em um presídio, mas acabei convencendo ela de que era o que tinha que se feito.No dia da visita fui até o presídio, passei por uma revista, e entrei em uma sala onde tinham outras pessoas aguardando para falar com outros presos, e outras que já estavam conversando. Depois de cerca de dois minutos, o Lobo veio em minha direção, se sentou, e começamos a conversar.— Fala Playboy! — disse ele se sentando. — Como tá t
FELIPE Continuei contando tudo para o delegado:— Eu voltei no dia seguinte, e também no outro. Quando eu chegava, eu já pagava pela noite inteira com ela. Eu não tocava nela, eu ia só para dormir, e para não deixar que ela tivesse que se submeter aquilo com nenhum cliente do local. Mas, eu sabia que não poderia ficar para sempre daquela forma. Não dava para ir todos os dias naquele lugar, e impedir que outro cliente pagasse por uma noite com ela. Eu lembro que cheguei atrasado lá em uma das noites, por conta de uma reunião, e por pouco um outro cliente não encostou nela. Antes de ir até o Lobo, eu pensei em várias maneiras de tirar ela de lá. Pensei em chamar a polícia, mas fiquei com receio de ter policiais envolvidos, pensei em invadir, e tirar ela de lá, mas era a opção mais arriscada para ela. Até que a Luiza descobriu que o dono da casa noturna era o Lobo. Eu não pensei duas vezes e cheguei ate o cara.— Você subiu o morro?— Subi! Só que para minha surpresa, ele não sabia o que