Argos olhava Marcela quando Danilo passou pela porta.
— Mas que porra é essa Miguel? Não consegue segurar uma criança no carro?! — O soldado engoliu seco as palavras de Argos, sabia que acabava de deixa a missão mais complicada ainda.
Danilo se agarrou a mãe e a irmã, para colocar seu plano em prática.
— Sei que não conseguiremos fugir, então se tem que levar alguém, deve levar os três. Posso já ter chamado a polícia antes mesmo de você falar comigo na padaria.
— Você não é tão inteligente assim... — Argos zombou.
— Mamãe, você confia em mim? — Danilo sorriu carinhosamente para a mãe que sorriu de volta e apenas balançou a cabeça concordando. — Não solte a Megan por nada e eu não vou te soltar.
— Chefe, o que vamos fazer? — Perguntou um dos soldados.
— Ou levam nós três, ou não terão tanta facilidade assim em uma próxima tentativa, e sei que não vão me machucar, afinal trabalham para o meu pai.
Argos pensou em ligar para o chefe, mas sabia que ele diria para matar a moça ali mesmo na frente das crianças e levá-las, conhecia bem o humor de Carlos, ele sorriu e pensou que seria bom ter uma mulher na casa e aquela iria com ele facilmente por causa das crianças.
Ele sentiu-se balançado pela beleza dela, Marcela tinha um corpo escultural, os olhos grande e a boca carnuda que o fazia pensar indecências.
— Está bem. Levo os três, mas fique ciente menino, será muito mais seguro para sua mãe se ela ficar. Você não conhece o pai que tem.
— Se ele me quer essa é minha única exigência. — Danilo acariciou o rosto de Marcela e segurou em seu braço. — Mãe vamos, não posso evitar isso, mas não quero me separar de vocês.
Marcela tinha seu coração disparado, mas resolveu arriscar, pensou que se Danilo podia se mostrar tão maduro, ela poderia ser forte por ele.
Eles seguiram aqueles homens até o carro. Argos sentou atrás com eles.
— Vamos sair daqui! Sinto muito, mas vão desacordados. — Argos disse.
— Nem pensar! Eu não vou confiar em você. — Danilo respondeu bravo.
— Menino, eu sei que não posso te enganar, mas isso não está em discussão, usarei a força se necessário... Mas tem a minha palavra que quando acordar os três estarão juntos.
Argos era um homem honrado, podia ser o executor, um mafioso, mas era verdadeiro e honrado, além de muito bonito!
— Não! Eu vou acordado, não vou deixar minha mãe desprotegida. — Ele encosta a cabeça na mãe como quem busca proteção, sendo que neste momento, ele está protegendo a família. — Mãe eu cuido de tudo, você sabe que eu sei das coisas...
— Filho, eu te amo e estou com medo, não quero perder vocês.
— Feche os olhos mãe, apenas feche os olhos... — Danilo falava suavemente perto dela.
Neste momento Argos aplicou algo no braço de Marcela e fez o mesmo com Megan.
— Estou surpreso menino, nunca conheci alguém tão perspicaz.
Argos acho interessante o jeito do menino, pensou que Carlos teria trabalhado para educar o filho e este não demonstrou medo, podia ter sentido, mas soube esconder muito bem dentro de si.
— Não quero conversar, não somos amigos, tenho que pensar nos próximos passos.
Danilo estava claramente irritado, desde que conheceu Marcela a trata como mãe, pensou que sua vida seria tranquila dali em diante, mas o destino gosta de pregar peças e a sua se chamava 'pai'.
— Saiba que vou cumprir com a minha palavra, estarão juntos o tempo todo, sua mãe não será machucada, eu entendo sua preocupação, mas sinto muito... — Argos disse isso enquanto aplicava a agulha na perna de Danilo.
— Isso não é jus... — Danilo tentou dizer, mas apagou antes disso.
— Alô! Chefe, peguei... Agora estou indo para a pista pegar o avião.
Esse era o plano, Argos agora faria o mesmo trajeto no avião particular, chegaria apenas no outro dia em Londres e ali começaria a verdadeira história.
Danilo acordou meio atordoado, olhou para o pequeno quarto e viu Marcela com Megan nos braços, olhando pela janela. Reparou que no braço da mãe foi feito um curativo, assim como em sua testa, apesar de não se recordar de um ferimento naquele segundo local.— Mãe onde estamos? Alguém apareceu aqui?— Oi meu filho, como se sente? — Marcela disse e sentou com ele na cama.— Mãe, me desculpa! eu não podia te perder. E talvez agora esteja em perigo por minha culpa.— Meu bem, primeiro não chore, você não gosta que eu diga, mas é uma criança, o dever de proteger a família é meu. Segundo ninguém apareceu ainda. E pelo que entendi estamos em Londres, perguntei assim que chegamos.— Como assim mãe, você chegou acordada? Seu rosto, não tinha isso quando saímos. — O que houve?— Eu acordei quando estávamos passando pela porta, e isso no meu rosto? Não foi nada, o soco na cara daquele atrevido foi bem pior.Neste momento a porta se abriu, era Argos, com algumas sacolas, ele era responsável por cu
As semanas seguiam a mesma rotina, Danilo saía do quarto e explorava a casa, às vezes deitava no gramado ao lado da piscina, nunca se atreveu a entrar, mesmo sabendo nadar. Algumas vezes tentava levar a irmã junto, mas ela não desgrudava da mãe, achou até uma sala com um piano. Era o local que mais passava seu tempo, arriscava alguns toques descompassados, mas não sabia realmente tocar.Argos levava lanches para todos, não havia quem preparasse uma refeição decente na casa, ele sorria para Marcela e sempre perguntava como tinha dormido, era claro que queria falar algo mais, mas Danilo era observador e nunca deixava a mãe sozinha com o soldado.Era um fim de tarde, mas o dia ainda estava ensolarado, dava para aproveitar bem antes de realmente cair a noite.— Olá princesa, como foi seu dia? — Perguntou Argos.— Ai Argos, sabe que não tenho o que fazer aqui, eu nem sei o que te responder. Me conte você do seu.Argos sorriu, ele não tirava os olhos das pernas de Marcela sendo o vestido ou
Era um sábado bem ensolarado antes mesmo do café da manhã.— Bom dia meu amor, como se sente? — Perguntou Marcela acariciando os cabelos de Danilo.— Minha barriga ainda dói, me sinto estranho. E a Megan está melhor?— Não, ela está um pouco febril. — Marcela respirou fundo, conhecia bem o filho e teria que intervir nos planos dele. — Meu filho, sei que não gosta que eu diga, mas é uma criança e eu tenho que cuidar de você e de sua irmã. Hoje você ficará na cama. Eu vou providenciar o que precisamos, confia em mim?— Claro que sim, mas tome cuidado, aquele soldado te olha de um jeito estranho e eu não gosto.Marcela se levantou e deixou as crianças na cama, Megan ainda dormia. Marcela bateu na porta algumas vezes e abriu, chamou por Argos, mas ninguém apareceu.— Vou sair Danilo, mas vou ficar bem.Marcela saiu do quarto antes que o menino respondesse. Foi andando pela casa a procura do soldado, pôde perceber que realmente faltava ali um toque feminino, ou de cuidado, a casa não era b
No dia seguinte Danilo já estava bem, voltou a explorar a casa. Marcela levantou cedo, preparou uma mesa de café e voltou para o quarto, para cuidar da menina. Danilo estava comendo quando o pai desceu, o quarto dele ficava na parte de cima da casa, assim como seu escritório.— Bom dia meu filho, quem fez tudo isso?— Minha mãe, ela cozinha muito bem. Agora está com a Meg, parece que ela ainda não melhorou.— Eu entendo, você se sente melhor?— Sim. — Danilo respondeu de forma curta.— Se incomoda de eu ir ver como a Megan está, antes de sentar para tomar café?— Não. Pode ir eu aguardo.Carlos foi até o quarto e não viu ninguém, analisou bem aquele cômodo e pensou que deixou os filhos em uma situação precária, sem muito cuidado, mesmo tendo poder para oferecer algo melhor. Ouviu o choramingo da filha e foi até o banheiro ver o que era.Marcela estava apenas de camiseta, que mais lhe parecia um vestido curto, tinha Megan nos braços, a menina se debatia sob a água fria. Carlos primeiro
Marcela pediu produtos de limpeza, estava disposta a deixar aquela casa impecável.No outro dia começou cedo a faxina, limpou cada canto daquela casa. Fez almoço e deu as crianças, os outros segurança também comeram quando ela não estava mais na cozinha. Marcela levou as crianças para sala e as deixou assistindo TV com um balde de pipoca, Megan estava mais animada, a visita do médico havia dado resultado.Como ainda não estava tarde resolveu subir as escadas e limpar o segundo andar. Marcela estava no escritório de Carlos limpando uma prateleira alta, ela sentiu o olhar dele queimar sobre ela, se desequilibrou e quase caiu do banquinho, mas foi pega por Carlos.— O que faz aqui em cima? — Sua voz saiu rouca, ele tentava, mas não conseguia esconder o desejo.— Desculpa, eu estava limpando, essa casa estava precisando. Pode me soltar agora...— Vou soltá-la, assim que sentir seu cheiro, nada mais, prometo. — Carlos colocou o nariz em seu pescoço e a pressionou contra seu corpo, ao ponto
Passaram-se alguns dias, a casa estava com um aspecto melhor, as crianças tinham refeições decentes preparadas por Marcela, ela cuidava de tudo, cozinha, banheiros e até das roupas de Argos e Carlos.Na primeira vez, Carlos estranhou ao entrar no quarto e vê-la organizando suas camisas, notou-a cheirar o tecido antes de guardar, ela ficou insegura por estar no quarto dele, então ele silenciosamente se retirou e só voltou depois que ela saiu. Já Argos sorriu, pensava que seria assim quando ela finalmente fosse sua, teria uma mulher cuidando dele e ainda dormindo ao seu lado.Danilo era muito inteligente e em certos momentos pensava como adulto, tinha um plano para voltar para o seu país com a mãe e a irmã e iria colocá-lo em prática, não falava mais que duas ou três palavras com o pai, agora o julgava uma má pessoa, ele resolveu apressar seu plano para se ver livre do pai.— Bom dia Argos! — Disse Marcela ao entrar na cozinha.— Bom dia princesa! Fiz seu café, tem frutas com granola e
Depois do almoço Argos pegou o carro e saiu com Marcela, passaram em várias lojas, Marcela comprou roupas para ela, Danilo e Megan, pôde comprar também produtos de higiene feminina e até um perfume, estava agradecida por ter a chance de cuidar das crianças e agora um pouco dela também.— Acho que é tudo, muito obrigada por hoje!— Ainda não acabou, tenho uma reserva aqui próximo, almoça comigo? — Argos convidou.— Claro...Argos a levou a um restaurante italiano, eles pediram e puderam conversar um pouco.— Marcela, sei que é viúva e que seu marido participou do processo de adoção, seu casamento durou quanto tempo?— Eu me casei aos 19 anos, minha mãe tinha falecido e eu ficaria sozinha, o Rafael era um amigo de infância, nosso casamento durou 5 anos, ele morreu em um assalto faz apenas 1 ano. E você? É casado ou foi casado?— Não... Minha última namorada foi a mais de 8 anos, foi a maior decepção da minha vida, depois disso me afastei de mulheres.— Vive solitário faz 8 anos? — Marce
Carlos não podia acreditar, sabia que Danilo era inteligente, mas não pensou que teria a capacidade de planejar algo assim.— O que deu errado em seu plano? — Perguntou o soldado.— Três pontos eu acho. — Danilo se sentou de frente para o pai e Argos ao seu lado. Carlos percebeu que Danilo tinha preferência pelo soldado, se dava melhor com Argos do que com ele. Isso o deixava triste, mesmo que aquele soldado fosse seu amigo de infância, queria a amizade e o carinho do filho.— Danilo eu ainda custo a acreditar que você tenha planejado tudo isso, sei que é um garoto esperto, mas tem certas coisas nessa história que não condizem com a sua idade. — Disse Carlos.— Primeiro, me desculpa meu amigo. No momento que Marcela falou do beijo, pensei que você não se lembrava do nosso acordo, perdi a cabeça. — Disse Argos.— Com você me acerto depois soldado.— Danilo é inteligente demais Carlos, se ele diz que o plano foi dele, eu acredito. Além do mais ele não mente.Carlos o encarou e olhou o f