Cecília revirou os olhos, tentando esconder o incômodo. Sabia que Carol estava apenas sendo amiga, mas aquele assunto era o último que ela queria discutir no momento. Sentia-se cansada e ferida, e o entusiasmo de Carol parecia quase insensível.__ Carol, por favor… — respondeu, suspirando profundamente. ____ Você sabe que te adoro, mas quero esquecer aquele homem e, principalmente, o que aconteceu entre a gente na praia, ok?Carol hesitou, notando a seriedade no tom de Cecília, antes de recuar, compreendendo que não devia insistir. Seu entusiasmo foi substituído por um olhar de preocupação e empatia.___ Tá bom, amiga… Só estou curiosa. Mas se você quiser falar sobre outra coisa, tudo bem. Mas me diga pelo menos onde se conheceram, só isso, ou eu vou morrer de curiosidade.Cecília respirou fundo, aliviada pela compreensão de Carol, mas ainda sentindo um peso no peito. Com um sorriso cansado, decidiu ceder.___ Tudo bem, sua enxerida. Eu te conto, mas depois vamos esquecer o assunto.
Cecília sentou-se em sua cama, ainda enrolada na toalha, e aceitou a chamada de vídeo. Quando a tela se iluminou, foi surpreendida ao ver Gael deitado em uma cama enorme, apenas com uma boxer preta que mal cobria seu corpo. Ela já o havia visto de sunga na praia, mas naquele momento, o contexto era completamente diferente. O corpo dele, definido e másculo, parecia ainda mais irresistível.___ Nossa, você está coradinha... — Gael comentou com um sorriso malicioso. ___Não pensei que fosse tão tímida, ainda mais depois de ter usado aquele biquíni revelador.___ O fato de eu gostar de biquínis pequenos não significa que eu seja uma devassa — respondeu Cecília, tentando soar firme, mas seu coração martelava no peito.___ É verdade.Apenas estou surpreso.— ele disse, com um sorriso predador. — Mas me diz, você gosta do que está vendo? Porque eu estou adorando te ver assim, só de toalha... e imaginando tudo o que faria com você se estivesse aqui.__A primeira coisa seria arrancar essa toal
O corpo dela estremeceu ao ouvir aquilo, e antes que pudesse reagir, algo inusitado aconteceu.Uma batida suave na porta a fez pular, o pânico tomando conta. Sem pensar, ela virou o celular com a tela para baixo, escondendo a imagem de Gael. Seu coração batia acelerado, e ela mal conseguia controlar o nervosismo.____Cecília, querida, trouxe um lanche pra você. — Sua avó entrou no quarto com um prato de sanduíches e um copo de suco.Cecília tentou controlar a respiração, seu coração batendo rápido, não só pela situação, mas pelo desejo latente que ainda pulsava em seu corpo. O medo de ser descoberta pela avó a deixava inquieta.____ Ah, vó... não precisava. — Ela tentou sorrir, mas estava visivelmente nervosa, as mãos trêmulas e a mente acelerada.____ Não quer jantar, mas precisa comer alguma coisa. — Sua avó pousou o prato na mesinha de cabeceira.A velha senhora olhou-a com curiosidade e, percebendo o celular virado para baixo, não pôde deixar de comentar.____ Está namorando algué
Cecília não conseguiu pregar os olhos a noite inteira. Sua mente fervilhava com uma mistura de medo e desejo. De um lado, Tiago a assombrava, sua presença constante e ameaçadora se espalhando por cada esquina, cada sombra. Ela sabia que ele a observava, vigiando cada passo, esperando o momento certo para agir. Do outro lado, seus sonhos com Gael a torturavam. Não eram sonhos comuns. Eram carregados de uma intensidade erótica que a deixava perturbada ao acordar, suando e inquieta.Quando finalmente se levantou, o corpo estava exausto. Suas olheiras denunciavam a noite insone, mas ela tentou reunir forças para mais um dia no hospital. Ao sair de casa, já sentia o peso do cansaço, mas antes que pudesse caminhar muito, Tiago apareceu à sua frente, com o olhar predatório de sempre.— Cecília, tá indo pro trabalho? Eu te levo de moto, rapidinho. — O sorriso de Tiago era forçado, mas o brilho nos olhos revelava a insistência obsessiva.— Não, obrigada. Prefiro ir andando. — Ela respondeu, ma
___ Fique longe do Gael. Em breve, nós vamos ficar noivos, e logo depois, nos casar. Ele pode brincar com garotas como você, mas nunca vai te levar a sério. Sabe por quê? Príncipes como ele se divertem com as plebeias e se casam com as princesas.Cecília sentiu a raiva crescer dentro dela, uma raiva que ela mesma não esperava sentir. O que Mayra não entendia é que Cecília não queria nada com Gael. Pelo menos, era o que ela tentava convencer a si mesma.___Talvez você devesse falar para o Gael ficar longe de mim e pedir para ele parar de me perseguir. Porque, até onde sei, ele é quem não me deixa em paz. — Cecília rebateu, tentando controlar o tremor em sua voz.Mayra estreitou os olhos, sua postura ficando ainda mais rígida.___ Se ponha no seu lugar, acha mesmo que eu vou acreditar que um homem lindo e bilionário como Gael vai perseguir uma pobretona como você? O recado já está dado: fique longe dele ou vai se arrepender. — E, com isso, Mayra virou as costas, saindo da enfermaria com
Ela hesitou, seu coração batendo forte. Ir para a mansão de Gael não parecia ser uma boa ideia, mas seu medo de Tiago a empurrava a sair dali o mais rápido possível. Talvez, se ela concordasse, pudesse evitar o pior.___ Não vou discutir com você.Sei que será perda de tempo.Desde que cumpra com sua palavra e depois me leve para casa .Tudo bem ,mas desde já adianto que nunca vou aceitar proposta nenhuma vinda de você. — murmurou, cruzando os braços e se reostando no banco, percebendo que seus protestos seriam inúteis.Gael não respondeu, e o silêncio se instalou no carro enquanto ele dirigia em direção ao bairro mais nobre e caro da cidade, o Leblon. Cecília observava as ruas mudando, com as construções ficando cada vez mais luxuosas, um contraste gritante com a realidade que ela conhecia.Quando Gael finalmente parou em frente a uma enorme propriedade isolada das outras, ela teve um choque. O portão se abriu automaticamente, revelando uma mansão majestosa cercada por seguranças, que
___ Vai ficar aí bebendo ou vai dizer logo a proposta que pretende me fazer? — perguntou ela, sua voz carregada de desconforto e impaciência. Nervosa, ela virou o resto do drink de uma vez e colocou o copo.Gael a observou em silêncio por um momento, o sorriso zombeteiro ainda estampado no rosto. Ele se levantou e foi até o bar, enchendo o copo dela novamente.___ Beba com calma desta vez. Odeio mulheres bêbadas, especialmente as que não sabem apreciar uma bebida como deve ser — disse ele, estendendo o copo para ela novamente.____ Eu não te pedi bebida nenhuma — respondeu Cecília, desafiando-o com o olhar. Só para provocá-lo, pegou o copo e, sem hesitar, virou o conteúdo de uma vez, engasgando logo em seguida. Ela começou a tossir, e Gael riu com vontade ao vê-la naquele estado.____ Bem feito — disse ele, divertido. ____ Isso é o que você ganha por viver me desafiando e ser tão malcriada.Cecília, perdendo a paciência, lançou-lhe um olhar furioso.____ Já chega! Eu quero ir embor
___Eu sei que sou um homem atraente, que chama a atenção das mulheres, e, além disso, sou um CEO bilionário, dono de um império de prédios comerciais e hotéis pela cidade, inclusive por todo o Brasil. Isso significa que posso ter qualquer mulher que eu quiser, mas eu nunca quis uma mulher tanto quanto quero você — ele admitiu, o tom agora mais sério, como se tentasse convencê-la pela última vez.___ Só lamento por você, porque logo a mulher que você mais quer nunca terá. Não depois de me tratar como se eu fosse uma mercadoria. Você nem me conhece, e bastou apenas um dia para achar que podia me comprar, como deve estar acostumado a comprar tudo que quer nessa vida — Cecília rebateu, seus olhos faiscando de raiva e orgulho.Gael ficou em silêncio por um momento, tentando processar a ousadia dela. Ele estava acostumado a ter tudo e todos ao seu dispor, e a recusa de Cecília o desestabilizava._____Já entendi. Você está se fazendo de difícil porque quer algo mais além de dinheiro. Eu te d