No dia seguinte Danilo já estava bem, voltou a explorar a casa. Marcela levantou cedo, preparou uma mesa de café e voltou para o quarto, para cuidar da menina. Danilo estava comendo quando o pai desceu, o quarto dele ficava na parte de cima da casa, assim como seu escritório.
— Bom dia meu filho, quem fez tudo isso?
— Minha mãe, ela cozinha muito bem. Agora está com a Meg, parece que ela ainda não melhorou.
— Eu entendo, você se sente melhor?
— Sim. — Danilo respondeu de forma curta.
— Se incomoda de eu ir ver como a Megan está, antes de sentar para tomar café?
— Não. Pode ir eu aguardo.
Carlos foi até o quarto e não viu ninguém, analisou bem aquele cômodo e pensou que deixou os filhos em uma situação precária, sem muito cuidado, mesmo tendo poder para oferecer algo melhor. Ouviu o choramingo da filha e foi até o banheiro ver o que era.
Marcela estava apenas de camiseta, que mais lhe parecia um vestido curto, tinha Megan nos braços, a menina se debatia sob a água fria. Carlos primeiro olhou para as pernas de Marcela e depois para a camiseta molhada que ficava quase transparente, ela era realmente uma mulher sexy e bonita, não sabia, mas estava despertando nele o desejo e a curiosidade por ela.
— Como ela está? — Perguntou tentando se concentrar apenas na filha.
— A febre não cedeu, esse é meu último recurso, os remédios também não adiantaram. Preciso de um médico. — Mesmo embaixo do chuveiro era possível ver as lágrimas que se formavam no rosto de Marcela.
— Tudo bem, mandarei buscar um. — Carlos se virou para sair, mas Marcela o parou com uma voz de quem segura o choro.
— Pode me ajudar aqui? — Ele apenas acenou que sim com a cabeça. — Pegue aquela toalha e a leve pra cama.
Carlos pegou a menina no colo enrolada na toalha e a deixou na cama, Marcela saiu do banheiro minutos depois, tinha uma toalha também enrolada ao corpo por baixo da camiseta molhada. Carlos apenas se levantou e ficou observando o corpo de Marcela, já ela estava distraída com a filha, tentava trocar seu pijama que agora estava encharcado.
— Não gosto do jeito que você e Argos olham pra minha mãe. — Carlos nem percebeu que Danilo estava ao seu lado.
— Vou providenciar um médico. — Carlos saiu sem responder nada ao filho, a visão tentadora de Marcela estava impressa em sua mente.
Carlos foi para o escritório e ligou para o médico, estava ainda espantado com a beleza de Marcela, quando ela chegou não parecia tudo isso, mas agora ela tinha o poder de deixá-lo excitado, "que mulher é essa?" ele pensava.
— Precisamos conversar! — Danilo disse ao entrar.
— Primeiro, bata antes de entrar, acho que a mulher que insiste em chamar de mãe deve ter dito isso. Segundo, aqui você e nem ninguém entra sem minha autorização, meu escritório e meu quarto são proibidos.
— Ok, mas já aviso que em minhas explorações pela casa já conheci os dois, não há nada demais.
— São limites, tudo tem limite, apenas isso, consegue compreender?
A cara de Danilo se fechou, odiava quando alguém insultava sua inteligência e essa era a segunda vez que o pai fazia isso, mas seu assunto ali era outro, então ele respirou fundo para começar a falar. — Primeiro, limites! Minha mãe é o meu, você e o soldado olham de forma estranha para ela, toda vez que toco no assunto, ela apenas diz que não tenho idade para saber o que se passa e outra o que houve com outro soldado no dia que ela chegou? Sei que houve alguma coisa, porque ela deu um soco nele e apareceu com o rosto machucado, além de algo a fazer ser grata a Argos, mas não sei o porquê.
— Vou repetir as palavras de Marcela, certos assuntos não são para sua idade, quanto ao acontecido verei com Argos, sei que ele demitiu um soldado naquele dia, sempre dei carta branca para ele, mas não sei o que aconteceu.
Neste momento Argos bateu a porta.
— Entre!
— Senhor Carlos, o médico chegou.
— Danilo desça e fique com Marcela durante a consulta. Você Argos entre, me deve uma explicação.
Danilo saiu, encontrou o médico na sala e o acompanhou até o quarto onde estavam a irmã e a mãe. O soldado no escritório se sentou de frente para Carlos.
— Diga Carlos!
— Sei que demitiu aquele novato que foi com você ao Brasil, não gostava dele, então não perguntei, o que ele fez de errado? Sei que tem haver com a Marcela, mas ela não contou ao meu filho, mas eu preciso saber.
Argos passou a mão no rosto e nos cabelos. — Bom, falarei sem rodeios. Marcela acordou quando passávamos pelos portões. Não estava alterada, mas ainda estava fraca do sonífero. Eu pedi para o soldado esperar com ela na sala enquanto retirava as crianças do carro, levei a menina e Danilo para o quarto. Quando voltei para chamá-la o soldado estava a segurando pela cintura, tentava levantar seu vestido. Assim que notou minha presença a soltou, ela deu o soco nele.
— Um soco? — Carlos riu.
— Sim! não foi um tapa, foi um soco mesmo, a mulher sabe bater. Mas o soldado revidou e deu outro nela. Ela caiu no chão e eu intervi, fiquei com ódio dele ter a machucado novamente, dei sim alguns socos neles e mandei o Miguel arrastá-lo daqui.
— Como assim, machuca-la novamente? o que ele fez antes?
— Ainda no Brasil, quando invadimos a casa, eu pedia a criança, tentava argumentar para que me entregasse a menina. Ele disse que não tinha paciência pra isso, sacou de uma faca e fez um corte no braço dela, por pouco não pega na menina, que estava em seus braços.
— Porra Argos! E você não me fala nada? A demissão dele foi pouco, sabe que ele pagaria com a vida se tivesse machucado minha filha.
— Desculpe, eu fiquei puto quando vi o que ele estava fazendo com a moça, eu não apenas o demiti, o fiz pagar pela ousadia!
— Não contou a ela?
— Claro que não! Ela não faz ideia do tipo de homem que sou.
— Então não diga nada, é melhor assim, agora entendo, porque Danilo diz que ela é grata a você.
Danilo voltou ao escritório, mas lembrou de bater.
— Entre Danilo!
— Como sabe que sou eu?
— Apenas Argos sobe essas escadas, e pelo jeito agora você.
— O médico já foi, aplicou uma medicação na Meg e minha mãe pediu para entregar essa receita.
— Tudo bem, Argos vá comprar os remédios e veja se a Marcela quer mais alguma coisa.
Danilo estava olhando os títulos dos livros na estante enquanto isso.
— Gostou de algum? — Perguntou Carlos.
— Com o que você trabalha?
— Sou empresário.
— Sua empresa é do quê? — Danilo sabia que havia mais por trás da profissão do pai, mas queria que ele mesmo revelasse.
— Administro vários ramos, desde restaurantes até uma academia, e esse é o máximo de informação que terá sobre meus negócios.
Danilo deu um pequeno sorriso e saiu do escritório, deixaria para interrogar o pai em outro momento.
Marcela pediu produtos de limpeza, estava disposta a deixar aquela casa impecável.No outro dia começou cedo a faxina, limpou cada canto daquela casa. Fez almoço e deu as crianças, os outros segurança também comeram quando ela não estava mais na cozinha. Marcela levou as crianças para sala e as deixou assistindo TV com um balde de pipoca, Megan estava mais animada, a visita do médico havia dado resultado.Como ainda não estava tarde resolveu subir as escadas e limpar o segundo andar. Marcela estava no escritório de Carlos limpando uma prateleira alta, ela sentiu o olhar dele queimar sobre ela, se desequilibrou e quase caiu do banquinho, mas foi pega por Carlos.— O que faz aqui em cima? — Sua voz saiu rouca, ele tentava, mas não conseguia esconder o desejo.— Desculpa, eu estava limpando, essa casa estava precisando. Pode me soltar agora...— Vou soltá-la, assim que sentir seu cheiro, nada mais, prometo. — Carlos colocou o nariz em seu pescoço e a pressionou contra seu corpo, ao ponto
Passaram-se alguns dias, a casa estava com um aspecto melhor, as crianças tinham refeições decentes preparadas por Marcela, ela cuidava de tudo, cozinha, banheiros e até das roupas de Argos e Carlos.Na primeira vez, Carlos estranhou ao entrar no quarto e vê-la organizando suas camisas, notou-a cheirar o tecido antes de guardar, ela ficou insegura por estar no quarto dele, então ele silenciosamente se retirou e só voltou depois que ela saiu. Já Argos sorriu, pensava que seria assim quando ela finalmente fosse sua, teria uma mulher cuidando dele e ainda dormindo ao seu lado.Danilo era muito inteligente e em certos momentos pensava como adulto, tinha um plano para voltar para o seu país com a mãe e a irmã e iria colocá-lo em prática, não falava mais que duas ou três palavras com o pai, agora o julgava uma má pessoa, ele resolveu apressar seu plano para se ver livre do pai.— Bom dia Argos! — Disse Marcela ao entrar na cozinha.— Bom dia princesa! Fiz seu café, tem frutas com granola e
Depois do almoço Argos pegou o carro e saiu com Marcela, passaram em várias lojas, Marcela comprou roupas para ela, Danilo e Megan, pôde comprar também produtos de higiene feminina e até um perfume, estava agradecida por ter a chance de cuidar das crianças e agora um pouco dela também.— Acho que é tudo, muito obrigada por hoje!— Ainda não acabou, tenho uma reserva aqui próximo, almoça comigo? — Argos convidou.— Claro...Argos a levou a um restaurante italiano, eles pediram e puderam conversar um pouco.— Marcela, sei que é viúva e que seu marido participou do processo de adoção, seu casamento durou quanto tempo?— Eu me casei aos 19 anos, minha mãe tinha falecido e eu ficaria sozinha, o Rafael era um amigo de infância, nosso casamento durou 5 anos, ele morreu em um assalto faz apenas 1 ano. E você? É casado ou foi casado?— Não... Minha última namorada foi a mais de 8 anos, foi a maior decepção da minha vida, depois disso me afastei de mulheres.— Vive solitário faz 8 anos? — Marce
Carlos não podia acreditar, sabia que Danilo era inteligente, mas não pensou que teria a capacidade de planejar algo assim.— O que deu errado em seu plano? — Perguntou o soldado.— Três pontos eu acho. — Danilo se sentou de frente para o pai e Argos ao seu lado. Carlos percebeu que Danilo tinha preferência pelo soldado, se dava melhor com Argos do que com ele. Isso o deixava triste, mesmo que aquele soldado fosse seu amigo de infância, queria a amizade e o carinho do filho.— Danilo eu ainda custo a acreditar que você tenha planejado tudo isso, sei que é um garoto esperto, mas tem certas coisas nessa história que não condizem com a sua idade. — Disse Carlos.— Primeiro, me desculpa meu amigo. No momento que Marcela falou do beijo, pensei que você não se lembrava do nosso acordo, perdi a cabeça. — Disse Argos.— Com você me acerto depois soldado.— Danilo é inteligente demais Carlos, se ele diz que o plano foi dele, eu acredito. Além do mais ele não mente.Carlos o encarou e olhou o f
Assim que a porta se fechou Carlos se voltou para Argos.— Agora somos eu e você soldado. — Carlos estendeu a mão para Argos, que aceitou o cumprimento.— Não quebrei nosso acordo, o beijo? Sim, de certa forma eu a forcei e ela não me perdoou por completo ainda. Mas fizemos o acordo após aquele incidente, jamais o trairia. Mas tendo em vista tudo que aconteceu, penso em ter uma família e Danilo não aceitará outra mulher na posição de mãe.— Você está dizendo que vai tentar conquistá-la? Que a quer assim como eu a quero? — Argos se sentiu traído, nunca viu Carlos quebrar um acordo por mais complicado que fossem os termos, essa era a primeira vez que ele o fazia e justamente com ele, Argos levantou para sair, sua conversa já havia ido longe demais.— Argos! Eu a quero, gosto da presença dela aqui, sei que você a viu primeiro, mas se dependesse de você ela estaria morta agora. Acho que o que sente vai passar.— Não vou discutir isso com você, só digo que não desisti e não vou apenas abri
Carlos deu banho em Megan e Danilo, na verdade só os deixou no banheiro por um tempo, eram grandes, sabiam fazer a higiene sozinhos. Foi até o escritório, fez ligações e pediu para Argos providenciar o jantar para todos. Chamou as crianças na cozinha e lhes deu de comer. Todos ficaram surpresos quando ele pediu ao soldado que levasse o jantar de Marcela, principalmente porque Argos sorriu e agradeceu.— Marcela, trouxe seu jantar. — Ela se ajeitou na cama e Argos colocou a bandeja em seu colo, ele pretendia dar a comida em sua boca, mas ela não deixou.— O que pensa que vai fazer?— Te alimentar...— Deixe aqui, posso fazer isso sozinha! - Marcela não o queria perto.— Princesa, algum dia vai me perdoar?— Primeiro, não quero que me chame de princesa, e não sei se consigo te perdoar, me incomodei quando Carlos me beijou, mas se tivesse sido você... Não me incomodaria.Argos pôde notar que houve em algum momento um sentimento por parte de Marcela, e era por ele e não por Carlos, mas ag
Carlos tirou a camisa e a bermuda que colocou depois de sair da piscina com Marcela nos braços. Ela estava de cabeça baixa enquanto ele se despia, mas mesmo de canto de olho reparou no seu corpo, ele não era um homem pequeno, ficou ainda mais vermelha com o pensamento, a beleza de Carlos estava ali totalmente a mostra a sua frente.Carlos entrou na banheira e fez com que ela encostasse em seu peito, Marcela suspirou como quem finalmente descansa. Carlos manteve as mãos nos ombros de Marcela, sentia o cheiro de seus cabelos e em alguns momentos acariciava suas costas.— Carlos... Como Danilo está?— Visivelmente chateado, com Argos e com ele mesmo. Quero ajudá-lo, mas penso que se eu for brando agora depois ele pode fazer algo pior, acho que ele ainda não tem noção de tudo que fez.— Entendo e concordo. Danilo sempre cuidou da irmã desde que ela nasceu, quando meu marido morreu ele passou a cuidar de mim também, vistoriava a casa, separava as contas para eu pagar e até se arriscava na
No dia seguinte Carlos acordou e gostou de tê-la em seus braços. Beijou sua testa e desceu para fazer o café, alguns minutos depois Danilo apareceu com Megan na cozinha.— Bom dia pai!— Bom dia meu filho, terá que ser rápido no café hoje, pretendo levá-los para sair.— Mas e a minha mãe? Posso perguntar como ela está? Ou quem ficará com ela?— Sim Danilo, pode perguntar dela. Ela passou bem a noite, está dormindo ainda, e não se preocupe, Argos ficará com ela.— Mesmo depois de tudo confia nele?— Argos salvou minha vida mais de uma vez, nos conhecemos desde que tínhamos a sua idade. — Ele disse isso e fez cócegas na menina que sorriu.— Pai... Onde dormiu?Carlos riu com a pergunta. — Você diz que não entende certos assuntos, mas sei muito bem qual a sua pergunta... Dormi em meu quarto ao lado dela, mas não a desrespeitei, se quiser confirmar permito que suba, mas falará da porta, não tem permissão para entrar.— Onde vamos?— Isso é uma surpresa, mas posso dizer que tenho que corri