Valéria entrou no estúdio acompanhada por Lara. O dia parecia tranquilo, mas sua mente estava em outro lugar. As questões administrativas a ocupavam, mas não conseguiam afastar as preocupações que rondavam seus pensamentos. Mais tarde, Ana apareceu à porta da sala de Valéria. — Valéria, tem uma correspondência importante para você — disse Ana, entregando o envelope. Valéria o abriu rapidamente, os olhos correndo pelas palavras. Sua expressão mudou à medida que a tensão crescia. — O prédio foi vendido — disse Valéria em voz alta. Lara, que passava pela sala, parou imediatamente. — Vendido? — repetiu, surpresa. — Como assim? Quem comprou? Valéria respirou fundo, tentando processar a informação. — Um tal de Marcelo Ferreira. Ele quer uma reunião para discutir novos termos do contrato de aluguel. Isso não soa nada bom. Lara franziu o cenho. — Marcelo Ferreira? Nunca ouvi falar. — Nem eu — Valéria respondeu, sentindo a ansiedade aumentar. — Mas se ele quiser um aumento no aluguel
Valéria e Felipe se aproximaram lentamente, o toque entre eles crescendo em intensidade. As mãos de Felipe deslizaram suavemente pelo corpo dela, provocando arrepios que faziam sua pele se arrepiar. A respiração de Valéria acelerava, e ela sentia o calor do corpo dele se intensificar a cada segundo. Ela fechou os olhos, tentando se concentrar no momento presente, deixando todos os pensamentos sobre o estúdio e os problemas de lado. O toque de Felipe, que antes era cuidadoso, agora transmitia urgência. O desejo entre eles era palpável, como uma onda que os envolvia, tornando difícil pensar em qualquer outra coisa. — Você sabe o que faz comigo, não sabe? — sussurrou Felipe, sua voz baixa e rouca, enquanto seus lábios traçavam um caminho pelo pescoço de Valéria. Ela sentiu o calor da respiração dele contra a pele e suspirou, o corpo respondendo ao toque firme e cuidadoso dele. Cada beijo que Felipe deixava em sua pele parecia acender uma nova chama de desejo. — E você? — Valér
Valéria chegou cedo ao estúdio, o céu nublado refletindo o peso que sentia. A reunião com o novo proprietário do prédio era uma sombra em seus pensamentos. Assim que entrou, encontrou Lara concentrada em alguns papéis. — Bom dia — disse Valéria, tentando soar mais tranquila do que realmente estava. — Bom dia — respondeu Lara, sem desviar os olhos do que lia. — Está pronta para a reunião? Valéria assentiu, mas o nervosismo a acompanhava. A venda do prédio ameaçava a estabilidade do estúdio, algo que as duas haviam construído com muito esforço. E agora, o futuro do lugar dependia da renegociação do aluguel. — Tenho a sensação de que ele não vai facilitar — murmurou Valéria. Lara soltou um suspiro, finalmente levantando os olhos para a amiga. — É, também acho. Esses caras só pensam em dinheiro. Poucos minutos depois, Ana apareceu na porta. — Valéria, o novo proprietário está aqui para a reunião. Valéria respirou fundo e trocou um olhar com Lara, que deu um aceno de incentivo. —
Valéria saiu do restaurante pisando firme. Cada passo parecia uma tentativa de deixar a raiva para trás, mas o ódio crescia dentro dela. Gustavo tinha cruzado a linha. Depois de tudo o que ele fez, depois de traí-la, ainda ousava chantageá-la, tentando usar o estúdio como moeda de troca para reconquistá-la. O sangue pulsava em suas têmporas. Ela respirou fundo, tentando controlar o desejo de gritar. Andou pelas ruas sem rumo, buscando clareza em meio à confusão. O estúdio não era só dela, também afetava Lara. Isso corroía Valéria. Não poderia falhar com sua melhor amiga. Sentindo o peso de tudo, encontrou um banco na praça e se sentou. Esfregou as mãos no rosto, buscando um plano. Gustavo não sairia ganhando. Seu telefone tocou. Olhou para a tela: Felipe. Respirou fundo e atendeu. — Oi, tudo bem? — Ela tentou soar calma, mas seu estado de espírito estava longe disso. — Onde você está? — A voz de Felipe era calma, prática, sem traços de emoção. Ele sabia que ela estava com Gus
Valéria ainda estava no sofá, tentando se distrair com a TV, quando o telefone tocou novamente. Desta vez, o nome que apareceu na tela a deixou inquieta: sua madrasta. Valéria hesitou por um segundo antes de atender. Elas mantinham pouco contato, o que tornava a ligação ainda mais estranha. — Alô? — disse Valéria, tentando soar curiosa, mas já sentindo a tensão crescer. Do outro lado da linha, a voz de Melina estava trêmula e desesperada. — Valéria! Eu... eu não sei o que fazer. Seu pai... Ele foi preso! — A voz falhava entre soluços. Valéria sentiu o corpo congelar. — O quê?! Como assim preso? — Sua voz saiu em um tom de incredulidade. — O que aconteceu? — A empresa dele foi acusada de fraude fiscal... os policiais vieram e o levaram... eu... — Melina continuava falando, mas Valéria mal conseguia ouvir. O coração disparado e o zumbido em seus ouvidos abafavam as palavras. — Em qual delegacia ele está? — perguntou, interrompendo o fluxo de palavras confusas da madrasta. — Na
Valéria desligou o telefone com as mãos trêmulas. As palavras de Gustavo ecoavam em sua mente, ameaçando desmoronar tudo o que ela havia construído. Se fosse apenas o estúdio, talvez pudesse resistir, mas agora seu pai estava envolvido. Isso mudava tudo. Sentada na beira da cama, encarava o vazio. Pedir ajuda a Felipe não era uma opção. Desde o início, a relação entre eles fora clara: casual, sem amarras ou envolvimento emocional. Felipe não estava ali para resgatá-la, e Valéria não queria se expor dessa forma. Ela estava sozinha. O estúdio já estava por um fio, e agora seu pai estava preso, acusado de um crime que ela mal conseguia compreender. Sem os recursos ou contatos certos, sentia-se incapaz de lidar com uma crise tão grande. A cada minuto, o peso da situação sufocava mais. Gustavo havia planejado tudo. Sempre manipulador, ele usava a situação para forçá-la a voltar. Ceder a Gustavo parecia uma traição a si mesma, mas não via outra saída. Ela encarou o nome dele no t
Valéria acordou cedo, o coração pesado com a ausência de Felipe. A noite anterior tinha sido turbulenta, e ao olhar para o lado da cama vazio, sentiu um aperto no peito que não conseguia explicar. A sensação de perda era estranha, como se algo fundamental estivesse faltando. Quando chegou ao estúdio, tentou se focar no trabalho para afastar os pensamentos que insistiam em voltar. A rotina era seu refúgio, mas sua mente continuava vagando, sempre retornando para o que havia acontecido. Durante a tarde, enquanto revisava uma peça, recebeu uma mensagem no celular. Era de Melina. Com as mãos ligeiramente trêmulas, ela abriu a mensagem. "Valéria, seu pai está sendo liberado agora. Ele vai para casa. Por favor, passe aqui quando puder." Um alívio misturado com ansiedade invadiu Valéria. Seu pai finalmente estava indo para casa. Respondeu rapidamente, prometendo passar depois do trabalho. Saber que ele estaria em casa em breve trouxe uma sensação de paz, ainda que breve. Pouco d
Valéria desceu as escadas e foi ao encontro de Gustavo. Ele a observou por um instante, com um olhar satisfeito e quase possessivo. — Você está incrivelmente linda, Valéria — disse ele, com um sorriso confiante. Ela acenou com a cabeça, agradecendo em silêncio, e o seguiu até o carro. Gustavo, como sempre, abriu a porta para ela com um gesto galante. Valéria entrou, tentando disfarçar a ansiedade crescente que sentia. O trajeto até o local do jantar foi silencioso. Gustavo, confortável com o silêncio, parecia à vontade, enquanto Valéria observava a cidade pela janela, com a mente distante. Quando chegaram, ela ficou impressionada com o local: um salão imenso e sofisticado, com lustres elegantes e uma atmosfera requintada. Ele ofereceu o braço, e juntos entraram no salão. Gustavo a conduziu até uma mesa onde seus pais já estavam sentados, conversando animadamente com os outros convidados. — Valéria, meus pais estavam ansiosos para te ver — Gustavo disse, com um sorriso largo. Os