- Como a produção de ontem? - Não, quero algo bem maior. - Se para irmos à inauguração da casa noturna foi uma produção digna de um óscar, não imagino o que você chama de especial. - Uma produção usada e que não sai da minha cabeça. Especial, como falei. Para mim, pelo menos – Arkel explicou o que ele imaginou fazer. - Nossa, nunca imaginei fazer isso. - Entenderei, se não quiser. - É que pode vazar na internet. - É uma equipe que trabalha para mim há anos. Enquanto Alex pensava na proposta, o empresário colocou o terno completo para comparecer à Baronese. Entrou no closet, mais uma vez e saiu com uma sacola pequena de papelão. - Seu óleo – Arkel entregou a sacola para Alex, que abriu o frasco, colocou a ponta do indicador na extremidade, o girou para molhar a ponta do dedo e esfregou o indicador em cada têmpera. Colocou o frasco dentro da sacola, já sobre o armário de cabeceira e encarou Arkel. - Eu tenho uma condição para topar a produção que você imaginou fazer – Alex falo
- Suas amigas já mandaram alguma foto? - Até esqueci delas – Alex pegou o celular e visualizou as várias fotos que mandaram da Baronese. – Você esbarrou nelas? - Não, o lugar estava lotado. Fiquei o tempo todo no bar e, claro, os repórteres se esbaldaram em tirar fotos e entrevistar os famosos. - Ainda bem que você proibiu a entrada deles ontem. - Não permiti que entrassem, é como expliquei: os famosos que desejam aparecer foram hoje. Apesar do casal perceber sua presença, Gladys entrou discretamente no apartamento e foi até o quarto de Arkel pegar o arranjo do cabelo que Alex usaria na filmagem. Assim que saiu, parou no alto da escada e percebeu que Arkel estava sentado ao lado dela, jantando enquanto conversavam, igualzinho a mãe dela fazia para acalmar seu pai nos momentos mais difíceis, principalmente, no período que faltava dinheiro para pagar as contas da casa. Nesses meses, sua mãe fazia bolo para fora e dava aulas de reforço. Sempre conseguia ajudar no orçamento da casa.
- Ajeite seu cabelo para mim – a fala dele era baixa e exigente. Como se esperasse por um beijo, Alex inclinou o rosto, lambeu o lábio superior e ergueu as mãos até a cabeça. Por alguns longos segundos, ajeitou o cabelo e o empresário plantou seus olhos nos seios empinados dela. Em seguida, Alex envolveu o pescoço dele com os braços e, após alguns segundos, Arkel a beijou no canto da boca. Era um beijo proposital para dar a impressão que a estava provocando. O empresário sorriu com malícia e voltou, com passos firmes, para o lugar dele, com a mesma performance de antes. Caminhou passo a passo, pela lateral, arrastando o dedo indicador sobre a mesa. Arkel colocou as palmas das mãos sobre a mesa, inclinou o corpo para a frente, sentou e tamborilou os dedos na mesa. Uma das mãos permaneceu na a mesa e apoiou a outra na lateral da cadeira. Alex girou o corpo no próprio eixo, empinou o bumbum e endireitou a postura. O encarou de um jeito sedutor, através da máscara e, sem tirar os olhos de
Com o sol entrando pela janela, Alex acordou assustada e consultou, imediatamente, as horas no celular. - Não acredito – ela saltou da cama e escaneou ao redor. - O que foi? - Arkel falou atordoado e pulou da cama. Não entendeu o desespero dela. - Meu voo sai daqui a pouco – Alex falou e vestiu o casaco. - Se perder seu voo eu mando levarem você e suas amigas – Arkel falou e vestiu a calça do pijama. - Claro que não posso aceitar, falei que na segunda pela manhã eu precisaria estar no meu trabalho – Alex não queria que Arkel soubesse seu destino. Saiu do quarto em direção à escada. - Se depender de mim estará – Arkel foi atrás dela. – Nunca a prejudicaria. - Não sei, você disse que queria que eu não entrasse naquele avião – Alex desceu os degraus apressada. - Falei, mas se é importante para você, farei de tudo para que esteja lá – Arkel já estava ao lado dela. Alex girou a maçaneta e a porta não abriu. - Abra a porta imediatamente – Alex falou irritada. Sem saber direito o q
Assim que desceram do avião, as amigas foram até a esteira de bagagem pegar as malas. - Alex, por que você está calada? - Sato perguntou. - Quero me concentrar para a reunião de hoje, depois nos falamos. Sato assentiu e encarou Mari com os olhos arregalados que, por sua vez, ergueu as sobrancelhas, em interrogação. Não insistiriam. Sabiam que não adiantaria conversar com ela naquele momento. Alex estava diferente, tinha mais alguma coisa a preocupando. Elas se despediram e Alex foi para seu apartamento. Queria muito tomar um banho antes de ir para a reunião na Corp. Na verdade, queria algo que lavasse sua alma e mente. Algo que apagasse, ao menos por algumas horas, as lembranças daquele final de semana. No outro lado do aeroporto, o jatinho do empresário Carlos Romero Arkel, pousou alguns minutos depois. “Bom dia, Colten”, Arkel digitou assim que entrou no carro com o chefe da sua segurança pessoal. “Bom dia senhor Arkel”, Colten digitou. “Estou a caminho, espero que a reunião n
- Bom dia Alex, o que aconteceu? O Colten e o senhor Arkel já estão esperando por você na sala de reunião. - Bom dia, quem? – Alex visualizou que Arkel ligou para ela ao mesmo tempo que a recepcionista falou o nome dele. Não acredito. Além de não o tirar da cabeça, estou escutando a recepcionista falar o nome dele. Que inferno, preciso me concentrar. - Alex, o cliente está com o Colten na sala de reuniões esperando por você – ela, apressada, respondeu Alex. - Corp, bom dia – em seguida, a recepcionista atendeu o telefone. Já atrasada, Alex passou pelo corredor, entrou na sua sala e visualizou uma mensagem da médica responsável pelo tratamento da mãe. “Bom dia Alex”, a doutora digitou. “Bom dia doutora”, Alex digitou apreensiva. “Comentei o seu caso com a diretoria e aceitaram o pagamento do mês atrasado e dos 3 meses antecipados até o final do mês”, a doutora digitou. “Muito obrigada, doutora”, Alex digitou. “Só não atrase, não conseguirei manter sua mãe aqui se você não
- Mil desculpas ... senhor Arkel – Colten falou, constrangido. - Não é comigo que você deve se preocupar, a Alex acabou de desmaiar, precisa de um médico. - Claro ... sim ... claro – Colten encarou a secretária, que largou o bule chique e a bagunça que fez com o café e saiu imediatamente da sala de reuniões. Como um cão de guarda Arkel ficou em pé ao lado do sofá, a contemplando, frágil e indefesa. Nem parecia a mulher furiosa e determinada de poucas horas atrás. Queria pegá-la no colo e aguardar até o socorro chegar. Arkel se controlou. - A Alex ... comentou ... bem, ... que não tomou ... o café da manhã, acredito ... que seja isso – Colten constrangido engasgou várias vezes ao falar. - Com certeza é isso – Arkel, preocupado e irritado, caminhou até o chefe da sua segurança pessoal. - Arkel, você precisa disfarçar melhor. Eles ficaram assustados com o desmaio, só que se continuar com esses cuidados, irão desconfiar que você quer algo a mais com ela. Na internet, sua fama com as
Ao passar pela recepção, os telespectadores curiosos a acompanharam com os olhos arregalados. Alex percebeu a aglomeração e percebeu que assistiram ao que aconteceu, pelas câmeras de segurança instaladas na sala de reuniões. Que vergonha. *** Na sala de reuniões, Arkel ... “Gladys, cancele o voo de amanhã da Alex ligue aqui na Corp. e diga que aconteceu uma confusão e o voo dela foi cancelado acidentalmente”, Arkel digitou. “Arkel, o que você está aprontando?”, Gladys digitou. “A Alex irá comigo amanhã cedo”, Arkel digitou. “Cuidado para não prejudicar a imagem dela na empresa”, Gladys digitou. *** Um pouco perdida, Alex entrou no banheiro, tirou a camisa, molhou os pulsos, a nuca e o rosto. Aguardou por segundos, fechou os olhos e iniciou um exercício de respiração. Recapitulou, mentalmente, a apresentação. - Conheço o projeto como a palma da minha mão – abriu os olhos e falou para si mesma em frente ao espelho. – Neste momento, me preocuparei com o cliente – Alex abotoo