Diana Markovic Senti o tremor do avião levantando voo e ir deixando para trás a Austrália e tudo que eu vivi lá. Só queria esquecer Jeremy e toda a família vigarista dele. Estava voltando para Califórnia, meu lar de verdade, onde sempre vivi como uma princesa na casa dos meus pais, com todo amor do mundo e também é claro, o luxo. Olhei meu iPhone e vi dezenas de ligações e mensagens dele, ignorei todas sentindo a raiva crescer dentro de mim. Alguns minutos depois eu acabei caindo num cochilo profundo quando senti de súbito um tremor violento balançar meu corpo fazendo-me despertar com um sacolejo revolto, juntamente com gritos de medo. Ainda atordoada olhei ao redor e percebi o avião declinando, pelas janelas vi o céu muito nublado e uma forte chuva caía. Comecei a ficar apavorada e era inevitável no momento não pensar várias coisas negativas. Depois de tudo que tinha planejado para minha vida, iria morrer numa queda de avião! Eu merecia tantas coisas ruins? Fechei os olhos e come
DianaMarkovicNão acreditava no que estava vendo. Por que ele? Por que na casa dele? Revirei meus olhos quando ele abriu um sorriso enorme parecendo surpreso.— Você. — disse olhando para mim fixamente.— Sim, eu. Posso entrar? — perguntei começando a sentir novos pingos de chuva cair em minha pele. Eu devia estar horrível.— Claro, claro. — o tom nunca normal, sempre zombeteiro. E dando-me passagem, ele passou a mão pelos cabelos ao mesmo tempo que deu uma piscadinha para mim.Meu coração era tão patético. Por que vibrou com isso?— Obrigada. Uma mulher na hospedagem me deu esse endereço, ela disse que era uma pessoa que dava abrigo para turistas quando não tinham mais vaga lá. — expliquei e ele riu. Como sempre.— Na verdade eu não dou abrigo para ning
DianaMarkovicEu já estava de olhos fechados, o cansaço pesando em meu corpo e o sono quase me envolvendo quando ouvi a voz grossa do homem.— Quer comida? — abri os olhos. Minha barriga pareceu ter respondido por mim, já que ela fez questão de fazer um barulho alto.— Quero! — falei sem pensar duas vezes, ansiosa e faminta — Mas... Por favor, me diga que não é nada muito gorduroso...— Filé de atum grelhado com purê de batatas. Come isso, madame? — minha boca se encheu de água.— Só o peixe, mas já está ótimo. Estou com tanta fome! — me levantei apressada e vi aquele sorriso malicioso novamente em seu rosto, o sorriso que tinha deixado minha amiguinha molhada mais cedo.Ele estava olhando para o meu short, mas logo o olhar se voltou para mim. Eu não me
— Alô! — arregalei meus olhos surpresa, não sei por qual motivo mas eu realmente pensei que ele não fosse falar exatamente com Jeremy ao telefone.O olhei suplicando para que me devolvesse, pensei em tentar impedí-lo também, mas apenas fiquei quieta esperando o bom senso dele agir.— Ei aí, Jeremy. Beleza? — meu coração errou uma batida.Não dava para entender o que Jeremy estava dizendo, mas os murmúrios estavam muito altos, ele aparecia bem alterado ao telefone. Olhei para o rosto arrogante de Hugh observando-o encostar na cabeceira da cama parecendo se divertir com a situação. Naquele momento senti tanta raiva por ele estar invadindo minha privacidade daquele jeito que ansiava pelo dia seguinte quando iria finalmente embora daquela droga de lugar!— Sim, sim ela está aqui sim. Mas, amigo, estamos ocupados agora e você está
DianaMarkovic— Moça, se acalme. Deixaram outra moça para trás também. Ela se chama Ramona, está e ficará hospedada aqui até a próxima semana, que é quando terá vôos disponíveis na cidade ao lado.— Próxima semana? Vôos disponíveis? — agarrei meus cabelos em desespero total — Por quanto tempo eu vou ter que ficar nesse fim de mundo que nem avião tem? — murmurei para mim mesma a última frase.Não queria magoar ninguém. Embora eu estivesse falando a verdade sobre aquele lugar ser um fim de mundo que não tinha nada de bom.— Com a pausa das chuvas fortes nos Estados unidos, o avião que estava aqui precisou ir imediatamente para a Califórnia, disseram que contaram certinho o número de passageiros que estavam lá às
Diana MarkovicEntrei na hospedagem mas não vi a moça da recepção, porém minhas malas estavam exatamente como as deixei e isso que importava. As peguei e comecei a tentar uma missão impossível que era eu conseguir subir com elas pelas escadas estreitas do lugar. Após várias tentativas eu soltei um pequeno grito de derrota.— Precisa de ajuda? — ouvi a voz de Hugh atrás de mim. Senti uma vontade instantânea de sorrir mas logo tratei de me recompor.Ele devia ter visto minha luta de longe, já que as portas da hospedagem eram grandes e dava para ver claramente as escadas lá da rua.— Sim, por favor. — limpei a garganta para a voz sair direito.Hugh não me olhou muito, ainda estava sério mas mesmo assim pegou minhas duas malas sem nenhum esforço e sobiu com elas pelas escadas.— Qual n&uacu
Minutos depois ele voltou com minhas malas, tentei não observar muito os músculos marcando a camisa cinza suja de trabalho, o suor, a rusticidade da imagem dele naquele momento. Ele era um selvagem e bruto que me tratou como um nada, pelo amor de Deus, eu não podia ficar excitada toda vez que esse homem respirasse na minha frente!— Aqui estão suas coisas. Estarei de volta em três horas. Não quebre ou mexa em nada. Seu dinheiro não paga por nenhum item dentro dessa casa. — falou friamente e se foi após colocar as malas para dentro.Precisava agora organizar meus pensamentos e minhas coisas para enfrentar uma semana naquele lugar que pelo que já havia notado até então, não seria nada fácil.Nas próximas horas passei organizando todas as minhas coisas de higiene em algum lugar do banheiro de Hugh, nada que ficasse bagunçado, eu odiava bagunça.
No dia seguinte eu acordei sentindo minha coluna um pouco dolorida, era meu segundo dia lá e eu pensei então que talvez em uma semana eu estivesse entrevada de tanto dormir no chão. Dobrei todos os lençóis e coloquei em cima de uma cadeira para a noite eu fazer novamente a cama. A cama de Hugh estava novamente vazia o que me fez deduzir que já havia saído para o trabalho.Caminhei bocejando para o banheiro mas me assustei com a silhueta dele na cozinha mexendo no fogão. Parei no batente da porta e limpei a garganta tendo sua atenção para mim.— Bom dia. Não vai trabalhar hoje? — perguntei cruzando os braços arrepiada com o vento frio que entrou pela janela.— Bom dia. Não deu meu horário ainda. — respondeu — Café?— Sim. — falei — Me esqueci que ontem eu acordei quase ao meio dia e por isso não te