Mais uma manhã de gritos e choro, já não aguento mais. Faz uma semana que estou assim pesadelos que não acabam mais, são sempre os mesmos varias criaturas tentando me capturar, algumas conseguem me ferir mas como nas historias sempre aparece um príncipe encantado pronto para me salvar...
Já se passava das sete da manhã perdi a hora da minha corrida mais uma vez, o despertador estava gritando como se aumentasse o som a cada segundo de atraso tentei desligar ele várias vezes mas não parava de tocar. Então, com toda força o joguei no chão, o que fez com que ele se abrisse e finalmente parasse de tagarelar em meu ouvido. Com esse já são três despertadores que quebro esse mês; odeio essas coisas.
Me levanto devagar e relutantemente dou uma leve arrumada em meu quarto. Tomo um banho quente rápido e assim que termino coloco um vestido estilo godê acima do joelho, listrado em preto e branco, uma botinha, e um chapéu fedora preto, eu adorava esses chapéus. O cabelo cai em cascata nas costas e eu decido por não mexer nele, vai que acabo desalinhando os poucos cachos desalinhados. Desço as escadas correndo e pego uma maçã saindo as pressas de casa já estava atrasada para o trabalho, minha casa não é muito longe então quando chego ainda esta fechado.
Abro as portas de vidro da floricultura, e um aroma diverso de flores invade meus sentidos, que aroma gostoso. Eu simplesmente amo meu trabalho. Entro apressada e arrumo algumas coisas sobre o balcão de atendimento, aproveito para ligar o som em um Rip rop, nada melhor para escutar enquanto se arruma uma loja. Não demora muito para que a música agitada atraísse Druw meu melhor amigo e companheiro de dança eu e ele dançamos Rip rop juntos há um bom tempo. Ele já entra na loja fazendo moonwalker, coloquei a vassoura encostada no balcão para dançar com ele ao som das batidas agitadas. Os passos quase em sincronia até que ele acabasse caindo ao ver Doroty a dona da floricultura ela bati palma e arrisca alguns passos, mas desiste.
Encaro meu amigo se erguendo, as bochechas coradas pela tentativa falha de não escorregar com os sapatos de sola lisa, Druw é alto e loiro com olhos cor de mel chamativos, também conhecido como "o entregador da floricultura" e um dos melhores dançarinos daqui de Vancouver. Ao menos ele acha que é.
Doroty a dona da loja, nos abraça individualmente, a luz das vidraças fazem a sua pele negra perfeita brilhar um pouco. Um sorriso doce e convidativo sempre estava muito bem exibido em seus lábios cheios, e ela não economizava quando o assunto era transmitir esse carinho.
Depois de uma série de piadas e danças decidimos organizar algumas caixas que estavam espalhadas da bagunça que fizemos no dia anterior. Enquanto eu empilhava-as do lado da porta para que Druw pudesse joga-las, Doroty me interceptou.
— Tory, está dormindo bem a noite querida? – Olhei em sua direção um pouco nervosa, mas resolvi não ir direto ao assunto.
— Porque esta perguntando isso Doty? – Era assim que eu e Druw a chamávamos.
— Querida, durante toda essa semana, o carteiro está deixando as cartas na porta, você lembra que tem que chegar cedo para recebe-las? – Foi uma pergunta aparentemente inocente, mas eu tremi, havia esquecido de pegar as cartas da porta antes que ela descobrisse que eu estava ficando biruta.
— Na verdade não estou dormindo muito bem... – Suspirei derrotada e ela se aproximou de mim, eu, ela e Druw nos sentamos em uma mesinha que tínhamos no interior da loja.
— Diga me querida o que esta atrapalhando seu sono. – Sua voz sempre doce fez cócegas aos meus ouvidos.
— Venho tendo pesadelos há mais ou menos uma semana. É sempre o mesmo sonho, nunca termina, criaturas tentam me matar, e um rapaz tenta me salvar, mas é como se fosse em vão, minha vista escurece e eu acordo. – Sua testa franziu, Druw ficou com um olhar preocupado, mas logo Doty me abriu um sorriso meio forçado.
— Sabe querida, quando tiver esses sonhos sempre é bom contar para alguém, pois quando você conta eles não voltam mais. Vamos fazer o seguinte, se eles persistirem você não precisa vir trabalhar certo? – Assenti, ela deu um ultimo sorriso e se dirigiu ao seu escritório. Druw me abraçou quase de imediato.
— Hei baixinha, não se preocupa, esses sonhos não mais voltar a te atormentar ta? – Seu sorriso foi sincero, me passando confiança de que agora turo iria ficar bem.
{...}
O dia foi cheio. Hoje o movimento foi muito bom e logo chegou o fim do expediente. Fechei as portas de vidro da floricultura e fiquei na sala de trás com o Druw fazendo os cálculos do lucro — ou melhor olhando ele fazer, não sou muito chegada a matemática. Assim terminamos eu coloquei mru chapéu e já caminhava distraída para fora da loja mas ele puxou meu braço e se pôs a minha frente.
— Eu te levo, tudo bem? — perguntou em um sorriso. Eu olhei para os lados e assenti, lançando um sorriso casto de volta.
Assim que começamos a andar dei uma última olhada para trás e vi a Doroty entrar em uma sala que éramos proibidos de chegar perto, ela pegou algumas flores e entrou. Estranho ver aquilo mas acho que ela só queria ficar um pouco sozinha, não tinha dado muita atenção aquilo, afinal de contas.
Em poucos minutos já estávamos bem próximos a minha casa, tínhamos idono caminho todo em silêncio, apreciando o frio que já começava a se erguer em Vancouver e exigia que da proxima vez eu lembrasse de me agasalhar. Ao chegar de frente a minha casa virei para me despedir de Druw, quando fui surpreendida com o seu rosto muito próximo do meu, até ele pareceu se espantar com o seu próprio movimento. Minhas bochechas coraram instantaneamente.
— Ah, desculpe... eu... – ele parecia sem jeito, pôs a mão na nuca enquanto pensava em uma resposta. Não esperei. Fiquei na ponta dos pés e beijei sua bochecha estranhamente quente.
— Obrigada por me trazer, sabe que não precisava. – Ele sorriu, e assentiu.
— Não se preocupe com isso, só queria garantir que ficasse bem. Bom, eu vou indo então. Boa noitw, Tory.– Assenti. mas notei que ele estava voltando para a loja.
— Porque vai voltar? – questionei com um olhar confuso.
— Talvez a Doty precise de mim para alguma coisa antes de ir embora. – Ele sorriu e voltou a se distanciar.
— Toma cuidado, por favor. – me vi pedindo enquanto girava a maçaneta após destravar a porta.
— Está preocupada comigo?
Seu sorriso cafajeste me fez corar, eu apenas assenti e ele acenou despreocupado, logo desapareceu em meio a escuridão da rua. Entrei em casa e tomei um banho quente, vesti um vestido leve e me deitei, fazia tempo que eu não tinha uma noite tão tranquila...
Escutei gritos vindo do lado das clareiras, e a voz de Rafael por nossa ligação.Enviados!Ótimo! Erá só disso que eu precisava. Larguei as folhas espalhadas sobrr a nova mesa em meu escritório e corri para lá, ao menos os lobos da área já haviam conseguido conter a situação.Ao chegar lá fiquei parado esperando alguém começar a explicação, mas ninguém começou o interrogatório. Repreendi Rafael.— Já falei que quero que comece antes que eu chegue, não estarei sempre aqui Rafael!- Ele assentiu e baixou o rosto em seguida.Ao lado deles estavam dois corpos de crianças... Meu corpo estremeceu de raiva, ódio fervilhava ao meu redor. Ergui o olhar para meus betas e fiz um movimento de cabeça para que eles fossem soltos, e assim fizeram.Os três começaram a correr rindo da minha cara como se eu fosse um idiota, mas mal sabiam o que eu iria fazer.Meus ossos começaram a se revirar,
Minha loja estava cheia, barulhenta e muito movimentada, mas não eram clientes, e sim os jovens do grupo de dança que Druw formou, todos vieram trabalha aqui, mesmo sabendo que não tenho dinheiro para pagar a todos como deveriam ser pagos. A parte boa é que comecei a fazer mais entregas do que antes, agora com vários funcionários, os pedidos aumentaram e são entregues em várias partes da cidade.Músicas altas durante todo dia, aqui as vezes parecia uma loja de CDs, musica eletrônica, e passos rápidos, atraindo também jovens a levarem algumas flores, e vasos. Meu dia estava indo ótimo, bem humorado por todos, até escutar meu telefone tocar em meu escritório, não pedi que eles baixassem a música, apenas transferi a chamada para meu celular, peguei meu casaco, e avisei que iria dar uma volta.— Alô? – minha voz sai um pouco tremula pois tinha um certa suspeita de quem estaria do outro lado da linha.— Faça isso parar! – meu cora
Acordei mais cedo do que o normal, e dessa vez nada de despertador. Prefiro assim. O nosso grupo de dança está na cidade, e depois de uma batalha estão prontos para encarar a realidade. Passamos bastante tempo em Londres para decidirmos vir para cá, eles demoraram bastante para chegar, mas enfim, estamos todos aqui. Me vesti como sempre, um vestido godê simples preto com algumas formas geométricas, um tênis da mesma cor, hoje por estar frio coloquei uma meia calça grossa e peguei uma jaqueta jeans clara. Deixei meu cabelo o mais cacheado possível, o que não foi muito difícil, os longos cachos do meu cabelo castanho claro caiam sobre meu ombro e roçavam em minha cintura. Tomei um café da manhã rápido e simples, torrada com café fortr... nada mal para começar o dia.Andei devagar até a loja, adimirando a neblina que ainda estava formada nas ruas, um dia de frio, um dia de chuva, amo dias assim, amo ver pessoas agasalhadas, e se abraçando, amo chocolate quente
Aquela manhã tinha começado exatamente do jeito que eu odiava, frio, chuva, neblina. Embora tivesse passado uma boa parte da minha vida em Londres, drtestava esse tipo de clima. Levantei devagar da cama, sem vontade de fazer nada de útil, mais um motivo para que esses dias sejam tão odiados. Não demorou mais do que cinco minutos drpois de me afastar da cama e já recebi uma ligação do meu Tau.— Oi Daniel. – atendi sem muita animação, seguindo para o banheiro com os pés arrastando no piso de madeira.— Alfa, as coisas estão indo normais por aqui, não precisa se preocupar, mas todos estão com saudades de ti, esperamos que volte logo. – não consegui conter o sorriso que se acendeu naquele momento. Eu também tinha saudades da minha alcatéia.— Eu estou mais perto do que pensava. Em breve estarei voltan
Um vento frio inundava o quarto aquela manhã, os cobertores estavam gelados e eu acabei acordando quando a temperatura alta do meu corpo se chocou aos lençóis gelidos. A jabela tinha ficado aberta.Rosnei, e me levantei para fechar, porém quando olhei para fora dela, vi um cenário lindo. O nascer do sol em meio as árvores com aquela coloração alaranjada e rosa que só podia se ver nesse horario da manhã. O frio era evidente e algumas gotas de chuva caiam sem preocupação.Aproveitei para tomar um bom banho quente, demorei um pouco nele, dizendo a mim mesmo que merecia isso por trabalhar demais, não era ao todo mentira. Saí para correr naquele frescor e enquanto eu estava correndo na floresta senti meu lobo incomodado, estava agitado, inquieto.O que foi amigão?Sinto algo diferente Ian, sei que já senti isso antes, mas faz tanto tempo, nem me lembro o porquê... Mas algo bom vai acontecer, tenho certeza... Me lib
Os malditos pesadelos pararam, mas ela ainda me perturba. Seu sorriso, seus olhos azuis tão penetrantes, seu corpo perfeito, seus labios delineados... Essa garota é minha perdição. Como ela pode acalmar minha raiva? meu lobo? Por segundos pensei coisas que eu nunca havia pensado. Tocar em alguém com medo de machucar... Não parecia ser eu. Não posso deixar ser levado por essas emoções, não posso deixar que pensem que eu sinto algo por ela, ela é apenas uma humana, e nada mais que isso. Uma humana que está em perigo. Uma humana que não quer ter nada a ver comigo.— Ian, você está bem? – O intrometido do Rafael, será que ninguém pode ficar com raiva sem ser incomodado?— Não é da sua conta Rafael! – Rosnei para ele. Ele assentiu e se retirou. Mas que droga está acontecendo comigo?.Tentei aliviar minha raiva todos os dias em lutas contra um saco de areia, e o resultado era três sacos rasgados por dia, e minha raiv
— E quem é o companheiro dela? – Falou com desdém, e eu apenas sorri.— Um Alfa Lycan. – um maldito alfa lycan filha da puta. Acrescentei em pensamento. Nos entre olhamos.— É possível? Sei lá, eu acho estranho uma loba ter dois companheiros. – Falou coçando a cabeça, meu olhar abaixou mirando a madeira do piso, e um leve sorriso torto apareceu em meus lábios.— Tá ai,.ela não é uma loba. É uma humana. – Seus olhos quase saem de órbita. Eu poderia julgar esse momento como hilário se não fosse trágico.— Você está brincando não é Ian? – O encarei sério. Quem dera eu estar brinc ando dessa forma.— Não, não estou, ela é uma ingênua e indefesa humana. – O silêncio reinou entre nós. Queria dizer que minha cabeça não voltou para ela, mas voltou, cada segundo era ela.— Está sabendo da chegada dos vampiros? – Melhor momento para mudar de assunto. Balancei a cabeça as
Boate Blood Rose. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para equipe de segurança da alcatéia.Mande Igor, Damian e Danilo para a empresa agora!— Rafael pega o livro e vamos para o carro. – Ele me olha tentando entender .— Ué. Porque? Para onde vamos? – Sorte que tinha algumas peças de roupa no escritório, nos vestimos. Peguei as chaves do carro e andei em direção a recepção.— Vamos dançar Rafael. – Ele assentiu e descemos, quando eu cheguei no carro os Betas já estavam lá.Com todos dentro do carro fomos até o centro de Vancouver. A boate Blood Rose, o prédio era todo preto com o símbolo do Clã Toreador bem em frente. Para os humanos apenas uma logomarca, uma rosa ensanguentada. Estacionei do outro lado da rua e de fora senti o seu cheiro delicioso de lírios.