Felipe segurava firmemente as mãos de Valéria, sentindo a tensão suavizar entre eles. Embora soubesse que ainda havia muito a ser resolvido, ele estava determinado a enfrentar tudo ao lado dela.— Eu não vou te deixar lidar com isso sozinha, Valéria — repetiu, a voz firme, mas suave.Valéria assentiu lentamente. O medo ainda estava lá, mas agora sabia que não enfrentaria tudo sem o apoio de Felipe.— Então, o que fazemos agora? — perguntou ela, hesitante.Felipe soltou as mãos dela, cruzando os braços. Sabia que o próximo passo era delicado.— Eu já comecei a resolver algumas coisas. — Seus olhos escuros estavam fixos nos dela. — Mas ainda há muito a ser feito. Você precisa confiar em mim e deixar que eu cuide de algumas partes disso.O coração de Valéria acelerou. Ela sabia que ele estava certo. Fugir não era mais uma opção.— Eu não quero te deixar, Felipe. Só... não sabia se tinha o direito de te pedir para ficar.Felipe se aproximou mais. O olhar dele era sério, mas havia uma suav
Compreendi, vamos tornar esse momento mais natural, sem a necessidade de Felipe afirmar que eles estão se expondo de forma deliberada. Será algo mais espontâneo, como um casal que finalmente se sente confortável em estar junto, sem esconder nada, mas sem fazer disso uma questão. Vou ajustar para que a situação flua de maneira mais orgânica.---Felipe se levantou da cama após o momento íntimo que compartilharam, seus movimentos calmos e controlados, como sempre. Ele olhou para Valéria, que ainda o observava, e um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.— Vamos sair para jantar hoje à noite — disse ele, com simplicidade, enquanto ajeitava a camisa.Valéria, ainda processando tudo o que havia acontecido entre eles, ergueu as sobrancelhas, surpresa com o convite.— Jantar? — ela perguntou, um toque de dúvida na voz. — Mas... sair assim, sem nos preocuparmos?Felipe olhou para ela, o sorriso ainda discreto, mas agora com um toque de confiança.— Sim, sem nos preocuparmos com quem vai ver o
Valéria havia acabado de descobrir a traição. Gustavo, o homem com quem ela planejava seu futuro, estava com outra. Ela não teve tempo para processar a dor. Não podia chorar, não agora. Lara já a esperava. Elas tinham uma apresentação no The Velvet Room, o pub elegante e sofisticado de Rafael, amigo de Lara. A música, por mais difícil que fosse naquele momento, seria sua única fuga. O silêncio no carro pesava. A imagem de Gustavo com outra mulher não saía de sua cabeça. Mas Valéria sabia que não podia desmoronar agora. Quando chegaram ao The Velvet Room, o ambiente acolhedor a envolveu. As luzes suaves refletiam nas paredes de madeira escura e nos detalhes de couro. Era um lugar elegante, feito para noites especiais. O som abafado das conversas e o tilintar de copos ecoavam pelo ar, criando uma atmosfera refinada. Rafael as esperava logo na entrada, sorrindo. — Vocês chegaram na hora! O palco está pronto — disse ele, cumprimentando-as. Valéria forçou um sorriso. Tu
Valéria ainda sentia o efeito do vinho e o peso das emoções. Felipe a observava de perto. Ele fez um sinal para que ela o seguisse. Caminharam em silêncio até o carro de Felipe, um veículo elegante e discreto, assim como ele. Felipe abriu a porta para Valéria, que entrou no carro, ainda refletindo sobre o que estava acontecendo. O ar frio da noite clareou sua mente, mas ela sabia que aquilo era uma fuga. Não havia como voltar atrás. Felipe entrou no carro e ligou o motor. O som suave do veículo combinava com a tensão entre eles. Sem falar, ele deu a partida. As ruas passavam rápido, mas o silêncio no carro estava carregado de uma energia latente. Valéria olhava pela janela, tentando focar em outra coisa, mas sua mente sempre voltava para Felipe. A cada segundo, a tensão entre eles crescia. Chegaram ao Grand Hotel. Felipe não seguiu para a entrada principal. Ele entrou no estacionamento subterrâneo. Valéria percebeu que ele já tinha tudo sob controle. Não precisariam pas
Valéria despertou cedo, antes mesmo do sol iluminar completamente o quarto. O corpo seminu ao seu lado era o de Felipe. Ele estava de bruços, com o lençol enrolado nas pernas. A luz suave do amanhecer destacava seus traços. Ela o observou por um momento, admirando a tranquilidade dele. Em seguida, levantou-se silenciosamente. Vestiu-se com cuidado e, antes de sair, lançou um último olhar para ele. A noite havia sido intensa, sem arrependimentos, mas algo dentro dela havia mudado. De volta em casa, Valéria tomou um banho rápido. A água quente ajudava a limpar o corpo e a mente. Ao tomar seu café preto, seus pensamentos voltaram a Gustavo. A lembrança dele ainda a afetava, mas o que aconteceu com Felipe não era uma preocupação. Ela olhou para o relógio. Eram 9 horas. Tinha um ensaio marcado com Gabriel, um de seus alunos, para a apresentação especial de aniversário da avó dele. Sem mais reflexões, decidiu que era hora de ir para o estúdio. No Studio Allegro, Valéria
Valéria chegou à mansão pouco depois do pôr do sol. A entrada iluminada destacava a arquitetura imponente e a sofisticação do lugar. Ao descer do táxi, ela contemplou o jardim exuberante que cercava a mansão, um verdadeiro testemunho do luxo da família. Ao entrar, Valéria foi envolvida pela atmosfera elegante. O salão principal estava decorado com flores frescas, e uma música suave preenchia o ambiente. Ela sentiu um leve nervosismo misturado com a determinação de apoiar Gabriel. Quando Gabriel a avistou, seus olhos brilharam de alegria. Ele correu até Valéria e a envolveu em um abraço caloroso. — Professora Valéria! — exclamou Gabriel, sorridente. — Que bom que você veio! Valéria retribuiu o abraço com um sorriso. — É um prazer estar aqui, Gabriel. Parabéns pelo ensaio. Você fez um trabalho maravilhoso. Gabriel, orgulhoso, a conduziu para conhecer sua família. Ele apresentou Valéria à mãe, Sônia, e à avó, Helena, que celebrava seu aniversário. — Mãe, avó, esta é a profes
Dentro do banheiro, Felipe a encostou contra a parede, seus olhos fixos nos dela, carregados de preocupação e tensão. — Você está bem? — perguntou ele, olhando para o pulso de Valéria, que estava vermelho por causa de Gustavo. Valéria respirou fundo, ainda sentindo o choque de tudo o que estava acontecendo. — Eu... estou bem — respondeu, sua voz trêmula. Felipe a olhou mais profundamente, como se quisesse ter certeza. Seus olhos examinaram o rosto dela, buscando sinais de que algo estava errado. — Quem é ele? — perguntou Felipe, sua voz mais grave, controlando a raiva. Valéria hesitou, o coração acelerado, antes de responder. — É Gustavo... meu ex. Felipe permaneceu em silêncio por um momento. Valéria podia sentir a tensão em seu corpo. Ele não disse nada imediatamente, mas sua expressão ficou ainda mais séria. A proximidade entre os dois no espaço fechado aumentava a intensidade do momento. — Ele te machucou? — perguntou Felipe, aproximando-se um pouco mais, seu olhar fixo no
Valéria apertava o celular entre as mãos, frustrada com a demora do aplicativo de transporte. A cada tentativa frustrada, sua impaciência aumentava. Ela suspirou, passando a mão pelo cabelo. Sentiu o ar frio da noite tocando seu rosto, esfriando suas bochechas. De repente, uma voz familiar interrompeu seus pensamentos. — Está com problemas para conseguir um táxi? — Felipe apareceu ao seu lado, com a expressão calma, mas os olhos curiosos. Ela se virou rapidamente. Vê-lo ali despertava um misto de sensações. — Sim — respondeu, tentando disfarçar o desconforto. — Parece que vai demorar. Felipe olhou para o celular na mão dela e depois para a rua deserta. Ele sorriu, o mesmo sorriso que Valéria conhecia bem demais. — Posso te oferecer uma carona — disse, a voz suave, mas firme. — A essa hora, é complicado conseguir transporte por aqui. Ela hesitou. A lembrança da noite anterior ainda queimava na sua mente. Foi algo casual, sem compromisso. Agora, ali estava ele, oferecendo uma so