Depois que Felipe saiu, Valéria estava no quarto do hotel, ajeitando algumas roupas que tinha deixado sobre a cama, quando ouviu uma batida leve na porta. Achou estranho, já que não esperava ninguém. Ao abrir, deparou-se com uma mulher alta, elegante, de cabelos loiros, exibindo um sorriso educado, mas com algo inquietante por trás. Imediatamente, algo no semblante daquela mulher fez Valéria sentir um frio na espinha. Ela não sabia ao certo quem era, mas um lampejo de intuição a fez lembrar da noite anterior. Aquela mulher poderia ser a mesma que tentara se aproximar de Felipe. — Com licença, acho que estou no quarto errado. Eu estava procurando o Sr. Cavalcante — disse a mulher, fingindo uma expressão confusa. — Este quarto é dele? Valéria se manteve firme, mas por dentro sentiu o desconforto crescer. Seria essa a mulher da noite anterior? Tudo nela, desde o jeito elegante até o olhar afiado, parecia se encaixar com o que Felipe havia descrito. Seu coração bateu mais forte, mas e
Felipe olhou para Maurício por um instante, percebendo que seria impossível recusar sem causar um desconforto desnecessário. Com um suspiro silencioso, pegou o celular e enviou uma mensagem rápida para Valéria, avisando que o almoço iria demorar mais do que o planejado e sugerindo que ela almoçasse sem ele. “Almoço vai atrasar um pouco. Vou precisar ficar mais tempo com o Sr. Alcântara. Almoce sem mim. Te vejo mais tarde.” Ele enviou a mensagem e voltou sua atenção para o anfitrião. Embora seu pensamento estivesse dividido entre os compromissos e Valéria, ele sabia que a situação exigia sua presença ali. No quarto do hotel, Valéria recebeu a mensagem logo após ter tomado banho. Ela olhou para o celular, lendo as palavras com uma sensação de frustração. Embora entendesse as responsabilidades de Felipe, não pôde deixar de sentir que ele estava sendo, mais uma vez, absorvido pelos negócios, deixando-a de lado. Ela tentou afastar a sensação incômoda, mas seus pensamentos ainda
Valéria estava no quarto de hotel, terminando de se arrumar para sair e almoçar sozinha. Ela ainda tentava processar as emoções depois da visita inesperada de Catarina naquela manhã. O desconforto da situação continuava a assombrá-la, e a sensação de estar à margem da vida de Felipe, reforçada pela presença intrusiva de Catarina, não saía de sua mente. Enquanto ajeitava os cabelos em frente ao espelho, o som de uma notificação chamou sua atenção. Ela pegou o celular e viu uma mensagem de Ricardo: "Oi, Valéria. Ainda estou na cidade e tenho um pouco de tempo livre agora. Se você estiver disponível, que tal almoçarmos juntos?" Ela hesitou por um momento, lembrando-se da noite anterior e de como a situação com Catarina a havia deixado inquieta. Ricardo sempre fora um bom amigo e uma distração bem-vinda em momentos difíceis. Um almoço com ele poderia ajudá-la a relaxar e afastar as dúvidas que rondavam sua mente. Valéria respirou fundo, ponderando por alguns segundos antes de r
Valéria abriu a porta do quarto e encontrou Felipe sentado no sofá, olhando fixamente pela janela. A luz suave do entardecer banhava o ambiente, criando sombras delicadas que dançavam nas paredes. A tensão no ar era palpável. Ela fechou a porta atrás de si e caminhou lentamente até o centro do quarto, incerta sobre como iniciar a conversa que ambos sabiam ser inevitável. Felipe virou-se para ela, seus olhos expressando um misto de tranquilidade e expectativa. — Oi — disse ela, tentando manter a voz leve. — Como foi seu almoço? Felipe a observou com intensidade, quase fazendo-a esquecer o que tinha em mente. — Foi produtivo, mas acho que precisamos conversar sobre algumas coisas — disse ele, a voz firme, mas suave o suficiente para tranquilizá-la. Valéria respirou fundo, sentindo que a conversa não seria fácil, mas estava pronta para enfrentá-la. — Eu também quero conversar. — Ela hesitou brevemente, lembrando-se da tensão da manhã e das palavras de Ricardo. — Mas, antes, precis
Valéria estava de pé em frente ao espelho, ajeitando os últimos detalhes do vestido que Felipe havia providenciado para ela. A peça era sofisticada e destacava sua elegância de uma forma quase surpreendente, fazendo-a sorrir para seu próprio reflexo.— Felipe, você pode me ajudar? — pediu ela, olhando por cima do ombro, enquanto tentava alcançar o zíper nas costas.Felipe, que estava terminando de ajeitar os punhos da camisa, caminhou até ela, sorrindo levemente. Seus dedos habilidosos subiram o zíper devagar, e ele parou por um breve momento, observando-a de perto.— Pronto — murmurou ele, com a voz baixa e controlada. Mas, antes de se afastar, aproximou-se mais, seus lábios a centímetros do ouvido dela, e sussurrou: — E vai ser ainda melhor quando eu tirar ele... mais tarde.Valéria sentiu um arrepio percorrer sua espinha e olhou para ele pelo espelho, sorrindo com um toque de nervosismo misturado com desejo.— Mal posso esperar — respondeu ela, com um sorriso travesso, tentando que
Valéria sentia que a música e o burburinho da festa começavam a se misturar em sua mente. Após dançar e desfrutar do momento com Felipe, decidiu que precisava de um tempo sozinha para respirar. — Vou ao banheiro — disse ela a Felipe, que assentiu, ainda mantendo um olhar atento sobre ela. Enquanto caminhava em direção ao banheiro, Valéria se perdeu em pensamentos sobre como tudo estava mudando. A ideia de ser vista como a namorada de Felipe a deixava animada, mas as reações de Catarina e a presença constante de Ricardo na festa a deixavam insegura. Ao abrir a porta do banheiro, encontrou-se com o reflexo de seu próprio rosto. Era ali, em um espaço privado, que ela finalmente poderia se permitir sentir a pressão que se acumulava em seu peito. Depois de se refrescar, ao sair do banheiro, Valéria quase esbarrou em Ricardo. Ele estava esperando por ela, um sorriso gentil nos lábios. — Valéria! — disse ele, com um ar de surpresa. — Que bom que te encontrei. — Oi, Ricardo. O que
Valéria sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber a forma como Felipe olhava para aquela mulher. Quem seria ela? Tentou afastar o pensamento, mas a inquietação não a abandonava. Enquanto caminhavam para um canto mais tranquilo, longe da multidão.Felipe sentindo que precisava de um momento para se recompor decide ir ao banheiro. — Vou ao banheiro rapidinho — disse ele, com a voz calma, tentando esconder a tensão que o encontro inesperado com Isabela havia causado.Valéria assentiu, mas a dúvida sobre o que ele realmente estava sentindo ainda pairava em sua mente. Enquanto ele se distanciava, ela ficou sozinha por um momento, sentindo o peso do ambiente ao redor. O burburinho da festa parecia mais distante, como se tudo estivesse se afastando, e ela tentava encontrar um equilíbrio.Enquanto Felipe seguia em direção ao banheiro, a festa continuava, mas para ele, o som e as luzes haviam perdido o brilho. Quando entrou no banheiro, apoiou-se na pia, observando seu reflexo no e
A noite já havia se alongado mais do que Valéria esperava, e tanto ela quanto Felipe decidiram que era hora de ir embora. Enquanto caminhavam em direção à saída, Felipe a acompanhava de perto, o braço ao redor da cintura dela.— Acho que foi uma boa noite, não? — Valéria comentou, tentando focar no positivo, embora ainda houvesse uma sombra de desconforto por causa de Isabela.— Foi sim. Mas agora podemos descansar — Felipe respondeu, com a habitual calma em sua voz.Quando estavam quase na porta, uma figura familiar se aproximou rapidamente. Era Isabela. Valéria sentiu o ar ao seu redor ficar mais denso no mesmo instante.— Felipe — a voz de Isabela era suave, mas cheia de propósito. Ela estava claramente procurando uma oportunidade de falar com ele antes que fosse tarde demais.Felipe parou, mantendo Valéria ao seu lado, mas o olhar de Isabela estava fixo nele. Valéria observava a cena, sem saber ao certo o que pensar.— Pensei que você já tivesse ido — disse Felipe, a voz firme, ma