Nina,Mamãe entra em casa e me olha com um sorriso de cumplicidade, eu retribuo e a acompanho para a cozinha, já deixei a janta quase pronta.— Augusto foi lá na cozinha falar comigo... — Ela fala colocando as panelas no fogo.— E? — Pergunto curiosa e com um sorriso bobo nos lábios.— Ele quer vir falar com seu pai e oficializar a relação de vocês, eu dou a minha benção. — Mamãe fala e sorri para mim.Nós sempre tivemos uma relação de amizade muito grande, ela me acolhe em todas as circunstâncias não só como mãe e sim como melhor amiga, sou agraciada com essa cumplicidade.— Tenho medo de me machucar, contudo eu quero muito viver esse momento, Augusto sempre mexeu comigo... — Suspiro ao falar e pego as verduras da salada para cortar.— Se é o que você realmente quer e acredita ser o certo para ser feliz, não vejo razões para sentir medo. E se tudo der errado a gente some do mapa da família Barros! — Mamãe fala sorrindo e eu caio na gargalhada.— Mamãe o que a senhora acha dessa histó
Augusto,O clima entre mamãe e papai está horrível, nos últimos dias sai faísca só de olharem um para o outro, mas devo concordar que Jorge não está em sã consciência.Conversei com eles e expliquei sobre minhas escolhas, papai tentou me fazer adiar, contudo bati o pé e mantive meu posicionamento, ele nunca interveio nas minhas escolhas agora está com essas coisas.Hoje será o jantar de oficialização do meu namoro com Nina, estou tão nervoso que estou transpirando no ar ligado, ando de um lado para o outro no quarto para espantar a adrenalina.Ouço uma batida na porta e logo em seguida mamãe entra toda glamourosa como sempre, com um sorriso largo no rosto.— Você está tão lindo meu filho! — Ela fala fechando um botão da minha camisa.— Estou nervoso, isso sim! — falo e ela cai na gargalhada.— Meu filho estou tão feliz e tão orgulhosa do homem que você está se tornando, e mais satisfeita ainda por ver que você não se corrompeu. —Mamãe fala e me entrega uma caixinha aveludada.— Que is
Nina,Tudo está muito confuso, as coisas tomaram rumos nunca antes imaginados, no entanto eu escolhi acreditar, só peço a Deus que essa relação não me machuque mais e que Augusto tenha maturidade.Vitória sempre foi louca e dissimulada, ela tá aprontando algo e eu sinto que algo perigoso, mas isso não é um assunto direto meu, Augusto, seu Jorge e dona Helena é quem deve resolver.Tirando todas as pedras que foram colocadas em meus caminhos graças a presença de Vitória, meus dias estão maravilhosos e a tranquilidade está retornando a minha vida.Augusto tem se esforçado, tem dedicado bastante tempo a nós dois e é justamente isso que me motiva a acreditar, sem ao menos me perguntar ele já conversou com mamãe e pediu uma cerimônia para oficializar nosso namoro, mas já adiantei que será somente a família, que mais gente convidaremos no noivado.Nicole e Felipe ficaram chateados por não terem sido convidados, mas eu já passei por tanta coisa por conta desse amor que eu estou evitando uma h
Nina,Acordo com o espírito da adolescência encrustada em meu corpo, meus lábios exibem um sorriso bobo e a alma carrega uma leveza como a muito não sentia.—Ah o amor! — Mamãe diz assim que me vê entrar na cozinha do casarão para tomar café.— Até o semblante está mais bonito! — Carolina fala e eu sorrio.— Duas exageradas, isso sim. — Brinco e coloco o café na xícaras, pegando também alguns pães de queijo.— Realistas! Sou obrigado a concordar com as duas e ainda complementar, se já era linda agora é a mais linda de todas as mulheres, afinal é a minha. — Augusto fala entrando na cozinha e me dando um abraço pela cintura e um beijo na testa.Pelo visto o amor esta no ar, brincamos um pouco e Augusto me convida para me juntar a eles na mesa, porém eu explico que me sinto mais a vontade na cozinha e ele se serve e fazemos nossa refeição do café da manhã juntos.Despedimos e saímos para o curral, hoje tem vários partos para ocorrer e toda atenção é redobra, principalmente por se tratar
Nina,O universo começou a conspirar ao meu favor e isso me alegra muito, enfim posso sorrir e viver minha paixão sem me preocupar com as rasteiras das vida.Dona Helena infelizmente retorna ao Texas amanhã, ela é quem mais torce por nossa união, detalhe que me alegra muito, ela é como uma mãe para mim.Meus pais como sempre me apoiam e mamãe tem perdido o receio com Augusto, ela começou a ver que tudo foi resolvido e que nós estamos bem.Augusto e o pai não estão nos melhores dias, mas isso é influência daquela sirigaita da Vitória, não sei porque mas essa história dessa gestação, a paternidade da criança e essa reação de Jorge não me descem bem.Eu escolhi deixar as coisas acontecerem, não vou sofrer por antecipação, mesmo porque dona Helena já está cuidando da investigação sobre o que motiva tudo isso.Alheio a todos os perrengues pessoais, a vida profissional está maravilhosa, os conhecimentos que venho adquirindo e os resultados que a fazenda está obtendo são simplesmente perfeit
Augusto,— Patrãozinho, acho melhor o senhor ir até o estábulo. — Joaquim fala ofegante por ter vindo correndo até mim.— O que houve? — Pergunto soltando tudo.— Nina e seu Jorge...Antes que Joaquim concluísse sua fala eu saio correndo, meu pai não tem o direito de incomodar Nina, não mesmo.Ontem ele estava com uma conversa estranha sobre não desejar Nina como nora e que eu poderia escolher o que fosse do meu agrado para deixá-la, se ele fez o que eu estou pensando eu não vou perdoa-lo.Chego ao estábulo, contudo é tarde, Nina está saindo em disparada em um cavalo dos peão, entro em encontro meu pai com cara de paisagem alisando a face.— O que aconteceu aqui? — Pergunto enquanto pego trovão.— Nada, sua namorada que é uma desequilibrada! — Ele responde simples.— Eu nunca vou te perdoar. — Falo e subo em Trovão.Encontro com Joaquim na saída, peço que ele pegue um cavalo e venha ao nosso encontro, vou o mais rápido que consigo.Puxo as rédeas com força para que Trovão pare e ele l
Nina,Abro os olhos atordoada, vejo as paredes brancas e então percebo que estou no hospital, sinto meu corpo todo dolorido, apesar de aérea aos poucos vou me recordando do ocorrido.Pauso meu olhar na enfermeira que injeta algumas medicações em meu soro, observo em silêncio todos os movimentos dela, sem entender sinto um vazio enorme no meu peito.A porta é aberta por uma outra enfermeira que ao me ver acordada sinaliza para que entrem, vejo mamãe, dona Helena e Augusto, todos com os olhos inchados e expressão preocupada, ambos vem para perto da cama.— Meu amor, como você está? — Augusto fala vindo rapidamente em minha direção.— Filha, minha menina! que susto você nos deu... como você caiu do cavalo? você está bem? Senti tanto medo.— Oi filha, você vai sair logo! Estamos com você. — Dona Helena fala ficando ao lado de Augusto.— Estou com dor, com medo e tentando entender tudo que aconteceu. — Respondo baixo — Obrigada por estarem aqui.A enfermeira finaliza a medicação e antes de
Nina,Apesar de eu querer muito, apenas uma pessoa pode ficar comigo, no caso mamãe é quem fica. Augusto tentou argumentar de todas as formas para que ele ficasse, no entanto, mamãe foi firme de que ao menos essa primeira noite ela quem ficará comigo.Dona Helena e Augusto vão embora, e as recomendações do médico é de que eu repouse o máximo possível, contudo não consigo ficar tranquila, a ideia de que perdi meu bebê, o bebê que eu nem sabia que estava crescendo dentro de mim.— Filha... você quer falar sobre o que aconteceu? — Mamãe pergunta acanhada.— Aí mãe! Eu não vi o que provocou o acidente. — Respondo e abaixo o olhar.— E antes? O que aconteceu? Por que você saiu naquele cavalo? — Mamãe insiste.Conto-lhe sobre a humilhação pela qual passei e detalho meus sentimentos em relação a tudo que ouvi, desabafo e entrego-me ao choro e a lágrima.— Mamãe, eu não quero voltar para a fazenda! — Falo olhando fixamente para a parede em minha frente.— Nosso ciclo na fazenda Soledade está