O carro acelerou novamente, sumindo de vista e deixando Becky ali, na calçada na frente de sua casa, se sentindo humilhada e até desprezada. Depois de todas as tentativas, como Alex simplesmente a ignorou assim? O primeiro pensamento que surgiu em sua mente foi “Será que ele não gosta de mulher?”, afinal, não seria possível um homem que gostasse de mulheres recusá-la daquele jeito, não é? Enquanto isso, não levou mais que quinze minutos para que o carro de Alexander cruzasse os portões de sua imensa casa. O portão se abriu automaticamente, revelando um jardim luxuoso. Assim que o motorista estacionou, Alex saiu do veículo e caminhou em direção a entrada, atravessando o grande jardim. Ao entrar, ele foi imediatamente confrontado pela presença de duas figuras que pareciam ter sido esculpidas para representar a alta sociedade: sua mãe e sua irmã, Eleanor.Cora tinha um olhar era frio, quase calculista, encarando o filho curiosamente, esperando as boas novas que ela tinha certeza que v
A voz do detetive era calma, mas carregava um tom de urgência que fazia com que o coração de Alexander acelerasse. "A garota parece ter uma vida bem comum, na verdade”, começou ele, mexendo nos papeis onde estavam as informações que havia juntado sobre a mulher. "Descobri que ela vive com uma amiga no Upper West Side. Pelo que encontrei dela, não tem família aqui na cidade e tem uma vida bastante fechada e discreta, na verdade. Raramente aparece nas redes sociais e, quando aparece, normalmente são nas redes sociais do trabalho, tem pouquíssimas fotos dela nas redes e as que têm vieram de eventos do escritório de arquitetura.Alexander ficou em silêncio, absorvendo cada palavra como se fossem peças de um quebra-cabeça que finalmente começava a se encaixar. A dúvida o invadiu: por que Claire estaria mentindo para ele? Pela forma como ela estava nervosa, claramente havia se lembrado do que aconteceu entre os dois no passado. Então, por que esconder?"Me surpreende que uma moça tão jove
Três dias depois…“Claire! A escola do Theo ligou!”, a voz de Sarah ecoou pelo apartamento. As duas mulheres se arrumam em corridinhas freneticamente aqui e ali enquanto Theo comia suas panquecas sentado na mesa, muito comportado. Sarah tinha uma reunião naquele dia com uma outra empresa, Theo já estava pronto para ir a escola e Claire estava se arrumando para enfrentar o monstro embaixo de sua cama. Depois de uma longa conversa com a amiga na noite anterior, as duas chegaram a conclusão de que poderiam arriscar. Na verdade, Claire chegou aquela conclusão, não podia prejudicar o escritório por seu pavor de ser descoberta, precisava tentar ao menos conseguir aquele negócio para a empresa que lutaram tanto para conseguir. Alexander era um CEO, com certeza era um homem muito ocupado, haviam poucas chances de vê-lo com tanta frequência, certo? Pensando nisso, ela decidiu arriscar. Estava usando um terninho rosa que a deixava com uma bela aparência, os cabelos estavam soltos e, após p
Theo havia saído de fininho, como se tivesse um segredo do tamanho do mundo a cumprir. Com o jeitinho de quem quer ser levado a sério, o menininho andava pela empresa como se já tivesse herdado a postura dos adultos, passos firmes, olhar decidido e aquele ar de "eu sei o que estou fazendo", mesmo que seus pés pequeninos não fizessem ideia de onde o estavam levando. Cada canto do corredor parecia uma nova aventura para ele, as imensas portas eram misteriosas, as pessoas que lhe sorriam eram gentis e algumas vezes, alguém até parava para apertar suas bochechas.Enquanto o relógio marcava o fim da manhã, Theo finalmente encontrou uma sala que lhe chamou atenção. Na frente da grande porta, ele parecia ainda mais pequenino, estendendo os bracinhos e ficando na ponta dos pés para tentar alcançar a maçaneta. Quando percebeu que não poderia alcançar a maçaneta, mesmo que tentasse de toda forma, decidiu bater, fechando a mãozinha e dando alguns toques impacientes na madeira. “Olaaaaaa”, falav
“Tio, por que você tava com aquela cara?”, a pergunta direta fez o homem segurar o riso, com certeza ninguém nunca foi tão indiscreto com ele.Alexander, sem perder o sorriso, respondeu com simplicidade:“Às vezes, as coisas dos adultos me deixam um pouco chateado, a vida adulta é assim, sabia? Só trabalho e trabalho…”“Não quero ser adulto não, parece chato”, comentou o menininho, entrando na sala sem ser convidado, girando nos calcanhares e fazendo um som de “oooo” enquanto olhava para tudo.Ele fitava os móveis da sala com os olhos brilhando. Caminhando de um lado para o outro, ele apontava para a imensa porta de vidro que dava acesso à sala e inquiria:“Por que essa porta é tão grande? Você nem é tão grande pra passar nela, tio.”“Essa porta”, respondeu Alexander, gesticulando com a mão para abranger o espaço “foi feita para mostrar que aqui acontecem grandes coisas. E porque eu sou o chefe, o chefe sempre tem as coisas maiores.”Alex sempre teve jeito com crianças, então estava s
A tensão ainda pairava no ar depois da reunião. Claire, com o rosto marcado pela preocupação, liderava a busca por Theo. Ela e a equipe corriam pelos corredores da empresa, gritando e perguntando a cada pessoa que passava.“Ai meu Dues, cadê meu filho?”, fala Claire, os olhos marejados de ansiedade.“Ele estava aqui, desviei os olhos só por um segundo e ele havia sumido!” replicou Matteo, enquanto corria em direção a porta, olhando do lado de fora.A reunião havia terminado e, agora, todos pareciam tensos, afinal, havia uma criança perdida naquele enorme prédio. “Vou ligar na recepção e mandar os seguranças procurarem pelo prédio!”, disse uma garota que parecia tão preocupada quanto Claire. “Não se preocupe, senhorita Dawnson, vamos achar seu filho!”O ambiente, antes focado em negócios, transformou-se em um cenário de busca frenética. Funcionários de todos os departamentos se uniram à procura, e vozes se misturavam em um turbilhão de perguntas e alertas. Em um corredor repleto de p
Claire chegou em casa exausta, mas não conseguiu relaxar nem por um segundo. Seu coração ainda batia acelerado depois do que acontecera com Theo. Depois de tanto pânico, do desespero de procurá-lo pela empresa, tudo o que ela conseguia pensar agora era no peso da culpa que esmagava seu peito. Como pôde esconder algo tão importante de Alexander?Ela deitou Theo na cama e ajeitou as cobertas ao redor do corpinho adormecido quando a noite chegou. O garotinho suspirou, encolhendo-se sob o cobertor, os pequenos dedos segurando o lençol como se buscassem conforto. Claire passou a mão pelos cabelos macios do filho e sentiu os olhos marejarem. O que faria agora?Saindo do quarto, ela encontrou Sarah sentada no sofá, mexendo no celular. Sarah havia voltado da reunião que havia ido há pouco tempo, as duas pareciam exausta. A amiga ergueu os olhos assim que viu Claire, franzindo o cenho diante de sua expressão abatida.“Tá com uma cara péssima” comentou Sarah, sem rodeios.Claire soltou um suspi
A noite se estendia com a intensidade típica das festas da alta sociedade, onde luzes cintilavam sobre rostos sérios e sorrisos ensaiados. O salão, amplo e repleto de detalhes sofisticados, vibrava com uma mistura de música pulsante, risos abafados e conversas discretas. Alexander Blake adentrou o ambiente com o olhar fixo, a postura ereta e o semblante carregado – traindo o turbilhão que fervia dentro dele. Ainda impregnado das cobranças de casa e das lembranças indesejadas, ele procurava algo que lhe permitisse esquecer, ainda que por instantes, os conflitos que o atormentavam.Enquanto circulava pela festa, Alexander deparou-se com uma cena que instantaneamente inflamou seus sentimentos. Na pista de dança, sob a luz intermitente que fazia o ambiente vibrar em cores quase surreais, Claire estava dançando com outro homem. Ela usava um vestido que deixava pouco para a imaginação, ajustado perfeitamente ao seu corpo, realçando a sua beleza com uma leveza que fazia seu movimento parecer