Capítulo 13 Karen

Karen Cristina Narrando

A vida me deu limões, mas eu transformei em limonada com maracujá, gelo e tudo que tem direito. Quem me conhece sabe: Karen Cristina, 28 anos, 1,70m, sarada do jeito que a vida me fez e sem medo de ostentar. Não tem essa de se esconder, miga, porque eu me amo e pronto. Meu cabelo cacheado é volumoso, e se o vento bagunça, é porque eu sou dona do vento.

E não, não sou dessas que fica chorando por nada, não. Se a vida me derrubou, eu levanto e vou para o rolê de cabeça erguida. Afinal, quem não luta, desiste.

Agora, falar da Ana Kelly, minha amiga... Essa menina chegou aqui em casa toda perdida, os olhos tão confusos que eu soube logo: essa garota tá precisando de uma amiga de verdade. E eu, minha filha, sou amiga para todas as horas.

Era um dia como outro qualquer quando disse que estava vindo. No outro dia, ela bateu na minha porta. A expressão dela, meio abatida, fez meu coração apertar. Eu sabia que ela tava fugindo de alguma coisa, mas eu não sou de perguntar logo de cara. Cada um tem seu tempo.

Mas agora, vendo ela jogada no sofá, o celular na mão, os olhos arregalados depois daquela ligação com o tal do Anthony, eu não aguentei.

— Ana Kelly, esse cara tá sendo doido. E não tô falando no bom sentido. — Cruzei os braços, olhando pra ela.

Ela respirou fundo e balançou a cabeça.

— Eu sei... Mas ao mesmo tempo, sei lá. Ele tem esse jeito, essa certeza... Me pega de um jeito que eu não sei explicar.

— Tá maluca, mulher? — Falei, me sentando do lado dela. — Tu saiu de uma relação merda, onde não tinha controle da tua vida, e agora aparece esse cara já querendo mandar em tudo? Você precisa focar no que veio fazer aqui, não num macho mandão.

Ela me olhou, pensativa.

— Eu sei que tem razão. Eu só... Eu não sei, Karen. Ele me confunde.

Revirei os olhos e peguei o celular dela da mão.

— Confunde nada, Ana. Ele tá te testando. Tá vendo até onde pode ir. E tu, em vez de dar um chega pra lá, tá deixando.

— Eu não tô deixando!

— Ah, não? Então amanhã, às oito, quando ele chegar aqui te esperando, tu vai fazer o quê?

Ela ficou muda.

— É, amiga. Você tem que decidir agora. E eu vou te ajudar. Sabe como? — Peguei meu próprio celular e abri o W******p.

— O que você tá fazendo? — Ela perguntou, desconfiada.

— Tô mandando mensagem pro meu chefe. Quero saber se ele pode te dar um teste lá na empresa. Você veio pra cá pra recomeçar, não pra cair na mesma cilada de sempre.

Ela ficou me olhando, como se estivesse absorvendo aquilo.

— Você realmente acha que eu devo fazer isso?

— Eu acho que você precisa focar em você. Em ter sua independência, seu dinheiro, sua paz. E depois, se um cara valer a pena, aí você vê o que faz. Mas não antes.

Ela suspirou, e pela primeira vez na noite, vi um brilho diferente nos olhos dela.

Mandei a mensagem, sorri e joguei o celular pro lado.

— Pronto. Agora é só esperar a resposta.

Ana Kelly me olhou e sorriu de leve.

— Obrigada, Karen.

— Tamo junta, amiga. Sempre.

Eu sorri para Ana Kelly, mas já sabia que minha amiga ainda tava presa nos próprios pensamentos. E eu não ia deixar isso acontecer. Mulher nenhuma merece ficar se torturando por causa de homem, ainda mais um que já chega querendo mandar.

Bati a palma das mãos e levantei do sofá.

— Bora, mulher! Levanta essa bundä daí! — Ela me olhou, confusa.

— O quê?

— Eu disse que bora! Se arrumar, fazer um skin care, ver um filme bom ou botar uma música alta e dançar no meio da sala!

Ela riu, cruzando os braços.

— Você é doida.

— Doida não, esperta. Tu acha que eu vou deixar minha amiga ficar aqui sofrendo, pensando em macho, enquanto a vida tá acontecendo lá fora? Que nada!

Peguei o controle e coloquei um funk antigo na TV, aumentando o volume.

— Ah não, Karen...

— Ah sim! — Segurei na mão dela e puxei. — Se tu não quiser dançar, pelo menos me faz companhia.

Ela suspirou, mas sorriu.

— Tá bom, tá bom.

— É isso que eu gosto!

Eu já tava rebolando quando a campainha tocou.

— Quem será? — Ana Kelly perguntou, me olhando com receio.

— Se for alguma surpresa desagradável, já sabe: a gente manda tomar no cu e fecha a porta.

Ela gargalhou, e isso já fez minha noite valer a pena.

Fui até a porta e abri.

— Ah, até que enfim! — Rita entrou como um furacão, jogando a bolsa no sofá.

— Oi pra você também, querida.

— Vocês já comeram? Porque eu tô morrendo de fome!

— Eu comi, mas já estou com fome de novo. — Ana Kelly respondeu.

— Então bora pedir um japa? — Rita sugeriu.

— Eu topo! — Falei, pegando o celular.

Enquanto a gente discutia os pedidos, Ana Kelly finalmente parecia mais leve. O celular dela vibrou algumas vezes, e vi o nome de Anthony na tela, mas ela ignorou. Um ponto pra mim.

A gente tava escolhendo os sushis quando meu celular vibrou.

— Calma aí, deixa eu ver isso aqui.

Peguei o telefone e franzi a testa ao ver a notificação. Era uma mensagem de um número desconhecido.

"Boa noite, Karen. Sei que você é próxima da Ana Kelly. Quero que a leve neste endereço amanhã às oito da manhã. Estamos esperando por ela para a entrevista."

Meu coração bateu mais forte. Era ele. Anthony.

Olhei pra Ana Kelly, que tava distraída, conversando com Rita sobre qual combo de sushi pedir.

Filho da mãe. Ele vai jogar pesado mesmo e vai acabar prendendo ela a ele..

Respirei fundo e bloqueei o telefone, sem responder. Eu não ia contar nada agora. Primeiro, ia esperar pra ver como minha amiga tava no dia seguinte.

Mas já deu para perceber: Anthony não era um homem que aceitava um "não" como resposta. Olhei para o telefone olhei para Kelly, balancei a cabeça e me juntei a ela.....

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP