FELIPENossas férias acabaram, e voltamos a nossa rotina normal. A Luiza entrou em seu terceiro período da faculdade, e quis começar a trabalhar. Como ela faz ciências contábeis, será muito bom para ela a experiência lá na empresa, assim como aconteceu comigo e com o Rafa. Ela transferiu suas aulas da faculdade para o turno da noite, e começamos a ir juntos para a empresa. Ela iniciou como assistente do Mateus Alves, nosso CFO - Chief Financial Officer. Mateus era o assistente do nosso antigo CFO, que morreu em uma tentativa de assalto a quase dois anos. Mesmo sem reagir a tentativa de assalto, o Pedro Pinheiro levou um tiro dentro do seu carro, e não resistiu. Como é o primeiro dia da Luiza, levei ela nos setores que ela não conhecia, para apresentar aos demais funcionários do escritório a ela. Todos a trataram muito bem, e foram muito cordiais com ela, exceto o Mateus que a cumprimentou, mas senti uma certa tensão quando os apresentei, então pedi para chamá-lo na min
LUIZA1 meses depois... Eu e o Felipe saímos do trabalho um pouco mais cedo, eu passei em casa, tomei um banho, comi alguma coisa, me despedi dele e da Claudinha e fui em direção a faculdade.Eu tinha um trabalho para apresentar, e quis ir mais cedo para ter tempo de me preparar.Logo que eu saí do prédio, pude notar que um carro que estava parado na frente do prédio deu partida, e foi andando atrás de mim. No começo achei que poderia ser uma coincidência, e que em algum momento esse carro desviaria para direita ou para esquerda. Até que chegou a minha vez de desviar inicialmente para a direita, e posteriormente para a esquerda, e esse carro continuou atrás de mim. Comecei a ficar com um pouco de medo, mas achei que poderia estar ficando neurótica. Acabei pegando uma avenida em uma grande linha reta, e a medida que eu fui acelerando, o carro que me seguia foi acelerando atrás de mim.Não tive dúvidas, disquei para o Felipe, e quando ele atendeu, eu falei:LIGAÇÃO ON— Oi amor.— Amor
LUIZA— Tu? — perguntei ainda perplexa.— Como vai Barbie? Quanto tempo — falou em tom de ironia.— Por que tu tá fazendo isso comigo?— Você ainda pergunta sua v****? Por sua causa e do seu plauboyzinho eu passei um ano em coma, e quase morri — falou apertando o botão ao lado da sua cadeira, e se aproximando ainda mais de mim.— Tu traficava mulheres seu verme — falei com raiva.— Cala sua boca — falou me dando uma bofetada.— Tu deveria ter morrido, ou estar preso — falei o encarando.Quando ele ia me responder, a porta da lateral do galpão se abriu novamente.De repente entrou uma mulher, e essa eu reconheci na mesma hora.Ela foi se aproximando, e então eu falei:— Renata? O que tu tá fazendo da tua vida guria? Tu agora é cúmplice de sequestro? — falei indignada.O Chefe então olhou para ela e falou:— Po##@, que demora.— Estava conseguindo o número do Playboy para você — disse ela. — Digamos que tem um velho amigo da boate, que também conhece o playboy, e não está muito satisfeit
LUIZAEu nunca entendi a raiva que Renata tinha de mim. Desde o primeiro momento que eu entrei naquela boate, ela já fez questão de deixar bem claro seu incômodo com a minha presença. Até então, eu sempre achei que fosse algo comum, de quando você simplesmente não vai com a cara de alguém.Com o passar dos dias, enquanto eu ainda estava na boate, eu comecei a perceber que ela fazia pequenas coisas para me prejudicar, até chegar naquele episódio onde ela fez com que o Chefe tentasse me obrigar a ficar com outros clientes da boate por pura maldade. Mas, achei que quando eu saísse da boate, ela não seria mais um problema, infelizmente eu estava bem enganada.A verdade é que a Renata é uma pessoa muito pior do que eu imaginei, e sua ligação com o Chefe também é mais forte do que eu achei que fosse.Apesar de estar aqui presa, sendo mantida como refém por essas pessoas, eu só consigo pensar que, pelo que a Renata falou, quem realmente está em perigo é o Felipe, e isso está me angustiando.
FELIPEO Lobo chegou em São Paulo e ficou escondido até descobrir onde era o local onde a Luiza estava sendo mantida de refém.Ele tinha meios de descobrir onde era o endereço do Chefe, já que eles conheciam pessoas em comum. O plano era descobrir onde o Chefe morava, o seguir, e chegar até onde a Luiza estava.Eu não via a hora desse pesadelo acabar, e trazer a Luiza sã e salva para casa.Nesse momento eu tinha três meios de conseguir descobrir onde era o lugar que o Chefe estava mantendo a minha mulher. O primeiro era através do Chefe, já que o plano dele era pegar eu e o Lobo, e eu não pensaria duas vezes em ir até lá, se eu descobrisse o paradeiro da Luiza. O segundo era através do delegado amigo do Davi, eles tem os recursos, e atraves deles podem de alguma forma conseguir rastrear o Chefe. E a outra forma é através do plano do Lobo.Não me interessa os meios, e nem quanto isso vai me custar, eu só preciso trazer a minha mulher de volta para casa.LUIZAA Renata e o chefe haviam
FELIPEA Luiza estava na mesa de cirurgia a mais de 2 horas. Se passou o que parecia ser uma eternidade, mas a impressão que dava era que o ponteiro do relógio que estava no alto próximo de uma porta não se mexia.Depois de muita espera, o médico, que ainda estava com aquelas roupas de centro cirúrgico falou:— Terminamos a cirurgia — disse o médico. — Médicos costumam acreditar na ciência, e não em milagres, mas a paciente está viva, e podem considerar um milagre. Ela teve duas paradas cardíacas, e a segunda com um tempo maior para que conseguissimos reanima-la. O tiro fraturou a costela, e atingiu uma parte do fígado. As proximas 24 horas serão determinantes. Ela está na Uti e sedada, e estamos mantendo ela em coma induzido, e não acordará até amanhã. Eu sugiro que todos vocês vão para suas casas, e qualquer mudança no quadro da paciente, nós entraremos em contato.— Eu posso ficar com ela? — perguntei.— Sim! Mas, só é aconselhável um único acompanhante.— Obrigada doutor! — a Manu
LUiZAQuando eu vi o Felipe entrando naquele galpão, a sensação foi de alívio. Eu achei que o Chefe e a Renata haviam fugido, e jamais imaginei que eles pudessem estar escondidos. Na hora que eu vi que o chefe iria atirar no Felipe, eu não pensei duas vezes, foi instintivo. Eu sabia do plano dele, e durante o tempo que eu estava sendo feita de refém, eu fiquei sabendo que o alvo de tudo aquilo era atingir o Felipe de todas as formas.Assim que eu levei o tiro eu não senti nada. Não sei se pela adrenalina, ou se o corpo demora a processar o trauma, só sei que eu demorei a perceber aquele tiro, e só depois que eu vi o sangue eu pude perceber que eu havia sido atingida, e aí depois de alguns minutos sim, eu comecei a sentir muita dor, a ponto de sentir tudo escurecer, parecendo que eu ia desmaiar.Eu vi o Felipe gritando desesperado e chorando, ele começou a pressionar o ferimento, depois eu vi a Mari chegando e também chorando. Tinham também alguns socorristas que conversavam comigo para
FELIPEDepois que a Luiza já estava bem, em casa e fora de perigo, eu comecei a ficar muito pensativo em relação ao fato do Lobo ter sido preso.Ele é um cara foragido da justiça, isso é um fato, mas ele foi preso salvando a minha vida e a vida da minha mulher, e isso estava martelando na minha cabeça.Apesar de ainda não ter tido julgamento, o Lobo já estava em um presídio de São Paulo. E apesar de ser procurado por crimes no Rio de Janeiro, o flagrante pela morte do Chefe foi em São Paulo.Eu conversei com a Luiza, e a princípio ela não queria que eu fosse ver ele, por ser em um presídio, mas acabei convencendo ela de que era o que tinha que se feito.No dia da visita fui até o presídio, passei por uma revista, e entrei em uma sala onde tinham outras pessoas aguardando para falar com outros presos, e outras que já estavam conversando. Depois de cerca de dois minutos, o Lobo veio em minha direção, se sentou, e começamos a conversar.— Fala Playboy! — disse ele se sentando. — Como tá t