Mais de uma semana se passou e os mesmo sonhos, com as mulheres diferentes, mas a voz era sempre a mesma, aquela voz doce, aquela voz que fazia meu corpo levitar. A gs imagens das mulheres se alternavam em varias partes do sonho, tinha vezes que os rostos se misturavam tanto que formavam um novo rosto totalmente diferente, mas muito lindo. Ao todo consigo me lembrar de apenas quatro rostos, e o último às vezes ficava borrado. Seus cabelos eram cor de mel, com algumas mechas loiras, um rosto arredondado e delicado. Mas o último sonho tive a oportunidade de ver seus olhos, seus lindos olhos azuis tinham esperança, e não me deixam o esquecer.
Uma semana que esses sonhos começaram, uma semana que meu lobo se mantem em silêncio e apenas a angustia e a solidão tomam conta de mim, um vazio em meu peito que as vezes chega a doer, mas sempre tenho algo para me distrair, como a Mary, que ainda penso constantemente em torna-la Luna, então fui a casa de Rafael conversar com ele sobre isso, mas a idéia não foi muito boa.
— Não! Você esta louco Ian? é isso que ela quer não percebeu? – Ele é muito exagerado, e faz o maior escândalo por coisa pequena.
— Rafael, uma hora terei que me casar, e porque não com ela? ela é bonita, gostosa, elegante, sabe se portar diante de todos, submissa, e muito boa de cama...
— Para ser uma Luna não depende de ser boa de cama ou não, ela não é sua companheira... o que custa espera mais um pouco? – xinguei em descontentamento.
— Eu já esperei muitos anos por ela, e agora querem mata-la, sem que eu ao menos a tenha conhecido, provavelmente se eu me casar ela ira embora, não irá se machucar, terá sua vida, e nós dois saímos ganhando.— argumentei.
— Deixa o tempo passar mais um pouco, tenho certeza que você mudara de ideia...
— Me fala o porquê diabos eu venho conversar com você? – questionei enquanto o deixava falando sozinho.
Rafael, me tirava do sério, quando eu quero alguma coisa, eu faço e pronto, mas que saco... e o que eu mais odeio é que mesmo com toda sua reclamação ele tem um pouco de razão, mais que merda! ele tem a total razão. Eu não quero amar, não quero ser amado, não sobrevivo disso, e se ela aparecer eu mesmo a mato, só por esta fazendo com que eu me sinta um idiota, ter sentimentos é uma merda!
Sai da casa dele e fui andar um pouco em meu condomínio,observei algumas crianças brigando como se fossem lobos, com o sonho de completar seus quinze anos e se transformar, enquanto eu queria ser apenas uma criança, sem preocupações. Andei mais um pouco e vi alguns casais de companheiros, um em especial me chamou a atenção, ela era cega, e ele beijava sua marca de companheiros com carinho e delicadeza, enquanto ela sorria e acariciava sua coxa. O amor ali era palpável, admirável. Qual será a sensação de ser completo? Qual será a sensação de marcar alguém como sua? as vezes eu mordia Mary mas não sentia nada, apenas ouvia e apreciava o cheiro da sua dor.
O bom essa semana é que não apareceu nenhum enviado para me tirar a paciência, mesmo assim reforcei a guarda em minhas terras, não posso deixar por isso mesmo. Mandei alguns lobos para tentarem descobrir alguma coisa sobre essa tal de Caçada, mas ainda não tive nenhum retorno, o que ainda me deixa preocupado.
— Genuino? – Logo vi meu grande amigo chegar perto de mim e me oferecer um abraço que rejeitei, não tenho muita cabeça para essas coisas.— O que foi filho?
Ele perguntou olhando na mesma direção que eu, olhando para os casais.
— Quem são elas? –Perguntei frio, e ele me encarou com um rosto inexpressivo, mas logo demonstrou indagação e era o que eu temia. – Sonhei todas as noites desde meu aniversario com varias mulheres me pedindo ajuda, e dizendo que nos veríamos em outra vida, e todas tem a mesma voz.
Ele franziu a testa, sinal que sabia de alguma coisa.
— Sonhos não são atoa Ian, e isso não foi um sonho, foi uma visão, uma visão do passado, vidas passadas do seu lobo. – mas se Genuínos não tinham companheiras, como...? Eles escondiam a verdade sobre isso.
— Faz muito tempo que não falo com ele, e ele também não fala comigo desde que os sonhos começaram,ele esta em estado de depressão ou algo assim. – confidenciei, tentando juntar as peças devagar.
— Ele senti falta dela Ian, é normal esse estado, mais um ano e ele não a encontrou, e com a caçada em alta... velhas lembranças dolorosas retornaram. – quando um lobo vêm a ter cabelos grisalhos, ele já tem algumas centenas de anos nas costas, era o caso de Jhefry.
— Dela...? – a pergunta foi quase hesitante, por que no fundo eu sabia bem do que ele estava falando, só não conseguia aceitar.
— Sua companheira. Ele senti falta, ele a quer, e o que ele não esperava que acontecesse esta acontecendo... – mais uma vez a certeza do que eles esconderam.
— O que esta acontecendo? – talvez se eu pressionasse mais um pouco ele acabasse me revelando algo realmente importante. Mas, como se eu tivesse soltado algum tipo de elástico invisível ele estremeceu e me encarou.
— A caçada. Deveria tentar conversar com ele, tem coisas que você precisa saber. – soltei um grunhido de insatisfação.
— Qual a parte de "ele não está falando comigo", você não entendeu? – questionei irritado.
— Insista, ou sempre vai ficar no escuro, sem saber o que está prestes a enfrentar.
Assim que ele falou me virei para lhe fazer mais perguntas, mas logo notei sua ausência. Ele tinha essa vantagem de ser mais rápido do que muitos lobos por ser um crino legitimo. Dentro da raça dos lobisomens existem varias subespécies: crinos, humanis, lycans, lupinos. Cada um tem suas características distintas e igualmente
perigosas, enfim. Eu sou todos eles por ser o genuíno, não é fácil ter varias formas dentro de você, mas isso é outro assunto.Já estava noite, e eu tinha que dormir, pois o trabalho se acumulava na empresa. Devagar, contornei a praça e voltei para casa, por sorte não havia ninguém.
Mais uma manhã de gritos e choro, já não aguento mais. Faz uma semana que estou assim pesadelos que não acabam mais, são sempre os mesmos varias criaturas tentando me capturar, algumas conseguem me ferir mas como nas historias sempre aparece um príncipe encantado pronto para me salvar...Já se passava das sete da manhã perdi a hora da minha corrida mais uma vez, o despertador estava gritando como se aumentasse o som a cada segundo de atraso tentei desligar ele várias vezes mas não parava de tocar. Então, com toda força o joguei no chão, o que fez com que ele se abrisse e finalmente parasse de tagarelar em meu ouvido. Com esse já são três despertadores que quebro esse mês; odeio essas coisas.Me levanto devagar e relutantemente dou uma leve arrumada em meu quarto. Tomo um banho quente rápido e assim que termino coloco um vestido estilo godê acima do joelho, listrado em preto e branco, uma botinha, e um chapéu fedora preto, eu adorava esses ch
Escutei gritos vindo do lado das clareiras, e a voz de Rafael por nossa ligação.Enviados!Ótimo! Erá só disso que eu precisava. Larguei as folhas espalhadas sobrr a nova mesa em meu escritório e corri para lá, ao menos os lobos da área já haviam conseguido conter a situação.Ao chegar lá fiquei parado esperando alguém começar a explicação, mas ninguém começou o interrogatório. Repreendi Rafael.— Já falei que quero que comece antes que eu chegue, não estarei sempre aqui Rafael!- Ele assentiu e baixou o rosto em seguida.Ao lado deles estavam dois corpos de crianças... Meu corpo estremeceu de raiva, ódio fervilhava ao meu redor. Ergui o olhar para meus betas e fiz um movimento de cabeça para que eles fossem soltos, e assim fizeram.Os três começaram a correr rindo da minha cara como se eu fosse um idiota, mas mal sabiam o que eu iria fazer.Meus ossos começaram a se revirar,
Minha loja estava cheia, barulhenta e muito movimentada, mas não eram clientes, e sim os jovens do grupo de dança que Druw formou, todos vieram trabalha aqui, mesmo sabendo que não tenho dinheiro para pagar a todos como deveriam ser pagos. A parte boa é que comecei a fazer mais entregas do que antes, agora com vários funcionários, os pedidos aumentaram e são entregues em várias partes da cidade.Músicas altas durante todo dia, aqui as vezes parecia uma loja de CDs, musica eletrônica, e passos rápidos, atraindo também jovens a levarem algumas flores, e vasos. Meu dia estava indo ótimo, bem humorado por todos, até escutar meu telefone tocar em meu escritório, não pedi que eles baixassem a música, apenas transferi a chamada para meu celular, peguei meu casaco, e avisei que iria dar uma volta.— Alô? – minha voz sai um pouco tremula pois tinha um certa suspeita de quem estaria do outro lado da linha.— Faça isso parar! – meu cora
Acordei mais cedo do que o normal, e dessa vez nada de despertador. Prefiro assim. O nosso grupo de dança está na cidade, e depois de uma batalha estão prontos para encarar a realidade. Passamos bastante tempo em Londres para decidirmos vir para cá, eles demoraram bastante para chegar, mas enfim, estamos todos aqui. Me vesti como sempre, um vestido godê simples preto com algumas formas geométricas, um tênis da mesma cor, hoje por estar frio coloquei uma meia calça grossa e peguei uma jaqueta jeans clara. Deixei meu cabelo o mais cacheado possível, o que não foi muito difícil, os longos cachos do meu cabelo castanho claro caiam sobre meu ombro e roçavam em minha cintura. Tomei um café da manhã rápido e simples, torrada com café fortr... nada mal para começar o dia.Andei devagar até a loja, adimirando a neblina que ainda estava formada nas ruas, um dia de frio, um dia de chuva, amo dias assim, amo ver pessoas agasalhadas, e se abraçando, amo chocolate quente
Aquela manhã tinha começado exatamente do jeito que eu odiava, frio, chuva, neblina. Embora tivesse passado uma boa parte da minha vida em Londres, drtestava esse tipo de clima. Levantei devagar da cama, sem vontade de fazer nada de útil, mais um motivo para que esses dias sejam tão odiados. Não demorou mais do que cinco minutos drpois de me afastar da cama e já recebi uma ligação do meu Tau.— Oi Daniel. – atendi sem muita animação, seguindo para o banheiro com os pés arrastando no piso de madeira.— Alfa, as coisas estão indo normais por aqui, não precisa se preocupar, mas todos estão com saudades de ti, esperamos que volte logo. – não consegui conter o sorriso que se acendeu naquele momento. Eu também tinha saudades da minha alcatéia.— Eu estou mais perto do que pensava. Em breve estarei voltan
Um vento frio inundava o quarto aquela manhã, os cobertores estavam gelados e eu acabei acordando quando a temperatura alta do meu corpo se chocou aos lençóis gelidos. A jabela tinha ficado aberta.Rosnei, e me levantei para fechar, porém quando olhei para fora dela, vi um cenário lindo. O nascer do sol em meio as árvores com aquela coloração alaranjada e rosa que só podia se ver nesse horario da manhã. O frio era evidente e algumas gotas de chuva caiam sem preocupação.Aproveitei para tomar um bom banho quente, demorei um pouco nele, dizendo a mim mesmo que merecia isso por trabalhar demais, não era ao todo mentira. Saí para correr naquele frescor e enquanto eu estava correndo na floresta senti meu lobo incomodado, estava agitado, inquieto.O que foi amigão?Sinto algo diferente Ian, sei que já senti isso antes, mas faz tanto tempo, nem me lembro o porquê... Mas algo bom vai acontecer, tenho certeza... Me lib
Os malditos pesadelos pararam, mas ela ainda me perturba. Seu sorriso, seus olhos azuis tão penetrantes, seu corpo perfeito, seus labios delineados... Essa garota é minha perdição. Como ela pode acalmar minha raiva? meu lobo? Por segundos pensei coisas que eu nunca havia pensado. Tocar em alguém com medo de machucar... Não parecia ser eu. Não posso deixar ser levado por essas emoções, não posso deixar que pensem que eu sinto algo por ela, ela é apenas uma humana, e nada mais que isso. Uma humana que está em perigo. Uma humana que não quer ter nada a ver comigo.— Ian, você está bem? – O intrometido do Rafael, será que ninguém pode ficar com raiva sem ser incomodado?— Não é da sua conta Rafael! – Rosnei para ele. Ele assentiu e se retirou. Mas que droga está acontecendo comigo?.Tentei aliviar minha raiva todos os dias em lutas contra um saco de areia, e o resultado era três sacos rasgados por dia, e minha raiv
— E quem é o companheiro dela? – Falou com desdém, e eu apenas sorri.— Um Alfa Lycan. – um maldito alfa lycan filha da puta. Acrescentei em pensamento. Nos entre olhamos.— É possível? Sei lá, eu acho estranho uma loba ter dois companheiros. – Falou coçando a cabeça, meu olhar abaixou mirando a madeira do piso, e um leve sorriso torto apareceu em meus lábios.— Tá ai,.ela não é uma loba. É uma humana. – Seus olhos quase saem de órbita. Eu poderia julgar esse momento como hilário se não fosse trágico.— Você está brincando não é Ian? – O encarei sério. Quem dera eu estar brinc ando dessa forma.— Não, não estou, ela é uma ingênua e indefesa humana. – O silêncio reinou entre nós. Queria dizer que minha cabeça não voltou para ela, mas voltou, cada segundo era ela.— Está sabendo da chegada dos vampiros? – Melhor momento para mudar de assunto. Balancei a cabeça as