O Aventureiro Capitão Malheiro

O Aventureiro Capitão MalheiroPT

Acción
Mário Escócia  concluído
goodnovel16goodnovel
10
1 Classificação
11Capítulos
4.8Kleituras
Ler
Adicionado
Resumo
Índice

Montês Malheiro, filho renegado uma família da baixa nobreza minhota, foi criado por um preceptor jesuíta espanhol em Santarém onde aprendeu que roubar aos ricos não é pecado mas sim serviço a Deus. Cedo saiu do ninho para se transformar em contrabandista, escravo e finalmente embarcar como pirata rumo ás Antilhas onde a bordo dum corsário holandês dedica-se a saquear os galeões espanhóis carregados de oiro das Américas. Após um naufrágio, miraculosamente é salvo pela soldadesca portuguesa que o colocam no lugar do meio-irmão que acabara de falecer. Serve em Goa onde vive inúmeras paixões e resiste ao implacável cerco imposto pelo Maratha. Decepcionado com o amor e a vida deambula pelas praças indianas e serve em Ceilão. De volta a Lisboa torna-se espadachim e escrivão e, ao serviço de uma dama, tentam tramar o mais irascível vilão português, o temível coronel Noronha Mascarenhas.

Ler mais

Último capítulo

Você também vai gostar de

Novelas relacionadas

Livros interesantes do mesmo período

Comentários Deixe sua avaliação no aplicativo
user avatar
Isilda Cuzaila
parece interessante vou ler
2022-11-25 14:02:12
0
11 chapters
Capitulo 1 : "A Infância Escravizada"
 Personagens: Abhilasha – Lacaia hindu de Fernão Guedes MonteiroAl-de-tar-we – Campeão indiano no cerco a GoaAlexandre Mattos Saldenha – Capitão dos mosqueteiros de GoaAmélia Sá Monteiro – Filha mais nova dos Monteiro de CandolimAranha – Companheiro de Lisboa de MontêsBartholomeu Beirão – Famoso pirata conhecido como Bartholomew Português. Que escreveu o código pirata.Bordallo – Pirata do galeão voadorCanhoto - Um dos homens que depositou o recém-nascido capitão Malheiro no adro da Sé de Viseu.Capitão Montês Malheiro - Soldado, pirata, aventureiro, espadachim&he
Ler mais
Cap.2 . "Rum e Pólvora"
  Andamos, andamos como nunca andamos. Somos cerca de trezentos robustos prisioneiros e a maioria irá para as galés dos turcos como remadores agrilhoados. Libertados dos grilhões ninguém ensaia uma fuga para o inferno escaldante. Nosso mestre berbere de nome Samir vai agastado em cima dum dromedário… Passamos por algumas praças marroquinas portuguesas, tais como Mazagão e Arzila onde assentávamos arraiais na nossa demanda pelo sul. Via esperançado os muros guarnecidos de bocas de fogo e ainda gritava para lá dizendo que tinha sangue luso. Os meus algozes riam-se. - Porque raios se estão a rir eles? - Monga só me respondia:  -Só se pagarem um resgate por ti, dado que o mestre não te venderá a não ser para as galés dos turcos, e qual é o português que pagará um resgate por ti, acaso és nobre? - Não, Ramon disse que o meu sangue é da baixa nobreza minhota, sou um bastardozinho…. 90 dias sobre o Saara. O império  Mali e o Be
Ler mais
Cap.3 : "Bartholomeu Beirão"
  De repente acordamos do nada e sabemos que estamos na realidade e a fantasia opaca e indecifrável como um sonho morto acaba. Gostava de ser nada e não acordar, mas o ar solarengo invade todo o quarto e predisponho-me a abrir os olhos. Levanto a pesada cabeça da ressaca e miro Quico debruçado sobre a janela mirando lá para fora. Existe alarido na plaza menor, quiçá provocado pela proximidade do mercado. - Quico, que se passa? – o rapaz olha para mim, bufa uma madeixa que lhe tolda um olho e responde-me preocupado: - O capitão Bartholomeu foi confessar-se e ainda não voltou. - QUÊ! Ele foi fazer o quê? – Telles na cama a meu lado põe-se de pé abanando os ombros a Quico. - Aquele verme, tanto cuidado para passarmos discretos e ele vai confessar-se a um padre espanhol pelas nossas vilanias, estamos tramados! – grita Estevez tornando a perguntar a Quico: - Com mil trovões, saiu há muito? – O imediato não esperou pela resposta, enverg
Ler mais
Cap 4 "O Bota-Fogo"
No dia em que vimos do atulhado cais o Virgem Maria zarpar, tomamos de assalto, a coberto da noite, uma ágil  escuna pertença dum abastado comerciante de cacau,  deitando o adormecido vigilante ao mar com a goela cortada. Pela noite adentro seguimo-los ao longe vendo as suas pequeninas luzes, mas sobreveio um nevoeiro que nos deixou ás cegas. Ainda pensei que iríamos assaltá-lo como tínhamos feito com o Santa Trinidad mas o capitão não mandou descer os botes de abordagem e assim ficamos à espera que o nevoeiro levantasse, e, quando isso aconteceu, as sombras dos altos mastros do enorme galeão começaram a surgir ténues:- Preparar abordagem! Desfraldem o velacho, a mezena, o estai!!!– grita O Capitão e todos começamos a armar os mosquetes, enquanto os mariolas desfraldavam as velas. Eu como ainda era rapaz-da-pólvora, encho a boca de fogo d
Ler mais
Cap.5: "Fei Li"
Não havia tempo e todos dos dias eram iguais, ou melhor havia tempo e calor asfixiante, tempo que nunca mais acabava à medida que a cabeça latejava e explodia na madeira carcomida quente. Não sentia o corpo e por consequência não sentia a alma, eu era uma sucessão de momentos e imagens fugazes no tempo e padre Ramon puxava-me a orelha violentamente por eu roubar o merceeiro e arrastava-me e encarcerava-me num armário escuro onde os monstros puxavam-me os pés. Acordo para a realidade e essa puta babilónica molha-me e morde-me os pés, chiça! são os lagostins no fundo da caixinha que entram com a maré, apago-me outra vez e a mordidela da ratazana voltava e levava eu atrofiado a mão ao pé ensanguentado, uma e outra vez….uma e outra vez….uma e outra vez…. - Acudam, tirem-me daqui por piedade, que mal fiz eu para merecer tamanha pena? -  Mas os soldados no porto não me ligam com cara triste. Água… água cristalina… a boca seca. Suor que me que
Ler mais
Capt.6 "O Rapto da Princesa Urvasi"
  - Apaguemos o fogo, está lua cheia e os Monteiro gostam de caminhar ao luar iluminador dos caminhos. - Dos caminhos dos crocodilos, dizes tu, o fogo afugenta os répteis e os tigres. – avisa Montoya - Tigres tão perto das casas? – pergunta medroso João Botelho - Não é dos tigres que tenho medo. O fogo põe-nos visíveis ás vistas dos ranes que atacam em grupo e das suas flechas ervadas [1] e nós apenas somos cinco a contar com o criado armado. – complemento, eles olham para mim surpreendidos com a minha sabedoria. - Então? na choça só podemos ouvir e dormir… - Chiça, eles nunca mais aparecem, estamos aqui espetados na escadaria há duas horas. – desabafa desalentado Montoya.  Por fim o pesado portal de espigões abre-se e lá de dentro um criado monhé de turbante, justilho, calças de seda afuniladas, armado com tulwar e tabar[2] aparece inspecionando-nos, reverenciando-nos e pedindo que acabemos com o fogo. - Eu bem disse
Ler mais
Cap.7: "Nossa Senhora do Ópio"
  Um mês de sortidas, assédios e fome decorreu…e a imagem ténue de Fei li não me larga…   Estamos de novo reunidos na Torre da mesa oval com os capitães e os sargentos da companhia: - Caros confrades, as provisões estão-se a acabar e a monção tarda a chegar. Dizem os prisioneiros que, vindo a monção, o maratha se verá obrigado a retirar, dado que não terá condições de continuar um cerco. Ontem, mediante tortura, um rane confessou que o maratha ainda tem um ultimo truque na manga, algo que nunca tinha sido usado nas actuais artes da guerra, mas não nos soube dizer o quê. - informa-nos alferes Delgado Lopo andando nervoso e com as mãos atrás das costas em volta da mesa onde os capitães estavam sentados. Nós os sargentos, encostados nas pedras da parede à volta  da mesa apenas ouvíamos com autorização para cachimbar à vontade, fei li, minha feilizinha… - Urge então urdirmos um estratagema para descobrirmos esse tr
Ler mais
Cap.8 : "A Batalha dos Mastodontes"
Corríamos escuridão adentro pelo matagal. Estranhei não haver luar, sem luar como é que o maratha pensa em fazer alguma coisa hoje à noite? Todavia das ruínas do templo de Pattadakal os hipnóticos mantras continuam a ser entoados e os pirilampos na mesma pairavam indicando-nos o trilho das várzeas dos crocodilos que com os seus faíscantes olhos miravam-nos confundindo-nos com gazelas. Ocultamo-nos abraçados pelos bambus e palmares e vimos o braço do Mandovi alumiados por milhentas tochas! - Veja o que eles estão a fazer, mestre?! Impossível! - Estou mocado com ópio, por isso tens que me dizer o que vês. Senão ainda vejo elefantes a voar. - digo-lhe recostando a minha cabeça na erva quente e húmida e fechando os olhos. - Mestre, acorde, não adormeça. – alerta-me Izmirla pegando-me nos ombros e obrigando-me a abrir os olhos, estremunhado, tento ver, e céus! Eram enormes barcaças que estavam a ser puxadas, do outro lado da margem, por escravos com longas cordas
Ler mais
Capt.9: "Promessa a um morto"
Três meses volveram, e uma casa extramuros aluguei, o amor não é eterno, mas as minhas mágoas são…     Estava anestesiado mirando estático da janela do prédio branco de dois andares, as ocultas quintas frondosas dos ricos, e mais abaixo a grande lagoa e um braço do Mandovi e aqui tão perto os campos alagados das várzeas e a baixa muralha norte mesmo colada a nós, linda vista! Linda vista em que eu fui feliz durante três meses. Acho que nunca estive tão triste como em toda a minha vida, e não me lembro de me sentir tão melancólico e desesperançado,  nem mesmo no rio Farim na Guiné quando era escravo. Observo lentamente as esmeraldas trepadeiras desenhadas na parede subindo pelo tecto…o contador de gavetas com bicharocos coroados… a enorme arca ferrada de tons avermelhados…a cadeira com valiosos entalhes de marfim..e por fim a larga cama de ébano onde a princesa Urvasi acaba de mudar a gaze fresca das frontes da febril Fe
Ler mais
Capt.10 "Rosa de Arantes"
Era o dia de feira no areal de Ponte de Lima…     …e as  tendas de lona branca que discorriam até ao rio abrigavam-nos do vento gélido vindo dos lados da Galiza. Detenho-me por momentos acocorado na cerca a admirar os alinhados, castanhos e fortes bois com aqueles cornos enormes, relembrando as esqueléticas e beges vacas da Índia e pensando ; que desperdício… - Hei, boiadeiro, quanto é uma rês? - 500 reis, Meu senhor. Vou deambulando ao calhas, inspeccionando e perguntando os preços dos cântaros de barro, das cestas de vime, das couves, grelos e nabos do Inverno, do arroz, trigo e milho armazenado em vasilhas, até da própria lenha pergunto o preço curioso e chegando à conclusão que é bem mais barato a vida aqui em cima que na metropolita Lisbonna à beira Tajus. Compro umas laranjas, dou uma a um puto cigano inquirindo-o: - Conheces os Malheiros? – ele encolhe-me os ombros. Miro acima do areal, di
Ler mais