Assim que entraram no apartamento de Felipe, a porta mal havia se fechado quando Valéria sentiu as mãos dele em sua cintura, puxando-a para perto. Seus lábios encontraram os dela em um beijo suave, mas controlado, como tudo que Felipe fazia. Não era uma entrega completa, mas uma conexão intensa e significativa, típica do jeito dele.Felipe quebrou o beijo devagar, seus olhos escuros analisando cada detalhe do rosto dela com uma profundidade que só ele tinha. Ele suspirou, como se o peso das últimas semanas estivesse começando a se dissipar.— Acho que precisamos de uma noite tranquila — disse ele, sua voz firme, mas com um toque de suavidade que não era comum. — Vinho e sushi?Valéria sorriu, apreciando a sugestão simples, mas que, vindo de Felipe, parecia muito mais. A tranquilidade da proposta era o que ambos precisavam, sem grandes gestos, apenas a companhia um do outro.— Perfeito — respondeu ela, enquanto Felipe se afastava para pegar uma garrafa de vinho.Enquanto ele cuidava do
No dia seguinte, Felipe acordou cedo para resolver algumas questões na empresa. Valéria ficou no apartamento, aproveitando a manhã para descansar e organizar suas roupas para a viagem. Quando Felipe voltou depois do almoço, eles estavam prontos para embarcar. A viagem para Acássia foi tranquila, e no final da tarde, eles chegaram ao hotel. O local era um hotel cinco estrelas, muito elegante, com todo o conforto que poderiam precisar. Valéria ficou impressionada com a vista do quarto. Felipe tirou o casaco e caminhou até a janela, observando a cidade que se estendia diante deles. Ele se virou para Valéria, seus olhos refletindo uma calmaria contida, e sorriu levemente. — Temos um pouco de tempo antes do evento — disse ele, seus olhos examinando cada detalhe dela. — Que tal um banho para relaxarmos antes? — sugeriu, a voz tranquila, mas o olhar deixando claro que havia mais na sugestão do que uma simples preparação. Valéria riu suavemente, sentindo a tensão diminuir, e aceitou o
Valéria ficou no quarto por alguns minutos após Felipe sair, ouvindo o som suave da porta se fechando. Ela se levantou e caminhou até a janela, observando a vista da cidade de Acássia. O entardecer tingia o céu de tons alaranjados, e o movimento lá embaixo parecia convidá-la para explorar.Ela sabia que Felipe sugerira que ficasse no hotel, mas havia algo dentro dela que não a deixava ficar quieta. Depois de tudo o que aconteceu, um passeio pela cidade parecia a maneira perfeita de clarear a mente.Valéria trocou de roupa rapidamente, optando por algo simples, mas elegante. Pegou sua bolsa, deu uma última olhada no espelho e saiu do quarto.Ao descer no elevador, sentiu um misto de ansiedade e empolgação. Quando as portas do elevador se abriram no saguão, ela atravessou o hall do hotel, seus saltos ecoando suavemente no mármore brilhante.Mas ao se aproximar da porta de entrada do hotel, ouviu uma voz familiar chamar seu nome.— Valéria?Ela se virou rapidamente e, para sua surpresa,
Ricardo conduziu Valéria pelas ruas de Acássia até um pequeno e elegante restaurante, localizado em uma esquina discreta e cercada por árvores que balançavam suavemente com a brisa da noite. As luzes amareladas refletiam nas janelas de vidro, criando um brilho acolhedor no interior. Ao entrarem, o som suave de música ambiente os envolveu, enquanto o aroma de pratos refinados permeava o ar.O restaurante tinha um charme rústico e sofisticado, com mesas de madeira escura, cadeiras estofadas e cortinas de veludo que contribuíam para uma sensação de privacidade. O maître, vestido impecavelmente em um terno preto, os cumprimentou com um sorriso, conduzindo-os até uma mesa em um canto reservado, onde a luz de uma pequena vela dançava suavemente sobre a mesa.Ricardo estava vestido de maneira impecável, com um terno cinza escuro perfeitamente ajustado ao corpo atlético, uma camisa branca elegante e uma gravata discreta que complementava seu estilo. Valéria, por sua vez, usava um vestido p
Felipe voltou para o salão do evento, a música suave preenchendo o espaço enquanto os convidados se moviam de maneira elegante entre conversas e brindes. Sua mente, no entanto, estava distante. Valéria e Ricardo continuavam a ocupar seus pensamentos, e por mais que ele tentasse focar nas interações sociais e nos compromissos da noite, uma parte de sua atenção permanecia dividida. Ele avistou Maurício Alcântara, o anfitrião do evento, em uma conversa animada com um grupo de empresários influentes. Maurício era uma figura central naquela noite, e Felipe sabia que estar presente naquele círculo era essencial. Contudo, a sensação incômoda de não estar presente para Valéria permanecia em segundo plano. — Sr. Cavalcante! — chamou Maurício, erguendo uma taça de vinho quando o avistou se aproximando. — Finalmente, o senhor está entre nós. Quero apresentá-lo a alguém. Felipe esboçou um sorriso educado, sabendo que não poderia evitar o que viria a seguir. — Esta é minha filha, Catarina — d
Felipe entrou no quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de si. As luzes suaves iluminavam o espaço com uma tranquilidade que contrastava com o evento tumultuado e a conversa provocativa que havia acabado de ter. O olhar dele se dirigiu diretamente para a cama, onde Valéria dormia profundamente, o corpo enroscado nas cobertas, os cabelos loiros esparramados pelo travesseiro.Por um momento, ele parou, apenas observando-a. A respiração suave dela era quase um bálsamo para a mente inquieta de Felipe. Ele se aproximou devagar, os pensamentos sobre a noite ainda pesando em sua mente, mas ao ver Valéria ali, a tensão começou a diminuir.Felipe soltou um suspiro baixo, mais para si mesmo, como se tentasse liberar o peso que carregava. Sentou-se à beira da cama por um instante, permitindo que sua mão deslizasse levemente sobre os cabelos de Valéria, com um toque quase hesitante. Ela não se mexeu, mas o simples contato foi o suficiente para lembrá-lo de que, apesar de tudo o que acon
Depois que Catarina finalmente saiu, o quarto ficou em um silêncio tenso. Felipe se virou lentamente, seus olhos escurecidos de frustração, tentando manter o controle. Ele sabia que Valéria havia escutado a conversa do quarto, e a tensão no ar era palpável. Ele não era o tipo de homem que dava explicações, especialmente em situações que fugiam ao seu controle, mas algo naquela noite exigia uma reação diferente. Valéria, sentada na cama, observava enquanto Felipe entrava no quarto. Ela tentava esconder a mistura de emoções que fervilhava dentro dela – ciúme, insegurança e raiva, todas acumuladas em silêncio. Seus olhares se encontraram, e, embora Felipe mantivesse sua expressão neutra, ela podia ver que ele estava tão incomodado quanto ela. O ar parecia carregado de algo não resolvido, uma tensão quase física, e Felipe não queria piorar as coisas com palavras mal escolhidas. — Não foi nada — disse ele finalmente, sua voz firme, mas com uma leve hesitação que era rara nele. —
No dia seguinte, o clima no quarto estava tranquilo. O sol da manhã invadia suavemente o ambiente, e Felipe já estava vestido, ajustando a gravata enquanto Valéria ainda se espreguiçava na cama. A noite anterior, embora tensa, havia sido um momento de reflexão para ambos. As conversas não resolvidas ainda pairavam no ar, mas eles sabiam que o dia seria longo, e Felipe tinha compromissos importantes antes de poderem lidar com tudo.Felipe terminou de se arrumar e olhou para ela, que agora estava sentada na cama, observando-o com um olhar curioso, mas também distante. Ele sabia que a situação com Catarina ainda não estava completamente resolvida.— Tenho uma reunião com o Sr. Alcântara na sede da empresa dele — disse ele, num tom mais formal. — Não deve demorar muito, volto para o almoço.Valéria apenas assentiu com um sorriso leve. Embora ela compreendesse a natureza dos compromissos de Felipe, o sentimento de frustração pela situação anterior ainda estava presente.— Tudo bem. Vou ap