CAPÍTULO
UM:
Já se passavam das duas horas da madrugada, ele estava cansado. Tomara um banho, comeu algumas costeletas suínas, um vinho de garrafão gelado, depois disso fora dormir com o sorriso no rosto de quem concluíra mais um trabalho. Acordou cedo e preparou o seu café, foi até a padaria e comprou um bolo de fubá fresquinho. Foi gentil com a atendente da padaria. Comeu a metade do bolo que por sinal estava uma delícia. Agora faltava a segunda parte do trabalho. Jonas foi até o seu "Cantinho dos olhos". Pegou uma boneca que estava em uma caixa ainda lacrada, a boneca era oca, linda e novinha. Só tinha um detalhe, não tinha olhos. Ele colocou o brinquedo em cima da maca, pegou o pote em conserva com formaldeído que estava em uma mesa. Apanhou um pequeno saco plástico transparente e extremamente resistente. Dentro do saco havia um líquido com 8% de formaldeído para poder conservar e também para que as bactérias não se proliferassem, entrando em equilíbrio osmótico não deixando eles desidratarem ou incharem e também dessa forma os olhos ficariam no seu formato original.
Fez o seu "Transplante". Colocando os olhos da jovem universitária. Em seguida parafusou a boneca, ele fazia tudo de forma perfeita, metódica, árdua e impecável. Tirou uma foto, franziu um olho e pigarreou. Era a boneca mais linda de todas! Em seguida colocou dentro da caixa. Foi até a sua garagem e pegou o seu fusca amarelo. Colocou a caixa dentro do porta malas.
Jonas tinha uma loja, dentro do shopping. Era uma das lojas mais caras da galeria. Vinham crianças e pré-adolescentes de todos os cantos para comprar os seus brinquedos.
Antes de abrir a loja, ele tirou o seu "Xodó" de dentro da caixa, com um sorriso malicioso e doentio expôs a boneca na terceira prateleira, em seguida colocou uma plaquinha de preço: "2 mil reais.". Ele não venderia por menos e também não parcelaria no cartão.
Uma senhora de uns 80 anos entrou na loja acompanhada de sua netinha de 6 anos. A menina segurava na mão da avó, enquanto pulava repetindo aleatoriamente:
— Quero uma boneca Barbie vovó, quero uma boneca Barbie. A idosa iria fazer todos os gostos da menina já que era a sua única neta.
— É claro minha netinha, a boneca que você quiser.
— Bom dia minha doce senhora, em que posso ajudar? — Perguntara o vendedor com as mãos cruzadas para trás.
— João, deixa que eu atendo essa doce senhora, vai lá arrumar o estoque que está um pouco bagunçado.
— Como quiser chefe, — dissera o vendedor, retirando-se indiferente.
— Então vejo que essa menina de belos olhos azuis, gostaria de uma Barbie, vejam só. A menina olhou para o alto e contemplou uma linda boneca de olhos verdes brilhando, pareciam que os olhos estavam vivos.
— Vovó eu quero aquela boneca!, Eu quero aquela boneca! Ela é muito linda vozinha.
— É claro minha netinha, o melhor para você. Dissera a velha mudando de expressão quando vira o valor.
— Mas essa boneca está o olho da cara meu senhor! Isso é um assalto!
— Minha doce senhora, a menina gostou tanto, por que não fazer uma linda criança feliz?
— Pagando a vista eu não teria um desconto?
" — Não sua velha infeliz, essa boneca me deu um trabalho dos infernos, velha sovina".
— Infelizmente não, essa me custou muito caro.
— Além do mais, após um ano de uso da boneca a senhora retorna aqui na loja, trocarei por outra novinha em folha, ou por qualquer outro brinquedo, dentro do valor.
A menina começou a chorar repetindo aleatoriamente que queria aquela boneca.
— Sendo assim, já que posso trocar depois,vou levar, criança enjoa mesmo dos brinquedos.
A idosa abriu a sua bolsa com as mãos enrugadas, pegou um cartão de débito e o entregou ao dono da loja.
— O melhor para a minha netinha!
Com os olhos em conserva com o formaldeído dura até dois anos, essa era a estratégia de Jonas, trocar as bonecas, assim não descobririam que os olhos das mesmas eram genuínos.
Jonas agradeceu a compra, fez uma linda embalagem e colocou dentro da caixa.
Para ele era mais diversão do que dinheiro, vender bonecas com olhos verdadeiros.
Franziu o olho e pigarreou.
" — Mais um trabalho concluído".
CAPÍTULODOIS:Sabaoth era linda de parar o trânsito, herdou toda a fortuna do falecido marido Aldos Moriarte. E tinha os mais belos olhos, pareciam olhos de gato, os seus olhos eram azuis, sua pele era tão macia e diferente, os cabelos eram tão cacheados e perfeitos. Sabaoth era o que se poderia chamar de escultura de uma deusa egípcia. Ela já havia se formado em psicologia, tinha o seu próprio consultório, não precisava trabalhar já que era milionária. Mas desde pequena o seu sonho sempre fora ser psicóloga e trabalhar nisso era um prazer. Ela não cobrava dos que não podiam pagar. Sabaoth não tinha namorado e não fazia a menor questão de ter. Ainda não havia encontrado um homem que fizesse o seu coração bater mais forte. Vivia para o seu trabalho ajudando pessoas com problem
CAPÍTULO TRÊS:Era uma sexta-feira, Sabaoth fechou o consultório duas horas mais cedo. Tinha um compromisso inadiável, por tanto não poderia se atrasar. Dispensou a sua recepcionista mais cedo e fechou o consultório que ficava em um prédio em Copacabana próximo ao metrô arco Verde. Saira esbaforida e esquecera sua bolsa. — Droga!Exclamou ela.— Justo hoje que estou com pressa. Já estava quase apertando o botãozinho do elevador quando lembrou da bolsa.- Por onde eu ando com a cabeça!?Sabaoth voltou rápido, abriu a porta e pegara sua bolsa
CAPÍTULO QUATRO:Em menos de dois anos, a polícia estava inquieta com um possível assassino em série. Já haviam desaparecidas mais de cem pessoas entre vinte e quarenta anos. O curioso é que todas elas tinham olhos claros. A polícia estava fazendo de tudo, mas parece que achar esse suposto assassino era impossível.— Esse infeliz deve ser o satanás, sai das profundezas do inferno, ataca as vítimas, faz com que elas desapareçam e depois volta para o inferno, na certa o diabo tem olhos horríveis e coleciona olhos bonitos. Eu não vejo outra explicação já que não temos nenhuma pista desse indivíduo, — Dissera, o delegado, para o seu policial de confiança.
CAPÍTULO CINCO:Fred Villaça era um jovem de 33 anos de idade: vaidoso, rico e muito bonito. Era o que você poderia chamar de metrossexual. Tinha o costume de usar óculos bem grandes e totalmente escuros, não tirava os óculos por nada nesse mundo. Ele tinha uma espécie de alergia a luz.(fotofobia).Um mauricinho nato, tinha três carros na garagem, vestia-se bem e sempre cheiroso, morava na zona sul no bairro do Leme. Era um conquistador, contratava agências para lhe fornecer bebês de oito meses, para passear no shopping e chamar a atenção das mulheres, fingindo ser pai solteiro. Levando o bebê no colo e sacolas com produtos de criança, sentava na praça de alimentação, pegava uma mamadeira e alimentava o bebê. As mulheres achavam aquilo bonito e se aproximavam. Fred inventava que a m
CAPÍTULOSEIS:Fred sairia naquela noite de sexta-feira, as sextas, as casas noturnas cariocas sempre estavam cheias. Ele daria-se bem, adorava conquistar mulheres, as levava pra cama e anotava em uma pasta no seu tablet."Mais uma para o meu currículo".Sempre mulheres belíssimas, ricas, classe médias ou pobres. Fazia ménage, assim eram três mulheres em uma noite só, e o número era maior para o seu currículo dessa forma. Transava tanto que os seus preservativos acabavam rápido, (ele só transav
Era o seu dia de sorte, o maníaco havia deixado a chave do fusca na porta do lado de fora. Ela pegou a chave, e olhava de soslaio, Jonas continuava lá dentro. A jovem saiu do fusca devagar e ao mesmo tempo nervosa. Abriu o porta malas e pegou sua mochila. Saíra correndo e escorregou no chão liso da garagem.Jonas tinha mandado sua faxineira limpar e a mesma havia passado muita cera, o chão realmente estava bastante escorregadio. Um dos cachorros começou a latir por conta do barulho. Jonas olhou aquela cena, viu a moça caída no chão e ficou verde de tanta raiva. Ela iria escapar sem ele ver, isso não era certo e ele não se perdoaria. Deixar uma vítima fugir era um fracasso e Jonas não suportava sentir-se um fracassado. Qualquer coisa ele era, mas fracassado jamais! Ele correu até a garagem, e arrastou a jovem moça pelos ca
CAPÍTULO OITO:Essa nova boneca havia dado uma trabalheira dos infernos, com a jovem universitária não, não havia tido quase trabalho comparado a essa.Mas essa gringa havia e muito. Se a boneca anterior ele tivesse vendido por dois mil, essa seria três. Jonas tinha um lema: quanto maior o trabalho que a vítima dava, maior era o preço do brinquedo. Então ele começou a trabalhar. Colocou a boneca em cima da maca, retirou o recipiente que estava o par de olhos e tirou um para começar o seu trabalho. De repente, tudo estava escuro.Recolocou o olho dentro do pote de vidro.
CAPÍTULONOVE:O delegado de polícia era um bom homem e às vezes sentia-se frustrado por não resolver todos os problemas de sua delegacia. Na verdade, ele não era muito competente. Por ele, já havia encontrado todas as pessoas desaparecidas e com vida. Joaquim Fernandes era um homem bonito, de classe média, tinha 41 anos. Casara-se com a filha de uma perua, essa perua já estava bastante idosa e só vivia para fazer as vontades de sua netinha. Ele era casado com uma mulher linda, a mesma era nutricionista e tinha uma página no Instagram, era uma blogueira que dava receita fitness na internet e tinha inúmeros seguidores.Aquela tarde ele sentiu-se cansado e fora para casa.Último capítulo