LUIZATinham muitos fotógrafos e repórteres na frente da confraternização da empresa do Felipe, e isso me pegou de surpresa. Principalmente porque nenhuma das perguntas feitas eram sobre a construtora dele, e sim sobre nós, ou quem eu era, ou sobre a Gabriela. O Felipe percebeu que eu estava desconfortável, apressou o passo, e nós entramos no local.Já na parte interna estava mais tranquilo, tinham alguns fotógrafos, mas provavelmente contratados para o evento.Logo avistamos a Manu e Rafa. Eles estavam extremamente elegantes. O Rafa vestia um smoking preto também, e um sapato social. Já a Manu usava um vestido na cor areia com duas alças para o mesmo lado. O vestido era todo justo na parte de cima, porém mais solto embaixo. Seu cabelo estava todo voltado para o mesmo lado da alça do vestido, deixando seu ombro à mostra, e a maquiagem em tons bege e marrom, a deixaram ainda mais linda.Nos abraçamos e então comentei:— Uau! Essa minha amiga está uma gata.— Olha quem fala! Você está
LUIZAAssim que acordamos, começamos a providenciar tudo para o churrasco. O Felipe estava feliz com a chegada do pai, e a Claudinha também estava ansiosa para vê-lo.Passava um pouco do meio-dia quando o Sr. Roberto chegou, então fomos até a porta para recebê-lo.— Sr. Roberto, quanto tempo! — disse Claudinha empolgada. — O senhor faz muita falta.— Clau minha querida, senti saudades! Como você está?— Estou bem Sr. Roberto! Cuidando do nosso menino, e agora cuidando da Luiza, que é mais uma filha que Deus me deu — falou alisando os meus cabelos.— Viu que nora bonita o meu filho arrumou para mim Clau? E ela ainda me achou bonitão — falou sorrindo.Minhas bochechas ficaram vermelhas na mesma hora. Eu ainda queria muito matar o Rafael.— Ela achou foi? Ela estava agora a pouco enquanto temperava a carne, me contando essa história — falou Claudinha sorrindo — Ela disse que não sabia onde enfiava a cara ontem — disse fazendo pão e filho rirem.- Quer dizer que hoje eu vou comer um chur
LUIZA Passaram-se algumas horas, e o Felipe permanecia trancado dentro daquele escritório. O Sr. Roberto havia ido embora já fazia algum tempo, e eu e a Claudinha estavamos preocupados. Foi aí que eu resolvi bater na porta, e tentar conversar com ele. Dei duas batidas na porta, e então falei:— Amor, deixa eu entrar? Eu queria conversar com você, mas se você não quiser, eu fico apenas em silêncio aí com você — falei com a cabeça encostada na porta, na esperança de que ele abrisse.Ele abriu a porta em silêncio, e eu entrei também em silêncio. Pude ver uma garrafa de whisky quase vazia, e um copo com um dedo de whisky dentro. Pude perceber também pelo semblante dele, que já havia bebido e chorado bastante.Ele se sentou na cadeira, encostando sua cabeça, e ficou olhando para o nada, e logo começou a falar:— Eu achei que havia superado todos os traumas que a falta da minha mãe me causaram, e achei que os anos de terapia haviam me feito mais forte, e que se um dia eu ficasse frente a
FELIPESe passaram alguns dias desde que meu pai conversou comigo sobre a minha mãe. Eu decidi que depois disso tudo, eu quero sim conversar com a minha mãe, e escutar o que ela tem para me dizer.E sobre o meu pai, ele errou, e ele tem plena consciência disso, porém antes tarde do que nunca, e ele está tentando se redimir. Sem falar que ainda por cima, tem tudo que ele fez por mim na vida. Então, eu não vou ficar mal com meu velho. A não ser que tenha mais coisa nessa história, e isso quem vai poder me falar é a minha mãe.A Luiza me deu muita força, e ficou do meu lado, nesses dias que eu estava confuso e assimilando tudo.No dia seguinte seria véspera de natal, e a vinda da minha mãe para o Brasil está marcada para três de Janeiro. Estou bem ansioso, afinal de contas são quase duas décadas da minha vida sem vê-la.Acordei, e está chovendo muito aqui em São Paulo. A Luiza ainda está dormindo, e eu resolvi levar uma bandeja de café da manhã na cama para ela.Coloquei alguns torradas,
FELIPEQuando os policiais invadiram, e renderam o Gustavo, nós entramos e o Davi havia levado um tiro. Por sorte foi um tiro de raspão no braço.A Mariana estava ajoelhada no chão chorando próximo ao Davi.A Célia correu para abraçar a filha junto com o Luiz, e ficaram lá abraçados com ela abaixados próximo ao meu primo.Fiquei mais tranquilo quando o policial falou que o tiro no braço do Davi havia sido de raspão, mas mesmo assim nós levamos ele para o hospital mais próximo.Eu, o Davi, a luiza, a Mariana e a Célia fomos para o hospital.Depois que o médico já tinha olhado o ferimento no braço do Davi, e o enfermeiro já estava fazendo o curativo, um policial chegou querendo tirar os depoimentos da Mariana e do Davi, e começou pelo depoimento da Mariana.FLASH BACK DA AGRESSÃO DO GUSTAVO CONTRA A MARIANA.— Eu fiquei sabendo que você está com um ricaço, isso é verdade? — diz o Gustavo para a Mariana. — Te viram em Porto Alegre com o otário — fala e nesse momento puxa ela pelo braço.
LUIZAA Célia e o Luiz acabaram percebendo que como um direito trabalhista da Mari, eles não tinham o porque se opor da empresa ajudar a custear a faculdade dela. E por sorte no final todos se entenderam, e viram que tínhamos em comum, que queríamos o bem estar da Mariana.Depois de muito insistência, a Mariana conseguiu fazer com que seus pais fossem para São Paulo, para que passassemos todos o Natal juntos.Eu fiquei muito feliz, pois as comemorações do Natal que seriam apenas eu, o Felipe e o Sr. Roberto, já que a Claudinha iria para a casa da irmã. Agora seriam também com a Mari, o Davi, o Luiz e a Célia. Já o Rafa e a Manu ficaram de ir depois da ceia na casa da família do Rafa, já que a família da Manu não mora no Brasil.Depois de todas as malas prontas, o Felipe foi dirigindo o carro, levando eu, a Célia e o Luiz. Enquanto que a Mari e o Davi foram em um táxi atrás, já que por conta do tiro seria melhor o Davi não dirigir.Em algumas horas já estávamos em São Paulo. A Mari, o
FELIPEEu estava ali frente a frente com a minha mãe, que eu não via há quase duas décadas, e eu não consigo distinguir o que eu estava sentindo naquele momento. Minha cabeça estava girando, e eu não sabia se tinha sido uma boa ideia esse encontro.Eu sai um pouco da sala, e fui para o quarto, fiquei um tempo lá andando de um lado para o outro, tentando controlar meu nervosismo para voltar naquela sala, quando a Luiza entrou:Ela não falou nada, só pegou na minha mão, me sentou na ponta da cama e me abraçou, deixando que a minha cabeça encostasse em seu peito. Ficamos ali por alguns minutos, e só então eu falei:— Eu tinha algumas lembranças dela, já vi fotos dela, mas aquela mulher que está ali fora parece uma estranha para mim — falei enquanto ela se sentava do meu lado na cama.— Meu amor, a relação entre vocês não vai fluir de imediato — disse ela. — Ela vai ter que ser construída. Na verdade ela vai precisar ser reconstruída, e isso levará tempo. Tu já deu o primeiro passo que fo
FELIPENós terminamos o jantar e fomos para a sala. A minha mãe ainda tinha muita coisa para contar, e eu ainda muita coisa para entender.— Foram oito anos até o Adam conseguir um bom emprego novamente — disse ela. — Até então, ele fazia trabalhos menos remunerados, e eu permanecia trabalhando como babá. Depois de oito anos, o Adam conseguiu um emprego até melhor do que o que ele tinha na época que nós nos conhecemos. A essa altura eu já tinha o seu irmão. O tempo foi passando, você já era um adolescente, e aí eu fui percebendo que os danos que eu tinha causado em você, já seriam muito difíceis de reverter. Depois de nove anos que eu fui embora, eu voltei ao Brasil, você estava com 16 anos, e eu fui na frente da sua escola e fiquei te observando. Nos anos seguintes, eu ia na frente da sua faculdade, e na frente da empresa do seu pai. Depois que eu vim ao Brasil novamente a primeira vez, já não tinha mais os seguranças, já não tinha mais o seu pai tentando me impedir, eu só não conseg