Felipe chegou à mansão do Sr. Bittencourt no fim da tarde. O caminho até lá parecia mais longo do que o habitual, e a raiva misturada com frustração estava prestes a explodir. Ele havia esperado tempo demais para agir, mas agora tinha todas as provas que precisava para confrontar o homem que ameaçava Valéria. Ao passar pelos portões, os seguranças hesitaram por um momento antes de deixá-lo entrar. Felipe já havia estado ali outras vezes, mas nunca com a urgência e o propósito de hoje. Seu rosto não mostrava emoção; ele estava concentrado e frio. O Sr. Bittencourt já o aguardava na sala de estar luxuosa, sentado em uma poltrona com uma expressão de falsa calma. — Felipe — disse ele, sorrindo de forma cínica enquanto se levantava. — Não esperava vê-lo tão cedo. A que devo a honra? Felipe não retribuiu o sorriso. Sem perder tempo com formalidades, ele puxou de sua pasta os documentos e jogou-os sobre a mesa de centro. O barulho ecoou pela sala, e o sorriso do Sr. Bittencourt desapare
Felipe saiu do elevador e parou imediatamente ao ver Valéria sentada no chão, encostada na parede ao lado da porta. A surpresa estampada em seu rosto.— Valéria? O que você está fazendo aqui? — perguntou, confuso, enquanto caminhava em sua direção.Ela se levantou lentamente, nervosa, mas decidida.— A gente precisa conversar, Felipe. Não posso mais fugir disso — disse Valéria, encarando-o diretamente.Felipe passou a mão pelos cabelos, tenso, mas assentiu. Ele olhou para a porta do apartamento por um segundo e depois voltou os olhos para ela.— Por que você não entrou? — perguntou ele, com curiosidade. — Você tem a senha.Valéria suspirou, desviando o olhar antes de responder.— Porque eu não queria invadir o seu espaço, Felipe. Achei que... não tenho mais esse direito.Felipe ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras. Ele destrancou a porta e a empurrou levemente.— Vamos entrar. Precisamos conversar sobre isso — disse ele, com uma intensidade controlada.Valéria entr
Felipe segurava firmemente as mãos de Valéria, sentindo a tensão suavizar um pouco entre eles. Embora soubesse que ainda havia muito a ser resolvido, ele estava determinado a enfrentar tudo ao lado dela. — Eu não vou te deixar lidar com isso sozinha, Valéria — repetiu ele, a voz firme, mas suave. Valéria, ainda processando o peso da decisão, assentiu lentamente. O medo que carregava dentro de si ainda estava presente, mas agora, ao menos, ela sabia que não precisaria enfrentar tudo sem o apoio de Felipe. — Então, o que fazemos agora? — perguntou ela, um pouco hesitante. — Como a gente resolve isso? Felipe soltou as mãos dela e cruzou os braços, pensativo. Sabia que o próximo passo era delicado, mas inevitável. — Eu já comecei a resolver algumas coisas — disse ele, os olhos escuros fixos nos dela. — Mas ainda há muito a ser feito. Você precisa confiar em mim e deixar que eu cuide de algumas partes disso. O coração de Valéria batia acelerado, e ela sabia que Felipe estava certo. Co
O silêncio entre eles era denso, carregado de sentimentos reprimidos. Quando chegaram ao quarto, o ambiente parecia mudar. As luzes suaves e as cortinas balançando levemente com a brisa intensificavam a tensão. Felipe a deitou na cama com cuidado, mas seus movimentos eram deliberados, quase calculados. Valéria sentiu o peso do tempo que passaram afastados, a frustração acumulada, o desejo reprimido. Ele começou a desabotoar a camisa lentamente, os olhos fixos nos dela. Cada gesto dele parecia uma promessa silenciosa. Quando ele se aproximou, ela sentiu a respiração acelerar. Felipe a tocou suavemente, mas logo o toque se intensificou. Havia uma urgência contida nele. — Você achou que podia me afastar assim, Valéria? — A voz dele saiu rouca, cheia de uma emoção crua. — Acha que pode simplesmente voltar? As mãos dele percorriam o corpo dela com intensidade. Havia uma mistura de desejo e uma espécie de punição nos gestos, como se ele estivesse mostrando que ela não escaparia tão faci
Após o jantar, Felipe e Valéria voltaram para o apartamento, envolvidos em um silêncio confortável. Não havia necessidade de palavras naquele momento; a presença um do outro era suficiente para preencher o espaço entre eles. Quando chegaram ao quarto, ambos sabiam o que viria a seguir, como se a tensão que os acompanhava nos últimos dias estivesse finalmente sendo resolvida. Felipe a deitou suavemente na cama, seus toques ainda delicados, mas carregados de uma intensidade que Valéria sentiu em cada movimento. A noite foi lenta e repleta de desejo, mas também de uma conexão que se aprofundava a cada instante. Eles se entregaram ao momento, libertando-se da saudade e do desejo reprimido que os consumia. A madrugada passou tranquila, com o calor dos corpos entrelaçados oferecendo conforto. Na manhã seguinte, o sol começou a invadir o quarto de forma suave, anunciando um novo dia. Felipe acordou primeiro, seus olhos observando Valéria adormecida ao seu lado. Havia uma calma em tê-l
Ao chegar em casa, Valéria foi recebida pelo silêncio habitual do apartamento. Lara provavelmente estava no estúdio ou ainda dormindo. Enquanto começava a arrumar sua mala para a viagem, Valéria sentiu um leve nervosismo ao pensar em como contaria a Lara sobre Felipe. Elas sempre foram próximas, e Lara sempre soube da tensão que existia entre ela e Felipe, mas Valéria ainda não tinha contado que eles haviam se acertado. Enquanto dobrava uma blusa e a colocava na mala, ouviu o barulho da porta do quarto de Lara se abrindo. — Val? — A voz sonolenta de Lara ecoou pelo corredor. — Você já está em casa? Valéria se virou e sorriu ao ver a amiga parada na porta. — Sim, cheguei faz pouco tempo. Tive que passar aqui para pegar algumas coisas — disse Valéria, tentando manter um tom casual enquanto continuava a arrumar suas roupas. Lara se aproximou, curiosa. — Você está indo a algum lugar? — Ela olhou para a mala aberta e franziu as sobrancelhas. — Vai viajar? Valéria respirou f
Assim que entraram no apartamento de Felipe, a porta mal havia se fechado quando Valéria sentiu as mãos dele em sua cintura, puxando-a para perto. Seus lábios encontraram os dela em um beijo suave, mas controlado, como tudo que Felipe fazia. Não era uma entrega completa, mas uma conexão intensa e significativa, típica do jeito dele.Felipe quebrou o beijo devagar, seus olhos escuros analisando cada detalhe do rosto dela com uma profundidade que só ele tinha. Ele suspirou, como se o peso das últimas semanas estivesse começando a se dissipar.— Acho que precisamos de uma noite tranquila — disse ele, sua voz firme, mas com um toque de suavidade que não era comum. — Vinho e sushi?Valéria sorriu, apreciando a sugestão simples, mas que, vindo de Felipe, parecia muito mais. A tranquilidade da proposta era o que ambos precisavam, sem grandes gestos, apenas a companhia um do outro.— Perfeito — respondeu ela, enquanto Felipe se afastava para pegar uma garrafa de vinho.Enquanto ele cuidava do
No dia seguinte, Felipe acordou cedo para resolver algumas questões na empresa. Valéria ficou no apartamento, aproveitando a manhã para descansar e organizar suas roupas para a viagem. Quando Felipe voltou depois do almoço, eles estavam prontos para embarcar. A viagem para Acássia foi tranquila, e no final da tarde, eles chegaram ao hotel. O local era um hotel cinco estrelas, muito elegante, com todo o conforto que poderiam precisar. Valéria ficou impressionada com a vista do quarto. Felipe tirou o casaco e caminhou até a janela, observando a cidade que se estendia diante deles. Ele se virou para Valéria, seus olhos refletindo uma calmaria contida, e sorriu levemente. — Temos um pouco de tempo antes do evento — disse ele, seus olhos examinando cada detalhe dela. — Que tal um banho para relaxarmos antes? — sugeriu, a voz tranquila, mas o olhar deixando claro que havia mais na sugestão do que uma simples preparação. Valéria riu suavemente, sentindo a tensão diminuir, e aceitou o