FELIPEA Luiza estava na mesa de cirurgia a mais de 2 horas. Se passou o que parecia ser uma eternidade, mas a impressão que dava era que o ponteiro do relógio que estava no alto próximo de uma porta não se mexia.Depois de muita espera, o médico, que ainda estava com aquelas roupas de centro cirúrgico falou:— Terminamos a cirurgia — disse o médico. — Médicos costumam acreditar na ciência, e não em milagres, mas a paciente está viva, e podem considerar um milagre. Ela teve duas paradas cardíacas, e a segunda com um tempo maior para que conseguissimos reanima-la. O tiro fraturou a costela, e atingiu uma parte do fígado. As proximas 24 horas serão determinantes. Ela está na Uti e sedada, e estamos mantendo ela em coma induzido, e não acordará até amanhã. Eu sugiro que todos vocês vão para suas casas, e qualquer mudança no quadro da paciente, nós entraremos em contato.— Eu posso ficar com ela? — perguntei.— Sim! Mas, só é aconselhável um único acompanhante.— Obrigada doutor! — a Manu
LUiZAQuando eu vi o Felipe entrando naquele galpão, a sensação foi de alívio. Eu achei que o Chefe e a Renata haviam fugido, e jamais imaginei que eles pudessem estar escondidos. Na hora que eu vi que o chefe iria atirar no Felipe, eu não pensei duas vezes, foi instintivo. Eu sabia do plano dele, e durante o tempo que eu estava sendo feita de refém, eu fiquei sabendo que o alvo de tudo aquilo era atingir o Felipe de todas as formas.Assim que eu levei o tiro eu não senti nada. Não sei se pela adrenalina, ou se o corpo demora a processar o trauma, só sei que eu demorei a perceber aquele tiro, e só depois que eu vi o sangue eu pude perceber que eu havia sido atingida, e aí depois de alguns minutos sim, eu comecei a sentir muita dor, a ponto de sentir tudo escurecer, parecendo que eu ia desmaiar.Eu vi o Felipe gritando desesperado e chorando, ele começou a pressionar o ferimento, depois eu vi a Mari chegando e também chorando. Tinham também alguns socorristas que conversavam comigo para
FELIPEDepois que a Luiza já estava bem, em casa e fora de perigo, eu comecei a ficar muito pensativo em relação ao fato do Lobo ter sido preso.Ele é um cara foragido da justiça, isso é um fato, mas ele foi preso salvando a minha vida e a vida da minha mulher, e isso estava martelando na minha cabeça.Apesar de ainda não ter tido julgamento, o Lobo já estava em um presídio de São Paulo. E apesar de ser procurado por crimes no Rio de Janeiro, o flagrante pela morte do Chefe foi em São Paulo.Eu conversei com a Luiza, e a princípio ela não queria que eu fosse ver ele, por ser em um presídio, mas acabei convencendo ela de que era o que tinha que se feito.No dia da visita fui até o presídio, passei por uma revista, e entrei em uma sala onde tinham outras pessoas aguardando para falar com outros presos, e outras que já estavam conversando. Depois de cerca de dois minutos, o Lobo veio em minha direção, se sentou, e começamos a conversar.— Fala Playboy! — disse ele se sentando. — Como tá t
FELIPE Continuei contando tudo para o delegado:— Eu voltei no dia seguinte, e também no outro. Quando eu chegava, eu já pagava pela noite inteira com ela. Eu não tocava nela, eu ia só para dormir, e para não deixar que ela tivesse que se submeter aquilo com nenhum cliente do local. Mas, eu sabia que não poderia ficar para sempre daquela forma. Não dava para ir todos os dias naquele lugar, e impedir que outro cliente pagasse por uma noite com ela. Eu lembro que cheguei atrasado lá em uma das noites, por conta de uma reunião, e por pouco um outro cliente não encostou nela. Antes de ir até o Lobo, eu pensei em várias maneiras de tirar ela de lá. Pensei em chamar a polícia, mas fiquei com receio de ter policiais envolvidos, pensei em invadir, e tirar ela de lá, mas era a opção mais arriscada para ela. Até que a Luiza descobriu que o dono da casa noturna era o Lobo. Eu não pensei duas vezes e cheguei ate o cara.— Você subiu o morro?— Subi! Só que para minha surpresa, ele não sabia o que
LUIZADepois de vários dias em casa me recuperando, voltei ao trabalho e a faculdade. Nos primeiros dias, o Felipe estava me levando e buscando na faculdade. Ele dizia que seria até eu me recuperar melhor, mas na verdade era até ele se sentir seguro novamente em relação a isso.No trabalho todos ficaram me paparicando, e me receberam super bem, menos o Mateus, já que para ele deve ter sido um alívio o tempo que eu passei fora, e ele não fez questão nenhuma de esconder.Quando ele me viu falou sem expressão nenhuma:— Como vai Luiza?— Bem Mateus! Obrigada! — falei e fui andando com o Felipe em direção a Aline.Aline que havia me visitado umas duas vezes no hospital, quando me viu falou:— Graças a Deus! Coisa boa você está de volta Luiza. — falou me abraçando.— Obrigada Aline! Como está o Bernardo, aquele guri lindo? — falei sorrindo.— Está bem, e bem bagunceiro também — ela falou e nós sorrimos juntas.A Mari estava chegando de um obra.— AMIGAAAA... - gritou colocando a mão na boca
LUIZA A festa foi incrível, cheia de pessoas queridas, e eu estava muito feliz, tão feliz que me empolguei um pouco demais na bebida. Nada que me fizesse dar vexame, e muito menos ficar inconsciente, mas que me deixou bem animada. Eu dancei e ri bastante.No buffet tinha comida japonesa, que eu aprendi a gostar graças ao Felipe, a Manu e ao Rafa, e que agora estamos tentando fazer a Mari gostar, já que é uma das comidas preferidas do Davi. Também tínhamos mini hambúrgueres americanos, tacos, nachos e burritos mexicanos, além de alguns salgado, doces gourmet, e o bolo, que lógico, o primeiro pedaço foi do meu amor.O Felipe me levou pela mão até o quarto, e chegando lá ele falou:— Eu pensei em várias coisas para te dar hoje, mas nada parecia ser bom o suficiente, então preparei isso aqui, e espero que goste — falou me entregando uma caixa bem linda, e dentro dela tinham várias fotos nossas, uma colada na outra. Eu fiquei encantada com a caixa de fotos, era algo que precisava de cap
FELIPENa segunda-feira, o assunto entre o Rafa, a Mari e a Aline na copa, era o aniversário da Luiza quando chegamos na empresa. Eles comentavam o quanto aquela festa havia sido incrível, e o quanto tudo estava lindo e delicioso.— Fico feliz gurizada que vocês tenham gostado! Amei receber cada um de vocês lá — a Luiza falou sorrindo.Depois de tomar um café, eu e o Rafa entramos em uma reunião. Nós conseguimos perceber que o faturamento apesar de termos feito vários lançamentos havia diminuído, e a causa estava nos custos altos.Apesar de ser o último dos recursos, não queríamos ter que demitir funcionários de alguns setores, caso não conseguissemos reajustar alguns valores.Depois de conversarmos a sós, chamamos o Mateus, nosso diretor financeiro, para alinharmos algumas mudanças.A reunião com o Rafa e com o Mateus acabou demorando bastante, e quando terminamos já estava na hora do almoço.Fomos eu, a Luiza, a Mari e o Rafa almoçar. Acabamos percebendo que quando o Davi ligou pa
FELIPEDepois de deixar a Luiza na faculdade, eu liguei para o Davi.LIGAÇÃO ON— Oi primo — disse Davi atendendo.— Onde você esta?— Na empresa ainda.— Pensei que tinha deixado a Mari na faculdade.— Ela preferiu ir de Uber.— Vamos tomar umas cervejas.— Você leu meus pensamentos.— Deixa seu carro aí na empresa, a Luiza vai ter a última aula vaga hoje, nós podemos ir naquele bar na frente da faculdade dela, e de lá nós pegamos a Mariana.— Tá bom.— Chego aí em dez minutos.— Te aguardo.LIGAÇÃO OFFEm dez minutos como havia combinado, peguei o Davi na empresa dele.— Como você tá cara? — o Davi falou dando um toque de mão e entrando no carro.— Estou bem! Como estão as coisas?— Difícil! Eu e a Mari estamos discutindo bastante esses dias.— Por que? — perguntei como quem não soubesse de nada.— Estou sentindo ela distante esses dias! Não sei bem quando começou, mas eu estou inseguro em relação ao chefe dela, e ao quanto ela ainda quer ficar comigo.Nós chegamos no bar, escolhemo