Henry MendonçaEu chego no meu apartamento depois de deixar a Luna em casa, mas assim que me sento no sofá para descansar depois daquela porcaria de dia cheio — porque tinham enfiado caso até no meu cu — escuto o meu celular tocando. “Luna…? Ela já está com saudade de mim?” Deixo um sorriso escapar dos meus lábios, enquanto atendo a ligação. — Oi, anjo. — Falo, enquanto sinto uma felicidade me atingir. — Oi.Percebo que tem alguma coisa estranha com a Luna só de escutar o seu tom de voz.— Algum problema, anjo?— Não, só liguei para cancelar o nosso jantar.— Por quê?— Tenho que ir com a mamãe visitar uma amiga dela, sabe? Faz tempo que elas não se vêem e não quero que a mamãe vá só. — Tudo bem, anjo, quando chegar você me liga, — acabo dizendo, mesmo sentindo uma imensa preocupação tomar conta do meu ser — Amanhã a gente se vê. Eu te amo. — Eu também, Henry, você não sabe o quanto. — Ela diz com a voz trêmula, me fazendo estranhar tudo isso ainda mais. — Anjo, está tudo bem
Alan D'LeonVejo a minha ruiva chorar, enquanto ela sai para a sala pegando suas roupas, ainda com o lençol enrolado em seu corpo — o que é compreensível, afinal… hoje ela viu o verdadeiro Henry Mendonça, com toda a sua raiva e toda a sua impulsividade à mostra. Porque o Henry que ela conhecia, só era uma máscara para ela não se assustar, mas agora não, ele não tem mais por que se esconder. “No fim, aquela máscara de príncipe encantado sempre cai…” penso, mas ao ver a expressão de dor que Luna tem no rosto mais uma vez, eu sinto o meu peito apertar. — Luna, esse seu olhar me quebra… — deixo escapar, tentando me aproximar — Mas isso era necessário, só assim você se livraria daquele cara! E convenhamos… dava pra ver que ele não te fazia bem.Ela continua chorando muito e balança a cabeça repetidas vezes em negação.— NÃO! VOCÊ É DOENTE, ALAN! PÕE ALGO NA SUA CABEÇA! EU NÃO TE AMO, E NUNCA VOU AMAR! FICA LONGE DE MIM E DA MINHA MÃE! NÃO QUERO NUNCA MAIS OLHAR NA SUA CARA! — Ela grita,
Luna MedeirosSinto o meu corpo pesado, minha cabeça dói, e quando tento abrir os olhos, a claridade me atinge e os fecho novamente, apenas para tentar abri-los mais uma vez segundos depois, tentando entender onde estou. A porta se abre e uma enfermeira entra no quarto.— Como está se sentindo?— Mais ou menos — falo, junto a um grunhido enquanto tento me ajeitar na cama — O que aconteceu? Não consigo lembrar muito bem...— Você sofreu um acidente, mas por sorte, um senhor a encontrou e a trouxe — ela começa a explicar — Se você não tivesse sido trazida logo, teria morrido no local por hemorragia.Ahhh... por mais que tente, ainda não consigo lembrar...— Mas não se preocupe, está tudo bem agora — ela me dá um breve sorriso — E o doutor está a caminho para ver como você está.— Ok, obrigada.Ela se vai, não demora muito, um médico por volta dos 50 anos entra no quarto.— Como vai, Luna? Sou o Dr. Carlos André.Ele me oferece um sorriso gentil, e eu retribuo, por mais difícil que s
Luna Medeiros2 meses depois...Depois de receber alta do hospital, eu não sabia o que pensar e muito menos o que fazer da minha vida. Eu perdi tudo o que mais amava, e tudo por culpa deles… Eu passei semanas sem querer sequer levantar da cama, e as minhas crises se tornaram mais constantes. Não era mais necessário que alguém gritasse ou me trouxesse de volta ao maldito momento em que algo me ocorreu. Não.Era pior.Agora qualquer coisa me fazia desejar a morte.A forma como o dia parecia nublado quando eu tinha planejado uma caminhada no parque. O fato de não encontrar a minha jaqueta no armário, quando eu queria usá-la naquela tarde. Tudo. Absolutamente tudo era um motivo para querer desistir.Eu era um desastre.O mundo me odiava.Eu me peguei repetindo essas coisas, gritando essas coisas, e Lucca que já tinha insistido que eu tivesse acompanhamento psicológico no hospital, me fez começar a terapia para valer e ir a uma psiquiatra assim que chegamos à Itália.Foi complicado me a
Luna Medeiros4 anos depois.— Bom, o que eu tenho para falar? Só que estou bastante feliz em saber que meu irmão mais velho vai se casar com a mulher da vida dele, e espero que vocês sejam felizes. E, irmão, tomara que conquiste aquilo que você tanto almejou.Vejo no olhar do Lucca a promessa não dita, mas que tanto ele quanto o irmão sabem apenas olhando um para o outro. Todos ali estavam felizes.Até Lucca se levantar e começa a falar.— Obrigado por todos estarem aqui, obrigado, Léo, você sabe como ninguém o quanto eu sonhei com esse dia. À família Vincenzo-Grecco, que logo mais se tornará uma só.— À família!Vejo todos brindando e olho para o meu então noivo, nada vai fazê-lo tirar esse sorriso do rosto hoje, eu nunca vi os irmãos Vincenzo tão felizes assim.Quando eu pensei que minha vida teria que mudar há 4 anos, nunca imaginei que seria tanto assim, mas depois daqueles dois meses, depois de ter passado um tempo tentando viver com o resto que sobrou da minha vida... eu aceit
Henry mendonçaAtualmente — Temos uma reunião daqui a 10 minutos. — Igor fala como se eu já não soubesse.— Eu já sei, não preciso que fique me falando a cada minuto. — Eu resmungo e ele me olha sério, antes de dizer:.— Sabe com quem é a reunião?— Não, só sei que é sobre um caso mais complexo.— É com o Lorenzo Grecco.— Grecco?— É, o pai da Luna.Quando ele fala isso, me lembro de quando fiquei sabendo que ele era o pai dela, foi uma surpresa para mim e para minha família. Bom, agora aquela interesseira já tem o que tanto queria, dinheiro e um sobrenome conhecido. O juiz Grecco é muito conhecido na Itália, e quando nos encontramos no meio de um beco sem saída, Lorenzo chegou como um bote salva-vidas, disposto a nos ajudar no processo. — Vamos logo para a sala de reuniões.Chamo o Igor e ele me acompanha até lá, quando entramos, meu pai e o juiz Grecco já estão lá.— Bom dia. — Eu falo olhando para eles.— Bom dia, filho, Igor.— Bom dia, tio, Sr. Grecco, prazer em conhecê-lo.
Luna MedeirosEu estava vivendo a minha vida tranquilamente depois do meu noivado com o Lucca, enquanto eu começava a realizar o meu sonho, de finalmente poder trabalhar no que eu tanto amava. Mas… como dizem, felicidade de pobre dura pouco, e eu recebi uma intimação por conta de um inquérito que haviam feito contra o Dr. Spina por conta das propinas que ele havia aceitado para fazer cirurgias darem errado, ou até mesmo para medicar idosos com doses mais altas do que o normal, para a família conseguir algum tipo de herança , mas é claro, até o presente momento, eram apenas suspeitas, e eu tive a sorte de ter sido uma de suas pacientes no passado quando sofri o acidente. Mas eu não quis pensar muito nisso, porque essa semana, Giovanna volta de Nova York — que foi uma amizade que eu acabei fazendo depois de uns meses que eu me mudei para Itália.inda me lembro como se fosse hoje.FlashbackEu estava esperando o Lucca num restaurante perto da faculdade, tinha se passado alguns meses
Lucca VincenzoEu estava no meu escritório quando o Leonardo entrou. — Então, como foi com o Lorenzo? — Ele entra me perguntando.— Luna é filha dele, ele não quer que ela volte ao que era anos atrás e ainda não gosta de estarmos juntos. Você sabe, ele só apareceu no noivado pra não ir contra o que ela queria. Ele quer que a Luna vá para o Brasil, ele não vai obrigá-lá, primeiro porque não adiantaria, segundo que eu o aconselhei, mas vou tentar falar com ela e ver se ela muda de ideia, é um processo importante... você sabe. Ela recebeu a intimação e eu vi no rosto dela que isso trouxe as memórias do incidente pra ela.Suspiro cansado. Oh, mulher teimosa essa que eu fui arranjar.— Lorenzo só está com medo do que pode acontecer com a filha, Lucca. Você sabe como a Luna é, vai ser difícil você fazê-la mudar de ideia. — Eu sei, mas eu conheço alguém que pode fazer isso.Léo me olha tentando saber quem é, até que ele dá um sorriso sombrio. Esse daí não tem jeito, toda vez que se trat