Acordo no susto devido o sonho que acabo de ter.
— O que você vai fazer hoje? — Hernando me pergunta saindo do banheiro. — Carla, está me escutando? — Ele tenta chamar a minha atenção.
Eu realmente estava aérea, pensava no sonho, e mais uma vez eu não estava me compreendendo, O QUE FOI ESSE SONHO?
Me perguntava, mas preferi tirar logo isso da cabeça e não me esforçar para entender mesmo, achei que seria mais fácil ou talvez mais propício.
— Oi, o que foi? — Direciono minha atenção ao Hernando.
— Perguntei o que você vai fazer hoje?
— A sim, vou procurar apartamento.
Eu já planejava voltar para o Brasil a mais de um ano, mas me pergunte se eu deixei tudo resolvido para a minha volta?
Se me perguntasse, a resposta seria não.
Eu não sei aonde eu estava com a cabeça, deixei tudo para última hora, voltei de repente, parecia até que estava fugindo.
— Já falei que não precisa, pode ficar aqui. — Hernando fala.
Ele insistia para que eu morasse com ele em seu apartamento, mas pense em uma pessoa extremamente desorganizada? Pensou? Certo, agora pense em uma pessoa com excesso de organização, bom era eu e o Hernando, estilo água e óleo, não sei como nos misturamos.
— De maneira nem uma, eu não aquento com a sua bagunça. — Falo me levantando da cama.
— E quando a gente casar? Você vai ter que aguentar. — Ele rir debochado.
Eu acho que sou a única mulher do mundo, que torce para o namorado nunca fazer o pedido de casamento, eu não dava conta da bagunça dele não, passei apenas uma noite em seu apartamento e já estava surtando, imagina a vida inteira.
— A gente vai morar em casas separadas. — Respondo e entro no banheiro.
— A, está bom. — Escuto ele responder.
Claro que eu estava brincando, mas ter que me acostumar com a zona do Hernando realmente era algo que me assustava.
Bom, mas enquanto a gente não era casado e eu não era "obrigada" a isso, preferia morar sozinha, por isso aquele dia saí em busca de um apartamento para alugar.
...
— Esse com certeza foi o que eu mais gostei. — Eu falava com o corretor já saindo do apartamento.
— Que bom, mas ainda tenho mais dois para te mostrar que são... — O telefone dele toca. — Só um momento por favor.
— Claro. — Fico no corredor.
— Carla?
— Raquel?
Raquel, isso mesmo, era a Raquel, ela saiu do apartamento em frente, gelei, tudo o que veio na minha cabeça foi o sonho que tive com ela.
Imaginei a reação da própria, se eu contasse sobre esse sonho, provavelmente ficaria assustada e correria de mim, quem não?
— O que você está fazendo aqui? — Pergunto.
— Eu é que te pergunto, — Ela rir. — Eu moro aqui.
— Você mora aqui? — Me espanto.
— Si, e você o que faz aqui?
— Eu vim ver o apartamento em frente ao seu, estou procurando apartamento para alugar.
— Você e o Hernando?
— Não, só eu mesma.
— Huum, mejor ainda então. — Ela ergue uma sobrancelha. — Imagina que incrível seria se morássemos uma de frente para a outra? — Ela sorrir.
Meus devaneios voltaram, ou a Raquel acabou de flertar comigo gente?
— Verdade. — Rio sem graça. — E eu que pensei que demoraria para nos encontramos de novo. — Tento disfarçar.
— Pois algo já me dizia que a gente ia se reencontrar logo. — Ela rir. — Es brincadeira, na verdade eu que eu ansiava por isso mesmo. — Umedece os lábios.
Não é possível isso só ser coisa da minha cabeça, ela estava flertando comigo ou não?
— Eu ia adorar que você viesse morar aqui. — Ela fala.
— Ainda vou ver mais dois apartamentos, mas gostei desse, principalmente da minha futura vizinha. — Entro no jogo dela.
— Eu estou indo gravar agora, mas acho que não vai demorar, podíamos ir almoçar que tal?
Acho que tive resposta para aquela minha dúvida depois desse convite, e quer saber? Eu nunca fiquei tão feliz por receber um convite, acho que era porque vinha dela, fiquei triste em ter que recusar.
— Não vai dar, eu tenho que terminar de ver os apartamentos e ainda tenho que resolver umas coisas na escola antes da inauguração.
— Tudo bem, marcamos outro dia. — Ela responde e saí andando. — Adorei te ver. — Ela fala antes que a porta do elevador feche.
...
Confesso que eu esperava uma tentativa de me convencer a aceitar, mas aquilo já foi suficiente para eu passar o resto do dia, pensando nela e arrependida por não ter aceitado o convite, então mandei a seguinte mensagem para Raquel.
" Terminei as coisas mais cedo, será que aquele convite para almoçar ainda está de pé? "
Na verdade, eu não tinha terminado nada.
Lembram que eu disse que voltei para o Brasil sem resolver as coisas antes, certo?
Então, eu ainda estava tento os problemas com o local que seria a minha escola de dança, e depois de ver os apartamentos, eu teria uma reunião com os antigos donos de lá, mas cancelei, é cancelei.
Agi num impulso, queria ver a Raquel. Engraçado que antes de revela eu nem sabia que estava com saudades.
Mas agora era tudo o que eu sentia, queria estar com ela, não sei porque e não sei no que aquilo ia dar, mas simplesmente resolvi fazer o que eu queria.
Só que já passava da hora do almoço, fiquei com medo dela recusar, e infelizmente foi o que ela fez.
" Agora eu que não posso."
Ela só me responde assim.
— Ótimo, está vendo Carla Adriana? Precisava disso?
Eu falava comigo mesma, tinha essa mania quando ficava nervosa.
— Você ainda desmarcou seus compromissos sua besta, provavelmente ela só fez aquele convite por educação, porque quando disse que não podia ela nem fez questão, e agora ainda se vingou me dizendo não também, fora a demora para responder à mensagem.
Enquanto eu brigava comigo mesmo, meu celular vibrou, chegou notificação, era mensagem dela.
" Que tal jantar? "
" Que tal jantar? "Abro um sorriso espontâneo assim que leio a mensagem." Tu puedes? Na minha casa às 20:00? "Ela me manda outra mensagem."Combinado."Eu respondo eufórica, e logo em seguida meu celular toca.— Eu acabei de te responder, eu posso sim. — Nem verifiquei quem estava ligando, achei que fosse a Raquel.— Pode o que Carla? — Era Hernando.— Ah nada. — Gaguejo. — Desculpa, achei que fosse outra pessoa.— Quem? — Ele pergunta.— A antiga dona do imóvel da escola que eu comprei, ela marcou a nossa reunião para mais tarde. — Menti, e nem sei porque.— Mais tarde que horas? Queria te levar para jantar hoje.— Não vai dar amor, devo chegar tarde.Hernando tentou criar caso por isso, mas naquele momento eu realmente não estava a fim de bater boca, praticamente o
Alguns dias se passarão e a minha amizade com a Raquel crescia cada vez mais, estávamos cada dia mais unidas, nos falávamos todos os dias e praticamente o dia todo, nos víamos sempre que possível.Quem não estava gostando nada disso era Hernando que de uma hora para a outra começou a implicar com a amizade que eu tinha com a Raquel, sem nem dizer o motivo, portanto é claro que eu não dei importância, mas com isso nossas brigas se tornaram mais constantes.Os dias estavam super corridos e eu tinha acabado deixando de lado a compra do apartamento, mas a atitude do Hernando serviu para me dá um empurrão e resolver isso logo, por enquanto eu estava morando com ele, mas ansiava pela mudança, ele já estava se intrometendo demais em minha vida....— Que surpresa boa. — Raquel fala abrindo um sorriso assim que bato em sua porta. — O que faz aqui? &m
— ... E aí você toparia tornar aquele sonho realidade? — Ela fala próximo a mim.Ela fala muito próximo a mim, muito próximo mesmo, e se aproximava cada vez mais, estava de quatro em cima da cama e vinha para cima de mim.Minhas mãos começaram a suar e eu não conseguia me mexer, sinto minha garganta fechando e a sensação de que não consigo respirar, pude sentir perfeitamente o seu hálito sabor pizza de tão próximo a minha, a boca dela estava.— Peguei. — Ela fala.Fala e abre um leve sorriso, logo depois ela leva até a boca, a fatia de pizza que havia pegado na caixa atrás de mim, morde, se lambuzando, chupando os dedos e rindo é claro.— Não acredito. — Eu falei tão baixo que ela não pode ouvir.O caso é que fiquei frustrada e aliviada ao mesmo tempo, eu sei que
Já era sábado, o dia da minha festa.Estava tudo pronto , eu estava em meu apartamento me arrumando para ir, tínhamos feito uma espécie de pulseiras para a entrada na boate, como era uma festa privada, só entraria quem eu realmente convidei, no caso quem estivesse com a pulseira.Eu ainda tinha uma guardada, a dela, a da Raquel.A gente se afastou um pouco depois daquela " briga" que ela insistia em dizer que não foi briga, mas continuávamos amigas, só não como antes, e de vez em quando rolava um clima esquisito entre a gente, passamos a falar só o básico uma com a outra, diferente de antes que conversávamos sobre tudo e todo o tempo.Mas eu ainda a considerava muito, e realmente queria a presença dela naquele dia importante para mim, queria que nos aproximássemos de novo, então decidi terminar de me arrumar e levar a pulseira para ela logo em seguida,
Já passava das 03:00 da manhã, estava deitada em minha cama de pijama, olhando para o teto, como se ele fosse me ajudar em algo ou respondes minhas dúvidas.Tudo o que eu queria era dormir, cessar aquela competição de pensamentos que estavam presentes em minha mente.Mais o sono não vinha de jeito nem um, eu rodava na cama igual pião, levantei, andei a casa toda e nada do sono vir, lembrei de quando costumava ter insônia.— Quem sabe ainda sobrou algum remédio dessa época. — Pensei.Cacei esse remédio, como quem caça tesouro, graças a Deus achei, apaguei....Acordei com o meu celular tocando, corri para atender e realmente não sei quem eu queria que fosse.Era uma amiga antiga para me desejar feliz aniversário, certeza que não foi por ela que eu corri.Já era mais de 13:00 hora da tarde, aquele rem&
De repente, ela trouxe seu rosto para mais perto do meu, e em instantes senti seus lábios aquecerem os meus suavemente, e suas mãos pousaram em meu rosto, me puxando para mais perto dela.Solicitava que eu desse abertura para intensificar o beijo, que ela início com calmaria e cautela, numa movimentação demorada e tímida.Também seguro em seu rosto, mas não é como seu eu a permitisse prosseguir, era como seu implorasse por aquilo, me envolvo a ponto de nossas línguas parecer uma só dentro de nossas bocas.O beijo continua, e agora era mais quente, sensual, quase erótico, e depois de longos segundos, o beijo é encerrado por ela com um breve selinho, e eu ainda permaneço ali por um tempo, com os olhos fechados.Quando os abro e tomo consciência do que tinha acontecido, sinto meu corpo todo estremecer, percebo que não havia um só pelinho em m
Por mais que eu estivesse envolvida, por mais que eu quisesse aquilo, por mais que eu estivesse " me esforçando", aquilo tudo era novo para mim.Eu nunca tinha transado com uma mulher, eu nunca tinha se quer beijado uma mulher, eu estava nervosa, não sei sesaberia fazer certo, e aquilo não deixa de me preocupar.Até que Raquel pareceu ter visto isso estampado na minha cara.— Mas hoje o trabalho é todo meu, você só tem que relaxar. — Ela me diz.E é exatamente isso que aquelas palavras me fazem, me relaxam.Eu podia relaxar e confiar nela, foi tudo o que eu sempre quis ouvir dela.Senti suas mãos deslizarem em minha clavícula e me empurrar suavemente contra ela, e instintivamente, eu me deixei ser conduzida, enquanto uma de suas mãos agora segurava minha bunda, nos beijamos.Logo suas mãos foram subindo sobre meu corpo, e seus olhos
Sobre o dia em que eu e a Raquel dormimos juntas, pela primeira vez...Acordei assim que percebi o sol indo embora da minha janela, já estava anoitecendo, e ao me virar, a primeira imagem que tenho diante de mim é a da Raquel.Estava deitada de bruços ao meu lado, ainda completamente nua, e com um fino lençol branco por cima do corpo, a cobrindo apenas da cintura para baixo.Eu abro um sorriso involuntário ao vê-la, ao lembrar do que aconteceu, ao lembrar dos seus beijos e do seu toque, como eu me senti feliz.Mas esse sorriso logo sumiu do meu rosto em questão de segundos e acreditem, pelo mesmo motivo, por eu estar feliz.Estava feliz por ter dormido com a minha melhor amiga e por ter traído o meu namorado?Não me senti no direito de estar feliz, não deveria sorrir, havia motivos para comemorar.— Isso não foi certo Carla. — Pensei.Ent&at