O CEO CAFAJESTE QUE ME AMA
O CEO CAFAJESTE QUE ME AMA
Por: Niway
Capítulo 01

Angel Lioncourt | New York

Quando penso na minha vida antes do casamento, parece outra pessoa. Outra versão de mim, uma garota que acreditava em contos de fadas modernos. Não tinha príncipe encantado, mas a promessa de uma vida estável. E, no fim, acho que foi isso que me levou a dizer "sim". Porque, na minha cabeça, meu pai sempre teve razão. Se ele dizia que Antony Graham era o melhor para os negócios, eu acreditava. Se ele dizia que Antony me faria feliz, eu confiava. Meu pai nunca me decepcionou. 

Pelo menos, não até então.

Lembro claramente do dia em que ele chegou em casa, a expressão séria no rosto cansado, com o peso de um mundo que parecia desmoronar ao nosso redor. Depois que minha mãe morreu, éramos só nós dois. Não tinha mais a presença acolhedora dela, nem o calor de um lar cheio de risadas. Era só o silêncio. E ele, meu pai, fazendo o que achava melhor para manter o nome da nossa família de pé.

— Angel — ele disse, e aquela única palavra já me deu um frio na espinha. — Precisamos conversar.

Me sentei na mesa de jantar, ainda me lembrando das noites em que minha mãe preparava jantares cheios de risos e histórias. Agora, só restava a sombra daquela felicidade, e eu não estava pronta para perder mais nada.

— Sei que as coisas não têm sido fáceis... — Ele começou, desviando o olhar. — Mas há uma oportunidade que pode mudar tudo. Um acordo de casamento... com Antony Graham.

Eu conhecia o nome. Antony Graham era o herdeiro de um império, e todos sabiam que ele estava destinado a grandes coisas. Mas casada com ele? Eu? Nem passava pela minha cabeça.

— Você quer que eu me case... com Antony Graham? — A incredulidade escapou antes mesmo que eu pudesse processar a ideia.

Meu pai assentiu, os olhos carregados de culpa, mas também de uma esperança quase desesperada.

— Ele prometeu que cuidaria de você. Prometeu que faria você feliz. E isso... isso salvaria nossa família.

Eu quis protestar, quis gritar que era injusto, que não era assim que a vida deveria ser, mas… ao invés disso, apenas me calei. Minha mãe não estava mais ali, e meu pai parecia prestes a desmoronar, e no fim, quem era eu para recusar o sacrifício? Naquele momento, senti como se fosse minha responsabilidade manter nossa família unida. Mesmo que fosse através de um casamento que eu nunca pedi.

— Tudo bem, pai — sussurrei, mais para mim mesma do que para ele. — Se isso é o que precisa ser feito... eu farei.

Ele suspirou aliviado, como se um peso imenso tivesse sido tirado de seus ombros. E me abraçou, com aquele carinho que sempre fez eu me sentir segura.

— Ele vai te fazer feliz, Angel. — Ele disse com a voz trêmula, como se aquilo fosse uma promessa, uma que… eu quis muito me agarrar.

Ah, se eu soubesse naquela época o que sei agora. Mas a verdade era que, naquela fase da minha vida, eu estava mais preocupada em acreditar nas promessas do meu pai, e na estabilidade da família, do que… em questionar os detalhes. E foi assim que me casei com Antony Graham.

O dia do casamento foi uma espécie de sonho estranho. Eu não o conhecia bem, mas, aos poucos, fui me convencendo de que talvez, com o tempo, eu pudesse amá-lo. Afinal, ele era bonito, charmoso, do tipo que sabe como sorrir no momento certo, como dizer as coisas certas. Parecia um conto de fadas moderno, ou pelo menos uma versão aceitável dele.

O sorriso dele no altar parecia sincero, e quando trocamos os votos, me senti surpreendentemente otimista. Eu realmente pensei que aquilo pudesse funcionar, porque Antony me olhava como se fosse me adorar para sempre — e naquele momento, tola como eu era, acreditei nisso.

— Você está linda — ele sussurrou no meu ouvido quando trocamos as alianças. E, por algum motivo, meu coração disparou. Era fácil se deixar levar por aquele momento, pela fantasia do que poderia ser.

Depois, veio a festa. A dança. Os olhares, os flashes de câmeras, a vida que eu achava que teria ao lado dele. Uma parte de mim estava animada, esperançosa, como uma adolescente apaixonada. Eu me convenci de que estava tudo certo. Que o futuro seria bom. Porque Antony, apesar de ser alguém que eu mal conhecia, parecia ser tudo o que eu precisava.

Ele sabia exatamente o que dizer, como me fazer sentir especial. E eu, com a cabeça cheia de expectativas, me deixei levar.

Céus… o quão burra eu tinha sido.

As primeiras semanas de casamento foram como uma lua de mel interminável. Ele era atencioso, me levava para jantares, me presenteava com flores. Parecia um sonho. E, de alguma forma, aquele sentimento que eu nem sabia que tinha… começou a florescer. 

Eu estava me apaixonando por ele. 

Não pelo Antony dos negócios, não pelo homem que meu pai escolheu para mim, mas pelo Antony que me fazia rir e me olhava como se eu fosse a única mulher no mundo, o Antony que… eu achava ser real.

Até que... ele começou a desaparecer.

Primeiro foram os jantares que ele cancelava de última hora. Depois, as desculpas sobre o trabalho, os negócios. As noites em que eu acordava sozinha na cama, sem saber onde ele estava. Mas eu me convenci de que eram apenas fases. Que todo casamento tinha seus altos e baixos. Eu estava disposta a lutar por aquilo, por nós. Por ele.

Até o dia em que encontrei as mensagens no telefone dele. As mensagens que ele não se preocupou em esconder.

— Isso não é o que você pensa — ele disse, a voz fria, como se estivesse falando sobre o tempo. — São só negócios.

Negócios. Como se aquilo pudesse justificar o fato de que ele estava traindo minha confiança, nosso casamento. Mas eu ainda tentei, mesmo com tudo desmoronando ao meu redor. Porque, afinal, eu estava apaixonada por ele. Eu queria acreditar que podia mudar, que ele podia ser o homem que eu pensava que era.

Mas a realidade foi me atingindo, lenta e dolorosamente. E então, eu soube. Não tinha como salvar aquilo. Não havia mais nada.

O casamento que eu entrei por obrigação e amor... havia se transformado em uma prisão de mentiras.

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