Acordei mais cedo do que o normal, e dessa vez nada de despertador. Prefiro assim. O nosso grupo de dança está na cidade, e depois de uma batalha estão prontos para encarar a realidade. Passamos bastante tempo em Londres para decidirmos vir para cá, eles demoraram bastante para chegar, mas enfim, estamos todos aqui. Me vesti como sempre, um vestido godê simples preto com algumas formas geométricas, um tênis da mesma cor, hoje por estar frio coloquei uma meia calça grossa e peguei uma jaqueta jeans clara. Deixei meu cabelo o mais cacheado possível, o que não foi muito difícil, os longos cachos do meu cabelo castanho claro caiam sobre meu ombro e roçavam em minha cintura. Tomei um café da manhã rápido e simples, torrada com café fortr... nada mal para começar o dia.
Andei devagar até a loja, adimirando a neblina que ainda estava formada nas ruas, um dia de frio, um dia de chuva, amo dias assim, amo ver pessoas agasalhadas, e se abraçando, amo chocolate quente, e o conforto dos lençóis. Quando cheguei a loja abri as portas de vidro devagar, estavam embaçadas por conta da temperatura, peguei a correspondência e arrumei algumas flores do lado direito da loja, pois hoje é dia de carregamento novo, novas flores, novos aromas, dessa vez pedimos um carregamento maior por que estamos vendendo bem mais agora com nosso serviço de entrega, que me faz rir só em pensar.
Liguei o som o mais alto que pude, coloquei na rádio local, e isso pareceu um imã, Lauri foi o primeiro a aparecer dançando na porta, com seu ótimo jingado para lambada, em seguida Bree deu um mortal perto das flores quase derrubando os vasos. Bree, tem cabelos negros lisos que cobrem seus olhos, sua pele é bronzeada, e é mais o menos do meu tamanho, é ótimo em saltos.
- Ta louco Bree? Você ia quebrar as coisas, idiota! – Falei com ar de brincadeira mas tentando conter o riso, o que é impossível perto dele.
— Oh Chica, esfria a cabeça, eu sei o que faço! – Ele pôs uma de suas mãos em minha cabeça empurrando para baixo, eu o empurrei com as duas mãos para longe e tentei sem sucesso arrumar os cabelos que ele tinha bagunçado.
— Do que estão rindo? – A voz de Druw ecoa pela loja, nos fazendo parar quase de imediato. Os rapazes trocam olhares rápidos e eu aproveito a distração lhe lançando um pano que estava usando para limpar o balcão.
— Agora estou rindo de você! – Falo quando o pano acaba acertando o seu rosto e ele o retira fazendo uma careta.
— Cuidado para não se machucar com isso Tory. – Ele me lançou um olhar de ameaça. Dei de ombros.
— Não tem como eu me machucar se jogar em você. – Provoco dando as costas para ele, o que se torna meu maior erro. Druw veio por trás e me suspendeu sobre seu ombro, me fazendo ficar de cabeça para baixo com os olhos em suas costas. – Me larga Druw ! Ah! Me coloca no chão!
Eu gritava e batia em suas costas, e eles apenas riam de mim. Idiotas.
— Está tendo uma bela visão Tory! – Uma voz que eu ja conhecia, Pietra Lemmus, ela é loucamente apaixonada por Druw, o que quer dizer que ela ignora e abomina todo mundo que chega perto dele.
— O que deseja Pietra? – Druw me colocou no chão e abriu um sorriso simpático para ela que não chegou aos olhos.
— Eu acho que aqui é uma floricultura não? – Ela perguntou sendo arrogante ao seu modo, se aproximando cada vez mais dele.
— Exatamente, uma floricultura. Vendemos flores e vasos, e não adubos... – Druw e Bree colocaram a mão na boca para disfarçar a risada.
Pietra era loira com cabelos na altura da cintura, muito magra, olhos pequenos e negros, um pouco mais alta que eu. Ao ouvir o que falei ela ficou vermelha de raiva e saiu batendo os pés. Garota louca.
— O que a esquentadinha estava fazendo aqui? – Luana entrou apontando para trás e sorrindo.
— Ela ouviu o que mereceu. –Breed a respondeu caindo na gargalhada.
— Não acredito que a Tory brigou com ela e eu perdi?! – Ela pós as mãos na boca fingindo admiração, e foi a porta de entrada para todos começarem a rir.
— Do que estão rindo? – Doroty entrou com seu sorriso impecável, e junto com ela vieram Sebastian e Mathew, os gêmeos ruivos, eles eram os mais altos e fortes, com suas sardas estampadas no rosto, e seus olhos verde água, faziam as garotas tremerem por onde passassem.
— De nada Doty, como você está? – Ela me cumprimentou com um abraço.
— Bem querida. – Uma buzina ensurdecedora invadiu a loja antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, o carregamento de flores chegou. Logo cada um foi pegando uma caixa e a transportando para dentro, enquanto eu ia arrumando tudo com Luana.
{...}
Duas horas depois já estava tudo pronto, flores artificiais e flores verdadeiras muito bem organizadas. Não demorou para que os telefones não pararassem de tocar. Entrega para muitos lugares da cidade.
— Floricultura Da Doroty, em que posso ajudar? – perguntei animadamente após atender o telefone.
— Oi, eu queria uma encomenda grande. – começou a mulher de voz aguada. — Cinquenta vasos com flores artificiais bastante coloridas, e um vaso especial com flores naturais com cores fortes.
— Certo. O endereço por favor. – ela não tinha dito de qual flor queria, mas o seu tom e a rapidez com a qual falava me disseram que seria melhor não perguntar.
— Black Construction. – A mulher desligou na minha cara. Mais que grossa! Suspirei. Não vou deixar ela estragar meu dia, não hoje, não agora. Me levantei e comecei a separar os vasos e colocar dentro da caminhonete da loja.
— Alguma entrega? – Druw chega comendo uma pêra, falava ainda com a boca cheia, e quase tão disposto como está todos os dias. Lhe abri meu melhor sorriso.
— Sim. O endereço está na mesa, mas eu estou... – Quando olhei o Druw não estava mais lá, já tinha ido embora e deixado o último vaso, o de flores naturais, aquela mulher vai matar ele quando perceber o vazo em falta.
Não pensei duas vezes e prendi o vaso na cesta da bicicleta, essa empresa não é tão longe daqui, eu só preciso pegar alguns atalhos. Peguei alguns becos e meus pés reclamaram quando cheguei lá, mas o Druw ja tinha saído. Olhei para cima e percebi que eu nunca tinha reparado muito bem nessa empresa, era enorme, e as paredes eram de vidro escuro, homens e mulheres muito bem trajados saíam e entravam sem parar. Uma vida realmente chata suponho. Deixei a bicicleta encostada na frente e entrei com o vaso de flores, o que mais me incomodava eram os olhares sobre mim e a cor daquele lugar, era tudo cinza, meio sem vida, com alguns sofás pretos no saguão. Com a cabeça um pouco baixa timida por causa dos olhares andei até a recepção onde uma mulher muito linda com cabelos escuros e pele bronzeada me abriu um sorriso encantador.
— Olá eu posso ajudar? – Sua voz era forte porém convidativa.
— Sim. Eu trabalho na floricultura, trouxe o vaso de flores que faltava. – Ela deu um salto da cadeira, e em silêncio me levou até o elevador.
— Cobertura querida. – ela colocou uma senha para dar acesso ao elebador que parecia ser exclusivo para aquele andar
Enquanto eu seguia para a cobertura algo dentro de mim parecia se contorcer, o que está acontecendo comigo? Nervosismo? Não deveria ser tão ruim assim.
Logo o elevador se abriu. E outra recepção estava bem a minha frente, uma mulher loira com cabelos em um corte Chanel, me fuzilou com os olhos.
— Ah... Oi, eu trouxe o vaso que faltava, se quiser eu entrego a... – Fui interrompida.
— Mas que tipo de empresa é essa? Dei-me isto, eu mesmo entrego ao meu chefe. – Ela tentou tirar o vaso das minhas mãos, e os desviei de suas garras vermelhas.
— Eu mesmo entrego, e me desculpo pessoalmente com ele. – falei decidida mantendo o vazo na lateral do meu corpo.
— Mas é claro que não, quem você pensa que é para querer entrar na sala dele sem ser convidada? – sua voz estava bem alterada.
— Quem você pensa que é para me impedir de fazer meu trabalho? – Nossas vozes começaram a sobressair uma a outra fazendo todos que estavam naquele espaço nos encararem, até uma porta ao lado da bancada se abrir.
— Mas o que está havendo aqui? Eu posso saber? – Eu esperava um homem velho, triste e sem vida, mas o que vi me fez perder o chão.
Cabelos castanhos café, alto, olhos verdes, voz forte... era ele, o príncipe dos meus pesadelos, o que sempre me salvava, era ele. Meus olhos encontraram os seus que pelo que percebi também estavam surpresos. Sua boca se mexeu lentamente, e uma voz rouca e forte saiu como musica para meus ouvidos.
— Minha...
Aquela manhã tinha começado exatamente do jeito que eu odiava, frio, chuva, neblina. Embora tivesse passado uma boa parte da minha vida em Londres, drtestava esse tipo de clima. Levantei devagar da cama, sem vontade de fazer nada de útil, mais um motivo para que esses dias sejam tão odiados. Não demorou mais do que cinco minutos drpois de me afastar da cama e já recebi uma ligação do meu Tau.— Oi Daniel. – atendi sem muita animação, seguindo para o banheiro com os pés arrastando no piso de madeira.— Alfa, as coisas estão indo normais por aqui, não precisa se preocupar, mas todos estão com saudades de ti, esperamos que volte logo. – não consegui conter o sorriso que se acendeu naquele momento. Eu também tinha saudades da minha alcatéia.— Eu estou mais perto do que pensava. Em breve estarei voltan
Um vento frio inundava o quarto aquela manhã, os cobertores estavam gelados e eu acabei acordando quando a temperatura alta do meu corpo se chocou aos lençóis gelidos. A jabela tinha ficado aberta.Rosnei, e me levantei para fechar, porém quando olhei para fora dela, vi um cenário lindo. O nascer do sol em meio as árvores com aquela coloração alaranjada e rosa que só podia se ver nesse horario da manhã. O frio era evidente e algumas gotas de chuva caiam sem preocupação.Aproveitei para tomar um bom banho quente, demorei um pouco nele, dizendo a mim mesmo que merecia isso por trabalhar demais, não era ao todo mentira. Saí para correr naquele frescor e enquanto eu estava correndo na floresta senti meu lobo incomodado, estava agitado, inquieto.O que foi amigão?Sinto algo diferente Ian, sei que já senti isso antes, mas faz tanto tempo, nem me lembro o porquê... Mas algo bom vai acontecer, tenho certeza... Me lib
Os malditos pesadelos pararam, mas ela ainda me perturba. Seu sorriso, seus olhos azuis tão penetrantes, seu corpo perfeito, seus labios delineados... Essa garota é minha perdição. Como ela pode acalmar minha raiva? meu lobo? Por segundos pensei coisas que eu nunca havia pensado. Tocar em alguém com medo de machucar... Não parecia ser eu. Não posso deixar ser levado por essas emoções, não posso deixar que pensem que eu sinto algo por ela, ela é apenas uma humana, e nada mais que isso. Uma humana que está em perigo. Uma humana que não quer ter nada a ver comigo.— Ian, você está bem? – O intrometido do Rafael, será que ninguém pode ficar com raiva sem ser incomodado?— Não é da sua conta Rafael! – Rosnei para ele. Ele assentiu e se retirou. Mas que droga está acontecendo comigo?.Tentei aliviar minha raiva todos os dias em lutas contra um saco de areia, e o resultado era três sacos rasgados por dia, e minha raiv
— E quem é o companheiro dela? – Falou com desdém, e eu apenas sorri.— Um Alfa Lycan. – um maldito alfa lycan filha da puta. Acrescentei em pensamento. Nos entre olhamos.— É possível? Sei lá, eu acho estranho uma loba ter dois companheiros. – Falou coçando a cabeça, meu olhar abaixou mirando a madeira do piso, e um leve sorriso torto apareceu em meus lábios.— Tá ai,.ela não é uma loba. É uma humana. – Seus olhos quase saem de órbita. Eu poderia julgar esse momento como hilário se não fosse trágico.— Você está brincando não é Ian? – O encarei sério. Quem dera eu estar brinc ando dessa forma.— Não, não estou, ela é uma ingênua e indefesa humana. – O silêncio reinou entre nós. Queria dizer que minha cabeça não voltou para ela, mas voltou, cada segundo era ela.— Está sabendo da chegada dos vampiros? – Melhor momento para mudar de assunto. Balancei a cabeça as
Boate Blood Rose. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para equipe de segurança da alcatéia.Mande Igor, Damian e Danilo para a empresa agora!— Rafael pega o livro e vamos para o carro. – Ele me olha tentando entender .— Ué. Porque? Para onde vamos? – Sorte que tinha algumas peças de roupa no escritório, nos vestimos. Peguei as chaves do carro e andei em direção a recepção.— Vamos dançar Rafael. – Ele assentiu e descemos, quando eu cheguei no carro os Betas já estavam lá.Com todos dentro do carro fomos até o centro de Vancouver. A boate Blood Rose, o prédio era todo preto com o símbolo do Clã Toreador bem em frente. Para os humanos apenas uma logomarca, uma rosa ensanguentada. Estacionei do outro lado da rua e de fora senti o seu cheiro delicioso de lírios.
Eu respirava lentamente tentando me acalmar, enquanto ela brincava com os dedos e parecia uma garota indefesa.— Tory. – Ela olhou nos meus olhos, e eu pude ver medo em suas lindas Íris azuis.— Não tenha medo de mim, eu prometo não te fazer nenhum mal, agora me diga onde fica a sua casa para que eu possa te deixar lá, por favor. – Quando ela abriu a boca para falar algo bateu no carro, e minha cara foi parar no volante. Ela me deixa desnorteado e totalmente desarmado, edqueci de colocar a porcaria do cinto.Não esperava por esse ataque, quando olhei para a janela vi um vampiro, Tory deu um grito que doeu na minha alma de tão fino que era. Rapidamente pisei fundo no acelerador, fazendo zig zag na rua, enquanto outros estavam atrás de nós. Ela tremia de medo, e eu agradecia internamente por ela está bebada.Quanto mais fundo eu pisava mais vampiros apareciam, e sinceramente eu não estou com paciência para isso,
Acordei com um cheiro delicioso de terra molhada, amo chuva. Abri os olhos e percebi que estava em uma cama muito mais confortável que a minha, e um peso que não fazia parte do meu corpo me imprensava em algo, olhei preguiçosamente para baixo e vi um braço musculoso em contato com minha barriga por baixo da blusa, e provavelmente a muralha que estava atrás de mim era o dono. Tentei me virar sem ele notar para poder ver quem era, só que quando me mexia ele apertava mais minha cintura, eu já não estava aguentando ficar alí sem saber quem era, respirei fundo tomei coragem e me virei bruscamente.Não percebi que ele estava na beirada, com o susto que eu causei caímos os dois da cama, e eu fiquei por cima dele, minha cabeça estava na curva do seu pescoço, tenho certeza que estou vermelha como tomate. Em meio aquele silêncio escuto uma risada gostosa e convidativa, suas mãos me seguravam firmemente co
Quando eu acordei já se passava das três horas da tarde, me levantei ainda com preguiça. Peguei a jaqueta que eu estava abraçada e pendurei atrás da porta, desci e coloquei uma fatia de lasanha no forno para esquentar, que o Matthew tinha deixado na geladeira.Depois que despertei e me alimentei dei uma boa olhada na casa, estava sinceramente uma bagunça. Fazia muito tempo que eu não tinha parado para organizar essas coisas e agora parecia uma boa hora para começar. Subi e comecei pelo banheiro do meu quarto, o incrível quando você começa a arrumar suas coisas é que você acha objetos que você nem lembrava que tinha, acabei achando mais batons do que gostaria de admitir.Depois que terminei de arrumar o meu quarto a sala e a cozinha, descobri cinqüenta dólares escondidos pela casa, minha janta estava garantida. Andei saltitante quando me dei conta que havia mais dois quartos e a garagem para limpar, alegria que dura pouco. U