No fim do dia, Marcelly e sua mãe Débora chegaram do trabalho; cumprimentaram Kelly, e a mesma já olhou para sua irmã como se estivesse pedindo “desculpas”.
Enquanto se dirigiam para o quarto, Marcelly perguntou, dando risadas: – Por que você está me olhando desse jeito, Kelly? Não tenho dinheiro não!
– Ai que horror, Marcelly! Até parece que eu sou interesseira! – Respondeu, dando risadas.
– Não é interesseira, mas como diz o ditado: “te conheço de outros carnavais”. Desembucha! O que você está querendo?
– Preciso de uma ajudinha sua! – Disse Kelly dando um sorrisinho.
– Saia que ia me pedir alguma coisa! Ajuda em quê?
– É... Então, eu queria aprender a me maquiar, mas já percebi que não levo o menor jeito para isso. – Depois de uma pausa, ela prosseguiu: – Preciso que você me ensine, pois eu já assisti a diversos vídeos na Internet, e nenhum adiantou. Só fiz besteira.
– Percebi, pois seus olhos estão, parece que, manchados. – Comentou, Marcelly, prestando atenção no rosto de Kelly. – Depois de refletir um pouco a situação, ela disse: – Peraí... Você pegou as minhas maquiagens, sua maluca? – Marcelly perguntou, revoltada devido ao abuso da irmã.
– É... Então, irmãzinha... Peguei para experimentar... – Disse Kelly, envergonhada pelo seu feito desastroso.
– E por que você não me esperou chegar do trabalho, criatura? Eu te ajudaria! Você só fez besteira mesmo! – Disse ela, morrendo de rir.
– Você é muito engraçadinha. Vive dizendo para eu me arrumar melhor, mas não me estimula...
– Mas eu vou te ajudar, eu não disse? Mas deixa eu rir um pouco da sua cara manchada. – Disse ela, caindo na gargalhada e se divertindo com a sua irmã. – Peraí... Só mais uma curiosidade...
– Fala.
– Como você removeu a maquiagem?
– Eu lavei o rosto, ué.
– Lavou o rosto? Só isso? E saiu de primeira? – Disse ela, rindo.
– Não! Lavei várias e várias vezes, parecia que aquela mancha horrível nunca ia sair da minha cara. Percebi que só água e sabão não a removeriam, então esfreguei a toalha.
– Ai, meu Deus, você usou a toalha rosa? A mamãe vai te matar, a toalha deve estar toda manchada de maquiagem!
– É... Ficou um pouquinho... – Disse Kelly, tentando esconder o imenso desastre que havia feito na toalha de sua mãe.
De repente, ouve-se um grito vindo da área, cômodo onde fica o tanque: – Que mancha é essa na minha toalha de rosto? Colocaram a toalha rosa na água sanitária? Quem foi a louca? – Perguntou Débora já sabendo que Kelly era a responsável pelo feito.
Kelly levou as mãos ao rosto, enquanto Marcelly morria de rir, pois sabia que a mãe estava reclamando, devido ao feito nada brilhante de Kelly.
– Irmãzinha, relaxa que amanhã é sábado e eu estarei em casa o dia todo. Vamos sair para comprar algumas maquiagens para você. E eu vou te ensinar alguns truquezinhos também, como por exemplo, remover maquiagem.
– Ok. Você passa todas aquelas coisas, mas como você as remove depois?
– Eu uso removedor de maquiagem, ou melhor, demaquilante! Não preciso ficar sofrendo, esfregando a toalha no meu rosto, pois isso irrita a pele, não faz bem, além de demorar a sair e ainda acaba manchando a toalha, fazendo a mamãe dar esses berros, que acabamos de escutar. – Disse ela, dando risadas.
– Ah sim. É... Usar demaquilante acho que é melhor mesmo. – Depois de uma pausa, ela prosseguiu: – Ai, mas me ensina logo, perdi o dia todo hoje para nada, atrasei as minhas séries e, no final, não consegui atingir o meu objetivo. Nem um risco correto eu consegui fazer!
– Fica tranquila que isso tudo você vai aprimorando com a prática. Mas me diz uma coisa, esse interesse repentino por maquiagens... Por que isso agora?
– Nada! Só curiosidade!
– Nem vem que eu te conheço, Kelly! É por causa daquele garoto, não é?
– Ai nada a ver! Você vive dizendo para eu me arrumar melhor. Agora resolvi aprender a me arrumar de um jeito legal. Só isso.
– Hum... Está bem. – Disse Marcelly, sem se convencer do que a irmã dissera.
Neste momento, as duas pararam e olharam em direção à porta do quarto, no momento em que sua mãe chegou e disse que o jantar estava pronto:
– Meninas, o jantar está pronto. – Disse Débora olhando as meninas, mas quando focou em Kelly, disse: – Foi você quem colocou a toalha na água sanitária, não foi? – Perguntou a mãe e saiu aos risos.
– Vamos jantar, depois a gente conversa mais, pois estou morrendo de fome. – Disse Marcelly rindo da irmã.
– Vamos. – Respondeu Kelly.
No dia seguinte, pela manhã, Kelly e Marcelly foram as compras. Ficaram horas escolhendo roupas e maquiagens. Chegaram em casa cheias de sacolas.
Marcelly passou o resto do dia ensinando Kelly a se maquiar, e dando dicas de moda para a irmã.
Na segunda-feira, Kelly se arrumou, vestindo o uniforme do colégio, que era uma blusa cinza, com uma jaqueta vermelha, que comprara no fim de semana. Usou uma maquiagem básica, com apenas um lápis de olho, usou batom gloss e arrumou o cabelo, prendendo-o em um rabo-de-cavalo.
Quando Kelly chegou ao colégio, percebeu que Jéssica ainda não havia chegado, então escutou um som de mensagem e, imediatamente, pegou o celular, que estava na mochila, para verificar. Era Jéssica, pedindo para que avisasse ao professor que ela não iria à aula, pois estava doente.
“Oi amiga, avise ao professor, por favor, que estou me sentindo muito mal hoje e que não irei à aula. Obrigada, beijos”
Naquele momento, Kelly ficou aliviada, pois com certeza, Jéssica perceberia suas repentinas mudanças no visual e, provavelmente, deduziria que era devido ao garoto novo que aparecera na sala de aula na semana passada. Não que Jéssica estivesse errada, mas Kelly era muito discreta, e a última coisa que ela queria, era ter alguém zombando dela. Então Kelly respondeu a mensagem de Jéssica quase no mesmo instante.
“Tudo bem, Jéssica. Eu aviso, sim. Melhoras! Beijos”
Para sua alegria, Gustavo apareceu naquele dia. Entrou na sala, e para a sorte de Kelly, as carteiras dos fundos já estavam lotadas, obrigando-o a sentar na frente, perto dela. E quando ela menos esperava, teve uma surpresa:
– Oi, bom dia! – Disse Gustavo, chamando Kelly.
– Oi... Bom dia... – Respondeu Kelly se virando para a carteira de trás, se sentindo surpresa, pois não estava acreditando que aquele garoto, que era idêntico ao seu ator favorito, estava ali... Falando com ela.
– Tudo bem? Qual é o seu nome? Você pode me passar a matéria das aulas anteriores, por favor? Pois me matriculei esses dias, então perdi muita coisa, e não quero ficar prejudicado.
– Meu nome é Kelly. Passo sim. Espera só um momento, por favor. – Respondeu ela, separando toda a matéria, muito solícita a ajudar o novo amigo-sósia do seu ator predileto. – Está tudo aqui. A matéria completa.
– Obrigado. – Disse ele, enquanto ele pegava de sua mão as folhas.
Percebendo que Gustavo não tinha muitos amigos na sala, Kelly foi bem rápida ao fazer amizade com ele, e garantir que ele ficasse sempre ao seu lado nas aulas.
– Você é novo no colégio também, ou só mudou de turma? – Perguntou Kelly, para puxar assunto.
– Voltei há pouco tempo para a cidade. Pode-se dizer que sou novo por aqui, pois está tudo diferente da última vez em que estive aqui. – Respondeu ele, dando um sorriso.
– Mas está gostando de ter voltado? – Perguntou Kelly.
– Estou me readaptando. É uma cidade pequena, mas muito bonita, devido as cavernas. Eu, particularmente, ainda não as conheço muito bem, pois só cheguei perto delas algumas vezes quando a criança. Vi algumas superficialmente. Não cheguei nem a entrar.
– Entendi. – Concluiu Kelly.
– Você é de onde? – Perguntou Gustavo.
– Sou daqui mesmo. Nasci, e sempre morei aqui. Conheci as cavernas quando ainda era criança, durante um passeio do colégio, mas dizem que aquela área lá, hoje em dia, não está muito segura. – Respondeu Kelly.
– Ouvi dizer também. Bem deserta aquela região atualmente, né? – Perguntou ele, copiando a matéria.
– Sim... Como você sabe que é deserta? – Perguntou Kelly se sentindo intrigada.
– Ah... Não sei... Apenas imaginei... – Disse ele, sorrindo.
– Hum... – Kelly nesse momento ficou pensativa, pois não era possível que alguém que acabou de chegar na cidade soubesse de uma particularidade da caverna, sendo que ela fica um pouco mais afastada da cidade. Então depois de uma pausa, ela continuou. – Você tem quantos anos?
– Dezenove, e você?
– Dezoito.
Depois de um grande silêncio, Gustavo perguntou: – Será que a aula vai demorar muito para terminar?
– Não sei, por quê?
– Estou com um pouco de pressa... Não poderei ficar muito tempo... Você pode me passar, outro dia, o resto da matéria de hoje? – Perguntou Gustavo.
– Posso sim, mas será que não vai se prejudicar por estar perdendo as explicações do professor?
– Pois é... Meu medo é esse...
– Tenta ficar mais um pouquinho, até porque ele ainda nem fez a chamada, então se você for embora agora, provavelmente, vai levar falta.
– Verdade. – Respondeu ele, copiando a matéria.
Kelly percebia um ar misterioso nele. Não se sabe se ele estava escondendo algo dela – ainda que não seja comum as pessoas ficarem falando de sua vida no primeiro dia em que se conhece alguém, mas mesmo assim, ela percebeu algo de estranho no jeito dele de falar.
A aula terminou e Kelly começou a guardar o material. Percebeu que Gustavo também o guardava, e realmente parecia estar com pressa.
Kelly, para puxar assunto e ficar mais tempo perto de Gustavo, perguntou: – Você mora aqui perto?
– Não. Estou indo. Obrigado pela matéria. Até amanhã. Tchau. – Respondeu ele, saindo, praticamente, correndo da sala.
– Tchau. De nada. – Respondeu, sem entender a reação de Gustavo.
Enquanto ela saía da sala e caminhava pelos corredores em direção à saída, procurava por Gustavo, olhando tudo ao redor, mas não o via. – Parece que ele saiu correndo mesmo, pensou.
Na rua, enquanto caminhava em direção a sua casa, viu um grupo de garotos jovens em uma esquina mais afastada. Eles pareciam ter uns vinte e poucos anos. Estavam conversando baixo, mas ainda que não conseguisse entender muito bem o que eles estavam falando, Kelly conseguiu entender a palavra “Gustavo”, ou seja, estavam falando de algum Gustavo. Pode ser o seu amigo, ou não, afinal existem muitos “Gustavos” por aí. Ficou pensativa sobre a tal coincidência, mas minutos depois resolveu deixar para lá, até porque não iria adiantar ela ficar queimando seus neurônios, tentando saber quem era o tal Gustavo, de quem aquele grupo de pessoas falava. Se o garoto disse que é novo na cidade, então ele não deve nem conhecer as pessoas direito ainda.
Quando Kelly chegou em casa, removeu a maquiagem, dessa vez utilizando o demaquilante que havia adquirido junto com sua irmã Marcelly nas últimas compras. Em seguida, almoçou, tomou um banho, e foi assistir as séries, como de costume, porém, dessa vez muito mais feliz, pois estava fazendo amizade com o garoto que era muito semelhante a um dos atores.
No dia seguinte, Kelly estava na sala de aula e percebeu que Gustavo estava olhando bastante para ela, parecendo até que estava paquerando-a, e também observou o mesmo comportamento nele: Sempre sai correndo no final da aula. Então ela achou isso muito estranho, porém não disse nada a ninguém.
– Nossa! Ele é sempre assim? Sai sempre correndo quando acabam as aulas? – Perguntou Jéssica.
– Não sei. Não o conheço direito. Deve estar com pressa. – Respondeu Kelly, enquanto guardava seu material na mochila.
Quando ambas saíram da sala, Jéssica, como de costume, foi para a lanchonete enquanto Kelly seguia sozinha para sua casa. No caminho, novamente, tinha um grupo de jovens que vinham caminhando em sua direção, como se fossem para o colégio. Mas dessa vez, como estavam próximos, Kelly ficou atenta ao assunto dos rapazes. Eles mais uma vez falavam de um tal de Gustavo. E pelo que ela conseguiu entender, eles diziam: – “Querem pegar o Gustavo! Ele pensa que mudando de cidade, a polícia vai esquecê-lo, está muito enganado!”
No momento em que Kelly ouviu isso, ficou muito assustada, pois teve praticamente certeza de que eles falavam de seu novo amigo, pois, de acordo com o que Gustavo falara no dia anterior, e pelo seu comportamento estranho de sair correndo imediatamente na hora em que o sinal toca, indicando o fim da aula.
– Será que Gustavo está fugindo desses caras? – Pensou Kelly.
Como sua casa ficava próxima do colégio, ela resolveu perguntar aos seus vizinhos sobre esses rapazes que eram, provavelmente, novos na cidade, pois num lugar pequeno, todos se conhecem, e quando chega um visitante, todos ficam atentos.
Em frente a uma casa próxima a escola tinha uma senhora varrendo a calçada. Quando Kelly a avistou, se aproximou e perguntou:
– Bom dia! A senhora está aqui há muito tempo? – Perguntou Kelly à senhora, que estava em frente ao portão de casa, varrendo a calçada.
– Oi, querida! Bom dia! Estou sim! Por quê?
– A senhora chegou a ver um grupo de rapazes que estavam logo ali na frente conversando, próximo ao jardim do parque? Percebi que eles estavam ontem no mesmo lugar.
– Vi sim! Mas não falo com eles, não! São pessoas perigosas. E se eu fosse você, não mexeria com eles também não! – Respondeu a senhora, assustada.
– Não vou mexer com eles não! Fique tranquila! É apenas uma curiosidade, pois nunca os vi por aqui. Eles são perigosos por quê? São bandidos?
– Bom, eu não sei muito bem, mas pelo que eu ouvi, esses rapazes vieram por causa de um garoto que acabou de se mudar para cá. Não sei exatamente o que está acontecendo. E, sinceramente, prefiro nem saber. – Disse a senhora mostrando uma expressão facial de medo.
– É... Com certeza! – Concluiu Kelly.
– Bom te ver, querida. Vou entrar para arrumar o almoço.
– Tudo bem. Até mais.
Kelly prestou muita atenção naquelas informações, que a intrigou bastante. Suas desconfianças estavam se tornando cada vez mais reais. – O que aqueles rapazes poderiam querer com Gustavo?
Ficou pensando sobre isso durante o dia todo. Queria tentar ajudar, mas não sabia como, pois o próprio Gustavo não falava muito da vida dele. Parecia até que estava escondendo algo.
Kelly entrou em casa, almoçou, tomou um banho e foi tentar se distrair desses pensamentos assustadores, assistindo as suas séries favoritas e se encantando cada vez mais com a semelhança de Gustavo com seu ator predileto.
Percebeu que, com o passar do tempo, estava pensando mais em Gustavo do que deveria ou mais do que o normal, pois nunca tinha sido assim com nenhum outro garoto com quem fizera amizade. Ainda assim, não quis interromper este – talvez – sentimento que estava nascendo, mesmo sem saber se era recíproco. Ela percebia que Gustavo a olhava durante as poucas aulas, nas quais ele estava, mas não era possível saber se ele estava afim dela realmente, ou não. Só o tempo poderia dizer.
Depois daquele dia, ela decidiu que prestaria ainda mais atenção no comportamento de Gustavo e na conversa dos rapazes, caso os encontrasse novamente. Os dias se passaram e Gustavo não aparecia no colégio. Kelly começou a ficar preocupada. Dando ainda mais ênfase nas suas desconfianças e medos. Ele ficou afastado das aulas por, aproximadamente, uma semana. Na segunda-feira da semana seguinte, chegando na sala de aula, estava Gustavo sentado com um rapaz no fundo da sala, de onde ele acenou para Kelly, e ela retribuiu o aceno a ele. Ela percebeu que ele estava conversando com seu amigo sobre ela, pois escreveu um bilhete e o entregou, fazendo gesto, dando a entender que o amigo deveria entregá-la o bilhete no fim da aula. Aquele comportamento foi mais um motivo para ela estranhar. – Por que ele não sentou perto de mim, igual à última vez em que ele apareceu aqui? – Por que ele faltou tantos dias consecutivos? – Por que ele mesmo não me entrega esse bilhete? –
Passaram-se duas semanas, e desde aquele dia em que Kelly e Gustavo conversaram no ginásio, não se encontraram mais. Kelly chegou, mais um dia, na sala de aula, sentou-se ao lado de Jéssica, e constatou que Gustavo faltara mais uma aula. Não sabia se o procurava, através do aplicativo de mensagens, pois a gangue ainda estava por perto, e ela não queria colocá-lo, nem se colocar em risco. Estava muito insegura, pois não sabia exatamente o que estava acontecendo. Não estava claro o motivo pelo qual a gangue estava atrás de Gustavo. Seu conhecimento se limitava à vingança, devido a algo que o irmão de Gustavo fez. Ao final da aula, Kelly foi caminhando para casa de forma bem lenta, para tentar ver se a gangue estava por perto, mas naquele dia não viu ninguém. Quando chegou em casa, almoçou, tomou um banho e, diferente dos outros dias, não assistiu as séries favoritas para não ficar ainda mais triste por ver seu ator preferido e lembrar de Gustavo, mas não adiant
Era uma manhã ensolarada, e Kelly foi caminhando pelas ruas tranquilas, enquanto ela imaginava o quão maravilhoso seria o resto do dia. Olhava ao redor para ver se encontrava novamente com a gangue, mas para sua paz, não os viu – pelo menos não estavam ali naquele momento. Ela seguiu caminhando por uns vinte minutos até que chegou nas primeiras grutas. Como havia marcado de se encontrar na caverna maior, deveria andar um pouco mais. Sua ansiedade e o solo rochoso, dificultavam sua caminhada de forma mais rápida. Ela se apoiava nas paredes rochosas e sempre olhando para o chão, tomando o máximo de cuidado, pois havia muitas pedras, algumas mais altas e outras mais baixas e algumas estavam escorregadias, então todo cuidado era pouco naquela região. Depois de entrar e andar no interior da gruta por quase cinco minutos, avistou um belíssimo lago azul, que cintilava o pouco brilho do sol que ainda conseguia penetrar no interior da caverna. Havia uma parte
Chegando em casa, vendo que estava sozinha, pois sua mãe Débora e sua irmã Marcelly ainda não haviam chegado, caminhou direto para seu quarto e se jogou na cama com um sorriso no rosto, e dizendo a si mesma: – Não acredito que isso está acontecendo... Dei meu primeiro beijo... Finalmente... E em um garoto de quem eu gostei... Que me interessou e me mudou no primeiro dia em que vi... Como alguém pode despertar amor em sua primeira aparição? De repente Kelly se pegou pensando em como era sua vida antes de conhecer Gustavo e como ela estava se comportamento atualmente. Se arrumando, se maquiando, não passando mais tantas horas fazendo a mesma coisa. Enfim, estava realmente diferente e estava disposta a correr qualquer risco por ele. Nesse momento ficou um pouco assustada sentindo que a qualquer momento poderia perder o controle de si mesma, mas naquele mesmo momento se perdoou, pois concluiu que estava apaixonada e cada momento que passasse pensando nele seria muito bom. Para a
Conforme os dias foram passando, Kelly e Gustavo foram ficando cada vez mais próximos. Em uma manhã na escola, ele já não quis mais se sentar próximo a Théo, aos fundos da sala. Preferiu ficar mais próximo de Kelly, o que deu margem para a desconfiança de Jéssica: – Kelly, por que Gustavo está sentado tão próximo a nós duas hoje? Será que é por sua causa? – Perguntou Jéssica com ar de curiosidade. – Não sei, Jéssica. Como vou saber se eu mal falo com ele? – “Você mal fala com ele”? Como assim? Eu nunca vi vocês conversando... Então o certo seria “eu nunca falei com ele”. – Depois de uma pausa ela continuou – Kelly, você está me escondendo alguma coisa. – Comentou Jéssica desconfiando da amiga. – Ai, Jéssica, foi só modo de dizer. Realmente eu nunca falei com ele. – Mentiu Kelly. A aula se passou com tranquilidade por mais que Kelly estivesse nervosa por Gustavo estar tão próximo a ela naquele dia. Quando a aula finalmente terminou, ele
Gustavo havia se afastado dela repentinamente, o que fez com que Kelly ficasse cada vez mais desconfiada. Devido a isso, ela passou a dedicar os próximos dias buscando o entendimento do verdadeiro motivo de tê-lo feito se afastar dela. Depois de perder muito tempo tentando entender, mas sem chegar a qualquer conclusão, Kelly resolveu pegar o seu computador novamente como de costume, mas dessa vez não era para assistir as series, e sim para fazer finalmente uma rede social, pois pensou que dessa forma poderia ser mais fácil ter contato com Gustavo ou até mesmo conseguir mais informações sobre os rapazes motoqueiros misteriosos. – Não sei se vai ser tão fácil reunir as informações sobre eles do jeito que eu estou planejando. Se eles forem bandidos mesmo, como Gustavo sem querer disse, eles não devem nem ter esse tipo de contato com a Internet. Ou até podem ter uma rede social, mas não terá a fotos deles, muito menos informações que falem sobre eles, mesmo que exponham
Conforme Kelly andava pelos corredores com Jéssica enquanto se dirigiam para fora da escola, ela olhava para todos os lados tentando encontrar Gustavo. Com certeza ele já foi embora. Pelo tempo que ele saiu da sala e com a pressa que ele estava... Mas onde será que ele está agora? Será que conseguiu chegar em casa em segurança? – Pensou Kelly. Jéssica com seu jeito de querer saber de tudo, ficou observando a amiga discretamente de modo que não fosse notada, mas não se conteve e comentou: – Kelly, pára de ficar perseguindo o garoto com os olhos como se fosse um detetive! – Eu não estou perseguindo ninguém! – Claro que está! Te conheço muito bem, amiga. – Disse Jéssica, rindo. – Ah, Jéssica. Você vive me enchendo o saco. – Respondeu Kelly em tom de brincadeira. Quando se olharam, as duas riram juntas e quando chegaram na porta da escola, cada uma seguiu uma direção diferente. – Ué, Jéssica, achei que você fosse para a ca
Enquanto Kelly esperava Gustavo, sentiu o celular vibrando e emitindo um som de notificação, então o pegou e quando olhou para a tela viu que era uma mensagem de Gustavo. – Ah, não acredito que ele vai furar comigo logo agora que já estou arrumada. – Pensou Kelly já se sentindo irritada pela suposição de “levar um bolo” do amado. Mas quando a ansiedade finalmente permitiu que ela lesse a mensagem, viu que não se tratava de um “bolo”. – Oi Kelly não vou conseguir passar aí na sua casa, pois não consegui o carro emprestado. Tem como a gente se encontrar no restaurante? Kelly estranhou a mensagem, pois ele, assim como ela, não era habilitado, então como ele pegaria um carro emprestado sem ter carteira de motorista? Isso deixou Kelly um pouco pensativa, pois ela não imaginaria que Gustavo pudesse andar em divergência com a lei. Mas ainda assim, decidiu que se encontraria com ele no restaurante conforme o combinado. E nesse mesmo instante, respond