Capítulo 10 Ana Kelly

Ana Kelly Narrando

O fim de semana chegou mais rápido do que eu esperava. Desde a última ligação de Anthony, eu tentei ignorá-lo, mas a verdade é que ele era insistente. Todos os dias ele mandava mensagens curtas, diretas, como se estivesse certo de que eu responderia.

Não respondi nenhuma.Mas o problema é que eu pensava nele....Karen percebeu.

— Você tá fugindo dele por quê? — perguntou enquanto se jogava no sofá ao meu lado.

— Porque ele é perigoso. — Felei, e ela franziu a testa me encarando.

— Perigoso como? Ele parece mais um milionário mimado do que um mafioso.

— Não sei explicar… ele tem algo que… — Como se ele tivesse o mundo aos seus pés.

— Te assusta? — Ela pergunta e eu fiquei em silêncio. Karen sorriu de lado.

— Ou te atrai? — Revirei os olhos e me levantei.

— Eu não vim pra cá pra me envolver com ninguém. — Falei com tom de voz um pouco alterado.

— Mas você já tá envolvida, amiga. Só não percebeu ainda.

Joguei uma almofada nela e subi para o quarto, bufando. Mas lá no fundo, eu sabia que ela estava certa.

Na noite de sábado, enquanto eu estava terminando de arrumar meu cabelo, meu telefone vibrou.....Era ele.

"Estou indo te buscar. Desce em cinco minutos."

Fiquei encarando a mensagem, pensando se deveria simplesmente ignorar. Mas antes que eu decidisse, Karen entrou no quarto.

— Já tá se arrumando pra ele? — A que voz dela carregada de deboche.

— Não. — Reponde seca.

— Então por que tá linda desse jeito? — Olhei bem pra ela.

Bufei.

— Ele disse que tá vindo me buscar. — Falei e ela sorriu batendo palma..

— E você vai? — Responde já imaginando ele e a fatura dele.

Suspirei.

— Acho que sim. — Falei e ela se jogou na minha cama, eu olho para trás vendo o colchão ser afundar com o peso dela.

Cinco minutos depois, desci.

Anthony estava encostado no carro, vestido impecavelmente, com aquele sorriso convencido nos lábios.

— Achei que fosse me deixar plantado. Falei e cruzei os braços.

— Ainda dá tempo. — Falei e ele abriu a porta do carro.

— Entra, Ana Kelly. Vamos fazer um trato: se não gostar do jantar, eu te deixo em casa sem insistir em mais nada. — Levantei uma sobrancelha.

— Sem insistir? — Perguntei incrédula.

— Promessa de homem. — Sorrir pelo nariz sem acreditar no que eu estava ouvindo.

Pensei por um momento.

— Tá bom. Mas se eu quiser ir embora antes do jantar acabar, você me leva..... — Ele sorriu.

— Fechado. — Respondeu, rodando a chave do carro, seguindo para o restaurante

Chegamos ao restaurante, ele estacionou, segurou minha mão e, juntos, fomos entrando enquanto o garçom nos conduzia até a mesa reservada. Não pude deixar de reparar em como Anthony parecia estar em seu elemento. Ele se movia com tanta naturalidade, como se já estivesse acostumado com aquele tipo de ambiente, e seus olhos percorriam as mesas ao nosso redor, recebendo olhares furtivos enquanto passávamos.

— Então, Ana Kelly... — Ele começou, com aquele sorriso charmoso, mas que eu ainda não conseguia confiar. — O que é que você acha da ideia de se envolver com alguém como eu?

Levantei uma sobrancelha, surpresa com a pergunta direta. Eu não estava esperando uma abordagem tão... clara. Respondi com um sorriso cético.

— Você não tem medo de assustar as pessoas com esse jeito? — Respondi, tentando desviar, mas ele riu, sem perder a postura.

— Se não assustou você até agora, acho que não vai assustar. — Ele jogou o cardápio para o lado e me encarou. — Pode me chamar de ousado, mas eu gosto de desafios.

Olhei para ele, desconcertada, mas tentando não demonstrar o impacto que suas palavras estavam causando. A noite estava começando a tomar um rumo um pouco mais pessoal, algo que eu não havia previsto.

O garçom chegou com a carta de vinhos e, antes que eu pudesse fazer qualquer comentário, Anthony já estava escolhendo algo. Ele me olhou brevemente antes de se voltar para o sommelier.

— Vou querer o melhor da casa. — Disse com confiança, e o sommelier assentiu com respeito, indo embora. Anthony então voltou sua atenção para mim. — E você, Ana Kelly? O que te atrai mais em um homem?

A pergunta pegou de surpresa. Eu não esperava que ele fosse continuar nesse jogo de provocações. Respirei fundo, tentando manter a compostura.

— Não gosto de clichês. — Falei séria. — Eu gosto de pessoas autênticas. Não estou aqui pra jogar joguinhos. — Ele sorriu, aparentemente satisfeito com minha resposta.

— Autenticidade... gosto disso. — Ele se recostou na cadeira, como se estivesse realmente refletindo sobre minha resposta. — Acho que posso ser autêntico também. Mas só se você me deixar.

Eu ri, mas não era um riso divertido. Era algo desconfortável. Queria que ele parasse com esse jogo, mas sabia que ele não iria parar tão cedo.

— E qual é o seu jogo, Anthony? — Perguntei, encarando-o. — Você sempre tem que ser tão direto?

Ele pareceu ponderar minha pergunta por um momento, antes de responder com um sorriso travesso.

— Não é jogo, Ana Kelly. É só uma forma de mostrar o que eu quero. E o que eu quero agora é ver até onde você vai comigo. — Ele se inclinou um pouco para frente, seus olhos fixos nos meus. — Vamos ver se você aguenta o tipo de relação que eu estou propondo.

Eu franzi a testa, sentindo um calafrio. Algo nele me deixava desconfortável, mas ao mesmo tempo, havia algo que eu não podia negar... ele era atraente de uma forma perigosa.

— E o que você espera de mim? — Perguntei, sem saber o que mais esperar daquela conversa.

— Quero ver se você vai deixar o medo te controlar, ou se vai me deixar te mostrar um novo tipo de vida. — Ele respondeu, com uma intensidade que me fez quase perder as palavras.

Fiquei em silêncio, tentando processar o que ele estava dizendo. A ideia de ser controlada, de ser moldada por ele, me causava um conflito interno. Ao mesmo tempo, uma parte de mim queria saber o que ele tinha a oferecer, como se fosse uma linha tênue entre o perigo e o prazer.

Quando o garçom retornou com o vinho, interrompendo o momento tenso, Anthony fez um gesto com a cabeça e ele derramou o vinho em nossas taças.

— Vamos brindar ao que nos espera, então? — Ele disse, levantando sua taça.

Eu hesitei por um instante, antes de erguer a minha. A ideia de seguir com ele nesse caminho perigoso ainda estava martelando na minha cabeça, mas de alguma forma, eu não conseguia parar. Talvez fosse a curiosidade, talvez fosse algo mais profundo, mas eu estava aqui.

— Ao que nos espera. — Respondi, e os dois brindamos.

A noite continuou, mas algo dentro de mim já sabia que esse jantar seria mais um ponto de virada, algo que eu talvez não pudesse deixar ir adiante........

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