LUIZAContinuei conversando com as gurias, e elas me contaram várias outras coisas. Me contaram inclusive que hoje em dia a Renata fala super mal do Chefe, e vive puxando o saco do novo chefe.— Aquela guria não é nada fácil — falei. — Não mesmo! Só torce para time que está ganhando — disse Nanda.— Ela só está onde lhe convém — completou Tati.— E vocês como estão? — perguntei: — Como está sua família Tati? E sua irmãzinha?— Estamos bem! — disse ela. — Minha irmã é muito inteligente, o neurologista pediátrico que cuida da síndrome de down dela, disse que ela é muito esperta, e muito independente. Semana que vem, eu e a minha mãe iremos inaugurar uma loja de comidas artesanais, mais voltada para o público nordestino. Se tudo der certo, em três meses saio da boate.— Bah! Que incrível! Me passa a localização da loja, quero ir lá na inauguração —Falei empolgada e muito feliz por ela.— Minha amiga será a mais nova empresária bem sucedida de São Paulo — disse Bruna sorrindo. — E você
LUIZATinham muitos fotógrafos e repórteres na frente da confraternização da empresa do Felipe, e isso me pegou de surpresa. Principalmente porque nenhuma das perguntas feitas eram sobre a construtora dele, e sim sobre nós, ou quem eu era, ou sobre a Gabriela. O Felipe percebeu que eu estava desconfortável, apressou o passo, e nós entramos no local.Já na parte interna estava mais tranquilo, tinham alguns fotógrafos, mas provavelmente contratados para o evento.Logo avistamos a Manu e Rafa. Eles estavam extremamente elegantes. O Rafa vestia um smoking preto também, e um sapato social. Já a Manu usava um vestido na cor areia com duas alças para o mesmo lado. O vestido era todo justo na parte de cima, porém mais solto embaixo. Seu cabelo estava todo voltado para o mesmo lado da alça do vestido, deixando seu ombro à mostra, e a maquiagem em tons bege e marrom, a deixaram ainda mais linda.Nos abraçamos e então comentei:— Uau! Essa minha amiga está uma gata.— Olha quem fala! Você está
LUIZAAssim que acordamos, começamos a providenciar tudo para o churrasco. O Felipe estava feliz com a chegada do pai, e a Claudinha também estava ansiosa para vê-lo.Passava um pouco do meio-dia quando o Sr. Roberto chegou, então fomos até a porta para recebê-lo.— Sr. Roberto, quanto tempo! — disse Claudinha empolgada. — O senhor faz muita falta.— Clau minha querida, senti saudades! Como você está?— Estou bem Sr. Roberto! Cuidando do nosso menino, e agora cuidando da Luiza, que é mais uma filha que Deus me deu — falou alisando os meus cabelos.— Viu que nora bonita o meu filho arrumou para mim Clau? E ela ainda me achou bonitão — falou sorrindo.Minhas bochechas ficaram vermelhas na mesma hora. Eu ainda queria muito matar o Rafael.— Ela achou foi? Ela estava agora a pouco enquanto temperava a carne, me contando essa história — falou Claudinha sorrindo — Ela disse que não sabia onde enfiava a cara ontem — disse fazendo pão e filho rirem.- Quer dizer que hoje eu vou comer um chur
LUIZA Passaram-se algumas horas, e o Felipe permanecia trancado dentro daquele escritório. O Sr. Roberto havia ido embora já fazia algum tempo, e eu e a Claudinha estavamos preocupados. Foi aí que eu resolvi bater na porta, e tentar conversar com ele. Dei duas batidas na porta, e então falei:— Amor, deixa eu entrar? Eu queria conversar com você, mas se você não quiser, eu fico apenas em silêncio aí com você — falei com a cabeça encostada na porta, na esperança de que ele abrisse.Ele abriu a porta em silêncio, e eu entrei também em silêncio. Pude ver uma garrafa de whisky quase vazia, e um copo com um dedo de whisky dentro. Pude perceber também pelo semblante dele, que já havia bebido e chorado bastante.Ele se sentou na cadeira, encostando sua cabeça, e ficou olhando para o nada, e logo começou a falar:— Eu achei que havia superado todos os traumas que a falta da minha mãe me causaram, e achei que os anos de terapia haviam me feito mais forte, e que se um dia eu ficasse frente a
FELIPESe passaram alguns dias desde que meu pai conversou comigo sobre a minha mãe. Eu decidi que depois disso tudo, eu quero sim conversar com a minha mãe, e escutar o que ela tem para me dizer.E sobre o meu pai, ele errou, e ele tem plena consciência disso, porém antes tarde do que nunca, e ele está tentando se redimir. Sem falar que ainda por cima, tem tudo que ele fez por mim na vida. Então, eu não vou ficar mal com meu velho. A não ser que tenha mais coisa nessa história, e isso quem vai poder me falar é a minha mãe.A Luiza me deu muita força, e ficou do meu lado, nesses dias que eu estava confuso e assimilando tudo.No dia seguinte seria véspera de natal, e a vinda da minha mãe para o Brasil está marcada para três de Janeiro. Estou bem ansioso, afinal de contas são quase duas décadas da minha vida sem vê-la.Acordei, e está chovendo muito aqui em São Paulo. A Luiza ainda está dormindo, e eu resolvi levar uma bandeja de café da manhã na cama para ela.Coloquei alguns torradas,
FELIPEQuando os policiais invadiram, e renderam o Gustavo, nós entramos e o Davi havia levado um tiro. Por sorte foi um tiro de raspão no braço.A Mariana estava ajoelhada no chão chorando próximo ao Davi.A Célia correu para abraçar a filha junto com o Luiz, e ficaram lá abraçados com ela abaixados próximo ao meu primo.Fiquei mais tranquilo quando o policial falou que o tiro no braço do Davi havia sido de raspão, mas mesmo assim nós levamos ele para o hospital mais próximo.Eu, o Davi, a luiza, a Mariana e a Célia fomos para o hospital.Depois que o médico já tinha olhado o ferimento no braço do Davi, e o enfermeiro já estava fazendo o curativo, um policial chegou querendo tirar os depoimentos da Mariana e do Davi, e começou pelo depoimento da Mariana.FLASH BACK DA AGRESSÃO DO GUSTAVO CONTRA A MARIANA.— Eu fiquei sabendo que você está com um ricaço, isso é verdade? — diz o Gustavo para a Mariana. — Te viram em Porto Alegre com o otário — fala e nesse momento puxa ela pelo braço.
LUIZAA Célia e o Luiz acabaram percebendo que como um direito trabalhista da Mari, eles não tinham o porque se opor da empresa ajudar a custear a faculdade dela. E por sorte no final todos se entenderam, e viram que tínhamos em comum, que queríamos o bem estar da Mariana.Depois de muito insistência, a Mariana conseguiu fazer com que seus pais fossem para São Paulo, para que passassemos todos o Natal juntos.Eu fiquei muito feliz, pois as comemorações do Natal que seriam apenas eu, o Felipe e o Sr. Roberto, já que a Claudinha iria para a casa da irmã. Agora seriam também com a Mari, o Davi, o Luiz e a Célia. Já o Rafa e a Manu ficaram de ir depois da ceia na casa da família do Rafa, já que a família da Manu não mora no Brasil.Depois de todas as malas prontas, o Felipe foi dirigindo o carro, levando eu, a Célia e o Luiz. Enquanto que a Mari e o Davi foram em um táxi atrás, já que por conta do tiro seria melhor o Davi não dirigir.Em algumas horas já estávamos em São Paulo. A Mari, o
FELIPEEu estava ali frente a frente com a minha mãe, que eu não via há quase duas décadas, e eu não consigo distinguir o que eu estava sentindo naquele momento. Minha cabeça estava girando, e eu não sabia se tinha sido uma boa ideia esse encontro.Eu sai um pouco da sala, e fui para o quarto, fiquei um tempo lá andando de um lado para o outro, tentando controlar meu nervosismo para voltar naquela sala, quando a Luiza entrou:Ela não falou nada, só pegou na minha mão, me sentou na ponta da cama e me abraçou, deixando que a minha cabeça encostasse em seu peito. Ficamos ali por alguns minutos, e só então eu falei:— Eu tinha algumas lembranças dela, já vi fotos dela, mas aquela mulher que está ali fora parece uma estranha para mim — falei enquanto ela se sentava do meu lado na cama.— Meu amor, a relação entre vocês não vai fluir de imediato — disse ela. — Ela vai ter que ser construída. Na verdade ela vai precisar ser reconstruída, e isso levará tempo. Tu já deu o primeiro passo que fo