6 - Noite intensa

Valéria apertava o celular entre as mãos, frustrada com a demora do aplicativo de transporte. A cada tentativa frustrada, sua impaciência aumentava.

Ela suspirou, passando a mão pelo cabelo. Sentiu o ar frio da noite tocando seu rosto, esfriando suas bochechas.

De repente, uma voz familiar interrompeu seus pensamentos.

— Está com problemas para conseguir um táxi? — Felipe apareceu ao seu lado, com a expressão calma, mas os olhos curiosos.

Ela se virou rapidamente. Vê-lo ali despertava um misto de sensações.

— Sim — respondeu, tentando disfarçar o desconforto. — Parece que vai demorar.

Felipe olhou para o celular na mão dela e depois para a rua deserta. Ele sorriu, o mesmo sorriso que Valéria conhecia bem demais.

— Posso te oferecer uma carona — disse, a voz suave, mas firme. — A essa hora, é complicado conseguir transporte por aqui.

Ela hesitou.

A lembrança da noite anterior ainda queimava na sua mente. Foi algo casual, sem compromisso. Agora, ali estava ele, oferecendo uma solução... Mas ela sabia que aceitar teria um preço.

— Agradeço, mas não gostaria de incomodar — tentou, mantendo a voz firme.

Felipe riu baixinho, um som quase imperceptível, mas que a fez estremecer.

— Não vai ser de graça, não se preocupe — disse, com um subtexto claro.

Ela sabia o que ele queria dizer. Ela deveria recusar, mas, por alguma razão, aceitou.

— Tudo bem... Aceito — disse, finalmente.

O caminho até o carro foi silencioso. A tensão entre eles era quase palpável.

No carro, as luzes da cidade passavam rápido pelas janelas. Valéria mantinha os olhos fixos na paisagem, mas seu coração batia mais rápido do que ela gostaria de admitir.

De repente, ela percebeu que o caminho estava diferente.

— Esse não é o caminho para minha casa — disse, sentindo o desconforto aumentar.

Felipe lançou-lhe um olhar tranquilo.

— Eu sei. É uma surpresa — respondeu, com aquele sorriso enigmático.

Ela sentiu uma onda de desconforto percorrer seu corpo. Algo dentro dela dizia que Felipe estava no controle.

Chegaram a um prédio elegante. Felipe estacionou e abriu a porta para ela.

No elevador, o espaço pequeno tornava a tensão ainda maior. Felipe se aproximou, o olhar fixo nos olhos de Valéria.

Sem aviso, ele a puxou para um beijo. Foi forte, intenso. Ela respondeu instintivamente, embora sua mente gritasse que aquilo não era o que queria, ou ela pensava que não queria.

As portas do elevador se abriram. Eles saíram, os passos apressados. Chegaram até a porta do apartamento.

Ao cruzar a porta do apartamento, Valéria mal teve tempo de pensar. O ambiente ao redor parecia se fechar em torno dela, e antes que pudesse reagir, Felipe já estava perto, muito perto.

— Eu te avisei — disse Felipe, a voz baixa e firme, enquanto a puxava com força. — Não vai ser fácil.

Valéria tentou falar, mas as palavras não vieram. Algo dentro dela a paralisava — o desejo misturado com a sensação de que havia passado do ponto de não retorno.

Sem esperar resposta, ele a pressionou contra o corpo dele, os olhos escuros cravados nos dela. Valéria ofegou, sentindo as mãos dele apertarem sua cintura com força. Não havia suavidade. Havia desejo, e ele não pretendia esconder isso.

Ela podia sentir isso na maneira como ele a beijava, com urgência, com uma fome que a pegava desprevenida. Seus pensamentos estavam embaralhados. Deveria parar? Não queria parar. Seu corpo estava respondendo a cada toque de Felipe.

— Você pode me dizer para parar — sussurrou ele, o rosto muito próximo ao dela, os lábios a centímetros de sua pele. — Mas acho que não vai fazer isso, vai?

A respiração dela acelerou, seu coração batendo forte. Ela sentiu as mãos dele apertarem sua cintura, os dedos firmes, como se quisessem reivindicar cada parte de seu corpo.

O beijo que se seguiu foi feroz, bruto. Não havia suavidade nos lábios de Felipe desta vez. Ele a dominava, suas mãos segurando seu rosto enquanto a empurrava de volta contra a parede. O impacto a fez ofegar, mas ela não teve tempo para protestar. Felipe a beijava com uma urgência quase violenta, e ela sentia cada centímetro de sua pele reagir.

A mente de Valéria estava dividida. Parte dela queria que ele parasse, mas outra parte estava entregue. Ela sentia a parede fria nas costas, em contraste com o calor abrasador do corpo de Felipe.

Ele a virou rapidamente, de forma abrupta, guiando-a para longe da parede. Valéria mal conseguia acompanhar seus movimentos rápidos. Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, ele a puxou para o quarto.

— Eu te quero agora, Valéria — a voz dele era baixa, mas carregada de desejo. — Não vou esperar.

Felipe a empurrou contra a cama, o olhar fixo nos olhos dela, como se estivesse comunicando tudo o que ele queria sem precisar de palavras.

Valéria tentou falar, mas antes que qualquer som pudesse sair, ele estava sobre ela novamente, seus beijos mais ferozes, suas mãos explorando cada parte de seu corpo com uma necessidade quase primitiva.

As roupas de Valéria foram retiradas com pressa, quase arrancadas, e ela sentiu o toque brusco de Felipe em sua pele exposta. Suas mãos deixavam marcas vermelhas onde ele a apertava com mais força. Valéria sabia que, ao amanhecer, carregaria as marcas daquela noite.

Felipe segurava seus braços acima da cabeça, sua respiração ofegante enquanto ele descia os beijos pelo pescoço dela, mordendo a pele com uma intensidade que a fazia se contorcer.

Ela fechou os olhos, sentindo o contraste entre o desejo e a dor, a respiração entrecortada que escapava de seus lábios a cada toque.

Valéria sentia-se perdida naquele redemoinho de sensações. Ele não estava pedindo permissão, e ela não estava oferecendo resistência.

Ele apertou suas coxas, deixando marcas profundas que ela sabia que demorariam a desaparecer. Seus dedos traçavam linhas fortes, deixando um rastro de intensidade por onde passavam.

A respiração de Felipe estava pesada, o suor escorria pela pele, e a cada investida, ele a segurava com mais firmeza, como se quisesse marcar sua presença de maneira indelével.

O tempo parecia perder o significado. O quarto ao redor deles se tornava um campo de batalha silencioso, onde cada toque e cada respiração ofegante era uma troca de poder.

Quando finalmente os movimentos começaram a desacelerar, Felipe deixou seu corpo relaxar por cima do dela, mas mesmo naquele momento, a intensidade ainda estava lá.

O corpo de Valéria estava marcado, sua pele sensível a cada toque. Ele a observou por um momento, os olhos ainda escurecidos pelo desejo, como se estivesse satisfeito com as marcas que havia deixado nela.

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