Luna MedeirosPor que eu tinha que ser assim? Logo agora que eu pensei que poderia deixar tudo aquilo para trás, mais uma vez eu só tinha bancado a burra! Primeiro o Alan e agora o Henry, ele tinha que foder justamente com a cobra da Clara?Tudo em mim dói, agora a única solução é colher os caquinhos que sobraram do meu coração e recomeçar. E a primeira coisa que eu vou fazer é me demitir, não aguento olhar na cara do Henry e principalmente estar no mesmo ambiente que ele.Escuto batidas na porta do meu quarto, tomara que não seja ele.— Pode entrar.— Filha? Posso entrar?— Pode…Vejo minha mãe entra no quarto com uma expressão de preocupação, não queria que ela estivesse passando por isso. Nesse momento ela só precisa descansar, afinal, a única pessoa que tem que cuidar de alguém aqui sou eu.— Oi, mãe.— Como você está, filha?— Não muito bem… — falo ao desviar o olhar — Mas… eu vou ficar bem, mãe, eu sempre fico.— Filha… você não precisa se fazer de forte… — minha mãe diz, ao a
Henry MendonçaMerda, duas malditas semanas sem vê-la!CARALHO, eu não consigo mais, eu tenho que ver o meu anjo, e não passa de hoje!Nessas duas semanas não consegui pensar em mais nada, ao ponto do meu trabalho no escritório… ter virado uma bagunça, e nem falei mais com o Igor desde o dia que brigamos — porque ele não parava de falar sobre ela, e isso já estava me tirando do sério. Penso em tudo que aconteceu nessas semanas dentro do carro indo para a casa da Luna, ela tem que me escutar, não vou ficar sem o meu anjo.Chego na sua casa e tudo está em completo silêncio, pelo menos até eu bater na porta e o meu anjo aparecer, fazendo o mundo ter cor mais uma vez. Olhar para ela depois dessas duas semanas me traz um turbilhão de sentimentos. — Henry... — Vejo no seu rosto o quanto está abatida e sofrendo como eu, quando ela diz.— Anjo, não consigo mais ficar longe de você, me desculpa.Não espero pela sua resposta e a beijo, como sonhei em fazer em todos esses dias enquanto pensava
Luna MedeirosÉ hoje que eu começo a trabalhar na casa dos Mendonça. Quando parei de trabalhar como empregada e comecei no meu primeiro estágio, pensei que nunca mais voltaria, e que tudo iria melhorar. Mas há alguns dias minha mãe passou muito mal, e fui às pressas levá-la ao hospital. Acabei gastando todas as minhas economias com os exames sem me importar, porque eu só queria saber o que estava acontecendo com a minha mãe, e em um deles foi detectado um câncer maligno na bexiga. Não me vi tendo muita escolha por conta da situação que acabou nos atingindo, ainda mais por conta dos medicamentos que precisei comprar, e entrei em contato com dona Sônia, uma amiga de longa data da minha mãe. Precisava desse trabalho, já que mesmo antes de descobrir a doença da minha mãe, as coisas aqui em casa não iam bem. E o dinheiro do estágio não era suficiente, e depois que me mandaram embora – porque o escritório precisava fazer cortes de gastos e eles preferiram mandar um estagiário embora – tu
Henry MendonçaEu estava na sala conversando com meus pais quando Soninha entrou para apresentar para nós a nova empregada e porra! Que caralho de mulher gostosa! Porra, quem é essa mulher? Fico hipnotizado pela sua beleza e a pele tão branca que me lembra uma porcelana e esses cabelos cor de fogo e os olhos... nossa, que olhos são esses? São de um azul que eu nunca vi na vida. Tão impressionantes, como uma jóia das mais raras... Merda, eu não sou assim… se recomponha, porra! Quando foi que você ficou perdido assim por uma mulher?Saio do meu transe e sorrio para ela, ainda impactado com a ruiva à minha frente. Me levanto, indo até elas e dar um beijo em minha Soninha. A mulher que eu tenho como uma segunda mãe, ela sempre cuidou de mim na minha infância. — Soninha, estava morrendo de saudades! — Abraço e a rodo como fazia quando era mais novo e ela começa a rir.— Menino, me põe no chão! — Rio da cara que ela faz e, enquanto isso, a mulher misteriosa só nos observa séria.— Ai, já
Luna Medeiros Depois de ter ajudado dona Sônia com as coisas na cozinha, eu fui arrastada mais uma vez para o meio dos Mendonça, e céus… é impressionante como a genética dos Mendonça é boa, eles são muito parecidos. Lindos. E a característica principal são os olhos azuis. Mas eu ainda não consigo parar de pensar no homem que veio falar com dona Sônia. Ele tem muito carinho por ela, era nítido.Mas… eu também não consegui tirar da minha cabeça a forma que ele me olhou… porque eu comecei a sentir coisas estranhas. Senti o meu coração acelerar como louco quando aqueles olhos que pareciam dois topázios me encararam de forma intensa, enquanto eu sentia um calor preencher todo o meu corpo, principalmente no meu rosto. Só que para minha sorte – ou melhor, graças a Deus – dona Ana veio falar comigo e tirei minha atenção dele,caso contrário… acho que eu iria enlouquecer. Mas quem disse que eu consegui me manter muito tempo longe daquele homem? Porque assim que dona Ana começou a me puxar de
Luna Medeiros Depois do episódio na sala de jantar, não o vi mais nem mesmo no almoço, dona Sônia que levou seu almoço para o escritório, e lá ele ficou durante toda a tarde. Fiquei tão perdida em pensamentos que me esqueci totalmente das horas e vi que iria me atrasar para a apresentação.— Droga! — Xingo vendo que vai ser impossível pegar um ônibus e metrô, e ainda chegar na hora, o que eu faço? — Tudo bem, menina? — Na hora me dou conta da dona Sônia e dele sentados à mesa da cozinha, ele toma uma xícara de café enquanto me encara como se quisesse me devorar. — Está, sinto muito pelo linguajar. — Acabo dizendo depois que coloco a minha cabeça (mesmo que levemente) no lugar.— Não parece tudo bem. Algum problema? — Henry diz e fico mais nervosa ainda, porque ele falou com aquela voz rouca que mal parecia real.— É que acabei me atrasando, tenho uma apresentação de um trabalho e não vou conseguir chegar a tempo.— Não seja por isso, eu levo você. — Diz, se levantando e percebo qu
Henry MendonçaMas que merda!Fico me perguntando o que eu estava pensando para encurralar essa menina e dizer o que eu disse.Droga! Tenho que parar de pensar nela! Reúno todas as minhas forças e saio da despensa sem me verem, devo ficar longe dessa mulher ou então ela será a minha ruína.— Henry. — Viro e dou de cara com o meu pai.— Pai? — Falo um tanto surpreso, afinal… eu não esperava ver ele hoje…— Quero falar com você lá no escritório. Vamos, seu tio e seu primo estão nos esperando.— Certo…. — Fiquei um tanto desconfiado ao ouvir aquelas palavras do meu pai, mesmo assim, fui até o escritório com ele (e ali já percebi que a conversa não seria nada boa).— Sentem-se. — Meu tio fala com uma expressão séria.— Bom, eu vou ser direto no assunto.— Pode dizer, pai.— Eu quero tanto você quanto o Igor longe da Luna. — Ele aponta para nós dois. Mas que porra é essa? Eu virei um adolescente para ser repreendido desse jeito?— Posso saber o porquê disso, tio? — Meu tio vira para o Ig
Luna MedeirosDepois daquele episódio onde eu tive uma crise de pânico, tentei ao máximo me acalmar porque ainda tinha que ir para a faculdade. Não vejo a hora de me formar logo. Eu estou cada vez mais perto de ter o meu diploma, por isso me sinto cada vez mais ansiosa. Então, fui à faculdade, mas nem assim aqueles malditos olhos azuis saíam da minha cabeça. O que está acontecendo com você, Luna? O que tem de diferente naquele homem que te fez se sentir assim?Mesmo me perguntando isso milhares de vezes, eu ainda não sei como responder. Voltando para casa, eu tentei tirar ele da minha cabeça, esquecê-lo, – mas logo me lembro de tudo que minha mãe e eu temos passado por causa do seu problema de saúde, e isso tem me tirado o sono há muito tempo. Talvez fosse até melhor continuar pensando em Henry Mendonça. Ou era o que eu estava pensando antes de escutar de longe a voz da minha mãe me chamando.— Oi, mãe. Como se sentiu hoje? Os remédios ainda estão te deixando sonolenta?— Oi, filh