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Quando a noite chegou, Alex estava irritado. Bicalho ainda não havia dado retorno, passou a tarde enfurnado em reuniões entediantes e havia problemas na empresa que ele precisava de tempo e calma para resolver, mas tempo e calma era a última coisa que ele tinha nos últimos meses. Estava organizando sua mesa antes de sair, tinha esse tipo de “TOC” metódico de deixar sua ala sempre perfeitamente organizada antes de finalmente ir para casa. Quando finalmente terminou, sentiu o celular vibrar em seu bolso e o pegou com ansiedade, esperando ser o detetive. Era estranho como parecia, inconscientemente, querer saber mais sobre Claire, como se interessava por ela.“Preciso para com isso”, resmungou para si mesmo, olhando para a tela do celular e vendo que era sua mãe. “Alô?”“Querido, onde está?”, a pergunta de Cora era impaciente, o que irritou Alex ainda mais. Não seria a primeira e nem a última vez que Cora tentava monitorar os seus passos, mas ela normalmente só o fazia com alguma intenç
Do outro lado da cidade, sentada na melhor mesa do La Bernardin uma mulher de cabelos castanhos longos usando um belíssimo vestido preto e um colar de diamantes, bebia goles curtos de uma taça de vinho que lhe foi ofertada. Sabia que a ideia não era boa, ir até ali apenas porque Eleanor a mandou ir, garantindo que seu irmão a encontraria, agora estava sentada sozinha numa mesa de um dos restaurantes mais chiques da cidade, recebendo olhares curiosos. Becky mordeu o lábio inferior, suspirando. Não podia negar sua própria culpa, afinal, há quantos anos não tentava um encontro com Alexander? Não conseguiu nem quando ele era um grande cafajeste, como conseguiria agora que ele resolveu sossegar? Claro, ter se tornado a melhor amiga da irmãzinha do atual senhor Blake foi uma boa estratégia, mas além dos presentes caros e do favoritismo de Cora Blake, aquela amizade não tinha trazido muito mais.Ao menos até agora. Estava prestes a se levantar para ir embora quando o viu, entrando no restau
A noite se fazia densa e as luzes da cidade deslizavam pela janela do carro enquanto Alexander sentia os lábios de Becky sobre os seus num beijo que, para ele, não significava nada. Seus pensamentos estavam longe do presente, mergulhados na lembrança de Claire, com seu vestido preto, cabelos longos e o olhar tão inocente e, ao mesmo tempo, sedutor, que ficou gravado em sua mente para sempre. Cada detalhe daquela noite no Eclipse pulsava em sua mente com intensidade quase dolorosa, fazendo-o ignorar qualquer outra presença.Becky, que até poucos minutos atrás se entregava à ilusão de um beijo apaixonado, sentiu o ar esfriar de repente. Seus lábios se separaram dos dele, e mesmo que o homem a sua frente não estivesse dito nada, ela sentiu que foi rejeitada, sentiu na forma desinteressada que os lábios dele tocaram os dela, ou em como ele não mostrou nenhuma intenção em continuar o beijo morno e sem graça. Ela olhou para ele, surpresa, enquanto o silêncio tomava conta do interior do carr
O carro acelerou novamente, sumindo de vista e deixando Becky ali, na calçada na frente de sua casa, se sentindo humilhada e até desprezada. Depois de todas as tentativas, como Alex simplesmente a ignorou assim? O primeiro pensamento que surgiu em sua mente foi “Será que ele não gosta de mulher?”, afinal, não seria possível um homem que gostasse de mulheres recusá-la daquele jeito, não é? Enquanto isso, não levou mais que quinze minutos para que o carro de Alexander cruzasse os portões de sua imensa casa. O portão se abriu automaticamente, revelando um jardim luxuoso. Assim que o motorista estacionou, Alex saiu do veículo e caminhou em direção a entrada, atravessando o grande jardim. Ao entrar, ele foi imediatamente confrontado pela presença de duas figuras que pareciam ter sido esculpidas para representar a alta sociedade: sua mãe e sua irmã, Eleanor.Cora tinha um olhar era frio, quase calculista, encarando o filho curiosamente, esperando as boas novas que ela tinha certeza que v
A voz do detetive era calma, mas carregava um tom de urgência que fazia com que o coração de Alexander acelerasse. "A garota parece ter uma vida bem comum, na verdade”, começou ele, mexendo nos papeis onde estavam as informações que havia juntado sobre a mulher. "Descobri que ela vive com uma amiga no Upper West Side. Pelo que encontrei dela, não tem família aqui na cidade e tem uma vida bastante fechada e discreta, na verdade. Raramente aparece nas redes sociais e, quando aparece, normalmente são nas redes sociais do trabalho, tem pouquíssimas fotos dela nas redes e as que têm vieram de eventos do escritório de arquitetura.Alexander ficou em silêncio, absorvendo cada palavra como se fossem peças de um quebra-cabeça que finalmente começava a se encaixar. A dúvida o invadiu: por que Claire estaria mentindo para ele? Pela forma como ela estava nervosa, claramente havia se lembrado do que aconteceu entre os dois no passado. Então, por que esconder?"Me surpreende que uma moça tão jove
Três dias depois…“Claire! A escola do Theo ligou!”, a voz de Sarah ecoou pelo apartamento. As duas mulheres se arrumam em corridinhas freneticamente aqui e ali enquanto Theo comia suas panquecas sentado na mesa, muito comportado. Sarah tinha uma reunião naquele dia com uma outra empresa, Theo já estava pronto para ir a escola e Claire estava se arrumando para enfrentar o monstro embaixo de sua cama. Depois de uma longa conversa com a amiga na noite anterior, as duas chegaram a conclusão de que poderiam arriscar. Na verdade, Claire chegou aquela conclusão, não podia prejudicar o escritório por seu pavor de ser descoberta, precisava tentar ao menos conseguir aquele negócio para a empresa que lutaram tanto para conseguir. Alexander era um CEO, com certeza era um homem muito ocupado, haviam poucas chances de vê-lo com tanta frequência, certo? Pensando nisso, ela decidiu arriscar. Estava usando um terninho rosa que a deixava com uma bela aparência, os cabelos estavam soltos e, após p
Theo havia saído de fininho, como se tivesse um segredo do tamanho do mundo a cumprir. Com o jeitinho de quem quer ser levado a sério, o menininho andava pela empresa como se já tivesse herdado a postura dos adultos, passos firmes, olhar decidido e aquele ar de "eu sei o que estou fazendo", mesmo que seus pés pequeninos não fizessem ideia de onde o estavam levando. Cada canto do corredor parecia uma nova aventura para ele, as imensas portas eram misteriosas, as pessoas que lhe sorriam eram gentis e algumas vezes, alguém até parava para apertar suas bochechas.Enquanto o relógio marcava o fim da manhã, Theo finalmente encontrou uma sala que lhe chamou atenção. Na frente da grande porta, ele parecia ainda mais pequenino, estendendo os bracinhos e ficando na ponta dos pés para tentar alcançar a maçaneta. Quando percebeu que não poderia alcançar a maçaneta, mesmo que tentasse de toda forma, decidiu bater, fechando a mãozinha e dando alguns toques impacientes na madeira. “Olaaaaaa”, falav
“Tio, por que você tava com aquela cara?”, a pergunta direta fez o homem segurar o riso, com certeza ninguém nunca foi tão indiscreto com ele.Alexander, sem perder o sorriso, respondeu com simplicidade:“Às vezes, as coisas dos adultos me deixam um pouco chateado, a vida adulta é assim, sabia? Só trabalho e trabalho…”“Não quero ser adulto não, parece chato”, comentou o menininho, entrando na sala sem ser convidado, girando nos calcanhares e fazendo um som de “oooo” enquanto olhava para tudo.Ele fitava os móveis da sala com os olhos brilhando. Caminhando de um lado para o outro, ele apontava para a imensa porta de vidro que dava acesso à sala e inquiria:“Por que essa porta é tão grande? Você nem é tão grande pra passar nela, tio.”“Essa porta”, respondeu Alexander, gesticulando com a mão para abranger o espaço “foi feita para mostrar que aqui acontecem grandes coisas. E porque eu sou o chefe, o chefe sempre tem as coisas maiores.”Alex sempre teve jeito com crianças, então estava s