O silêncio entre eles era denso, carregado de sentimentos reprimidos. Quando chegaram ao quarto, o ambiente parecia mudar. As luzes suaves e as cortinas balançando levemente com a brisa intensificavam a tensão. Felipe a deitou na cama com cuidado, mas seus movimentos eram deliberados, quase calculados. Valéria sentiu o peso do tempo que passaram afastados, a frustração acumulada, o desejo reprimido. Ele começou a desabotoar a camisa lentamente, os olhos fixos nos dela. Cada gesto dele parecia uma promessa silenciosa. Quando ele se aproximou, ela sentiu a respiração acelerar. Felipe a tocou suavemente, mas logo o toque se intensificou. Havia uma urgência contida nele. — Você achou que podia me afastar assim, Valéria? — A voz dele saiu rouca, cheia de uma emoção crua. — Acha que pode simplesmente voltar? As mãos dele percorriam o corpo dela com intensidade. Havia uma mistura de desejo e uma espécie de punição nos gestos, como se ele estivesse mostrando que ela não escaparia tão faci
Após o jantar, Felipe e Valéria voltaram para o apartamento, envolvidos em um silêncio confortável. Não havia necessidade de palavras naquele momento; a presença um do outro era suficiente para preencher o espaço entre eles. Quando chegaram ao quarto, ambos sabiam o que viria a seguir, como se a tensão que os acompanhava nos últimos dias estivesse finalmente sendo resolvida. Felipe a deitou suavemente na cama, seus toques ainda delicados, mas carregados de uma intensidade que Valéria sentiu em cada movimento. A noite foi lenta e repleta de desejo, mas também de uma conexão que se aprofundava a cada instante. Eles se entregaram ao momento, libertando-se da saudade e do desejo reprimido que os consumia. A madrugada passou tranquila, com o calor dos corpos entrelaçados oferecendo conforto. Na manhã seguinte, o sol começou a invadir o quarto de forma suave, anunciando um novo dia. Felipe acordou primeiro, seus olhos observando Valéria adormecida ao seu lado. Havia uma calma em tê-l
Ao chegar em casa, Valéria foi recebida pelo silêncio habitual do apartamento. Lara provavelmente estava no estúdio ou ainda dormindo. Enquanto começava a arrumar sua mala para a viagem, Valéria sentiu um leve nervosismo ao pensar em como contaria a Lara sobre Felipe. Elas sempre foram próximas, e Lara sempre soube da tensão que existia entre ela e Felipe, mas Valéria ainda não tinha contado que eles haviam se acertado. Enquanto dobrava uma blusa e a colocava na mala, ouviu o barulho da porta do quarto de Lara se abrindo. — Val? — A voz sonolenta de Lara ecoou pelo corredor. — Você já está em casa? Valéria se virou e sorriu ao ver a amiga parada na porta. — Sim, cheguei faz pouco tempo. Tive que passar aqui para pegar algumas coisas — disse Valéria, tentando manter um tom casual enquanto continuava a arrumar suas roupas. Lara se aproximou, curiosa. — Você está indo a algum lugar? — Ela olhou para a mala aberta e franziu as sobrancelhas. — Vai viajar? Valéria respirou f
Assim que entraram no apartamento de Felipe, a porta mal havia se fechado quando Valéria sentiu as mãos dele em sua cintura, puxando-a para perto. Seus lábios encontraram os dela em um beijo suave, mas controlado, como tudo que Felipe fazia. Não era uma entrega completa, mas uma conexão intensa e significativa, típica do jeito dele.Felipe quebrou o beijo devagar, seus olhos escuros analisando cada detalhe do rosto dela com uma profundidade que só ele tinha. Ele suspirou, como se o peso das últimas semanas estivesse começando a se dissipar.— Acho que precisamos de uma noite tranquila — disse ele, sua voz firme, mas com um toque de suavidade que não era comum. — Vinho e sushi?Valéria sorriu, apreciando a sugestão simples, mas que, vindo de Felipe, parecia muito mais. A tranquilidade da proposta era o que ambos precisavam, sem grandes gestos, apenas a companhia um do outro.— Perfeito — respondeu ela, enquanto Felipe se afastava para pegar uma garrafa de vinho.Enquanto ele cuidava do
No dia seguinte, Felipe acordou cedo para resolver algumas questões na empresa. Valéria ficou no apartamento, aproveitando a manhã para descansar e organizar suas roupas para a viagem. Quando Felipe voltou depois do almoço, eles estavam prontos para embarcar. A viagem para Acássia foi tranquila, e no final da tarde, eles chegaram ao hotel. O local era um hotel cinco estrelas, muito elegante, com todo o conforto que poderiam precisar. Valéria ficou impressionada com a vista do quarto. Felipe tirou o casaco e caminhou até a janela, observando a cidade que se estendia diante deles. Ele se virou para Valéria, seus olhos refletindo uma calmaria contida, e sorriu levemente. — Temos um pouco de tempo antes do evento — disse ele, seus olhos examinando cada detalhe dela. — Que tal um banho para relaxarmos antes? — sugeriu, a voz tranquila, mas o olhar deixando claro que havia mais na sugestão do que uma simples preparação. Valéria riu suavemente, sentindo a tensão diminuir, e aceitou o
Valéria ficou no quarto por alguns minutos após Felipe sair, ouvindo o som suave da porta se fechando. Ela se levantou e caminhou até a janela, observando a vista da cidade de Acássia. O entardecer tingia o céu de tons alaranjados, e o movimento lá embaixo parecia convidá-la para explorar.Ela sabia que Felipe sugerira que ficasse no hotel, mas havia algo dentro dela que não a deixava ficar quieta. Depois de tudo o que aconteceu, um passeio pela cidade parecia a maneira perfeita de clarear a mente.Valéria trocou de roupa rapidamente, optando por algo simples, mas elegante. Pegou sua bolsa, deu uma última olhada no espelho e saiu do quarto.Ao descer no elevador, sentiu um misto de ansiedade e empolgação. Quando as portas do elevador se abriram no saguão, ela atravessou o hall do hotel, seus saltos ecoando suavemente no mármore brilhante.Mas ao se aproximar da porta de entrada do hotel, ouviu uma voz familiar chamar seu nome.— Valéria?Ela se virou rapidamente e, para sua surpresa,
Ricardo conduziu Valéria pelas ruas de Acássia até um pequeno e elegante restaurante, localizado em uma esquina discreta e cercada por árvores que balançavam suavemente com a brisa da noite. As luzes amareladas refletiam nas janelas de vidro, criando um brilho acolhedor no interior. Ao entrarem, o som suave de música ambiente os envolveu, enquanto o aroma de pratos refinados permeava o ar.O restaurante tinha um charme rústico e sofisticado, com mesas de madeira escura, cadeiras estofadas e cortinas de veludo que contribuíam para uma sensação de privacidade. O maître, vestido impecavelmente em um terno preto, os cumprimentou com um sorriso, conduzindo-os até uma mesa em um canto reservado, onde a luz de uma pequena vela dançava suavemente sobre a mesa.Ricardo estava vestido de maneira impecável, com um terno cinza escuro perfeitamente ajustado ao corpo atlético, uma camisa branca elegante e uma gravata discreta que complementava seu estilo. Valéria, por sua vez, usava um vestido p
Felipe voltou para o salão do evento, a música suave preenchendo o espaço enquanto os convidados se moviam de maneira elegante entre conversas e brindes. Sua mente, no entanto, estava distante. Valéria e Ricardo continuavam a ocupar seus pensamentos, e por mais que ele tentasse focar nas interações sociais e nos compromissos da noite, uma parte de sua atenção permanecia dividida. Ele avistou Maurício Alcântara, o anfitrião do evento, em uma conversa animada com um grupo de empresários influentes. Maurício era uma figura central naquela noite, e Felipe sabia que estar presente naquele círculo era essencial. Contudo, a sensação incômoda de não estar presente para Valéria permanecia em segundo plano. — Sr. Cavalcante! — chamou Maurício, erguendo uma taça de vinho quando o avistou se aproximando. — Finalmente, o senhor está entre nós. Quero apresentá-lo a alguém. Felipe esboçou um sorriso educado, sabendo que não poderia evitar o que viria a seguir. — Esta é minha filha, Catarina — d