Parte 1...
— Você ficou maluco? - Jules bateu na mesa — Eu dei minha imagem e meu nome para você... Aceitei ir para a cama com vocês dois para que o casamento se fortalecesse.
— Não, Jules... Você pensou no dinheiro e em tudo o que Mark lhe oferecia. Você se deixou manipular, enquanto pensava que era você que manipulava. O tiro saiu pela culatra - Otávio disse.
Matteo apertava os lábios. Sei que ele deve estar doido para estourar, mas os amigos já tinham dito a ele que fosse com calma, que tudo ia se resolver. Eles já tinham provas de tudo.
— Jules, vamos resolver isso, está bem? - Mark ergueu a mão.
— Vocês dois estão destruindo a vida do meu irmão - Matteo olhou com seriedade pa
Parrte 2...Ana— Para com isso, você vai se machucar - Matteo disse, tentando me segurar na cadeira — Eu te ajudo, calma.Eu estou impaciente. Quero ir ver a Acácia, mas sair de casa com cadeira de rodas é muito ruim e Matteo vai ter que sair para levar o irmão para depor. Mark ainda tentou manipular a situação para sair como vítima e jogou tudo nas costas de Jules, mas não deu certo.Fiquei com pena de Lucas, ele realmente acreditava que era amado pelos dois. Isso machuca muito. Pelo menos minhas dores sobre isso foi quando eu era muito pequena e o trauma que ficou apenas me ajudou depois, ainda que me deixe travada às vezes.— Pode me dizer porque você está tão impaciente hoje?— Ah... Não sei.. - suspirei — Quero sair de casa, Matteo. Quero ir ver a Acácia.— Tá bom, eu te levo até lá - ele saiu e voltou carregando um par de muletas — Que tal usar isso aqui?— Onde você escondeu isso? - ri me animando — Me dá... Quero testar.— Calma... Deixa eu te ajudar.Ele me ajudou a levantar
Parte 1...Eu não sei dizer o nível de minha frustração e raiva, agora que tive que ouvir calado tudo o que meus amigos e também advogados tinham a me dizer.Olhei em volta. O restaurante é muito conhecido, então está lotado a essa hora, o que me impede de soltar os cachorros em cima dos dois. Não acredito que estou ouvindo uma merda dessa.Eu não me importo com a opinião dos outros e menos ainda quando nem mesmo os conheço, mas tenho educação suficiente para não fazer uma cena, mesmo que a vontade seja essa. Só não faço isso realmente porque preciso manter meu nome em um bom nível, mas a língua está coçando.— Não é possível que isso seja real - me inclinei pra frente, falando com os dentes cerrados.— Sinto dizer, amigo, mas é bem real - Otávio me respondeu — Infelizmente, você vai ter que aceitar.— Aceitar... - diminuí a voz — Porra nenhuma.— Matteo, não tem muito o que fazer nesse caso. Você está de mãos atadas - Sandro me disse, gesticulando.— Sandro, isso é um erro, tenho cer
Parte 2...Tenho muitas recordações de minha vida ao lado deles e quase todas são perfeitas. Anos maravilhosos que eu não esqueço. E gostaria de poder repetir, mas sei que isso não é mais possível.— Você tem que pensar bem sobre tudo o que diz respeito a esse testamento - Otávio me aconselhou — Não vai ter volta depois que for tudo assinado.— É verdade - Sandro puxou o ar e limpou a garganta — E sendo bem claro, ninguém pode saber que já falamos com você sobre isso ou poderemos perder nosso registro na ordem e talvez, até mesmo responder um processo sério e acabar pegando um tempo em cana.— Realmente, Matteo. Nós te chamamos aqui porque somos seus amigos e sabemos que você tem um grande interesse pela herança.— Eu sei disso e agradeço muito aos dois.Eu na verdade não tenho necessidade de dinheiro. Eu já sou rico, muito rico mesmo. Claro que gostaria de aumentar esse montante, porém meu interesse maior é na propriedade. O que vivi ali me marcou demais e sempre tive planos para o l
Parte 3...Porém minha mãe não estava ouvindo a voz da razão e as brigas foram muitas, o que causou muita tristeza em minha avó. E isso piorou no dia em que minha mãe fugiu de casa para se encontrar com meu pai. Maxwell Smith Ferro.Meu pai era um homem que vivia de acordo como lhe desse vontade. Mudava de humor praticamente o dia todo e isso depois de um tempo começou a trazer problemas para o casamento deles.Lucas é mais velho do que eu cinco anos e isso talvez tenha marcado mais a vida dele do que a minha. Eu ainda cheguei a presenciar algumas brigas entre eles e até flagrei minha mãe chorando no quarto, mas ela dizia que não era nada demais. E eu aceitava porque era muito novo para entender.Quando eu estava com cinco anos e Lucas com dez, meus pais se separaram. Um dia meu pai estava em casa e no outro tinha saído para não voltar.Eu só fui entender certas coisas que aconteceram com eles, muito tempo depois, já adolescente. Mas isso já não me importava mais.Depois de uma semana
Parte 4...Comecei a comer, pensando nas palavras deles. Eu não tenho um problema, só acho que casamento é uma bobagem, uma instituição falida. Na verdade não passa de um acordo que deve ser muito bem feito para não ter nenhuma surpresa desagradável depois.— Seu irmão já está casado, Matteo.— Eu sei disso, Otávio, mas ele só se casou para esconder duas coisas - ergui os dedos — Que ele é gay e que a filha que a esposa falsa dele está esperando, na verdade é do amante dele - eu disse entre os lábios apertados.— Nossa, isso seria um escândalo gigante - Sandro balançou a cabeça — Será mesmo que o Pietro não sabia disso ou fazia de conta que não sabia?— Eu realmente nunca cheguei a falar com ele sobre isso, é muito pessoal e se o Lucas nunca quis se abrir com ele sobre seu modo de vida, não seria eu quem iria fazer isso.Lucas nunca se abriu comigo sobre ser gay. Eu descobri. Mas isso nunca fez diferença para mim, ele é meu irmão e vai continuar sendo, independente do modo de vida que
Parte 5...— Eu sei bem disso, Sandro, mas pra mim estava tudo bem, até que esse bendito testamento apareceu.— Pietro deixou claro que o testamento só seria aberto depois de um mês de sua morte. O escritório tinha que cumprir seu desejo - Otávio balançou a cabeça.— Eu sei disso - cocei a testa — Só não pensei que teria que passar por essa cláusula ridícula.— Vai ter que mudar algumas coisas, querendo ou não. A outra alternativa é abrir mão da propriedade para Lucas.Eu esqueci por um instante e soltei um palavrão. Vi as caras das pessoas por perto.— Matteo, assim fica difícil te ajudar, homem - Sandro abriu as mãos — Segura a língua e o gênio forte.— Pra você é fácil falar - fiz uma careta.— Não é fácil, sei disso, mas não dê mais motivos para que as pessoas falem sobre você.— E o que falam de mim?— Que você é mimado, egocêntrico, mulherengo, cínico... E outras coisinhas mais que prefiro não comentar.Eu fechei a cara e apertei as mãos. As pessoas falam sem saber a verdade. Ne
Parte 1...Eu não queria ter que ficar lendo um monte de papel e e-mail agora, minha cabeça ainda está cheia do que os dois me falaram sobre a abertura do testamento. Eu tenho que fazer algo, mas o que?Passei pela recepção que nem prestei atenção se havia alguém esperando para falar comigo, como muitas vezes acontece. E nem estou com vontade de conversar com ninguém agora. Preciso colocar meu cérebro para pensar.Entrei no escritório tão rápido que nem prestei atenção se a songa monga da minha secretária estava em sua mesa. Até minha respiração está acelerada depois de sair do restaurante. Acho que talvez eu tenha passado por algum sinal vermelho pelo caminho até aqui, o que talvez em breve me faça receber uma multa.Me joguei na cadeira e virei para a grande parede de vidro que me permite ter uma vista muito bonita da cidade lá embaixo. Aqui não é tão alto quanto minha cobertura, mas ainda assim é bonito. Eu gosto de ficar olhando o movimento lá embaixo, os carros passando, as pesso
Parte 2...Ainda bem que não, porque eu até gosto de trabalhar aqui e o salário é muito bom, me ajuda bastante. Eu não sou uma pessoa que gasta demais ou que sai por aí desperdiçando dinheiro e até porque, eu nunca tive esse costume, não aprendi nem mesmo a ter dinheiro e dá um trabalho enorme para ganhar, juntar e usar direito. Pra gastar é um piscar de olhos, mas eu acho que até faço milagres com o que tenho.É melhor que eu vá logo comprar esse capuccino para ele. Uma vez eu caí na bobagem de comprar na cantina aqui da empresa e o homem reclamou três dias seguidos. Quando ele me pediu de novo, eu fui logo na cafeteria na rua de trás e comprei lá o café. Ele gostou e pensa que a cantina melhorou o capuccino. Nunca disse a verdade a ele. Pelo menos não reclama mais comigo sobre isso. Eu não posso ser responsável pelo trabalho dos outros, apenas do que eu faço.Peguei o cartão na gaveta. Esse cartão tem uma senha só para mim. Ele me deu esse cartão quando comecei a trabalhar no lugar