Dilany optou por não ir tão cedo ao palácio, assim daria mais tempo as ideias que Cris tivera no dia anterior. Caminhava até a plantação deixando curioso Salvador que por ali trabalhava. O nobre parou de separar as verduras, quando percebeu que a camponesa se dirigia a ele.
"Bom dia!" A moça o cumprimenta.
"Bom dia! Não fostes trabalhar?" Pergunta curioso. "Perdão pôs coscuvilhar. É que sempre quando partes ao trabalho o sol ainda se esconde."
"Tudo bem. Vou trabalhar agora, hoje tem pouquíssimas tarefas para mim. Vim até aqui lhe agradecer por proteger-me diante do meu pai ontem."
"Não tem do que agradecer, toda vez que necessitar podes contar comigo." Expressa total alegria pela gratidão da jovem. "Quero que tenhas em mim um.." Dilany o interrompe.
"Lhe agradeço, contudo quero pedir-lhe que jamais volte a fazer. Não quero ficar mentindo para os meus pais e ainda mais envolver terceiros nisso."
"Irias falar a verdade para eles ontem?" Pergunta co
Naquela manhã, um pouco antes do funeral de Ane. O periódico Arborense abalava as estruturas do palácio real."O que deu na cabeça de Teobaldo, René?" Nuno perguntava ao duque que tinha em mãos o periódico com a manchete sobre a morte de Ane Lerim.Abaixo do desenho de uma menina com a boca costurada, vinha o título da manchete. -- SEU SILÊNCIO É CONIVENTE -- Teobaldo auxiliado por Cristóvam, lembrou inúmeras mortes sem solução das meninas de Arbória."Os parentes violam essas meninas e querem que a responsabilidade seja nossa." O duque fala indignado."Não estou nem questionando quem comete os crimes. " Ele soca a escrivania."O que estou questionando é a empáfia de Teobaldo, não nos excluiu da conveniência. Deixou implícito para bom entendedor ler."O duque caminha pela biblioteca de um lado para o outro, no que parecia analisar a situação "Desculpe a franqueza alteza, mas estais sem pulso fir
No corredor rumo a biblioteca, a pisada forte do duque René ecoava um forte som dentro do palácio. O nobre empurra as bandas da porta de madeira. Suas atitudes e expressão detonava algum descontentamento.Sentando a mesa de madeira, Nuno mergulhava a pena no tinteiro. Escrevia mais um decreto, quando surpreendeu-se com a entrada rebuscada do duque."O que Teobaldo faz lá embaixo alteza?" Começa falar sem ao menos entrar totalmente na biblioteca. "Não tínhamos combinado que farias as coisas com calma.""Primeiramente bata a porta antes de entrar. Segundo, não combinei nada com a sua pessoa. Terceiro, mesmo que tiveras combinado, sou o rei de Arbória e posso mudar de ideia quando tiver vontade e por último não gosto dos seu métodos sorrateiros. Prefiro atacar de frente e arrancar o mal pela raiz, assim serve de exemplos para os outros."O duque fecha às portas por detrás das costas. "Vais deixar o povo de Arbóri
Nada de andrajos ou chita barata, em Mazog os servos tinham uniformes alinhados feitos de bons tecidos. Um deles carregava o maço de cartas até a sala do rei. Adentrou pedindo licença e deixou sobre o móvel de madeira de lei.No meio das epístolas, Giron recebeu uma vinde de Arbória, mas preciso de seu filho Cristóvam.O homem de cabelo e barba grisalha, pega o metal afiado sobre a mesa e rasga o envelope tirando de dentro a carta.O príncipe pedia que seu pai fosse ao seu encontro em Arbória. Certamente Giron atenderia, sentiu a ansiedade em cada linha escrita por seu filho, mas naquele momento não podia. Uma barragem de minério havia se desprendido, não poderia abandonar seu povo naquele momento.Não quis preocupar o filho, apenas respondeu a carta dizendo que não poderia ir com a urgência solicitada, mas que breve iria até Cristóvam.
Passaram-se duas semanas, Cris via Dilany apenas quando ela estava trabalhando no palácio. A convidava para passeios, porém a moça rejeitava.Aguardava na estrada, alí longe de olhos curiosos poderia ser mais efusivo e convencê-la. A camponesa vinha em um trote acelerado, diminuiu ao ver Cristóvam montado em tufão fechando a estrada.Ela se aproxima e quastiona o cavalheiro a sua frente. "O que fazes aqui? Acabamos de nós vê no palácio.""Venho pedir-lhe humildemente que pares de me castigar.""Não estou lhe castigando, sabes bem.""Claro que estais. Saudade das nossas conversas e passeios a sós. Não é para fazer a sua vontade que lhe peço que me veja mais tarde, é porque sinto sua falta."Dilany sorriu. "Era exatamente o que queria. Que voltasse a sentir prazer em está comigo.""Nunca deixei de ter. Só quero lhe preservar, pois tenho medo.""Medo
"Eu deveria me sentir culpado e está com raiva de mim mesmo pelo que acabei de fazer. Mas meu sentimento profundo e egoísta, só consegue sentir felicidade.""Nós fizemos. Não tens do que sentir culpa. Compartilhamos do mesmo egoísmo.""Dilany me deixa falar com seu pai." Ele roga."Seu pai desistiu?" Pergunta aflita. "Não virá mais?""Sim ele virá, estou certo de que algo grave aconteceu em Mazog, é só por isso que meu pai não veio imediatamente. Vais me deixa pedir sua mão para o seu pai?""Vamos aguardar só mais um pouco pelo rei. Sei que meu pai lhe dirá não, achando que só queres brincar comigo.""Quase todos os dias sai de casa. Seus pais já devem ter desconfiado de algo.""Três dias da semana eles vão a igreja, saio depois que eles saem e chego antes dele. Nos outros dias invento que tenho de pegar o pescado com os Nogrinos para a nobreza."
O empório, era o único estabelecimento da vila que vendia artigos finos. Mesmo a moda chegando em Arbória com anos de atraso. Cristóvam olhava os artigos de joalheria, mas ainda não havia encontrado algo que expressasse a Dilany o que sentira.A atendente simpática de voz fina, tentava indagar o príncipe para ajudá-lo em sua compra. Contudo a resposta de Cristóvam, era sempre a mesma."Ainda buscando. Quando encontrar, lhe chamo. Obrigado por sua atenção."Olhava o balcão em vidro de um lado para o outro. Eram tantas peças lindas e caras. Diamantes, safiras de todas as cores, rubis... Nada daquilo o chamou atenção, até ver um par de correntes de ouro com pingentes, cada um a metade de um só coração. Pensou que era aquele o presente que lhe inspirava."Quero este." Aponta para vendedora. "E junto um Amolador de facas.""Não vais querer que enfie tudo na mesma caixa como da última vez que compras
"A mim me parece óbvio" Afirmou Irlanda ao ser questionada por Cristóvam de como ela sabia que ele a procuraria.As tochas acesas iluminavam o local. Conversavam do lado de fora dos portões do palácio, sob o prelúdio da noite "Não é óbvio." O jovem príncipe retruca com a expressão confusa."És inteligente, pense comigo. Todos os médicos estão longe do vilarejo e do palácio. A única opção que resta aos nobres para salvar a moça, sou eu."Cris da meio sorriso, do tipo que não aceita a história contada pela curandeira. "Não temos tempo de discutir, o que importa é que a senhora está aqui e preciso mesmo da sua ajuda.""Sei disso. Por isso vim o mais rápido que pude."Cris vira-se para o guarda ordenando que abram os portões. O príncipe passa, porém Madame Irlanda é barrada com uma enorme espada atravessada a sua frente."A senhora está comigo." Intervém Cristóvam."
Graças ao meu bom Deus o tempo voou. Apesar que, por toda minha vida a nobreza foi o meu pasadelo, eu estava vivendo sonhos com um príncipe.Cris optou por não esperar chegar até Mazog. Afinal, uma barriga começaria crescer e qualquer tempo era precioso. Além do más, o homem a quem entreguei tudo o que tinha, sabia que eu tinha um fascínio pela capela do palácio.E aqui estou, de braço dado ao meu pai, do lado de fora da igrejinha graciosa, esperando o sinal para entrar. Sanya estava mais a frente com a sexta de alianças e pétalas de rosas, tão concentrada que nem olhava para trás. Quando o som explendoroso de Wolfgang Amadeus Mozart ecoou da capela, sabia que aquele era o momento de entrar.As portas se abriram para que meu pai e eu, passassemos pelo longo tapete vermelho. Flores de todos os tipos coloria e perfumava a igre