Nikolai.Me olhei no espelho e passei a mão nos meus cabelos úmidos, torcendo para que tudo terminasse hoje, quando Vladmir, finalmente, seria julgado.Me virei, encarando Ava deitada sobre a cama, em um sono profundo. Me aproximei e beijei sua testa, ouvindo-a ressoar ao meu lado e se encolher um pouco. Acariciei seus cabelos, antes de me levantar e percorrer o trajeto até a sala.A mesa estava sendo posta por Victória, me sentei na cadeira e aproveitei a refeição, comendo devagar e apreciando o alimento. Podia ser a última vez.Minha cabeça trabalhava com todas as possibilidades, inclusive, torcia para que eu pudesse relaxar e que a minha vida voltasse aos eixos. Eu só precisava me sentar de frente para algum lago, sentir o sol bater no meu rosto e imaginar que a minha vida fosse diferente.Já dentro do carro, olhei para dentro da casa uma última vez e dei ré, ainda incerto do que fazer. Eu nunca me senti inseguro, mas pela primeira vez, eu queria desistir de tudo.As ruas pareciam
Contem cenas impróprias para menores de dezoito. Nikolai.Ava sorriu fraco assim que entrei, ela apertou um pouco mais os dedos nos braços e respirou fundo. Ela mordeu a ponto dos lábios e se aproximou com os braços abertos.Meus braços rodearam a sua cintura e eu apoiei o rosto na curvatura do seu pescoço, puxando o ar com um pouco mais de força. Mordisquei devagar e me afastei, encarando os seus olhos escuros. Acariciei seus fio negros na cabeça e ela sorriu.— Você quer conversar sobre isso? — Ela perguntou, enquanto acariciava os meus cabelos, ainda sem me soltar.Ela sabia de tudo, eu tinha feito questão de contar e, por mais que doesse, eu abri o meu coração, eu expus para todos as merdas que eu fiz, todas as merdas que ele fez. Expus os meus traumas e os meus demônios e sobre o como eu me sentia vazio e perdido.— Não.. — Ele fez uma pausa. — eu só preciso estar com você.— Tudo bem, querido. — Ela beijou o meu rosto. — Vamos subir, eu faço uma massagem em você.— Eu quero faz
Nikolai.O dia amanheceu nublado e chuvoso, coloquei os pés para fora da cama e soltei um suspiro alto e cansado. Eu estava realmente sobrecarregado. Passei a mão no rosto e andei a passos arrastados até o banheiro.Escovei os meus dentes, fiz as minhas necessidades e voltei para o quarto, ajeitando a calça de moletom no meu corpo. A porta se abriu e Ava entrou sorridente, com uma bandeja nas mãos e se aproximou da cama, a depositando ali.— Não acredito que já acordou. — Ela disse, se aproximando e me dando um beijo casto. — Era pra ser surpresa.— A que devo a honra? — Perguntei, me sentando na cama e encarando os alimentos.Pães, torradas, geleia, sucos e salada de frutas, frios, Parece que alguém, realmente, gravou os meus gostos.— Feliz um mês de casamento. — Ela disse e sorriu.— Nossa, só isso? — Segurei ela pela cintura.— Pois é, parecem meses, não é? — Ela disse, e saiu do meu colo, se sentando no centro da cama.Ela pegou uma das torradas e passou a geleia, levando até a b
Nikolai.As horas haviam passado, eu estava trancado dentro do meu escritório com o caderno aberto em mãos. Dei um gole longo no meu café e virei a folha entretido com as palavras escritas em letras redondas e bonitas.Aparentemente, os meus pais se conheceram quando ela completou quinze anos, Vladmir se apaixonou por ela e ela, bem.. se apaixonou por Andrei, o meu tio. Era bonito de se ler o amor que ela nutria por ele e os pequenos poemas escritos em guardanapos que me tio a entregava em segredo.Teria sido uma bela historia de amor, mas, Vladimir enciumado, mostrou interesse ao meu avô que arranjou a mão de Amélia em casamento, por pura conveniência. A essa altura ter a minha mãe, para Vladmir, era questão de honra.Era estranho como a minha mãe detalhava a vida dos Pavlov, como se sempre estivesse dentro dela e quem sabe não estivesse?Andrei era o caçula, roubara a atenção de sua mãe e quando mais velho, a de seu pai. A primeira paixão de ambos se apaixonou justamente pelo meu ti
Qualquer mulher que tenha sido vítima de violência doméstica e familiar, independente de sua idade, pode procurar as delegacias de polícia mais perto de sua casa para registrar uma ocorrência policial. Caso não seja possível, ligue 180!Se conhece alguém que passe por esse tipo de situação, denuncie!***Nikolai.O carro parou pela segunda vez na frente do enorme galpão, bati a porta do carro e andei a passos largos até a enorme construção velha. Empurrei o portão de ferro que rangeu, me dando a ampla visão de Vladimir e uma enorme poça de volta em sua volta.Ele levantou a cabeça com dificuldade e me encarou, engolindo o seco antes de soltar um sorriso fraco.— O que achou da historinha, Nikolai? — Disse com dificuldade e cuspiu um pouco de sangue no chão.— Por que? — Murmurei me aproximando dele. — Por que todo esse teatro? Por que você fez tudo isso, Vladimir? Hãn?— Eu queria ver a dor nela, Nikolai.. — Ele disse. — Assim como ela fez comigo, quando ela jurou que me amava e foi s
"Doí saber que as pessoas que mais amamos em vida, foram responsáveis pelo nosso maior sofrimento."— Nikolai.— x —Nikolai.Encarei as mãos de Ava sobre as minhas e respirei fundo, apertando-as um pouco.Ela tirou os olhos do livro e me encarou, dando um sorriso fraco.— Se continuar tenso assim, vai acabar tendo um ataque cardíaco. — Ela riu baixinho. — Relaxa, amor, vai dar tudo certo.Assenti, engolindo o seco e voltando a encarar as nuvens que passavam por nós rapidamente. Seus dedos apertaram um pouco mais os meus e ela se aproximou, colocando os pés no banco e a cabeça em minhas coxas.— Senhora. — Uma aeromoça chamou. — Pode se sentar? Já iremos pousar.Ava respirou fundo e fez uma careta, voltando a se sentar. Ri da sua expressão e segurei as duas extermidades do seu rosto, beijando a ponta do seu nariz.— Beija a minha boca. — Ela disse travessa e sorriu.— Você é uma safada, Senhora Pavlov. — Eu disse, atacando os seus lábios.— Hum, temos que nos ajeitar. — Ela disse manh
Nikolai.Ava ainda o encarava com um certo choque. Apertei seus dedos e a tirei do seu devaneio. Ela passou a língua nos lábios e correu os olhos por mim, antes morder o canto da boca nervosa.— Ava, querida. — Ele disse, respirando fundo e se aproximando.Ava aceitou o abraço, mas se afastou rapidamente e franziu o nariz.O homem a encarou de cima a baixo e depois me olhou, confuso.— O que está fazendo aqui, querida? — Ele perguntou. — Como? Por Deus, Ava! Estive preocupado.Dei uma risada e o encarei por alguns segundos.— Essa desculpa esfarrapada não vai funcionar. — Eu avisei, segurando os dedos de Ava e cruzando-os com os meus. — Não é, amor?— Eu já sei de tudo, pai. — Ela fungou.Seu nariz estava vermelho, assim como suas bochechas. Seus olhos estavam tomados pelas lágrimas e ela mantinha uma expressão de dor no rosto.— Ava, querida.. — ele tocou os ombros dela. — Você não pode acreditar em tudo o que esse homem diz, eu sou o seu pai. — ele me encarou com desdém. — Afinal, q
Nikolai.Encarei a casa de médio porte — aproximadamente dois andares, no centro do Brooklyn.Me pergunto como ninguém jamais desconfiou? Quer dizer, é uma casa diferente das outras, eu acho.Comprimi os meus lábios e apertei os dedos de Ava devagar, tomando coragem para caminhar até a porta e bater. Eu estava nervoso.Cada molécula do meu corpo tremia e a minha cabeça me mandava virar e ir embora, mas ao mesmo tempo, me ordenava que ficasse e encarasse o meu medo.Sinceramente, quando mesmo ele me procurou?Mas, ao mesmo tempo, não era culpa dele. Ele tinha que seguir ordens. A confusão estava aparente, não só no meu rosto, mas na minha respiração e principalmente, nas minhas mãos suadas.— Vamos acabar logo com isso, querido. — Ava sussurrou e beijou meus dedos.Assenti, caminhando a passos fracos até a porta de madeira — pintada de branco, levantei a mão e após exitar por uns segundos, bati na mesma.Sem resposta, respirei fundo. Ava analisou a entrada da casa e apertou a campainh