O Arrependimento do Meu Companheiro Depois de Colocar Nosso Filho na Prisão
O Arrependimento do Meu Companheiro Depois de Colocar Nosso Filho na Prisão
Por: Alyssa J
Capítulo 1
Meu companheiro Renato queria que nosso filhote assumisse a culpa pelo filho do seu primeiro amor e fosse para a Prisão de Prata por cinco anos.

O grande salão do Matilha Sombra da Tempestade fervilhava de excitação. O Ancião da Matilha, Gregório Bastos, estava no palco, sua pelagem prateada brilhando sob os lustres.

— Na semana passada, a vida de um jovem lobo foi salva pelo corajoso filho do Beta Renato — Anunciou orgulhosamente. — Estamos aqui para honrar esse filhote heroico.

Meu coração se encheu de orgulho. Márcio, meu filho de oito anos, apertou minha mão nervosamente.

— O jovem herói poderia subir ao palco, por favor?

Levantei-me com Márcio, mas congelei.

Renato já estava caminhando para o palco, com Sílvia Nogueira e seu filho, Jandir.

Meu sangue gelou.

Isso não estava certo. Jandir não foi quem salvou aquele filhote. Márcio, sim.

— Essa é a minha conquista! — Márcio sussurrou, confuso e magoado.

Os olhos de Renato se arregalaram ao nos ver. Eu não deveria estar ali, deveria ter ido visitar a Matilha do Norte hoje. Mas tinha voltado correndo para a cerimônia do meu filho.

— Esta cerimônia acabou. — Renato anunciou abruptamente, sua autoridade de Beta não permitindo discussão.

A multidão se dispersou rapidamente, deixando apenas confusão e sussurros para trás.

Renato correu até o meu lado, pegando minha mão.

— Celeste Almeida, Jandir não é meu filho. Você tem que acreditar em mim!

Meus dedos tremebundos estavam em seu aperto.

— Então, por que está reivindicando a conquista dele?

Antes que ele pudesse responder, Sílvia deslizou até nós, seu rosto uma máscara de vulnerabilidade ensaiada.

— Renato. — Disse suavemente — Você prometeu reconhecer Jandir como seu. Você deu sua palavra.

O aperto de Renato na minha mão se intensificou.

— Celeste é minha companheira. Ela merece a verdade!

A máscara de vulnerabilidade de Sílvia se quebrou, revelando um sorriso frio.

— Então, vamos contar tudo, não é? — Sua voz transbordava de satisfação. — Diga a ela que Márcio precisa ocupar o lugar de Jandir na Prisão de Prata por cinco anos e que Jandir substituirá Márcio como o herói da matilha.

Márcio olhou para mim, o medo nublando seus olhos infantis.

— Mãe, o que ela está falando?

— O que está falando? — Perguntei, minha voz tremendo. — Por que Márcio teria que ir para a prisão?

Os ombros de Renato caíram. Seus olhos dourados se apagaram com culpa.

— Jandir... ele matou acidentalmente um filhote de lobo de cinco meses na semana passada. — Disse Renato baixinho. — Ele não quis, mas a lei da matilha é clara. Sílvia e Jandir seriam exilados.

Meu sangue gelou.

— E?

— Sílvia não tem um companheiro para protegê-los. Eles não sobreviveriam como foragidos. Renato estendeu a mão para a minha, mas eu a puxei para longe.

— Márcio é forte. Ele já salvou tantos com sua cura de acônito. O Conselho dos Alfas só daria cinco anos para ele na Prisão de Prata.

Márcio começou a chorar.

— Pai, eu não fiz nada de errado!

Jandir fez uma careta para Márcio, seu rosto jovem retorcido em uma satisfação cruel.

— Você deveria se sentir honrado por tomar a minha punição. Afinal, seu pai só amou minha mãe.

O rosto de Renato empalideceu. Ele tapou a boca de Jandir com a mão, pânico brilhando em seus olhos.

— Não! Celeste, isso não é verdade! — Ele agarrou meus ombros, desesperado. — Você é a minha única companheira. Quando esse problema com Jandir for resolvido, faremos nossa cerimônia de marcação. Quando Márcio voltar da prisão, ele herdará minha posição de Beta. Esses cinco anos... serão apenas um treinamento para ele.

Uma risada amarga escapou da minha garganta.

Dez anos.

Dez anos desde que Renato descobriu que eu era sua companheira e supostamente terminou com Sílvia.

Dez anos juntos.

Nosso filho tinha oito anos agora.

Ainda assim, durante todo esse tempo, Renato nunca realizou nossa cerimônia de marcação. Nunca me declarou publicamente como sua companheira.

— Mãe? — A voz de Márcio tremeu. — Eu não quero ir para a prisão.

O sorriso de Sílvia se alargou.

— Melhor se acostumar, filhote. A Prisão de Prata não é conhecida pelo conforto.

— Cala a boca, Sílvia! — Renato rosnou, mas sua voz não tinha autoridade verdadeira.

Os passos do Ancião Wilmar Vieira ecoaram pelo salão.

— O que está acontecendo aqui?

— Nada, Ancião. — Renato disse suavemente. — Apenas um mal-entendido familiar. Eu vou resolver isso.

Ele agarrou meu braço, guiando-me, junto com Márcio, em direção à garagem da matilha. Sílvia e Jandir os seguiam.

No momento em que me sentei no banco de trás, notei as embalagens de petiscos de Doce da Lua espalhadas pelo painel. Márcio odiava Doce da Lua. — Fazia sua língua coçar.

— Renato sempre guarda os petiscos favoritos de Jandir no carro. — Sílvia disse, doce. — Para nossos passeios familiares juntos.

— Sílvia, chega! — Renato rosnou, mas não havia raiva real em sua voz.

— Não grite! — Sílvia fez uma careta. — Vai assustar o Jandir!

Como que por sinal, Jandir começou a chorar. Renato imediatamente estendeu a mão para trás e fez um carinho na cabeça dele.

O carro ficou cheio de um silêncio tenso enquanto dirigíamos. Márcio se pressionou contra mim, tremendo.

— Celeste, tente entender. — Renato finalmente disse. — Sílvia é uma Ômega. Sem a proteção da matilha, ela e Jandir não sobreviveriam ao exílio. Os foras-da-lei os despedaçariam.

— Então que morram. — Respondi, fria. — Meu filho não vai apodrecer na prisão pelos crimes deles.

Os gritos de Jandir aumentaram. Sílvia desabou em lágrimas.

— Como ousa?! — Renato estourou, seus olhos brilhando no espelho retrovisor. — Tenha um pouco de compaixão!

Eu dei uma risada amarga.

— Compaixão?

— Você é realmente irracional! Eu deixei Sílvia por você, há dez anos! — Ele rosnou. — Eu a deixei se juntar àquele bêbado, Roberto Nogueira, que a espancou por anos! Tenho uma dívida com ela!
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