Kelly é uma jovem sonhadora, de pele clara, cabelo longo, liso e castanho escuro, de olhos castanhos, magra e não muito alta. Com dezoito anos de idade, e morando sua mãe, avó e irmã, tem poucas responsabilidades, tendo apenas que se dedicar ao colégio e ao vestibular, mas nem sempre é isso que ela quer fazer. Kelly mora com sua família numa cidade do interior chamada Merlin, a qual se tornou conhecida internacionalmente por suas belas cavernas.
Seu terceiro ano no ensino médio tem sido totalmente diferente dos demais: não por ter mudado de série – até porque sempre foi estudiosa, na maioria das vezes, e nunca foi reprovada, passando direto sem precisar das provas de recuperação – mas por ser o seu último ano, com quase todos os amigos novos – exceto Jéssica –, pois precisou transferir de turno, passando da tarde para a manhã e tendo o resto do dia livre para a sua felicidade.
Kelly está conhecendo pessoas de todos os tipos. Existem vários gatinhos no colégio, mas ela nunca se interessou por ninguém... Nem para saírem juntos para curtir um cinema... Nada... E sim, ela nunca beijou ninguém, mas não se importa, pois sempre disse que preferia dar o primeiro beijo no amor de sua vida.
Sua melhor amiga, Jéssica, de dezessete anos, uma garota de pele clara, cabelos longos lisos e loiros, e olhos castanhos, magra e um pouquinho mais alta que Kelly, é bem diferente da amiga, sendo uma das mais populares do colégio. Adora uma festa e é super comunicativa, fazendo sempre muitos amigos por onde passa e por isso, ela está sempre acompanhada.
Elas sempre se encontram, pois estudam na mesma sala. Em um dia, ao final da aula de história, enquanto pegavam suas mochilas e guardavam seu material, Jéssica fez um convite a Kelly:
– Kelly, vamos passar na lanchonete antes de irmos para casa? Lá tem sempre pessoas interessantes, e seria legal você ficar um pouco mais de tempo fora de casa, sabe? Conhecer pessoas... Você só fica em frente àquela televisão ou laptop assistindo séries e filmes! Você não se cansa, não? – Perguntou se sentindo indignada diante do comportamento estranho da amiga.
Enquanto as duas saíam da sala e caminhavam, lado a lado, no corredor cheio de armários dos outros estudantes, Kelly respondeu – Não me canso, porque eu gosto. Prefiro mil vezes assistir a filmes e séries, do que ficar jogando conversa fora com essas pessoas que não tem nada a ver comigo.
– Mas você nem conhece as pessoas direito! Tem muitos garotos legais, que gostariam de te conhecer, sabia? – Respondeu Jéssica.
– Já fui com você nessa lanchonete outras vezes e não me impressionei. Prefiro o meu passatempo favorito. – Respondeu Kelly, com um sorriso no rosto e se sentindo vitoriosa da “discussão”.
– Então tá bom... Vou ficar um pouco por aqui, e depois vou para casa. A gente se vê amanhã na aula. – Disse Jéssica, dando um abraço forte na amiga.
– Até amanhã. Despediu-se Kelly saindo da escola e se dirigindo para sua casa.
Era uma manhã um pouco fria de quarta-feira, Kelly caminhava próximo às gramas que enfeitavam o grandioso espaço que pertencia ao colégio, rumo à sua casa. No caminho, pensava sobre o que Jéssica havia comentado e não conseguia dar razão a ela, pois achava que aquelas pessoas não a faziam se sentir bem. Muito pelo contrário, faziam-na se sentir estranha, por não querer ir as festas das quais eles falavam e estavam sempre organizando.
Quando Kelly chegou em casa, percebeu que estava sozinha, pois todos estavam trabalhando. Ela mora com sua mãe Débora, sua avó Norma e sua irmã Marcelly, de vinte e cinco anos que sempre foi sua companheira e conselheira.
Marcelly é uma garota alta, magra, de pele clara, de cabelos lisos castanhos e olhos castanhos. Assim como Jéssica, Marcelly não concordava com o jeito anti-social da irmã, mas também não reclamava, pois ela apoiava que as pessoas deveriam ser felizes e fazer o que bem entendessem, buscando sempre a felicidade. Se Kelly preferia ficar em casa assistindo as séries e aos filmes, tudo bem. É melhor ficar o dia todo em frente a uma televisão, do que ficar por aí fazendo coisas e frequentando lugares para agradar aos outros. E nesse ponto, todos da casa concordavam com Marcelly.
Elas sempre conversavam muito quando Marcelly chegava do trabalho, sempre foram muito amigas; se davam muito bem, o que deixava sua mãe e avó muito felizes. Kelly sempre contava tudo o que acontecia durante seu dia no colégio, e falava sobre as séries as quais estava assistindo. E Marcelly sempre dava muita atenção a sua irmã, ouvindo atentamente tudo o que ela dizia.
Naquele dia, ao chegar em casa e perceber que estava sozinha, Kelly já foi logo à cozinha verificar se tinha comida na geladeira, torcendo para que sua refeição ficasse pronta de forma rápida: apenas esquentar. Ao verificar, não ficou muito contente.
Vendo que não tinha comida pronta, ela deu logo um jeito de fazer um macarrão instantâneo, pois era a opção mais prática naquele momento. Enquanto seguia as orientações da embalagem, e deixasse que o fogo fizesse sua tarefa de cozinhar o macarrão, Kelly pensou em tomar um banho, então se dirigiu até seu quarto, pegou uma roupa limpa, mas bem folgada, foi até o banheiro e tomou um banho bem relaxante. Quando terminou, foi até a cozinha e preparou seu prato de macarrão instantâneo, o qual estava muito apetitoso. Pegou na geladeira um pouco de refrigerante e se dirigiu ao seu quarto. Sentou na cama se recostando em uma almofada bastante confortável e já foi ligando o computador para assistir ao episódio de sua série favorita.
Depois de assistir com muito entusiasmo ao episódio do dia, pensou em assistir aos próximos, pois a série era realmente muito boa e provocava em Kelly a vontade de maratonar, ainda que tivesse algumas lições de casa para serem feitas, além de seus estudos para o vestibular que deveriam ser colocados em dia. Mesmo com um pouco de peso na consciência, Kelly assistiu a todos os episódios e quando se deu conta, a série havia chegado ao fim.
Diversos episódios assistidos em apenas um dia. Mas quando a série finalmente acabou, ela pesquisou sobre a sinopse da próxima série que estava estreando, da qual ela tinha ouvido falar, e os resumos dos poucos capítulos já transmitidos. Vendo que o tema a agradava, começou a assistir.
Passou longas horas assistindo a tudo que queria, e colocando em dia a série que descobrira há pouco tempo, através de uma amiga chamada Larissa, com quem conversava por meio de um aplicativo de mensagem instantânea, e que também era viciada nesse tipo de entretenimento.
Quando Kelly finalmente olhou o relógio, viu que já era noite. E percebeu que passou a tarde inteira, mais uma vez, sentada na frente do computador. E por manter as cortinas fechadas, não percebia muito o Sol se pondo.
– Meu Deus! – Disse Kelly consigo mesma, enquanto verificava a hora no relógio e se certificando de que já estava tarde. – Eu só almocei, não lanchei, não fiz minhas lições de casa, não lavei a louça nem fiz o jantar. Não fiz nada! Estou começando a achar que Jéssica está certa quando ela fala que eu não me interesso por outras coisas a não ser esse mundo cinematográfico. – Concluiu Kelly perplexa com o seu próprio comportamento.
– Daqui a pouco a minha mãe e a minha irmã vão chegar do trabalho e verificar que eu não fiz nada, que passei o dia todo mais uma vez na frente do computador. Ainda bem que a minha avó está na casa da minha tia Neuza, pois é menos uma pessoa para me dar bronca. Mas minha mãe e a minha irmã com certeza irão brigar comigo, e elas têm razão. – Pensou Kelly entristecida, pois não gostava de desagradar a sua família.
Minutos depois, quando sua mãe Débora e sua irmã Marcelly chegaram do trabalho, Débora perguntou a Kelly:
– Oi, filha! Tudo bem? O que você está fazendo? – Perguntou Débora, já imaginando que a filha estivesse fazendo a mesma coisa de sempre, pois vira o computador ligado em seu colo.
– Oi, mãe! – Cumprimentou, Kelly, pausando o vídeo que estava assistindo. – Estou bem, e você? Estou assistindo uma série nova que a Larissa me apresentou. – Respondeu, animada.
– Larissa? Quem é Larissa? – Perguntou Débora, curiosa.
– É uma amiga. Na verdade, não a conheço pessoalmente ainda, mas é possível perceber que ela é muito legal. Conversamos com frequência pela internet. Ela gosta das séries e curte os mesmos assuntos que eu. Então a gente se dá bem. – Respondeu Kelly se sentindo apreensiva, pois sua mãe em breve iria ver que o jantar ainda não estava pronto.
Larissa é uma garota de pele clara, cabelo longo ondulado e castanho escuro, ela é magra, mas não se sabe sua altura, pois elas nunca haviam conversado sobre isso e ainda não se conheciam pessoalmente para que ela mesma pudesse constatar.
– Entendi. – Respondeu a mãe. – Fez uma pausa e prosseguiu: – E Marcelly, ainda não chegou? – Perguntou a mãe de Kelly enquanto caminhava para a cozinha.
– Ainda não. Deve estar vindo por aí.
– É... Deve estar sim. Você almoçou hoje, pelo que posso perceber, né? Porque nem o prato foi capaz de lavar! – Gritou sua mãe lá da cozinha, meio irritada. E Kelly foi até lá falar com ela.
– Desculpe, mãe... Eu me esqueci.
– Você almoçou o quê? Pois não tinha comida pronta, e pelo que estou vendo, continua sem ter. – Comentou a mãe levantando a tampa das panelas a fim de se certificar do que acabara de dizer.
– Fiz um macarrão instantâneo, que era mais rápido.
– E por que não fez uma refeição completa e saudável? Por acaso estava com pressa?
– Não estava com pressa, mas estava com preguiça de cozinhar.
– Conheço bem esta preguiça... Tem nome... Quer que eu o diga?
– Ai, mãe, também não precisa brigar, né?
– Precisa, sim, Kelly! Você passa a maior parte do tempo em frente a esse computador assistindo a esses filmes, séries, sei lá o quê, e deixa sua alimentação para depois.
– Tudo bem, não vou mais me alimentar mal.
– Você está sempre falando isso e continua do mesmo jeito. Mas enfim, quer assistir as séries tudo bem, mas tem que se preocupar mais com a sua alimentação e com as tarefas domésticas também, pois a casa está uma zona. Parecia até que não esteve ninguém aqui o dia inteiro, o que não é verdade. Você passou a tarde inteira aqui. – Disse sua mãe, com expressão de decepção e raiva, não era possível identificar muito bem.
Kelly voltou para o quarto assim se sentindo um pouco chateada consigo mesma, reconhecendo o erro de ter deixado todas as tarefas de lado para focar em seus interesses diários.
Logo em seguida, ouviu um aviso de mensagem chegando em seu celular. Era mensagem de Marcelly que dizia:
“Kelly, avisa a mamãe que vou chegar mais tarde hoje, pois estou em um happy hour com o pessoal do trabalho, por favor.”
Kelly pegou o celular e chamou sua mãe:
– Mãe! Marcelly acabou de me enviar uma mensagem dizendo que vai chegar mais tarde, pois está em um happy hour com os amigos. – Disse ela, voltando para a cozinha e lendo a mensagem.
– Mais tarde que horas? Como ela vai voltar para casa? Pois quanto mais tarde, mais desertas ficam as ruas e mais perigoso vai ficando. – Comentou a mãe de Kelly em tom de preocupação.
– Ok, vou perguntar. – Nesse momento, Kelly começou a digitar a mensagem para responder a Marcelly, transcrevendo para ela as palavras mencionadas pela mãe.
“Irmã, acabei de avisar a mamãe e ela perguntou a que horas você estará de volta e como você pretende voltar para casa. Ela está preocupada com você.”
– Enviei uma mensagem para ela, perguntando, mãe. Daqui a pouco ela deve estar me respondendo. – Explicou Kelly.
– Ok. Mas e você, não vai sair com a Jéssica?
– Ela me chamou hoje para ficar na lanchonete do colégio com ela, mas eu não quis. Não tenho muita intimidade com aquelas pessoas, parece que eu sou um peixe fora d’água.
– Entendi. Mas você precisa conhecer pessoas, se socializar. Desse jeito não vai arrumar um namorado nunca! – Disse a mãe na cozinha, enquanto preparava o jantar.
– Vou namorar quando encontrar alguém que me interesse. Até agora não apareceu ninguém.
– E como vai encontrar alguém que te interesse se você não sai desse bendito quarto? Acha que um príncipe encantado vai sair de suas séries favoritas?
– Ah, mãe! Não estou com pressa alguma em arrumar ninguém. Estou feliz estando sozinha, do meu jeito. Não sinto vontade de estar namorando ninguém. – Disse Kelly ficando incomodada com o questionamento de sua mãe.
– Tudo bem, não precisa ficar irritada comigo. Só estou falando para o seu bem. – Depois de uma pausa, a mãe de Kelly complementou. – Vem jantar porque a comida já esta pronta.
– Não estou irritada, só gostaria que as pessoas me respeitassem mais. Só isso. – Respondeu Kelly enquanto pegava o prato e em seguida destampava as panelas e ia colocando arroz em seu prato.
Depois de terminarem o jantar, Débora disse:
– Bem que você podia lavar a louça do jantar hoje, não é mesmo? Estou tão cansada...
– Ok, mãe. – Respondeu Kelly entristecida, pois acreditava que fosse conseguir pegar no sono logo depois de jantar.
Kelly levou seu prato e talheres para a cozinha e começou a lavar todas as louças, inclusive as suas que estavam acumuladas do almoço. Depois que ela terminou, disse – Vou dormir, mãe. Boa noite. – Disse Kelly, se despedindo e se dirigindo ao seu quarto.
– Boa noite, filha. Obrigada por ter lavado tudo.
Como já era meio tarde, Kelly escovou os dentes, desligou o computador, colocou-o no chão perto de sua cama, e foi se deitar, pois amanhã era mais um dia de acordar cedo para ir ao colégio.
No dia seguinte no colégio, Kelly chegou pouco depois da aula ter começado, estava vestindo uma calça jeans pouco larga, que não valorizava suas curvas – como Jéssica costumava dizer –, e seu uniforme por baixo de um casaco cinza de capuz, com o cabelo não tão arrumado. Enquanto ela entrava na sala, procurava por sua amiga, que logo percebeu seu atraso, e imediatamente perguntou: – Bom dia, amiga, o que houve para você ter chegado agora? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Jéssica. – Perdi a hora. – Respondeu ela, enquanto colocava a mochila sobre a carteira ao lado de Jéssica. – Ah sim, já sei... Ficou assistindo serie até altas horas, acertei? – Perguntou ela, dando risadas. – Não fiquei até tarde, não. Consegui dormi cedo ontem, não tão cedo quanto imaginei e quanto eu gostaria, mas relativamente cedo. Só perdi a hora. – Hum... Então está bem. – Concluiu Jéssica. Enquanto o professor estava virado de costas para os alunos, escrevend
No fim do dia, Marcelly e sua mãe Débora chegaram do trabalho; cumprimentaram Kelly, e a mesma já olhou para sua irmã como se estivesse pedindo “desculpas”. Enquanto se dirigiam para o quarto, Marcelly perguntou, dando risadas: – Por que você está me olhando desse jeito, Kelly? Não tenho dinheiro não! – Ai que horror, Marcelly! Até parece que eu sou interesseira! – Respondeu, dando risadas. – Não é interesseira, mas como diz o ditado: “te conheço de outros carnavais”. Desembucha! O que você está querendo? – Preciso de uma ajudinha sua! – Disse Kelly dando um sorrisinho. – Saia que ia me pedir alguma coisa! Ajuda em quê? – É... Então, eu queria aprender a me maquiar, mas já percebi que não levo o menor jeito para isso. – Depois de uma pausa, ela prosseguiu: – Preciso que você me ensine, pois eu já assisti a diversos vídeos na Internet, e nenhum adiantou. Só fiz besteira. – Percebi, pois seus olhos estão, parece que, manchados. –
Depois daquele dia, ela decidiu que prestaria ainda mais atenção no comportamento de Gustavo e na conversa dos rapazes, caso os encontrasse novamente. Os dias se passaram e Gustavo não aparecia no colégio. Kelly começou a ficar preocupada. Dando ainda mais ênfase nas suas desconfianças e medos. Ele ficou afastado das aulas por, aproximadamente, uma semana. Na segunda-feira da semana seguinte, chegando na sala de aula, estava Gustavo sentado com um rapaz no fundo da sala, de onde ele acenou para Kelly, e ela retribuiu o aceno a ele. Ela percebeu que ele estava conversando com seu amigo sobre ela, pois escreveu um bilhete e o entregou, fazendo gesto, dando a entender que o amigo deveria entregá-la o bilhete no fim da aula. Aquele comportamento foi mais um motivo para ela estranhar. – Por que ele não sentou perto de mim, igual à última vez em que ele apareceu aqui? – Por que ele faltou tantos dias consecutivos? – Por que ele mesmo não me entrega esse bilhete? –
Passaram-se duas semanas, e desde aquele dia em que Kelly e Gustavo conversaram no ginásio, não se encontraram mais. Kelly chegou, mais um dia, na sala de aula, sentou-se ao lado de Jéssica, e constatou que Gustavo faltara mais uma aula. Não sabia se o procurava, através do aplicativo de mensagens, pois a gangue ainda estava por perto, e ela não queria colocá-lo, nem se colocar em risco. Estava muito insegura, pois não sabia exatamente o que estava acontecendo. Não estava claro o motivo pelo qual a gangue estava atrás de Gustavo. Seu conhecimento se limitava à vingança, devido a algo que o irmão de Gustavo fez. Ao final da aula, Kelly foi caminhando para casa de forma bem lenta, para tentar ver se a gangue estava por perto, mas naquele dia não viu ninguém. Quando chegou em casa, almoçou, tomou um banho e, diferente dos outros dias, não assistiu as séries favoritas para não ficar ainda mais triste por ver seu ator preferido e lembrar de Gustavo, mas não adiant
Era uma manhã ensolarada, e Kelly foi caminhando pelas ruas tranquilas, enquanto ela imaginava o quão maravilhoso seria o resto do dia. Olhava ao redor para ver se encontrava novamente com a gangue, mas para sua paz, não os viu – pelo menos não estavam ali naquele momento. Ela seguiu caminhando por uns vinte minutos até que chegou nas primeiras grutas. Como havia marcado de se encontrar na caverna maior, deveria andar um pouco mais. Sua ansiedade e o solo rochoso, dificultavam sua caminhada de forma mais rápida. Ela se apoiava nas paredes rochosas e sempre olhando para o chão, tomando o máximo de cuidado, pois havia muitas pedras, algumas mais altas e outras mais baixas e algumas estavam escorregadias, então todo cuidado era pouco naquela região. Depois de entrar e andar no interior da gruta por quase cinco minutos, avistou um belíssimo lago azul, que cintilava o pouco brilho do sol que ainda conseguia penetrar no interior da caverna. Havia uma parte
Chegando em casa, vendo que estava sozinha, pois sua mãe Débora e sua irmã Marcelly ainda não haviam chegado, caminhou direto para seu quarto e se jogou na cama com um sorriso no rosto, e dizendo a si mesma: – Não acredito que isso está acontecendo... Dei meu primeiro beijo... Finalmente... E em um garoto de quem eu gostei... Que me interessou e me mudou no primeiro dia em que vi... Como alguém pode despertar amor em sua primeira aparição? De repente Kelly se pegou pensando em como era sua vida antes de conhecer Gustavo e como ela estava se comportamento atualmente. Se arrumando, se maquiando, não passando mais tantas horas fazendo a mesma coisa. Enfim, estava realmente diferente e estava disposta a correr qualquer risco por ele. Nesse momento ficou um pouco assustada sentindo que a qualquer momento poderia perder o controle de si mesma, mas naquele mesmo momento se perdoou, pois concluiu que estava apaixonada e cada momento que passasse pensando nele seria muito bom. Para a
Conforme os dias foram passando, Kelly e Gustavo foram ficando cada vez mais próximos. Em uma manhã na escola, ele já não quis mais se sentar próximo a Théo, aos fundos da sala. Preferiu ficar mais próximo de Kelly, o que deu margem para a desconfiança de Jéssica: – Kelly, por que Gustavo está sentado tão próximo a nós duas hoje? Será que é por sua causa? – Perguntou Jéssica com ar de curiosidade. – Não sei, Jéssica. Como vou saber se eu mal falo com ele? – “Você mal fala com ele”? Como assim? Eu nunca vi vocês conversando... Então o certo seria “eu nunca falei com ele”. – Depois de uma pausa ela continuou – Kelly, você está me escondendo alguma coisa. – Comentou Jéssica desconfiando da amiga. – Ai, Jéssica, foi só modo de dizer. Realmente eu nunca falei com ele. – Mentiu Kelly. A aula se passou com tranquilidade por mais que Kelly estivesse nervosa por Gustavo estar tão próximo a ela naquele dia. Quando a aula finalmente terminou, ele
Gustavo havia se afastado dela repentinamente, o que fez com que Kelly ficasse cada vez mais desconfiada. Devido a isso, ela passou a dedicar os próximos dias buscando o entendimento do verdadeiro motivo de tê-lo feito se afastar dela. Depois de perder muito tempo tentando entender, mas sem chegar a qualquer conclusão, Kelly resolveu pegar o seu computador novamente como de costume, mas dessa vez não era para assistir as series, e sim para fazer finalmente uma rede social, pois pensou que dessa forma poderia ser mais fácil ter contato com Gustavo ou até mesmo conseguir mais informações sobre os rapazes motoqueiros misteriosos. – Não sei se vai ser tão fácil reunir as informações sobre eles do jeito que eu estou planejando. Se eles forem bandidos mesmo, como Gustavo sem querer disse, eles não devem nem ter esse tipo de contato com a Internet. Ou até podem ter uma rede social, mas não terá a fotos deles, muito menos informações que falem sobre eles, mesmo que exponham